Novamente, milhares de pessoas foram para a Paulista, para mostrar o nível de descontentamento com o governo, acusado de ser o responsável pelos problemas econômicos pelos quais os brasileiros passam, além de favorecer os gritantes casos de roubalheira nos Correios e no INSS e, por fim, estar em conluio com o STF para calar a oposição.
A USP fala em apenas 12 mil pessoas, mas mesmo assim é um número bem superior às manifestações promovidas a favor do governo. Não vale comparar com a parada LGBTQIA+ ocorrida no mesmo local na semana passada, avaliada em 50 mil pessoas pela mesma Universidade de S. Paulo, pois são eventos de natureza diversa. Mas vale comparar com as manifestações passadas, que reuniram bem mais gente.
Jair Bolsonaro foi de novo o protagonista da manifestação, e novamente deu ares de campanha política visando 2026, deduzindo que o Brasil irá aguentar até lá e elegê-lo, ou eleger alguém escolhido por ele, como algum dos filhos mais atuantes (o 02 Carlos e o 03 Eduardo) ou a esposa Michelle. Bolsonaro sofre das sequelas do atentado de 2018, em Juiz de Fora, e não consegue se recuperar da facada, e isso . Ele acusou o governo de apoiar a Rússia contra a Ucrânia e os grupos terroristas contra Israel, além de destruir a economia e a liberdade, esta última em conjunto com o STF. Conclamou os participantes a garantirem 50% dos deputados e senadores no Congresso, elegendo gente ligada aos valores conservadores ou, ao menos, liberais,
Desta vez, a ex-primeira dama não compareceu, e nem o Nikolas Ferreira, um dos mais ativos apoiadores, mas Tarcísio de Freitas, o governador, foi uma das vozes, vestindo a camisa azul da Seleção, como forma de dizer que é um "reserva" enquanto Bolsonaro é o "titular". Silas Malafaia foi o organizador do evento e mais uma vez usou a sua palavra para atacar o Supremo, e responsabilizá-lo pela morte de Cleriston Pereira da Cunha, o Clezão, preso por envolvimento no 8/1, e cujo processo judicial é marcado por irregularidades. Ele morreu na prisão antes de haver uma sentença.
Os manifestantes gritaram palavras como "assassinos" para se referirem aos membros do Supremo no caso Clezão, e, para não variar, "mito", dirigindo-se a Bolsonaro.
Gustavo Gayer (PL-GO), contribuiu para tentar dar mais visibilidade ao ato no exterior, por se dirigir também aos brasileiros residentes fora do país e aos congressistas aliados de Donald Trump. Mas isso tem efeito limitado no caso desses últimos, pois eles só agirão quando os cidadãos e/ou os interesses dos Estados Unidos forem atacados diretamente, de acordo com a Lei Magnitsky contra estrangeiros. Gayer fez seu protesto fluentemente em inglês não-nativo (do canal AuriVerde Brasil, prestigiado pelos apoiadores do ex-presidente):
N. do A.: Para os apoiadores de Bolsonaro, o ato repercute mais do que a eliminação do Botafogo e do Flamengo no Mundial. Este blog se referiu à boa campanha dos dois cariocas na fase de grupos, mas as oitavas-de-final chegaram. O Glorioso perdeu para o Palmeiras por 1 a 0, e o Flamengo sucumbiu ao Bayern de Munique, apesar de ter tentado jogar à altura do gigante alemão: 4 a 2. Enquanto isso, outro carioca, o Fluminense, logo o menos cotado dos quatro brasileiros, conseguiu passar pela Internazionale, vice-campeã da UEFA Champions League, fazendo 2 a 0 e fazendo inveja aos rivais.
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