sexta-feira, 4 de julho de 2025

A Justiça precisa pegar os culpados!

Ontem foi preso um dos suspeitos de ter feito o pior roubo por ciberataque da história brasileira. Por meio da C&M Software, uma das grandes prestadoras de serviços on-line para instituições financeiras, ele e outros teriam acessado o banco de dados da empresa e desviado mais de R$ 540 milhões, lesando vários bancos e fintechs, e seus clientes. Neste caso, a principal lesada foi a BMP Instituição de Pagamentos S/A.

Com uma quadrilha a agir desta forma, ações como fazer um simples Pix podem representar grandes prejuízos, arruinando a vida de muita gente. Não bastam os roubos e assaltos convencionais a mão armada. Além disso, não se pode mais confiar cegamente em nenhuma prestadora de serviços ou instituição financeira responsável pelas transações via Internet, principalmente se elas não zelam rigorosamente pelos dados de seus clientes. 

Prenderam um suspeito de ter participado do mega-assalto virtual (Reprodução/Globonews)

É mais um desafio para a polícia, ainda habituada a agir de forma off-line, precisando usar técnicas nem sempre disponíveis, para rastrear ações de hackers e reprimir crimes virtuais, ou evitá-los. Ela deve contar com a colaboração do preso, um ex-funcionário da C&M Software, chamado João Nazareno Roque, para ir até o resto da quadrilha e quem foi responsável pelo pagamento de suborno em troca de dados confidenciais, na hipótese de ele ser realmente culpado, com base nos computadores e outros equipamentos apreendidos. Isso poderá preservar a reputação desta empresa, ou arruiná-la, caso houver a constatação de mais funcionários da prestadora nesta imensa roubalheira. 

quinta-feira, 3 de julho de 2025

Da série 'Classificação dos animais', parte 3 - Répteis

Ao contrário das classes anteriores de animais, aves e mamíferos, os répteis não despertam tanto interesse. Na verdade, eles são considerados seres rastejantes, escamosos, asquerosos, horrorosos, desprezíveis, amaldiçoados, etc., etc. Por isso, existe até uma fobia específica para este tipo de criatura, a tal da herpetofobia. 

Estas "coisas" também não são complicadas de se classificar, aparentemente, quanto as aves, com quem tem um laço em comum: os dinossauros deram origem a elas, embora muitos ainda não engulam essa. 

Contudo, vamos nos ater aos répteis atuais. Os únicos aparentados com os referidos dinos são os crocodilianos, como os crocodilos sempre mostrados como comedores de gente e dotados daquela técnica especial de lidar com suas presas, chamadas de "giro da morte". Eles são da família Crocodilidae, enquanto que os jacarés, bem menos poderosos, e os aligatores, estes também capazes de incluir um humano no cardápio, são os aligatoridae. Não há muito drama nessa classificação. Drama mesmo é se encontrar com essas verdadeiras feras, que se mantiveram mais ou menos parecidas desde o fim do Cretáceo, ou seja, quando os dinossauros ainda reinavam. Apesar de parecerem mais primitivos que os dinos, por andarem de rasto enquanto os outros eram, muitas vezes, bípedes e corredores, eles conseguiram de alguma forma se esconder enquanto o asteroide dava cabo de seus "aparentados" famosos. Na verdade, não tão aparentados assim, pois eles são do grupo dos Pseudosuchia, um nome bem esquisito, ainda mais porque, traduzindo, seria "falso crocodilo", uma contradição evidente. Enquanto isso, os dinos, seus "descendentes" penosos e bicudos, e os pterossauros, formavam outro grupo, os Avemetatarsalia

Lagartos e serpentes são os Squamata, ou escamados. As serpentes, os mais odiados de todos os répteis, por causa da má reputação vinda desde a Bíblia, ocupa apenas uma das subordens de escamados, dentro do grupo Toxicofera, ou os produtores (em potencial) de veneno. Segundo os herpetólogos, ou seja, os estudiosos de seres rastejantes, quanto mais evoluída a serpente, mais ela tende a ser peçonhanta, e as mais evoluídas estariam na família Viperidae, a das víboras, cascaveis, surucucus, jararacas, urutus e outros nomes empregados para xingar alguém. Mas em geral essas serpentes não querem saber de briga, e só dão o bote para se defender. E quando fazem isso, usam seus dentes muito eficientes, a tal da dentição solenóglifa, ou de dentes com canal, para injetar a peçonha. As najas e as corais (Elapidae) não têm um sistema não eficiente, pois suas presas são pequenas, típicas da dentição proteróglifa, mas tentam compensar isso com veneno mais forte e letal; boa parte delas têm cabeça redonda, olhos grandes e cauda comprida, para mostrar o quanto algumas das velhas cartilhas são uma furada neste ponto, pois só consideram as cobras parecidas com as víboras europeias como perigosas. Cabeça triangular e olhos pequenos são características também das cobras mais primitivas, dentro das famílias Pythonidae (pítons, cobras capazes de crescer a mais de 10 m) e Boidae (as sucuris e as jibóias), todas sem veneno e dentes usados só para morder, sendo áglifas. Outro grupo intermediário, este mais complicado de classificar, é o dos Colubridae, aquelas cobras que podem ser ou não perigosas, por terem uma glândula de líquido digestivo para injetar nas vítimas, a tal da "glândula de Duvernoy", com suas presas no fundo da boca, tendo uma dentição opistóglifa (esta é a última palavra grega terminada em -glifa no artigo). Uns falam de uma família em separado, os Dipsadidae, onde estão a cobra-cipó e a muçurana, a cobra que come cobra. O Google e a Wikipedia não se dão ao trabalho de explicar o porque disso, pois só os herpetólogos têm coragem de estudar as diferenças entre os Colubridae e os Dipsadidae

Ainda dentre os escamados, existem uns animaizinhos parecidos com minhocas, as "cobras-de-duas-cabeças", mas elas ficam no grupo dos Anfisbenidae. Esses bichos não despertam muito interesse, a não ser para quem tem problemas com saúvas, pois essas criaturas inofensivas gostam de se enfiar em locais bem escondidos e protegidos, como os sauveiros. 

O resto dos escamados são todos lagartos, mesmo aquelas coisas esquisitas sem patas, as "cobras de vidro", da família Anguidae, seres que costumam piscar (não é picar, é piscar mesmo, pois eles têm pálpebras) e soltar a cauda, como os lagartos "normais" fazem. 

E as tartarugas? Elas ficam num grupo separado, o dos Chelonia, ou quelônios (do grego Chelone, tartaruga), cujos antepassados se separaram do grupo dos arcossauros no meio do Triássico, quando nem os dinossauros existiram ainda. As cascudinhas, no entanto, só apareceram bem mais tarde, quando os dinos já reinavam sobre a Terra. A lentidão dessas criaturas calmas e já com a "casa embutida", como se diz popularmente, é mais própria dos jabutis (Testudinidae), que passaram a viver na Terra após a extinção dos dinossauros. Os outros grupos de quelônios preferem viver no mar ou nos rios (os cágados), onde são até bastante rápidas para escapar dos perigos. 

Esta serpente, a Oxybelis brevirostris, parece estar sorrindo forçado tentando achar graça deste artigo. Ela é um réptil escamado colubrídeo opistóglifo (mas considerado inofensivo)


quarta-feira, 2 de julho de 2025

Não reclame!

Agora em São Paulo faz um frio típico de inverno. Registros de 11, 12 graus Celsius deixam os paulistanos incomodados, ainda mais considerando uma longa temporada sem temperaturas baixas, pois 2024 foi um ano particularmente quente.

Uma mulher preparada para o frio na Barra Funda (Werther Santana/Estadão)



Antes reclamava-se da falta de frio, no ano passado, e agora, das temperaturas baixas. Não dá para viver num ambiente com temperaturas estáveis ou ao gosto do freguês, ainda mais quando precisa se deslocar para o trabalho ou buscar os filhos na escola. 

Esta situação vai perdurar por mais algum tempo, pois o inverno está começando agora. O jeito é não reclamar e usar bem o seu casaco. 

terça-feira, 1 de julho de 2025

BYD apresenta o primeiro carro "brasileiro" da marca

 Em meio aos vários fatores desfavoráveis para a os negócios para as fábricas estrangeiras (e também brasileiras) em geral, e problemas com a legislação trabalhista brasileira devido ao uso de mão-de-obra análoga à escravidão, a BYD conseguiu se firmar e anuncia o seu primeiro "rebento" em Camaçari, na Bahia, um pequeno Dolphin Mini, sucesso de vendas por aqui. 

Nessa fábrica serão inicialmente montados alguns modelos, em regime SKD (com partes já previamente montadas vindas da China) e, posteriormente, CKD (com todas as peças importadas vindas em separado para a montagem local). Um dos carros é o Song Pro, um SUV híbrido com motor aspirado 1.5 e um elétrico, totalizando 235 cv. O torque com o motor elétrico alcança 30,6 kgfm, comparável a de um clássico Opala seis cilindros. Também será montado o sedã BYD King, além do já citado Dolphin Mini. 

Não há muitas expectativas em uma diminuição significativa no preço final, pois as peças ainda vem do exterior. Um Dolphin Mini custa atualmente por volta dos R$ 118 mil reais, um valor salgado para a maioria dos brasileiros. 

BYD diz ter apresentado nesta segunda o primeiro Dolphin Mini brasileiro, mas na verdade ele só foi montado aqui no sistema SKD (Semi-Knocked Down) (Divulgação)


Também se espera gerar empregos locais, pois a BYD estava usando mão-de-obra vinda de seu país de origem, e empregando métodos irregulares. 

Quanto às outras empresas, elas tentaram dificultar o estabelecimento da chinesa por aqui, mas agora terão que se mexer para enfrentaram as novas condições do mercado, ou poderão perder ainda mais clientes.