Estão debatendo dobre o nome de Eduardo Bolsonaro, o filho do ex-presidente nos Estadod Unidos. Por causa de sua atuação decisiva para as sanções contra o ministro Alexandre de Moraes, mas também para a megataxação sobre produtos brasileiros, as opiniões ficaram divididas. Muitos o consideram um "traidor da pátria", prejudicando todo o Brasil, inclusive seu próprio pai, cuja situação política acabou ficando pior, obrigado a usar uma tornozeleira eletrônica e tendo seus direitos sociais e políticos ainda mais cerceados.
A associação de Eduardo Bolsonaro com Judas Iscariotas, sinônimo de traição, se escaixa dentro da tradição cultural religiosa do Brasil. Contudo, Judas traiu Jesus Cristo em particular, não a sua pátria.
Outro nome citado foi Joaquim Silvério dos Reis, o traidor dos inconfidentes mineiros. Considerado um nome sinônimo de perfídia no Brasil, Silvério não foi o único, mas foi o mais destacado entre os denunciadores do movimento de libertação de Minas Gerais. Neste caso, há a tentação de comparar Trump à rainha de Portugal, Maria I, sendo ambos considerados mentalmente perturbados. Mas o governo brasileiro está bem longe de ser formado por gente oprimida por tiranias sedentas de impostos, sendo comparado a uma delas.
Também se fala em Domingos Fernandes Calabar, um proprietário de terras de origem mestiça ("mameluco"), considerado outro traidor do Brasil. No caso, da colônia portuguesa, pois viveu no século XVII, entre 1609 e 1635. Ele se aliou aos invasores holandeses e ajudou-os nas pilhagens e nas batalhas contra os lusitanos, visando satisfazer seus interesses pessoais, mas foi emboscado, capturado e estrangulado, sendo sua memória amaldiçoada até hoje. Mas Calabar não visava beneficiar outras pessoas, como Eduardo Bolsonaro faz, e nem era sua intenção prejudicar o Brasil, ainda muito longe de ser um verdadeiro país naquela época.
Outro nome citado, desta vez pelo ex-ministro do STF Celso de Mello, foi (Vidkun) Quisling, um ex-governante da Noruega, que teria entregado seu país aos nazistas. Virou um adjetivo para gente pérfida, inimiga da democracia. Mas esse termo seria mais adequado para alguém amante do totalitarismo e da tirania, coisa que o governo americano não é, apesar de Trump adotar às vezes medidas autoritárias. Para os opositores de Lula e do STF, quem se parece mais com o nazismo é o governo brasileiro, por sua perseguição tenaz a quem tenta erguer a voz contra ele.
Eduardo Bolsonaro ainda será um nome muito falado, mas nem sempre será como traidor, ou como um defensor dos conservadores contra uma tirania "esquerdista". Para muitos, ele não se encaixa nesses papeis, e sim como alguém capaz de causar grandes estragos sem conseguir benefício pessoal, pois o risco de perder o mandato ou ser preso não pode ser desprezado.
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