sexta-feira, 28 de abril de 2023

UFA!

Passaram-se quatro meses deste ano! 

Ao longo dos oito meses restantes de 2023, este blog vai tentar abordar assuntos nunca explorados neste espaço, alguns não tão bons de se ver, mas decididamente interessantes ou capazes de despertar alguma reflexão. 

Continuam, porém, as séries sobre as empresas varejistas do passado (aguardem a próxima semana) e alguns artigos do "Mondo Cane", "oitentolatria" e "noventolatria", entre outras. Infelizmente, vai haver muito sobre política, economia, justiça (principalmente no tópico "Justiça?", com ênfase no ponto de interrogação) e assuntos internacionais. Poderemos ter muitas surpresas, nestes casos. Até mesmo... 

Esse pessoal tá fazendo besteira demais! Acho que a gente tem que ir aí pra tocar o terror!


quinta-feira, 27 de abril de 2023

Quem achava?

Cuca iria se firmar como treinador do Corinthians após denúncias de estupro?

Maurício de Souza iria ser eleito para a ABL?

O presidente Lula teria vida fácil (ou o ex-presidente Bolsonaro)?

A equipe econômica iria sossegar o facho depois do recuo do imposto sobre os produtos importados de até US$ 50? (Ver foto e legenda abaixo). 

Joe Biden desistiria de concorrer à reeleição apesar da idade?

O ministro Fernando Haddad quer criar um imposto digital para o comércio eletrônico (Valter Campanato/Agência Brasil)


quarta-feira, 26 de abril de 2023

BBB não é mais aquele

Depois de tantas edições mornas, o BBB deste ano foi o mais frio de todos, com a audiência capenga e repercussão fraquíssima. A atração da Globo e da Endemol terminou com míseros 20 pontos de audiência, comparáveis às das novelas da "Vênus Plastificada". 

Logo vão se esquecer da vencedora, Amanda. Naturalmente, ela já foi festejar e começar a gastar o seu prêmio. Talvez não termine como outros vencedores, agora falidos, que chegaram a protagonizar, ano passado, uma propaganda do Santander, mas sem nenhum glamour (em compensação, pouca gente se lembra dessa "pagação de mico"). 

Já se fala em reformular o BBB 24. Não dá mais para manter o formato atual. Talvez seja a hora até de repensar a continuidade desse programa, e reconhecer sua decadência como forma de entretenimento. 

terça-feira, 25 de abril de 2023

Da série "Notícias para encher página de portal da Web". ´parte 6

 Arre! Outra vez o blog vai mostrar alguma pérola feita por algum engraçadinho com algum conhecimento em edição de imagens, para criar caso, enquanto acontece algo mais importante. 

Alguém postou sobre um suposto "peixe gorila" encontrado no mar do Caribe. O estranho animal com cara de poucos amigos tinha cabeça de macaco com corpo semelhante ao de uma garoupa, peixe comum na região. Quem viu isso no Twitter ou no Instagram e acreditou nessa pegadinha, teve reações diversas, falando em "mudanças climáticas" ou "mutações genéticas". Outros fizeram piada com a coisa, com quem teria postado isso pela primeira vez, ou com o pescador da foto. 

Peixe-gorila? Como diria o finado Padre Quevedo, eso no ecziste! (Divulgação)

Enquanto isso, a lei das fake news avança no Congresso e muitos temem pelo fim da liberdade de expressão na Internet, enquanto outros comemoram o maior controle sobre as mentiras que infestam as redes sociais. O problema é o critério para definir isso. 


segunda-feira, 24 de abril de 2023

As gerações que definirão o futuro da Terra

A mídia principalmente nos Estados Unidos fala sobre as gerações chamadas de "baby boomers", X, Y e Z, entre os nascidos após a Segunda Guerra Mundial. O assunto já foi abordado há algum tempo. Para recapitular: 

"Baby Boomers" são os nascidos entre 1945 e 1964, grosso modo, pois certas pessoas nascidas a partir do final da década de 1950 já apresentam características da geração seguinte. Estão no final da meia-idade até a velhice, desfrutando de uma saúde melhor do que as gerações anteriores em sua faixa etária. 

A geração X é formada pelos nascidos entre 1964 e 1980. Pessoas atualmente na chamada "meia idade". Muitos entre 1976 e 1980 já apresentam características dos mais novos. 

A geração Y, chamada também de "millenials", nasceu entre 1981 e 1996. Estaria, em tese, moldada para comandar os rumos do século XXI. Para muitos, é algo ruim. 

Os mais jovens, nascidos aproximadamente entre 1996 e 2010, são a "geração Z", formada por gente que parece ter "instintos tecnológicos", pois possuem habilidades no celular desde bem pequenos. 

Quem vai definir o rumo deste século já consolidado e difamado são justamente os "millenials" e os Z. Para os mais velhos, isto é, os nascidos antes de 1980, essa rapaziada está arruinando o mundo, porque reunem vícios difíceis de serem escritos num só espaço. Ambos são vistos como imaturos, "adultescentes aborrecentes", passam tempo demais no videogame e no celular, impacientes, presunçosos, malcriados e aparentemente incorrigíveis, mas há diferenças entre eles. 

Os "millenials", crescidos durante o grande salto tecnológico da virada do século XX para o XXI, são apodados de "geração mimimi", muitos deles com baixa tolerância à frustração e a mania de querem opinar sobre tudo, mesmo com conhecimentos falhos ou totalmente equivocados sobre determinado assunto, sem ter a necessária humildade para reconhecerem seus erros, enquanto os Z, tipicamente, são mais tolerantes e menos opinativos, embora tenham ainda mais dificuldade para se concentrarem em tarefas e terem lacunas demais para entenderem as normas de conduta, por estarem acostumados a ficarem cercados de gadgets eletrônicos e usarem as redes sociais. 

Por serem pais dessas gerações problemáticas, os "baby boomers" e a geração X são apontados como culpados pelos mais idosos e tradicionalistas. Os nascidos entre 1945 e 1980 viveram na época da liberação dos costumes e da progressiva igualdade entre os sexos. Segundo os mais conservadores, isso gerou falhas na condução dos mais jovens, chegando a dizer, às vezes em tom não jocoso, que "faltou surra (de cinta ou mesmo daquela antiga vara de marmelo)" para eles. 

Como agora é mais difícil corrigir os Y e o Z, pois agora eles são adultos, ou próximos disso, restaria ver como a próxima geração, ainda não rotulada com um título oficial (já se fala em "geração alpha"), os nascidos depois de 2010. Ainda são crianças, com menos de 13 anos, filhos dos "millenials" em sua maior parte. Será que eles terão a capacidade de consertar eventuais burradas dos seus pais e irmãos mais velhos? Ou devemos considerar que tais definições só se encaixam nos países de cultura ocidental entre a classe média e a elite, enquanto essa sopa de letras é mais difícil de ser definida na China, na Índia ou em algum país islâmico, por exemplo. 

George Orwell (1905-1950), autor de uma das distopias mais famosas, 1984, teria dito esta verdade que os mais jovens muitas vezes não querem reconhecer


quinta-feira, 20 de abril de 2023

Da série "Grandes varejistas do passado", parte 1 - Arapuã

A Arapuã continua a ser lembrada por muita gente, apesar de um rumoroso processo de falência iniciado em 1998. E vai inaugurar a série de empresas do varejo para fazer doer o coração dos saudosistas. 

Como já existe uma história contada e recontada por vários sites como, por exemplo, o da Gazeta do Rio, com uma reportagem assinada por Leonardo Ribeiro (ver AQUI), este blog não vai se estender muito. 

O logotipo da Arapuã e seu slogan imortalizado (Divulgação)

Fundada em 1957 por um jovem chamado Jorge Wilson Silveira Jacob, herdeiro da loja de tecidos Nossa Senhora Aparecida em Lins, então uma pequena cidade a 450 km da capital paulista, a história da grande varejista começou quando o adolescente, mostrando tino comercial, resolveu mudar o nome da razão social da loja, mudando-o para Arapuã, aumentando as vendas com melhorias na qualidade dos produtos e adotando preços agressivos para aumentar as vendas e o faturamento, conseguindo pagar os credores. Com mais dinheiro e crédito, começou a expandir seus negócios, instalando uma segunda loja em Araçatuba, também no interior paulista. 

Cansado de só vender roupas, o Sr. Jacob, como era conhecido o dono da Arapuã, passou a vender também eletrodomésticos, passando a ser um comercializador fiel dos produtos Walita, quando a marca ainda não pertencia à Philips, que também passou a ser parceira das lojas por vários anos. Depois de anos de dificuldades, a varejista começou a se expandir, chegando até a capital. Passou a vender também móveis e outros bens de consumo duráveis. Foi pioneira nas vendas com pagamento a prazo, estratégia logo seguida por concorrentes como as Casas Bahia e o Mappin. 

Durante o chamado "Milagre Econômico", o Sr. Jacob resolveu aventurar-se no ramo da construção civil (Construtora Lótus). Mais tarde, já nos anos 1980, adquiriu a também saudosa fábrica de biscoitos Duchen, aquela cujo prédio foi projetado por Oscar Niemeyer e instalado às margens da via Dutra, na Zona Norte de São Paulo. Não satisfeito, ainda comprou a Neugebauer, empresa de chocolates conhecida pelo Stick, vendido até hoje, e a Etti, fábrica de produtos de tomate, na mesma época. Investiu em propaganda, fazendo aparecer até uma mascote, Arapinha, um pica-pau de cor amarela, embora o nome da empresa fosse, provavelmente, inspirado em outra ave, a aracuã. O slogan "Ligadona em você" acabou grudando como chiclete na cabeça do povo brasileiro. 

O mascote Arapinha, divulgado em uma revista em quadrinhos nos anos 1980 (Divulgação)

A Arapuã prosperava, com suas centenas de lojas em todo o Brasil e um portfólio vasto, mas antes mesmo do Plano Collor, o Sr. Jacob foi até os Estados Unidos e voltou disposto a modernizar o seu império. Ao voltar, mandou fechar lojas consideradas não rentáveis, e concentrou a atenção nos eletroeletrônicos, como os televisores da Mitsubishi. Foi implantado um sistema moderno (para a época) de informatização, agilizando a venda dos produtos e aumentando o capital de giro, fazendo a marca sobreviver às tormentas da hiperinflação e do Plano Collor. Com o Plano Real, a situação pareceu melhorar, e a Arapuã abriu seu capital, chegando a ter valorização de 140% nas suas ações em apenas 15 meses, entre 1995 e 1996. 

Uma das famosas propagandas da Arapuã, feita em 1995, quando a empresa parecia imbatível (Propagandas Históricas/Youtube)


Porém, uma das causas da expansão dos negócios, a venda a prazo, foi seriamente afetada pela crise asiática em 1997, fazendo muitas empresas quebrarem. A Arapuã era fortemente dependente dessa modalidade de vendas, e com a inadimplência, o faturamento desabou. A dívida aumentou drasticamente, e só a parte dos créditos em atraso somava cerca de R$ 550 milhões, levando a empresa a pedir concordata. Descobriu-se que o banco do grupo, o Fenícia, era o responsável pela concessão dos créditos às lojas, o que era (e é) um procedimento ilegal. As mesmas marcas favorecidas pela ex-gigante do varejo - a Philips e a Mitsubishi - passaram a se voltar contra ela, contestando o plano de recuperação judicial. 

Apesar das tentativas de reação, chegando a estampar até a camisa do São Paulo (um dos gigantes do futebol paulista) em 2001, e do processo ter chegado ao STF e ao STJ, a novela foi se arrastando. O império foi esfacelado com a venda da Fenícia, da Etti e da Neugebauer. Em 2002 foi decretada a falência por quebra nos termos da concordata, quando as lojas já não operavam. A decisão foi revertida, para ser confirmada mais tarde, em 2009, pelo mesmo motivo alegado sete anos atrás. 

Os Jacob não desistiram de trabalhar, apesar de condenações à prisão nunca cumpridas, e um dos filhos do Sr. Jacob, Renato, tentou abrir lojas nas periferias de São Paulo e Belo Horizonte, vendendo roupas, como no início desta amarga história. Não deu certo, e eles foram obrigados a mudar o nome para Sette Bello, e depois fecharam boa parte das lojas. Uma última tentativa de satisfazer os instintos capitalistas da família foi a aquisição de 20% das ações da Rio, uma empresa de bebidas, em 2017. Ao contrário da Arapuã, a Rio ("Beba Rio") continua pequena e relativamente desconhecida, embora atuante no mercado. 

Atualmente, pouquíssimas pessoas conseguem imaginar as relações entre esta modesta fabricante, a nanica rede de lojas Sette Bello e a ex-titã do varejo brasileiro, parte de um império gigantesco, agora destruída após décadas de serviços aos brasileiros, interrompidos por um final triste e doloroso. 

quarta-feira, 19 de abril de 2023

Novo impulso para a CPI do 8/1

Este blog prometeu não incluir tantos escritos sobre política, mas devido à gravidade do assunto isso tornou-se inevitável. 

O agora ex-chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) é o general Gonçalves Dias, homônimo do famoso poeta romântico do século XIX (o qual lamentaria a política de nossa "terra das palmeiras" se vivo estivesse). Imagens dele dentro do Palácio do Planalto durante o saque promovido pela turba do 8/1 vazaram, e ele foi intimado a depor na Câmara. Mandou entregar um atestado médico para não ir, antes de se reunir com o presidente Lula e demitir-se do cargo. 

Imagens das câmaras de segurança dentro do Palácio do Planalto mostraram o general à paisana supostamente falando com os invasores durante o 8/1 (Divulgação)



Este fato novo deu mais força para a instalação de uma CPI mista, tão cobrada pela oposição e igualmente evitada pela situação. Aumentaram os indícios de uma suposta armação para minar os apoios ao ex-presidente Jair Bolsonaro e colocar Lula e o STF como defensores da democracia. Quem realmente estava por trás daqueles baderneiros que destruíram obras valiosas e provocaram prejuízos milionários, além de conspurcar a imagem do Brasil diante do mundo?


N. do A.: O poeta, e não o general, era um entusiasta dos indígenas, vistos como os "bons selvagens" à maneira de Rousseau. Esta imagem está totalmente fora da realidade no atual Brasil, com as comunidades indígenas lutando pela preservação de seus costumes tradicionais, lutando contra invasores de suas terras e contra uma imagem equivocada dos "brancos" a respeito deles, enquanto estão mais integrados ao estilo de vida do restante da população. E, pela primeira vez, se comemora o "Dia dos Povos Indígenas", e não mais o "Dia do Índio" (termo problematizado atualmente devido à relação com as "Índias", termo usado pelos colonizadores portugueses, e pelo uso da palavra para designar "primitivos" vivendo em tribos no meio do mato). 

terça-feira, 18 de abril de 2023

Probabilidade de racionamento próxima de zero

Pelo menos aqui na Grande São Paulo.

Chove forte na cidade desde manhã e principal reservatório, o Cantareira, está em mais de 83%. O Guarapiranga, dentro da Zona Sul paulistana, está em 85%. Abril não costuma ser um mês chuvoso, e as interpéries causaram alagamentos e tornaram o trânsito caótico em vários pontos. 

Não faltarão hipóteses para tentar explicar o fenômeno, mas algumas delas podem ser facilmente refutadas. Os desmatamentos na Amazônia, em teoria, deveriam provocar o efeito contrário: a falta de chuvas no Sudeste. Pode-se descartar, também, os efeitos climáticos do Oceano Pacífico: o La Niña, resfriamento das águas que provoca a diminuição da temperatura em vários pontos do Hemisfério Sul, terminou em março, e o El Niño, o aquecimento, só fará efeitos significativos a partir de julho. 

O Elevado João Goulart (vulgo Minhocão) tornou-se um dos pontos de complicação para o trânsito sempre problemático da capital paulistana (Tiago Queiroz/Estadão)


N. do A.: O clima também é de festa em Milão, com a classificação do Milan para as semifinais da Champions League, após vitória contra o Napoli em San Siro por 1 a 0 e empate como visitante no estádio Diego Armando Maradona (ex-ídolo do time napolitano). O time estava há anos fora do torneio mais importante do futebol europeu. O outro time da cidade lombarda, a Internazionale, irá jogar amanhã contra o Benfica, e pode perder por até um gol de diferença em casa, também no San Siro. 

segunda-feira, 17 de abril de 2023

Curiosidade mórbida

Algo considerado intrigante para estudiosos do comportamento humano é a fascinação por cadáveres. Até hoje a morte é estigmatizada e temida, ainda mais quando ela ocorre de forma violenta. 

Não faltam imagens espalhadas pela Internet com corpos mutilados em estado mais ou menos adiantado de decomposição. Há quem goste de ver determinada característica do corpo. Se estiver nu, atrai a atenção de quem tem atração sexual pelos mortos, por exemplo. 

Um rapaz não identificado de 22 anos foi preso em Brasília por espalhar fotos de artistas mortos, como Marília Mendonça, Gabriel Diniz e Cristiano Araújo, todos cantores sertanejos vítimas de acidentes. Este teve a infelicidade de ser pego, pois muitos outros despejam fotos mórbidas envolvendo gente famosa na rede e continuam impunes. 

Este comportamento poderá não cessar quando eventualmente o ser humano atingir a imortalidade. Pelo menos se ele mantiver o nível moral, historicamente tão lamentado e vituperado. 


N. do A.: Tão lamentado e vituperado quanto se entreter com gente morta é o comportamento do governo, que se pretende ser o mediador da paz entre a Ucrânia e a Rússia e querer agradar a China falando a respeito de Taiwan, mas só consegue gerar críticas por sua visão míope, rasa e presunçosa, sem a menor sofisticação nem tato. Nossos governantes continuam a nobre tradição de fazer do Brasil um anão político, cujo papel é minúsculo comparado com o potencial gigantesco do nosso impávido colosso. 

sexta-feira, 14 de abril de 2023

Da série "Mondo Cane", parte 80, ou "Tragico Mondo Animale"

Notícias sobre tragédias envolvendo animais estão tão frequentes ultimamente que este blog resolveu escrever mais uma série sobre o mundo cão, ou melhor, o mundo animal em geral. 

Causou espécie a terrível e violentíssima explosão que matou cerca de 18 mil vacas leiteiras numa fazenda no Texas, Estados Unidos, ferindo também uma mulher. A matança aconteceu porque as máquinas responsáveis pela manutenção dos animais entraram em pane e depois uma fagulha entrou em contato com o metano presente dentro do recinto onde estavam confinados os infelizes animais. Os militantes pelo combate ao aquecimento global falaram sobre o fato dos bovinos emitirem muito metano quando ruminam ou defecam, e o metano é um dos gases responsáveis pelo efeito estufa, que impede a dissipação do calor recebido pelo Sol. Por outro lado, pareceram não ter se comovido com a tragédia e os imensos prejuízos para os donos dos animais (estimados em mais de US$ 30 milhões). 

A explosão foi comparada ao ataque de um míssil (Gestão de Emegências do Condado de Castro/CNN)

Na China, um homem da província de Hunan foi condenado a cinco anos por matar mais de 1.100 galinhas pertencentes ao vizinho dele. O homem teria invadido a propriedade e assustado de propósito as aves, gritando e usando uma lanterna. As galinhas morreram de susto. Segundo o juíz, a pena deveria ser maior, mas o condenado mostrou arrependimento pelo crime bizarro. 

Repercute bastante o filme O Urso do Pó Branco (Cocaine Bear), sobre um urso que entrou em contato com vários quilos de cocaína provindos de um avião após sua queda, na Turquia. A fera se tornou uma máquina de matar e começou a trucidar quem tinha o azar de cruzar o seu caminho, mas a história verdadeira não foi essa: o infeliz animal morreu sem ter atacado ninguém, vítima de overdose. 

Em Maceió, houve o atropelamento de um cão por um caminhão de lixo e, ao invés de socorrê-lo, jogaram-no na caçamba do caminhão. A cena foi filmada, e os responsáveis pelo ato foram demitidos. 

quinta-feira, 13 de abril de 2023

A curiosa situação linguística do Brasil

O Brasil é um país enorme cuja população fala variantes do português, em diferentes dialetos. Ainda assim, é apenas um idioma falado na maior parte da população, com pequenos núcleos de outras línguas, entre os indígenas, quilombolas, imigrantes e parte de seus descendentes. 

Países muito menores possuem uma diversidade linguística muito maior, onde partes expressivas das populações falam idiomas diferentes do oficial, ou dois idiomas oficiais. 

No primeiro caso, está a Itália, cuja língua oficial é o italiano, derivado do antigo toscano. Existem várias outras, parecidas por terem a mesma origem (o latim), mas consideradas independentes, como o vêneto na região de Veneza, o sardo na Sardenha, o friuliano na região de Friuli (norte da Itália) e o occitano (variante do provençal falado no sul da França), além de uma expressiva população falante do alemão no chamado Tirol italiano, no extremo norte do país. A Espanha também é conhecida por sua diversidade em termos de idiomas, como o catalão na Catalunha e o galego na Galícia, este último mais aparentado ao português do que ao castelhano, o espanhol padrão. 

No segundo caso, encaixa-se o Paraguai, que possui o espanhol (castelhano) e o guarani como idiomas oficiais. A Bolívia também possui vários idiomas de origem indígena como oficiais, além do espanhol. Um deles é o quíchua, o mais difundido na região dos Andes e falado pelos antigos povos da chamada civilização inca, sendo língua oficial também no Peru e falado na Colômbia, no Equador, no Chile e na Argentina.

Os dialetos do português brasileiro são perceptíveis entre eles, motivos de deboche, piada ou mesmo discriminação, mas também de admiração e respeito. Nenhum deles segue rigorosamente as normas consideradas formais de pronúncia. Os dialetos principais são: 

- Caipira, falado no interior de São Paulo, sul do Mato Grosso do Sul e oeste de Minas Gerais, com a pronúncia caracterísitca do r, herdada dos indígenas de etnia tupi. 

- Costa norte, encontrado no Nordeste, principalmente no Ceará, mas também no Piauí e partes do Maranhão e Rio Grande do Norte, macaqueado em algumas novelas da Globo. 

- Baiano, falado na Bahia e em Sergipe, conhecido pelas abreviações de palavras. 

- Fluminense, dialeto típico do interior do estado do Rio, mas também no Espírito Santo, região de Juíz de Fora e na cidade de Bananal, no Estado de São Paulo. 

- Gaúcho, o indefectível sotaque chamado de "sulista", com influência do espanhol. 

- Mineiro, também muito conhecido e falado principalmente no interior do estado de Minas Gerais; possui certas afinidades com o dialeto caipira, mas não pode ser confundido com ele, hábito do pessoal vivente nas metrópoles do Rio e de São Paulo. 

- Nordestino, encontrado em Pernambuco, Alagoas, Paraíba e outros estados; não pode ser confundido com o dialeto cearense nem com o baiano. 

- Nortista, dialeto falado pela gente na região da Amazônia, com muita influência dos idiomas indígenas. 

- Paulistano, o sotaque marcado pela influência italiana, falado pelos habitantes da grande metrópole paulistana e outras cidades da Grande São Paulo, cheios de meu, ôrra e da hora

- Sertanejo, falado no Centro-Oeste, principalmente no Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás. 

- Sulista, falado no Paraná e Santa Catarina, com a peculiar pronúncia do e final; é influenciado pelos idiomas dos imigrantes europeus. 

- Florianopolitano, também conhecido como "manezinho da ilha", dialeto próprio de Florianópolis, a capital de Santa Catarina, com suas diferenças em relação ao linguajar dos sulistas. 

- Carioca, bastante ridicularizado por ser falado nas novelas da Globo, foi marcado pela vinda da Família Real em 1808, instalada na então capital do Brasil; por isso, os habitantes da "Cidade Maravilhosa" herdaram a pronúncia do S lusitano. 

- Brasiliense, uma mescla dos vários dialetos dos trabalhadores contratados para construir a atual capital do Brasil, vindos principalmente do interior do Centro-Oeste e do Nordeste. 

- Serra Amazônica, dialeto com características entre o amazônico e o sertanejo, falado principalmente na parte desflorestada da Amazônia. 

- Recifense, uma variação do dialeto nordestino falado em Recife, Olinda e outras cidades do litoral pernambucano. 

Mapa do Brasil dividido em regiões onde predominam determinados dialetos (do site thefools.com.br)

Independentemente da região, muitos vão expressar seu descontentamento com os aumentos nos preços das apostas das loterias (verdadeiro hábito nacional, também chamado de "imposto sobre os tolos"). Quem tem o costume de comprar produtos importados também vai usar suas expressões dialetais para xingar o governo, pois a isenção de taxas para itens até US$ 50 acabará. 

quarta-feira, 12 de abril de 2023

Primeira professora trans na Escola de Comunicações da USP

Já faz alguns dias que a Escola de Comunicações e Artes da USP, a ECA, tem em seus quadros a primeira professora trans (de transgênero), Dodi Leal, do Programa de Pós Graduação em Artes Cênicas. 

Ela possui licenciatura em Artes Cênicas pela mesma faculdade onde esta lecionando, e também bacharelado em Ciências Contábeis pela FEA, prédio quase vizinho, separado pela Av. Prof. Lúcio Martins Rodrigues. Fez mestrado na FEA, com ênfase em Educação e Pesquisa, e doutorado em Psicologia Social, fazendo estágio doutoral na Universidade de Coimbra, de acordo com sua página na Wikipedia. 

Professores trans são minoria mesmo nas universidades (Divulgação / Instagram)


Publicou livros sobre assuntos como o Teatro do Oprimido, e também sobre a transexualidade (De Trans Para Frente), além de artigos diversos. Atua na pesquisa sobre cenografia e atuação. Também atua na defesa dos direitos das pessoas trans. 

Em 2017 apareceu na mídia lutando na Justiça pelo uso do nome pelo qual é agora conhecida. Curiosamente, a reportagem do jornal O Globo referiu-se a ela apenas como uma "estudante de psicologia" e destacou o fato de ela não ter feito cirurgias para mudança de sexo biológico, como fazem os transexuais, mas não os transgêneros (ambos identificados pela letra T na sigla identificadora das minorias sexuais, LGBTQIA+). Seu nome de batismo, masculino, não é divulgado, mas ela não vê importância nisso para o seu trabalho. 

Mesmo num ambiente considerado mais liberal como a USP, professores trans são raridade e ainda causam estranheza, mas isso poderá mudar aos poucos. Não se pode descartar a possibilidade de outras faculdades terem pessoas não cisgêneras à frente das salas de aula, mesmo as menos ligadas às áreas de ciências sociais. 


N. do A.,: A sigla LGBTQIA+ ainda causa muita confusão na maioria das pessoas, não identificadas nem como lésbicas (L), gays (G), bissexuais (B), trans/transgêneros/transexuais (T), queers - como as drag queens e pessoas assemelhadas (Q), intersexo (I; indivíduos antigamente denominados "hermafroditas"), assexuais (A) e outros casos (o símbolo de +). Sob o pretexto de não querer excluir esses casos, os defensores da chamada "ideologia de gênero" querem colocar mais letras para abranger os "sexualmente curiosos", os pansexuais (que possuem atração sexual por qualquer pessoa em idade reprodutiva), os kink (antigamente chamados de "fetichistas sexuais") e quaisquer pessoas pejorativamente vistas como "taradas" ou "sexualmente desviantes" pelos mais conservadores. Ao contrário do que dizem calúnias e acusações sem fundamento, não há letra para identificar pedófilos, embora haja muitos desses criminosos sexuais entre os LGBTQIA+, e também entre os heterossexuais. 

terça-feira, 11 de abril de 2023

Boas notícias?

 Eis as notícias consideradas boas neste início de semana: 

- Vítor Pereira demitido do Flamengo após goleada do Fluminense na final do Carioca. 

- Dólar cai para R$ 5 após anúncio de inflação de 0,73% no mês de março. 

- Governo vai entregar novo arcabouço fiscal para ser votado pelo Congresso. 

- Ricardo Lewandowski sai do STF. 


VIVAAAA!!!


N. do A.: Que este blog trate de postar algo diferente de economia, política, futebol, STF...

segunda-feira, 10 de abril de 2023

Balanço dos primeiros 100 dias do governo Lula

Pode-se alegar que 100 dias é muito pouco para avaliar um governo, ainda mais no Brasil, onde os rumos tomados parecem mudar de forma às vezes drástica. De fato, nesse período de tempo não se pode fazer mesmo muita coisa, apenas novas diretrizes para o curto e médio prazo, na maioria das vezes peças da mais pura ficção. 

Este terceiro mandato do presidente Lula, ao contrário do primeiro, não se deu em "lua de mel" com os grandes agentes: o mercado financeiro, a imprensa e o povo. O primeiro está apreensivo, o segundo muitas vezes apresenta-se hostil (principalmente as mídias conservadoras, que ganharam força a partir de 2018) e o último, ainda esperando alguma melhoria na qualidade de vida. As críticas não são nada lisonjeiras, devido à insistente briga do atual governo com o Banco Central, o legado deixado por Jair Bolsonaro (que não é dos melhores, mas também não foi uma herança tão "maldita" quanto eles querem expor), a realidade e o bom senso. Os desafios são muitos, e para enfrentá-los o governo repete fórmulas já tentadas anteriormente, como o Minha Casa, Minha Vida e o Mais Médicos. A Bovespa, indicativo do humor financeiro brasileiro, vem reagindo com certa ferocidade, como se pode ver nos dados abaixo: 

Da lista, a única a cair durante os 100 dias de 2023 foi justamente a Bovespa (Divulgação / Poder 360)


Boa parte da oposição continua a lembrar da péssima relação do PT com a ética, enquanto o Partido dos Trabalhadores às vezes esquece de enaltecer as realizações do tempo no qual ele dava as cartas no país para tentar anular as marcas do bolsonarismo, insistindo em temas polêmicos como a regulação das mídias sociais, sob o pretexto de combater as mentiras ("fake news") que as infestam, partindo do pressuposto que os usuários são incapazes de se defender delas. 

O governo, em conjunto com o STF, também quer colher os frutos da atuação contra os arruaceiros de 8/1, que ainda deixam sequelas profundas, como os objetos de valor que estão passando por um longo e custoso processo de restauração, mas ambos, Executivo e Judiciário, confirmam a péssima fama da baixa tolerância com vozes discordantes, ainda mais com manifestantes pacíficos presos, sob alegação de "golpismo". Não há distinção clara de tratamento entre eles e os verdadeiros vândalos, muitos deles possivelmente à solta. 

Também não se deve esquecer os constantes desentendimentos entre os integrantes do governo, agravados, e não amenizados, pela tendência de Lula em centralizar as decisões. 

Por último, a sensação de insegurança aumenta com a barbárie no Rio Grande do Norte e os acontecimentos de Blumenau, sem falar nas intermináveis notícias sobre roubos e assassinatos. 

Brasília está a fazer jus à avaliação recebida. Assim como os governos estaduais, muitos deles sendo tratados de forma bem mais elogiosa. É o caso do governo Tarcísio de Freitas, que está tratando de projetos muito importantes como a conclusão do Rodoanel, o Trem Intercidades e a despoluição do Rio Tietê, mas está enfrentando problemas com as falhas no transporte público (principalmente na Capital) e, também, as discordâncias entre os componentes do governo, uma maioria de perfil técnico contra a minoria fiel ao bolsonarismo. 

sexta-feira, 7 de abril de 2023

Em um casebre

- Mamãe! Estou com fome! O presidente falou que a gente ia comer picanha porque o preço dela ia baix...

- Quieto, menino! Que pecado é esse? Hoje é sexta-feira santa!

- Mas a gente vai ter picanha depois, né?

Não! E nem pense em carne hoje, aliás, nem pense em carne nos próximos dias, porque ainda está caro!

Queria comer alguma coisa!

- Escuta, filho... não é melhor a gente deixar de pensar em comer? Aliás, na sexta-feira santa muita gente faz jejum. 

- Mas eu não como direito faz muito tempo. 

- Se você ficar quietinho, vai ganhar um ovo...

- De Páscoa? Eba!

- Não! De galinha, mesmo! Tá louco, meu filho? Os ovos de Páscoa estão custando os olhos da cara!

- Mãe, quando é que a gente vai sair dessa vida?

- Quando eu ou o seu pai conseguirmos algum emprego, mas tá difícil!

- O Lula disse que a nossa vida ia melhorar!

- Como você é inocente, filho, acreditando em promessas de políticos!

- Mas você tava entusiasmada na hora da eleição. 

- Era para não eleger o Bolsonaro, que não pensou nos pobres e sim nos malucos dos apoiadores dele, mas agora eu tô arrependida! Se eu soubesse que o Lula não ia conseguir fazer nada nestes cem dias de governo...

- Então a gente faz o quê? Faz que nem você na eleição? O L?...

- Já pro quarto de castigo!!

quinta-feira, 6 de abril de 2023

Uma lista prévia de grandes varejistas que faliram

Com certeza o amigo leitor deste blog já ouviu falar de muitos destes ex-gigantes do varejo. Pretendo escrever sobre cada um deles em artigos separados, em forma de série. 

O caso do Mappin e da Mesbla já foi citado aqui. Todas essas lojas tiveram problemas graves, levando-as à falência ou serem adquiridas por outras redes de varejo, deixando saudade em muita gente. Na lista não estão lojas com um ou dois pontos de venda em uma só cidade, como a Piter de São Paulo, a Império de Salvador ou a Prosdócimo de Curitiba. 


Arapuã (falência em 2002, revertida mais tarde e decretada novamente em 2009).

Barateiro (adquisição pelo Pão de Açúcar em 1998).

Casa Cruz (falência em 2017).

Casas Buri (aquisição pelo Ponto Frio em 1992).

Casas da Banha (falência em 1999).

DB Brinquedos (falência em 1994).

Ducal (falência em 1986).

Dudony (adquição pelo Grupo Silvio Santos em 2009).

G. Aronson (falência em 1998).

Jumbo Eletro (marca do grupo Pão de Açúcar; absorção por outras lojas do grupo em 1998).

Kolumbus Móveis (falência em 2007).

Lojas Brasileiras (deixaram de existir em 1999).

Lojas do Baú (compradas pela Magazine Luiza em 2011).

Lojas Disapel (falência em 2000).

Lojas Disco (adquição pelo Paes Mendonça em 1990).

Lojas Hermes Macedo (falência em 1997).

Lojas Insinuante (adquirida pelo Ricardo Eletro em 2016).

Lojas Muricy (falência em 1998).

Lojas Pelicano (falência em 2008).

Lojas Pirani (falência em 1972).

Manlec (falência em 2017).

Paes Mendonça (aquisição pelo grupo Pão de Açúcar em 1999).

Pakalolo (falência em 2009).

Peg-Pag (adquirido pelo grupo Pão de Açúcar em 1983).

Sandiz (marca do grupo Pão de Açúcar; adquirido pelo grupo Susa em 1987).

Sendas (adquirido pelo Pão de Açúcar em 2003; a marca sairia em 2011).

Sé Supermercados (adquirido pelo grupo Pão de Açúcar em 2002).

Tamakavy (do grupo Sílvio Santos; desapareceu em c. 1989).

Ultralar (falência em 2000).


quarta-feira, 5 de abril de 2023

ChatGPT vai mal em Matemática no ENEM!

Pode parecer estranho o ChatGPT, maior chatbot do mundo e atual sinônimo de inteligência artificial, ser uma verdadeira lástima em matemática, mas ele se saiu bem mal, pior até que a estarrecedora média dos estudantes do ensino médio nessa matéria: média de 433 pontos, contra 527 dos humanos. Patético? Não é bem assim. 

Segundo testes feitos pelo Deltafolha, a seção de jornalismo de dados do jornal Folha de S. Paulo, usando provas do ENEM entre 2017 e 2021, ele conseguiu se dar bem em ciências humanas e da natureza, valendo-se de seu banco de dados imenso. Basta consultá-lo para conseguir as respostas. Neste caso, ele superou a média dos estudantes, embora longe de gabaritar nos testes: a melhor nota foi 785, na prova de 2017 para ciências humanas. Na redação, o robô fez um texto onde ainda se pode notar ser de uma máquina e não de um ser humano, sendo bastante coerente com a gramática, mas com um emprego de acentuação relativamente pobre, comparado com a escrita de escritores fluentes. 

No caso das questões de ciências exatas, como matemática, a inteligência artificial precisava interpretar as informações e empregar uma metodologia para fazer os cálculos. Neste caso, não adianta usar bancos de dados. Pelos testes do Deltafolha, o robô falhou miseravelmente, mostrando que seu raciocínio ainda não pode ser comparável ao dos humanos, em termos de lógica, e seu funcionamento é muito diferente dos computadores. Em alguns tópicos, o ChatGPT só acertou 13%, enquanto alguém habituado a fazer tudo na base do "chute", respondendo sempre uma das cinco alternativas em todas as questões, teria algo em torno de 20%. 

Seria o caso do ChatGPT? Existem vários dados disponíveis que afrontam a lógica e o robô pode utilizá-los para responder às questões (Divulgação)

Leigos em inteligência artificial, como a maioria das pessoas, inclusive jornalistas e o autor deste blog, podem fazer troça do robô por ser muito parecido com eles em termos de fazer contas, mas as inteligências artificiais baseadas em bancos de dados ainda podem ser aperfeiçoadas neste sentido. 


N. do A.: Enquanto o ChatGPT parecia no caminho certo para agir feito um humano, alguns seres humanos estão no caminho da bestialização, como o criminoso que atacou crianças numa creche em Blumenau, matando quatro delas e ferindo outras cinco. Robôs com mentalidade de gente, e gente com mentalidade de monstro: eis uma distopia perfeita!

terça-feira, 4 de abril de 2023

Trump vira réu

Idolatrado por neoconservadores, admirado por defesnores de uma postura belicosa e carismática, e odiado pelos liberais e "progressistas". o ex-presidente Donald Trump tornou-se réu, acusado de fraude fiscal em vários processos de acordo com os promotores em Manhattan, no estado de Nova York. 

Todos os 34 processos estão relacionados a supostos pagamentos de suborno à atriz pornô Stormy Daniels, durante a campanha eleitoral de 2016, vencida por ele. Os pagamentos, dizem os acusadores, foram feitos usando a Organização Trump, tornando tudo mais estranho. Dez anos antes, Trump teria um relacionamento extraconjugal com a estrela dos filmes adultos. Ela teria recusado uma participação no programa O Aprendiz, apresentado por ele na época. O ex-presidente e bilionário americano sempre negou ter qualquer relacionamento com ela e ainda a acusou de agir como "vigarista". 

Donald Trump se diz inocente das acusações feitas contra ele (Divulgação/CNN)

Naturalmente, o ex-presidente americano se declarou inocente durante a audiência, e nas redes sociais ele chamou uma eventual prisão de "surreal". 

Outros presidentes também foram acusados de crimes, como o democrata Bill Clinton, acusado de ter um caso extraconjugal com a jovem Monica Lewinsky e de corrupção (caso Whitewater). 

Mesmo com todas essas acusações, não se pode dizer que Trump esteja morto politicamente e os republicanos não tenham representantes fortes para enfrentar os democratas na eleição presidencial do ano que vem. Ron DeSanctis, governador da Flórida, pode tomar o lugar de Trump caso ele for realmente preso. O ex-vice presidente Mike Pence e o ex-secretário de Estado Mike Pompeo também estão cotados. Há muito descontentamento com o governo democrata de Joe Biden, cujo índice de aprovação é de 42%, e já foi ainda menor por causa da inflação e juros altos, e a falta de confiança dos americanos na liderança do democrata para conduzir a política externa, diante das ameaças representadas pela China e pela Rússia. 

segunda-feira, 3 de abril de 2023

Reforma do Ensino Médio em pauta

Criada em 2017 durante o governo Michel Temer para tentar melhorar o (terrível) nível do ensino médio, a reforma é alvo de críticas de alguns educadores e boa parte das entidades estudantis, alegando não serem consultados durante a elaboração do projeto. Eles alegam também dificuldades de adaptação de escolas com menores recursos. 

Por outro lado, vários colégios já se adaptaram às exigências, como destinar 60% do tempo para as disciplinas tradicionais, como Matemática e Português, e 40% para as matérias consideradas de especialização. Estes estabelecimentos são contrários à revogação total e pedem, no máximo, ajustes. 

Em decorrência das mudanças o Enem irá mudar, a partir de 2024, e isso preocupa as entidades estudantis e o PT, pois dará menos margem para colocar questões caras a eles, como as chamadas "pautas identárias" e as críticas aos pensamentos mais à "direita" em relação aos deles. 

O ministro da Educação Camilo Santana é favorável à reforma, mas o PT e o governo em geral estão inclinados a suspendê-la. Hoje, o chefe do MEC já admite ceder às pressões pela suspensão. No entanto, ainda existem manifestações pela revogação pura e simples da reforma, que está longe de ser a panacéia para os males da educação brasileira. Seria necessário também uma profunda melhoria no Ensino Fundamental, e não há nenhum plano neste sentido.