terça-feira, 2 de outubro de 2018

Orgulho e vergonha de setembro

Este blog tem menos prazer em fazer a selagem de pessoas a cada mês, devido à dificuldade de escolher quem merece, para o bem ou para o mal. 

Entre os candidatos ao selo de "Orgulho Nacional", existem algumas pessoas que fizeram iniciativas interessantes: 

- Pesquisadores da UFSC que divulgaram, no mês passado, um método inusitado para diminuir os efeitos da quimioterapia: criando sorvete feito com azeite de oliva e proteína vegetal, elementos que minimizam as náuseas e a sensação de dificuldade para engolir típicas de pacientes submetidos a esse tratamento contra o câncer. 

- A associação sem fins lucrativos "Amigos do Bem" completou 25 anos de serviços para matricular crianças carentes no Nordeste, e organizou um show no Espaço das Américas, aqui em São Paulo; 

- Thiago Mattar Cunha, professor da USP de Ribeirão Preto, ganhou o prêmio TWAS-LACREP Young Scientist Prize 2018, destinado a jovens cientistas da América Latina e Caribe, devido às pesquisas sobre doenças inflamatórias; ele lidera um grupo de pesquisas a respeito de medicamentos contra o câncer que minimizam as respostas adversas, como dores; 

- Marta se consagrou como a maior jogadora dos últimos tempos ao ganhar o prêmio da FIFA pela sexta vez. 

Analisando os candidatos ao selo, decidiu-se que ele vai para o pesquisador Thiago Mattar Cunha pela sua pesquisa que o levou a ganhar o prêmio, oferecido pela Academia Mundial de Ciências. 

Thiago Mattar é pesquisador financiado pela FAPESP. 

Pior do que escolher o "Orgulho Nacional" é fazer algo a respeito dos candidatos ao outro selo; desta vez, apenas três se destacaram: 

- O reitor da UFRJ Roberto Leher, filiado ao PSOL, se eximiu de culpa pelo monstruoso incêndio no Museu Nacional, onde quase todo o acervo foi perdido, e responsabilizou o governo federal pela escassez de verbas para a manutenção do prédio; é verdade que a verba é uma miséria, mas não assumir sua parte da culpa e posar de vítima é uma postura longe da grandeza de um líder responsável por uma das melhores universidades do país e por um patrimônio que agora está aniquilado. 

- O general Hamilton Mourão quase colocou em perigo a campanha de Jair Bolsonaro ao aproveitar o atentado sofrido pelo candidato do PSL à Presidência e fazer declarações contrárias ao décimo terceiro salário, uma cláusula pétrea da Constituição, e, além disso, ameaçar fazer um "conselho de notáveis" para praticamente outorgar uma nova Carta, como nas ditaduras. 

- O responsável pelo atentado contra o aludido candidato, Adélio Bispo de Oliveira; o ato poderia mergulhar o Brasil numa época de fúria e violência, mas felizmente isso não ocorreu e sua vítima está para voltar ao controle de sua campanha para presidente. 

Os três merecem o selo, mas apenas um vai ganhar. Pelo ato criminoso, cujo intento de matar sua vítima foi quase bem sucedido, Adélio, que está preso mas ainda não foi sentenciado pelo crime, vai ser agraciado:

Ele não incendiou o Museu Nacional e nem é vice querendo rasgar a Constituição, mas tentou matar um candidato à Presidência!

N. do A.: Orgulhos mundiais são os ganhadores do Prêmio Nobel; hoje, foi a vez dos físicos, destacando a canadense Donna Strickland, a terceira mulher a ganhar o prêmio, e o americano Arthur Ashkin, um dos mais idosos ganhadores da História (96 anos); eles e mais o francês Gérard Mourou receberam o prêmio por seus trabalhos sobre o laser como ferramenta para diversos usos, como pinças ópticas e tratamentos médicos; ontem, imunoterapeutas ganharam o Nobel de Medicina. 

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