segunda-feira, 30 de dezembro de 2019

Orgulho e vergonha de dezembro

Conforme o prometido, serão selados os destaques positivos e negativos deste último mês de 2019. 

O Flamengo tinha tudo para ser o grande orgulho nacional do mês, mas o Liverpool (e Roberto Firmino) impediu que este fosse um ano perfeito para o rubro-negro carioca. Este time não podia mesmo ser comparado ao de 1981, quando Zico era a estrela, mas não porque um era melhor do que o outro, e sim porque as épocas são diferentes, com outro estilo de jogo, e o torneio de 1981, uma Copa Europeia/Sul Americana, foi bem diferente do atual Mundial de Clubes da Fifa.

Pesa, de forma desfavorável, o fato do clube tratar da pior maneira possível a questão dos meninos mortos no ninho do Urubu. Não querem pagar as indenizações cobradas pelas famílias, e apostam na tradição de quem controla a Justiça deste país, para postergarem ad infinitum a reparação aos danos causados pelo incêndio, que foi um ato de negligência e não um simples acidente. Isso não é culpa do time, mas da diretoria, já considerada a "Vergonha Nacional" de fevereiro. 

Sendo assim, quem recebe o selo de "Orgulho Nacional" é mesmo Ítalo Ferreira, ganhador do Mundial de Surfe pela primeira vez, derrotando o bicampeão Gabriel Medina numa inédita etapa final onde só brasileiros tinham chance. 

Ítalo Ferreira foi um dos nomes do esporte brasileiro!

Por outro lado, o Cruzeiro, rebaixado, foi um grande candidato a ser a "Vergonha Nacional" do mês. Cheio de medalhões, alguns ex-jogadores da Seleção Brasileira, como Thiago Neves, Fred e Dedé, e  com uma folha salarial ainda mais salgada que a do campeão Flamengo. Não bastasse isso, a torcida chegou a empregar o termo "sevandijas" (parasitas, pessoas desprezíveis e inúteis) para xingá-los. A administração do clube revelou ser desastrosa, sem metas, medíocre, ainda mais sob a gestão de Zezé Perrella, famigerado político cujo filho é dono de um helicóptero onde foi encontrada quase meia tonelada de cocaína, em 2014. Após o fiasco do rebaixamento, Perrella saiu e toda a cúpula da Celeste mineira foi desmantelada. 

Quem poderia ter se saído pior? Ganha um bombom quem adivinhar. 

O Flávio não entende por que ele e o Eduardo foram selados e o Carlos, ainda não, apesar do "02" ser tão odiado pelas redes sociais

O filho mais velho do presidente foi envolvido em mais um escândalo, o das "rachadinhas", para extorquir funcionários e lavar dinheiro com imóveis e uma franquia de chocolate. Até agora, apesar desta e das outras suspeitas de corrupção e outras malfeitorias, o 01 ainda nem sequer foi indiciado. Mas sua imagem está devastada, e por isso ele merece o selo. 

E este ano, pelo conjunto da obra, mereceria receber o selo de "Vergonha Mundial". Um ano terrível, onde pouca coisa se salva. Que venha 2020! 

Contudo, selar este ano violaria as regras, segundo as quais o postulante ao selo precisa ser uma atitude feita aqui no Brasil (não uma pessoa em particular), capaz de causar escândalo tanto dentro quanto fora do país. 

O Pisa, recentemente, nos forneceu dados sobre o atraso educacional no Brasil. Insistimos em não evoluir o suficiente neste aspecto, e quem não avança, não consegue progressos substanciais em outras áreas, principalmente em termos sociais, econômicos e tecnológicos. Por isso, a educação brasileira vai receber o selo da "Vergonha Mundial". Vejamos como o ministro da Educação Abraham Weintraub vai atacar o problema em 2020 (caso ele permanecer no cargo), porque ele passou tempo demais apontando os causadores dos problemas sem avançar como deveria em resolvê-los. 
Não se pode dar ao luxo de continuar com as deficiências no ensino do Brasil, como demonstraram os testes do Pisa. Por enquanto, as escolas brasileiras são verdadeiras fábricas de fazer burros (sem querer ofender o pobre animal puxador de carroças)
Em 2020, haverá novidades. A cada três meses, será divulgado também um aspecto mais positivo do Brasil, digno de ser considerado um "Orgulho Mundial". É para contrabalançar com os aspectos mais nefastos, a ponto de serem considerados "Vergonha Mundial".

terça-feira, 24 de dezembro de 2019

"Recesso" de fim de ano

Este blog só vai voltar a postar algo no dia 30, para dizer quem contribuiu para levantar o moral ou serviu de bom exemplo para o povo brasileiro, ou então quem se destacou negativamente, causando constrangimentos ou prejudicando a imagem do país. 

Salvo alguma eventualidade, voltará às atividades normais no dia 13 de janeiro. Porém, sempre há algo ser comentado por aqui, logo não será surpresa se uma postagem nova surgir.

Haverá o famigerado "horroróscopo" de fim de ano, aquelas "verdades" mais verdadeiras e menos "fake news" do que os horóscopos tradicionais? Não há certeza. Parece que os astros andam tão iracundos com quem acredita em horóscopo, em horroróscopo, em postagens de redes sociais, em discursos do Lula ou pronunciamentos do presidente, que desta vez eles não querem se dar ao trabalho de se manifestarem por aqui.

2019 está acabando, mas a humanidade ainda não. E tampouco o Brasil. E será assim em 2020, 2021, 2022... sempre na esperança de dias melhores para cada um de nós, seres humanos que habitam este mundo.  

Para os leitores do blog, um Feliz Natal. E um ano de 2020 com disposição, energia e saúde (iremos precisar, assim como precisamos em 2019)
 Boas festas! 

segunda-feira, 23 de dezembro de 2019

Ítalo Ferreira e o Flamengo: os assuntos esportivos do momento

Na grande final do Mundial de Surfe, em Pipeline, Hawaíi, só havia dois postulantes ao título: os brasileiros Gabriel Medina e Ítalo Ferreira, situação insólita na história do esporte aquático. Qualquer um deles seria considerado um orgulho nacional, pelo menos para os torcedores. 

Ítalo Ferreira superou Gabriel Medina e faturou o Pipe Masters - e o título do Mundial (Kelly Cestari)

Medina é o bicampeão, e Ítalo nunca ganhou antes, mas fez grandes manobras, inclusive defensivas contra as investidas do rival, e contou inclusive com a sorte (somada à habilidade), pois enfrentou ondas mais desafiadoras que as do bicampeão de Maresias. 

Os dois ganharam a vaga para as Olimpíadas de Tóquio, no ano que vem.  

No futebol, o sonho do Flamengo em conquistar o Mundial de Clubes contra o poderoso Liverpool acabou, graças ao gol de Roberto Firmino, após um jogo disputado e parelho. Os sul-americanos costumam sucumbir à superioridade dos europeus, e só em três oportunidades eles venceram: em 2005 (São Paulo x Liverpool), 2006 (Internacional x Barcelona) e 2012 (Corinthians x Chelsea). 

O nacionalmente badalado Jorge Jesus substituiu Everton Ribeiro e Arrascaeta por Vitinho e Diego. Ninguém entendeu as intenções do português, e aparentemente nem o próprio time. Isso facilitou o trabalho do rival, o internacionalmente badalado Jürgen Klopp, que pressionou muito e quase venceu no tempo normal, mas o VAR prejudicou o time inglês por não marcar a falta de Rafinha em Lallana. O juíz havia marcado pênalti, incorretamente. Tudo se decidiu apenas na prorrogação, com o gol de Firmino. A partir daí, o rubro-negro tentou se recompor, mas não deu para esboçar uma reação mais forte.

Não deu para o rubro-negro, comandado por Jorge Jesus. Alegaram cansaço e desgaste depois de uma temporada disputada, com a Libertadores, Brasileirão e Copa do Brasil, além do Campeonato Carioca. O Liverpool, campeão pela primeira vez, está no meio da temporada 2019-2020, pensando mais na Premier League e na Champions. 

Deu a lógica no esporte onde ela aparentemente não manda: o Liverpool, melhor time deste ano, venceu e, com o magro 1 a 0, impediu a repetição de 1981, quando o Flamengo conquistou o então Torneio Intercontinental (Matthew Ashton/Getty Images)

Após a vitória e a premiação, o técnico alemão disse que o mérito da conquista foi, acertadamente, do alagoano sorridente que também é um dos titulares da Seleção Brasileira. A Fifa não pensou assim, e premiou o egípcio Mohamed Salah (que assustou a defesa carioca mas não a ponto de marcar um gol), por questões de mercado da bola, pois Salah é um dos jogadores mais valiosos do mundo. Bruno Henrique ficou com a prata, e o bronze foi para Carlos Eduardo, do Al-Hilal, quarto colocado na disputa (perdeu para o Monterrey na disputa do terceiro lugar, nos pênaltis). 

Um destaque positivo ficou para a torcida, que aplaudiu o time flamenguista, algo poucas vezes visto. A regra é hostilizar o time quando ele perde. 

Ítalo Ferreira e a equipe do Flamengo podem ser considerados, desde já, candidatos a receber o selo de "Orgulho Nacional". Confiram no dia 30 de dezembro. 


N. do A.: Roberto Firmino poderia até ser considerado, mas ele joga por um time inglês multimilionário, e precisa dividir os méritos. Não é considerado "orgulho nacional" nem pelos rivais do Flamengo, que torceram pelo Liverpool.

sexta-feira, 20 de dezembro de 2019

Da série '(Des)industrialização no Brasil atual', parte 16 - Criação de novas razões sociais

Este é um post complementar sobre a série "(Des)industrialização no Brasil atual", relativo ao registro das empresas, de acordo com a legislação atual. 

Segundo a Lei Complementar N. 123/2006, ou seja, o Estatuto Nacional da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte, as empresas enquadradas no Simples Nacional, que institui vantagens tributárias às pequenas empresas, devem ser identificadas em EPP - Empresa de Pequeno Porte - e ME - microempresa. O limite de distinção entre uma e outra é o faturamento atual, de R$ 360 mil em valores atuais. 

Além disso, a lei 12.441, de 2011, estabeleceu recentemente um novo tipo de empresa, a EIRELI, ou Empresa Individual de Responsabilidade Limitada, onde existe apenas um dono registrado. Antes, era necessário filiar-se a pelo menos um sócio para formar uma empresa, identificada como sociedade limitada, conhecida pela sigla LTDA. Quando mais de sete sócios estão envolvidos, a empresa é do tipo S.A. (Sociedade Anônima). 

Por isso, nos últimos anos muitas empresas deixaram de ser identificadas como LTDA. e passaram a utilizar a sigla EIRELI, dizendo que agora possuem o controle de apenas uma pessoa. Um exemplo é a Ultrafarma, cujo dono é Sidney Oliveira. O nome oficial (contrato social) é Ultrafarma Saúde Eireli. 

Entre as sociedades limitadas, a empresa de chocolate citada no escândalo envolvendo o senador Flávio Bolsonaro é chamada de Bolsotini Chocolates e Café Ltda., indicando que o filho do presidente não é o único dono do estabelecimento acusado de lavar dinheiro obtido das "rachadinhas", exploração ilegal de funcionários públicos para sustentar um esquema de milicianos e funcionários fantasmas. O outro sócio é Alexandre Santini. Mas a imensa maioria das LTDA. (e das empresas em geral) não possui tantos problemas com a Justiça.

Um exemplo de sociedade anônima é a BRF - Brasil Foods S.A. (dona da Sadia e da Perdigão). Em geral, mas nem sempre, as sociedades anônimas, principalmente as de capital aberto (com ações negociadas na Bovespa) são de maior porte do que as sociedades limitadas ou as EIRELI. Algumas sociedades anônimas não são identificadas como S.A., mas como Companhias (Cia.), como a Melhoramentos, fábrica de papel, celulose e derivados (cadernos, livros), cujo nome social é Cia. Melhoramentos de São Paulo. 

quinta-feira, 19 de dezembro de 2019

Flávio Bolsonaro encrencado


Flávio Bolsonaro é acusado de explorar um esquema de "rachadinhas" quando era deputado estadual no Rio (Mateus Bonomi/Agif)

O ano não foi tranquilo para o filho mais velho do presidente. Foram expedidos mandados de busca e apreensão em vários endereços do Rio de Janeiro, inclusive a loja de chocolates da qual o senador Flávio Bolsonaro é sócio, para investigar e colher indícios a respeito do escândalo das "rachadinhas". Quando era deputado estadual, o "01" obrigava funcionários de seu gabinete a repassarem dinheiro para ele e para o então assessor, Fabrício Queiroz, para supostamente alimentar fraudes como contratação de servidores "fantasmas". 

Não é exclusividade de Flávio explorar seus subordinados. A prática é mais comum do que se imagina no Congresso e nas diversas Câmaras estaduais e municipais, mas não há empenho para fazer uma investigação profunda e bem feita para colher provas e incriminar os culpados. 

Mais uma vez o presidente disse que não tem nada a ver com o caso, mas desconfia que Sérgio Moro, o ministro da Justiça, esteja agindo com mais independência do que ele gostaria. Contudo, é mais provável que isso seja obra do próprio MPRJ. 

Enquanto isso, o senador pediu um habeas corpus preventivo e vai exercer o seu direito de defesa, lamentando a avidez da imprensa em explorar este escândalo político. Além disso, Gilmar Mendes, sempre visto como alguém avesso a colocar alguém - sobretudo os poderosos - na cadeia, pediu informações sobre o caso. 


N. do A.: O presidente tem outras coisas com as quais ele deve se preocupar, como o fundo eleitoral de R$ 2 bilhões aprovado pelo Congresso, para as eleições municipais de 2020. É bem menor do que a indecente cifra de R$ 3,8 bilhões proposta, mas ainda assim é NOSSO DINHEIRO sendo usado para financiar campanhas políticas. O valor ainda é maior, em R$ 300 milhões, do que o utilizado em 2018. Para não entrar em mais atritos com o Parlamento, Bolsonaro deverá sancionar o fundo, mesmo contra a sua vontade.

quarta-feira, 18 de dezembro de 2019

Da série '(Des)industrialização no Brasil atual', parte 15 - Indústrias de materiais elétricos

Encerrando a série sobre as indústrias brasileiras, este blog fala sobre a (triste) situação do setor elétrico. Assim como na indústria eletrônica, a indústria de materiais elétricos é dominada pelas multinacionais. 

Lâmpadas, por exemplo, são de procedência chinesa, tanto as já obsoletas fluorescentes quanto as de LED, quando não são da Osram (alemã), da Philips (holandesa) ou da Luxfort (americana). Havia a FLC e a Golden, mas ambas faliram. Existem as lâmpadas mais sofisticadas, de halogênio ou dicroicas, onde os produtos chineses são menos predominantes, mas ainda assim este mercado não é explorado por empresas brasileiras. 

Fios e cabos elétricos também são dominados por estrangeiras, como a Prysmian italiana e a Furukawa japonesa, mas existem fabricantes locais como a Sil e a Induscabos. 

Disjuntores e outras peças para instalações elétricas também estão neste caso, embora haja empresas fortes como a Wetzel, a Fame e a Steck. A Eletromar é um caso curioso de empresa antes brasileira que passou para mãos de estrangeiras como a Westinghouse e a Eaton, americanas, e a alemã Hager, e agora está nas mãos de um grupo brasileiro, a Mec-Tronic. Trata-se de uma empresa "repatriada", como a Coqueiro ou a CCE. 

A Suprens, empresa que nasceu no bairro paulistano da Casa Verde, e a Inca, de Mococa (cidade interiorana paulista, próxima à divisa com Minas Gerais), precisam disputar, com desvantagem, o mercado de abraçadeiras e outros equipamentos de fixação de cabos elétricos com a britânica HellermannTyton e a americana 3M. 

Resistores, capacitores e indutores, peças fundamentais para qualquer sistema elétrico, são produzidos, em maior parte, pela Siemens, existindo pequenas fabricantes tanto brasileiras quanto chinesas e de outras procedências. 

Equipamentos de controle de iluminação, aparentemente prosaicos, há tempos possuem uma marca hegemônica, a Legrand francesa. Ela adquiriu várias marcas nacionais, como a Pial, a HDL, a Bticino e a famosíssima Lorenzetti. Esta última ainda é sinônimo de chuveiro, embora divida o mercado com a também famosa Corona (marca do grupo brasileiro Hydra) e a já citada Fame. 

Grandes indústrias como a Eaton e a ABB (sueca), além da Siemens, controlam o mercado de equipamentos de alta tensão. Neste nicho as empresas brasileiras praticamente inexistem. 

Em suma, o mercado de produtos elétricos é quase tão ingrato para as fabricantes nacionais quanto no caso dos produtos eletrônicos, abordados na primeira postagem da série. As empresas nacionais, ao longo dos anos, ou fecham ou são adquiridas por empresas estrangeiras, com algumas exceções. 

terça-feira, 17 de dezembro de 2019

Terça de Mundial, Libertadores e Sul-Americana

Voltando ao assunto "futebol", bastante presente neste blog, esta terça-feira foi bastante interessante para os torcedores dos clubes brasileiros. 

No Mundial de Clubes em Doha, o Flamengo precisou sofrer com o Al-Hilal, um time aplicado principalmente no primeiro tempo e que abriu o placar, deixando a torcida apreensiva. No segundo tempo, Arrascaeta empatou, Bruno Henrique virou o placar e o zagueiro Al-Butaihi contribuiu para o rubro-negro avançar. Amanhã é a vez do Liverpool disputar a outra vaga para a grande final, contra o Monterrey. 

Bruno Henrique (entre Gabigol e Everton Ribeiro) e Arrascaeta fizeram os gols do Flamengo (Kai Pfaffenbach/Reuters)

Depois, a Conmebol organizou os sorteios das Copas Sul-Americana e Libertadores. 

O Fortaleza se deu mal no sorteio, pois vai enfrentar logo de cara o Independiente da Argentina e sua camisa pesadíssima, na Sul-Americana. O Bahia também não vai ter vida fácil contra o Nacional (Paraguai) e o Vasco da Gama vai precisar enfrentar um time boliviano e o fator altitude. 

No sorteio da Libertadores, os resultados ficaram curiosos. O Palmeiras, cabeça-de-chave do grupo B, pode enfrentar o Corinthians logo, caso o rival alvinegro conseguir passar da fase da Pré-Libertadores, possivelmente contra o Guarani do Paraguai (time que eliminou os corintianos em 2015). Em outro grupo, o E, o Internacional pode cair no mesmo grupo do Grêmio, caso avançar na Pré. O São Paulo foi cair no pior grupo, o "da morte", com River Plate, LDU e o peruano Binacional, este último jogando em uma altitude de 3.800 metros. Para o atual campeão, o Flamengo, o grupo A não será uma moleza, ainda mais se o Cerro Porteño se classificar na fase preliminar. O Santos tem um grupo relativamente tranquilo, mas não deve vacilar contra Olímpia e Defensa Y Justicia. Ainda sem muita tradição no torneio, o Athletico está no grupo menos complicado, o C. 

Definidos os grupos para disputar a taça da Libertadores

N. do A.: Ontem, foi realizado o sorteio da UEFA Champions League, para definir os confrontos das oitavas-de-final, com destaque para o Real Madrid de Zidane contra o Manchester City de Guardiola; nos outros jogos, por exemplo, o atual campeão Liverpool irá enfrentar o Atlético de Madrid, o Barcelona de Messi e Suárez jogará contra o Napoli, e a Juventus de CR7 enfrentará o Lyon. O PSG de Mbappé e Neymar deu sorte desta vez e irá disputar com o Borussia Dortmund. 

segunda-feira, 16 de dezembro de 2019

Da série "Mondo Cane", parte 63, ou "Mondo Brasile", parte 15

Mais uma vez este blog divulga uma postagem mista, com as séries mais infames. E desta vez o assunto tem a ver com o mundo cão. Ou, mais especificamente, com o mundo canino. 

A polícia desmantelou uma rinha de cães pitbull em Mairiporã, envolvendo dezenas de pessoas, inclusive estrangeiros. Premiações polpudas para quem aposta no animal vencedor e o perdedor corria o risco até de virar assado. Ou seja, por lá serviam carne de cachorro!

Para os melhores "atletas", havia toda uma preparação, inclusive com o uso de anabolizantes, e os cães eram deixados sem comer e beber para ficarem ainda mais agressivos. 

19 animais foram apreendidos e 41 participantes, entre eles um americano que fazia o papel de árbitro das rinhas, um mexicano e um peruano. Apenas o organizador do evento continua preso. Os demais foram liberados, mas os estrangeiros não podem sair do país. 

O grupo organizador dessa barbárie foi o responsável por uma rinha na República Dominicana, vencida por um pitbull paranaense. 

Um dos pitbulls apreendidos pela Polícia; alguns deles estavam ainda mais maltratados e feridos (Polícia Civil de São Paulo)

sexta-feira, 13 de dezembro de 2019

Respostas cretinas para perguntas imbecis (de novo???)

Depois de aparecerem um monte de "peixes pênis" numa praia da Califórnia, perto de São Francisco, para se tornarem alvos de piadas e comentários na Internet, o que mais irá aparecer?

a) Uma devassa da Polícia Federal numa fábrica de mamadeiras de piroca. 

b) As renas do Papai Noel e outros veadinhos entrando no mar da Califórnia. 

c) Vão aparecer, em algum outro lugar, umas criaturas em formato de vagina. 

d) O ET de Vagina, digo, de Varginha.

e) Uns cavaleiros esquisitos montados em cavalos coloridos, porque isso é um sinal do Apocalipse! 



A Drakes Beach, perto de São Francisco, ficou cheia desses bichos fálicos!
São Francisco possui muitos gays que adoram pegar em algo parecido! Ui!


quinta-feira, 12 de dezembro de 2019

Da série '(Des)industrialização no Brasil atual', parte 14 - Indústrias ligadas à construção

Voltando às chamadas indústrias de transformação, este blog irá exibir duas postagens ligadas às indústrias ligadas à construção. A primeira tratará de móveis, ferragens e materiais de construção em geral. A segunda, em breve, tratará dos materiais elétricos, os quais, de certa forma, estão ligados à indústria eletrônica, primeiro tópico da série. 

O Brasil ainda pode se considerar privilegiado nestes setores, em termos gerais.

Na indústria de mobiliário, ligada de certa forma ao post anterior, que tratava das indústrias extrativas, por utilizar madeira como matéria prima, há ainda uma profusão de pequenas e médias fábricas, as quais fabricam mesas, cadeiras, estantes, armários, guarda-roupas e outros utensílios domésticos. Alguns móveis são feitos com chapas metálicas de alumínio ou aço. Destacam-se a Itatiaia, Kappesberg, Dalla Costa, Mobilarte, Foscarini, entre outras. 

Empresas ligadas à construção civil incluem as empreiteiras para fabricar grandes obras (edificações, rodovias, ruas, pontes), como as (infelizmente muito difamadas) Odebrecht, Camargo Correa, OAS e Queiroz Galvão, e as indústrias para acabamento e reforma, como a Duratex, a Votorantim, a Tigre, e outras fabricantes de materiais de construção. São exemplos de grandes empresas ainda muito fortes no cenário brasileiro, mas que já tiveram dias melhores, nos anos JK e no regime militar, quando havia maior crescimento econômico e demanda por infraestrutura. As empreiteiras são, ultimamente, muito vistas como parte ativa na corrupção, por suas ligações com a classe política.

Ainda existe o setor de ferragens, como fechaduras, dobradiças, cadeados e outros. Este setor passa por uma desnacionalização e atualmente está dominado por multinacionais, embora existam pequenas fábricas nacionais. A Assa Abloy, gigante sueca, apoderou-se nos últimos anos das maiores empresas brasileiras, como a Papaiz, a Arouca e a Silvana, todas de muita tradição no país. A única grande ainda em mãos "tupiniquins" é a Pado, empresa com mais de 80 anos de história.

quarta-feira, 11 de dezembro de 2019

Breves e boas notícias (mas não muito)

1. O Senado aprovou a chamada "lei anticrime", reunindo ideias do ministro Sérgio Moro e do ex-ministro da Justiça, e agora ministro do STF, Alexandre de Morais. A votação foi bastante rápida, pois ontem o texto foi avaliado pela Comissão da casa. Logo, o projeto vai a sanção do presidente Jair Bolsonaro. 

2. Nesta quarta-feira, o Banco Central resolveu diminuir a taxa de juros básica, a Selic, para 4,5%. É a menor taxa da História. Isso pode influenciar na redução das taxas cobradas pelas instituições financeiras, mas não automaticamente. Vários fatores influenciam, como o índice de inadimplência. Por outro lado, os rendimentos vinculados à Selic, como a poupança, ficam ainda mais reduzidos. 

3. A agência de classificação de risco Standard & Poors reavaliou o rating brasileiro, a nota de crédito segundo a qual um país é considerado bom para investir. Ele continua em BB-, abaixo do nível considerado "grau de investimento", mas a perspectiva mudou de "estável" para "positiva", indicando um possível aumento da nota na próxima avaliação, no ano que vem. 

4. STJ autoriza os segurados do INSS a pedirem avaliação de todos os salários, e não apenas os posteriores a julho de 1994, data do início do Plano Real, para o cálculo das aposentadorias. Isso representará um aumento nos vencimentos, mas a Advocacia Geral da União (AGU) avisou que irá recorrer ao STF para reverter a decisão. 

Como vocês ousam, editores da TIME?

Tradicionalmente, a revista TIME elege a personalidade do ano, isto é, a pessoa (ou mesmo a instituição) de maior destaque. 

Desta vez, a escolhida foi a ativista Greta Thunberg, que usou palavras duras contra a falta de ação das autoridades adultas sobre as mudanças climáticas causadas pela poluição humana. Ficou marcante o uso da pergunta na cúpula da ONU sobre o clima: Como vocês ousam?

Ela acusou os líderes mundiais de roubarem os sonhos e a infância dos jovens e disse que a nova geração não os perdoará por falar em dinheiro enquanto "estamos no início de uma extinção em massa", segundo a adolescente sueca de 16 anos.

Nunca uma personalidade foi tão jovem no momento de se tornar capa de uma das revistas mais importantes do mundo. 

A jovem sofre de Síndrome de Asperger, transtorno típico de pessoas com alto QI mas com limitações na afetividade e na interação com outras pessoas. Talvez isso a tenha ajudado a sacudir a opinião pública mundial, mas ao mesmo tempo pode atrapalhar a compreensão da dinâmica do mundo e de como as pessoas interagem para fazer esse mesmo mundo funcionar. Não se sabe como ela irá trabalhar esse potencial para defender causas tão nobres, mas ao mesmo tempo tão contravertidas, quando se tornar adulta.

É uma aposta ousada da TIME, ao escolher Greta como representante de 2019. 

A revista TIME escolheu pessoas mais questionáveis do que a jovem Greta para estampar a capa de "Personalidade do Ano" Um deles foi Adolf Hitler, em 1938 (Divulgação/Revista TIME)

N. do A.: Dias antes, o presidente do Brasil Jair Bolsonaro chamou Greta de "pirralha" nas redes sociais. Muitos a julgam uma marionete dos movimentos anticapitalistas, do globalismo e da chamada "psicose ambientalista", termo usado por D  Bertrand de Orléans e Bragança, um dos herdeiros do trono brasileiro, com o qual o ministro do Meio Ambiente, Ernesto Araújo, concorda e faz coro. Outros veem um grande futuro de Greta como líder e exemplo para a nova geração, para influenciar positivamente na melhoria dos esforços para consertar os estragos provocados por séculos de descaso contra a natureza e a vida na Terra.

terça-feira, 10 de dezembro de 2019

Da série 'Noventolatria', parte 21 - A morte de Marie Frederiksson, do Roxette (e outros artistas dos anos 90 já falecidos)

Morreu Marie Frederiksson, a vocalista sueca do grupo Roxette, uma das bandas mais famosas dos anos 1990. Ela perdeu a batalha contra um câncer com apenas 61 anos. 

Sua voz ficou imortalizada em faixas como It must have been love, How do you do, Listen to you heart e outros sucessos de uma década inesquecível para muitos. Ela fez parceria com Per Gessle, dividindo a liderança do Roxette. 

A cantora engrossa a lista de mortes precoces de grandes artistas dos anos 1990: 

- Freddie Mercury (1946-1991); 

- Frank Zappa (1940-1993); 

- Kurt Cobain (1967-1994); 

- Selena (1971-1994); 

- Os Mamonas Assassinas; 

- Renato Russo (1960-1996); 

- Tupac Shakur (1971-1996); 

- Michael Hutchence (1960-1997); 

- João Paulo (1960-1997), que fazia dupla com Daniel; 

- Chico Science (1966-1997); 

- Leandro (1961-1998);  

- Joey Ramone (1951-2001); 

- Cássia Eller (1962-2001);

- Claudinho (1975-2002);  

- Michael Jackson (1958-2009); 

- Chorão do Charlie Brown Jr. (1970-2013); 

- George Michael (1963-2016)

e vários outros. 


Sem falar no Cazuza, que morreu em 1990, mas ele fazia sucesso na década de 1980, logo ele não pode ser abordado aqui. 

Para esta postagem não terminar mórbida como foi este ano de 2019, relembremos os maiores sucessos de Roxette na voz de Marie Frederiksson: 

Os maiores sucessos de Roxette, a banda sueca que fez sucesso nos anos 1990 (do Youtube, com base em músicas gravadas pelos estúdios EMI e Warner, entre outras)

segunda-feira, 9 de dezembro de 2019

Dois fortes candidatos...

... a serem considerados casos para utilizar o selo de VERGONHA MUNDIAL!

Bebedouros destruídos no Mineirão. É apenas uma amostra do estrago provocado por bandidos, não por torcedores (Divulgação)

O primeiro é o vandalismo de torcedores do Cruzeiro quando ele foi rebaixado para a Série B após perder do Palmeiras por 2 a 0, no Mineirão. É o pior acontecimento por lá desde o 8/7. Exatos 5 anos e 5 meses depois do 7 a 1! Sem falar que o time pelo qual esses seres dizem torcer é forte candidato a ser considerado a vergonha nacional de dezembro. Ganham muito e não jogaram o suficiente para evitar o vexame. A diretoria do Cruzeiro é outra forte candidata. 

Evolução do IDH brasileiro ao longo dos anos. O valor atual é relativamente alto (0,761 em 2018), mas é apenas o 79º do mundo - e vastas áreas do Brasil possuem IDH pior do que 0,6! (Dados do PNUD 2019/ONU)


Já o segundo envolve os indicadores sociais do Brasil em 2018. Por que o Brasil continua a ter uma péssima distribuição de renda, onde há lugares com IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) pior do que em regiões assoladas por guerras? Por que a baixa escolaridade? Por qual razão as diferenças de salário entre homens e mulheres são ainda gritantes? Há um longo caminho a percorrer para minimizar, de verdade, essas distorções, e isso passa por uma colaboração ativa entre a sociedade, as empresas, os formadores de opinião e o poder público constituído por quem foi escolhido pelo voto (Presidência, governos estaduais, prefeituras, Senado, Câmaras). 

Em qualquer um dos casos, vale apontar caminhos para corrigi-los, não apenas marcá-los com o selo da "Vergonha Mundial". 

sexta-feira, 6 de dezembro de 2019

Acontecimentos do dia

O ano de 2019 está terminando (finalmente), mas ainda faltam 25 dias, tempo suficiente para muita coisa. Este ano foi frenético, com vários e terríveis acontecimentos, fazendo muita gente torcer para a chegada de 2020. Como ainda há tempo para rolar muita tragédia e muitas cabeças (literalmente), e, ainda por cima, o ano que vem poderá ser ainda mais violento, até o Papai Noel (lembrando que hoje é o dia de São Nicolau, fonte de inspiração dessa figura natalina) precisa colocar as barbas de molho. 

2019 vai morrer! Já vai tarde! (baseado em calendário da webcid.com.br)

No momento, o cenário não está assim tão feio se considerarmos o que se passou em dias anteriores deste ano louco.

Está havendo uma nova conferência do clima em Madrid, com muito pessimismo quanto ao clima e tom de desalento, pois os países dificilmente vão diminuir suas emissões de gás carbônico, ainda mais nos patamares exigidos pelos organizadores. Seria preciso o controle das queimadas e o progressivo abandono dos combustíveis fósseis e do carvão em prol das energias alternativas (e também da energia de fissão nuclear). Mas a realidade tem o seu próprio ritmo de mudanças. 

Os coletes amarelos estão paralisando a França novamente, contra a reforma da Previdência. Eles ameaçam deixar tudo parado até terça-feira, se o governo não se manifestar. 

China e Estados Unidos estão entrando em acordo para acalmar o clima de guerra comercial, e isso favorece o otimismo nos mercados, inclusive aqui, onde a Bovespa atingiu novo recorde: mais de 111.000 pontos. 

Por aqui, não existem apenas más notícias (como a inflação provocada pelo aumento no preço da carne, a promessa de aumentar o Fundo Eleitoral às custas do NOSSO DINHEIRO, e a repercussão da violência de policiais e bandidos no cotidiano das favelas), mas também alguns fatos bem mais amenos, como a CCXP 2019 em São Paulo. Este evento geek reune centenas de atrações em séries, filmes, HQs, mangás, RPGs e cosplays, trazendo para cá astros internacionais e aficcionados até de fora do Brasil, mas não é para qualquer bolso. 

quinta-feira, 5 de dezembro de 2019

Da série 'Mondo Cane', parte 62, ou 'Mondo Brasile', parte 14

Este blog aqui registra seu repúdio ao comportamento apresentado pelos ilustres parlamentares, representantes do povo paulista, e também pelos servidores estaduais, funcionários do Estado de São Paulo, todos pagos com o NOSSO DINHEIRO. 

Leia AQUI sobre o porquê deles estarem dentro das séries "Monco Cane" e "Mondo Brasile". Ao mesmo tempo!

Principalmente o senhor parlamentar sem partido Arthur do Val, conhecido como "Mamãe Falei", mas também o colega petista Luís Fernando Ferreira, co-responsáveis por incluir parlamentares brasileiros nas duas séries, esqueceram completamente o decoro necessário para trabalharem num dos Três Poderes do nosso Estado. Desde já são candidatos ao selo de "Vergonha Nacional" deste mês, principalmente se o presidente da Alesp abrir um processo de cassação contra eles. 

Discussões sobre a reforma da Previdência são inevitáveis e fazem parte do jogo democrático, dentro das normas de civilidade e dos limites impostos pela lei. 

quarta-feira, 4 de dezembro de 2019

Pacote anticrime é aprovado sem as bandeiras de Moro (mas houve avanços)

O ministro da Justiça não conseguiu aprovar os pontos polêmicos de seu pacote anticrime (Dida Sampaio/Estadão)


Finalmente aprovaram na Câmara o pacote anticrime elaborado pelo ministro da Justiça Sérgio Moro, mas, como era de certa forma esperado, muita coisa ficou de fora. 

Videoconferências em audiências, "plea bargain" (a possibilidade de obter pena menor em caso de confissão), retirada de direitos de presos ligados às facções criminosas, prisão em segunda instância (vetada pelo STF), tudo isso o ministro queria, e não conseguiu. 

Seu grande desejo, porém, era o excludente de ilicitude, para garantir inimputabilidade dos agentes que cometerem excessos motivados por "medo, surpresa ou violenta emoção"; como isso poderia dar margem a abusos, os deputados tiveram o bom senso de retirar do texto. 

Ficaram avanços como a restrição à saidinha de presos considerados perigosos, o aumento das penas para 40 anos, restrições maiores para progressão das penas, punição maior a quem faz uso indevido de armamento, além de novas regras para a legitima defesa, que livra de punição os autores de atos agressivos mas justificáveis (como matar um bandido para defender a família).

É certo que alguns trechos foram acrescentados e não fazem parte das intenções de Moro, como aumentar a pena para crimes de calúnia ou criar juizados de garantias (adotados em vários países, principalmente na Europa, pode corrigir distorções jurídicas e impedir injustiças, mas é preciso ver como isso será aplicado, pois não pode ser pretexto para inchar a máquina pública nem para facilitar a prescrição das penas).

Em suma, o Brasil ganhou, embora Moro tivesse se decepcionado por não conseguir aprovar os pontos considerados essenciais (para ele).

Da série '(Des)industrialização no Brasil atual', parte 13 - Indústria extrativa e de minérios

Outro setor considerado "indústria de base" é a indústria extrativa, seja vegetal ou mineral, pois extrai os recursos naturais para serem aproveitados por outras indústrias, como a alimentícia e a metalúrgica. 

As indústrias extrativas vegetais diferem do simples extrativismo por sua atividade em larga escala. Dentre elas, destaca-se a indústria florestal, com a extração de madeira provinda do corte de árvores. A maior parte das grandes empresas do setor exploram florestas não nativas, geralmente eucaliptos, para a fabricação de papel e celulose, como é o caso da Klabin, da Suzano, da VCP (Votorantim Celulose e Papel) e da Melhoramentos Florestal (pertencente ao grupo Melhoramentos, responsável por várias publicações de livros). Não houve uma desindustrialização dramática neste setor, a não ser as compras da Aracruz pela VCP e a Ripasa pela Suzano. A International Paper tem forte presença no Brasil, mas a concorrência forte com as empresas nacionais limita seu poder. 

Por outro lado, existem as madeireiras. No Brasil, as madeireiras nacionais são de pequeno porte e estão proibidas de extrair determinadas madeiras. Muitas delas também se dedicam ao plantio de árvores, para serem derrubadas, certificadas e comercializadas. Existem grandes madeireiras estrangeiras dedicadas a fazer a extração ilegal nas florestas, constituindo um sério problema ambiental, principalmente na Amazônia.

Dentre as indústrias extrativas minerais temos a indústria petrolífera, cuja grande representante é a Petrobras, gigante estatal de economia mista e, por muito tempo, a maior empresa brasileira, até acontecer o famigerado "Petrolão", ou "Quadrilhão", responsável pelo intenso sangramento dos recursos. Voltando a recuperar a pujança de antes, ela se dedica à extração, refino e distribuição de petróleo e seus derivados (gasolina, diesel, querosene, lubrificantes, hidrocarbonetos para a indústria de plásticos) e também gás natural. Uma de suas subsidiárias, a BR Distribuidora, teve a maior parte de suas ações vendidas para milhares de investidores (pessoas físicas), boa parte deles estrangeiros. 

Na parte referente à indústria de minérios, temos gigantes como a Vale, tristemente conhecida como responsável pelas tragédias de Mariana (em conluio com a BHP Billiton, anglo-australiana que divide igualmente com a Vale o controle da Samarco) e Brumadinho, mas também pela extração de matéria-prima importante, como minérios ferrosos e minerais como a bauxita (aluminio), cassiterita (estanho), caulim e óxidos de manganês, níquel, titânio e outros metais. Nasceu como estatal em 1942, sob o nome Companhia Vale do Rio Doce, e foi privatizada em 1997. Outras mineradoras brasileiras são principalmente ligadas às indústrias metalúrgicas e siderúrgicas, previamente abordada neste blog, como é o caso da CSN, Alunorte, Açominas e MMX, esta última do grupo EBX, de Eike Baptista.

terça-feira, 3 de dezembro de 2019

Como era de se esperar

O Brasil se saiu muito mal no Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Alunos, do inglês Programme for Internation Student Assessment), como era de se esperar. 

Pontos em leitura: 413 (num total de 1.000)
Pontos em matemática: 384
Pontos em ciências: 404

Não há demérito algum do ministro da Educação, Abraham Weintraub, neste resultado, mesmo porque os dados são relativos a 2018, ainda durante o governo Temer. Além disso, apesar das notas serem medíocres, elas foram melhores do que no ano passado, e em geral menos horrendas do que as dos alunos argentinos. 

O governo Bolsonaro não teve responsabilidade alguma neste resultado, portanto. Isso é fato. E no Pisa 2020, relativo aos resultados colhidos em 2019, ainda é prematuro dizer, a não ser que haja um decréscimo muito grande. De qualquer forma, os governos petistas são os culpados pelo descalabro, por não haver melhoria palpável nos resultados apesar do apregoado aumento nos investimentos em educação, preocupados demais em fornecer livros "politicamente corretos", gramaticalmente errados e conceitualmente erráticos. O governo Temer, sem fazer melhorias imediatas, fez discretas reformas no sistema educacional feitas para funcionar a longo prazo, e que foram afetadas pelo atual governo, que contingenciou as verbas e moldou o programa ao personalismo vigente.

Lamentável, ainda, é a opinião do senhor ministro da Educação, ao dizer: "O Pisa é do PT", confundindo o vilão com o mensageiro. O melhor a fazer é melhorar a qualidade dos livros didáticos e incentivar a formação de professores, para os estudantes poderem realmente saber fazer contas e interpretar textos, ou senão este governo fará parte do problema e não da solução.

segunda-feira, 2 de dezembro de 2019

Orgulho e vergonha de novembro

O Orgulho Nacional de novembro ficou um pouco mais difícil. Uma equipe da UFABC, coordenada pelo professor Francisco José Fraga da Silva, desenvolveu um sensor de baixo custo para a detecção do mal de Alzheimer e o time do Flamengo, campeão da Libertadores e do Brasileirão. Jorge Jesus é português, logo não se encaixa nos critérios do blog

Gabigol, Bruno Henrique, Diego Alves, Rafinha, Filipe Luís, Rodrigo Caio, Everton Ribeiro, Diego, Reinier e outros (*) ainda podem conquistar o Mundial de Clubes neste ano, logo haveria um motivo mais plausível para selá-los em dezembro. Logo, o selo vai para o pesquisador da UFABC.

O professor e engenheiro eletricista Francisco José Fraga da Silva, da UFABC

Entre os candidatos à Vergonha Nacional, temos a mulher do Eduardo Bolsonaro, que reclamou do salário de R$ 33 mil do marido, e o novo presidente da Fundação Palmares, Sérgio Nascimento, vulgo "negro da direita" (sic). Roberto Alvim, o Secretário da Cultura que nomeou este senhor e outros que se dizem seguidores do Olavo de Carvalho (talvez eles não tivessem se dado ao trabalho de ler o livro de seu aludido mestre: O mínimo que você precisa saber para não ser um idiota, e parecem nem ter condições de compreendê-lo se tentarem), é alta autoridade e não pode ser selada. Ainda tem alguém não pertencente ao governo: Danilo, o sequestrador do Rio que ameaçou reféns com uma faca.

A nora do presidente não cometeu nenhum crime, apenas por reclamar do "miserável" salário. Apenas mostra profunda falta de senso de realidade. É diferente no caso de Danilo, que cometeu um crime. Existem atenuantes, porém, no caso dele, por apresentar sinais de perturbação mental. O caso de Sérgio Nascimento é mais complicado, pois ele não aparenta ser inimputável, e as asneiras proferidas por ele podem, sim, ser consideradas um ato de racismo, um crime segundo a Constituição. Vindo de um negro, é ainda mais vergonhoso. Por isso, ele vai receber o selo de novembro.

O presidente da Fundação Palmares foi alvo de vários protestos
E este blog já está apurando um dos candidatos a receber o selo da "Vergonha", no final do ano (**). A "premiação" será no dia 30 de dezembro, se a humanidade não acabar antes. 2019 está sendo um annus horribilis para todo mundo.


(*) N. do A.: Arrascaeta é uruguaio e não pode ser selado isoladamente, mas pode ser incluido no grupo do Flamengo quando ele ganhar o Mundial, neste mês de dezembro.

 (**) N. do A.: Merece repúdio a atuação truculenta de alguns PMs no episódio da favela em Paraisópolis. É certo que os "pancadões" são pontos de consumo e tráfico de drogas e também onde existem estupros e outros abusos, mas certamente houve excessos por parte de quem deveria zelar pela lei e pela ordem, e eles precisam ser punidos. O comando da PM fez o certo em apurar as responsabilidades, mas o governador de São Paulo comete grave equívoco ao dizer que não vai mudar o modus operandi da PM. Não se pode tolerar a violência, oficial ou não.

sexta-feira, 29 de novembro de 2019

Estamos vivendo tempos estranhos

Como explicar certos aspectos bizarros que vêm acontecendo no Brasil?

Ver no Rio de Janeiro um sujeito armado com uma faca, fazendo reféns, não deve ser definitivamente encarado como normal. Ainda estão tentando negociar com o sujeito, que definitivamente não pode ser considerado psicologicamente sadio.

O criminoso invadiu um bar na Lapa e fez reféns antes de ser imobilizado; o Bope cercou a região (Tânia Abreu/Agência Brasil)

Outra pessoa também com a capacidade cognitiva questionável é o jornalista Sérgio Nascimento de Camargo, recém nomeado presidente da Fundação Palmares. Seria aceitável ter um negro que não fosse de "esquerda" para endossar o vitimismo alimentado por setores da militância e a versão fantasiosa de Zumbi, o rei dos Palmares, como libertador, mas ele deu mostras de não ter preparo algum para lidar com outras pessoas. Argumenta a respeito do racismo e da escravidão como se não compreendesse nada o que ele próprio diz, e faz isso sem a necessária educação e capacidade de lidar com críticas. Seu modo de se expressar o fez ser comparado aos antigos capitães do mato. Até mesmo os familiares o criticam. 

Pior do que isso é atropelar deliberadamente os protocolos e anunciar a nomeação de alguém sem comunicar previamente a quem ele deseja substituir. A presidente da Biblioteca Nacional, Helena Severo, sofreu esse processo heterodoxo de "fritura", quando soube pela imprensa que será substituída pelo professor Rafael Nogueira. Ele é conhecido por ser monarquista, produtor de vídeos do canal Brasil Paralelo, responsável pelas informações estudadas pelo deputado Eduardo Bolsonaro para se preparar para o cargo de embaixador em Washington. Rafael é auto-intitulado discípulo do filósofo Olavo de Carvalho.

O responsável pela forma hedionda de tratar a presidente da Biblioteca Nacional, e também pela nomeação de Sérgio Nascimento, é o secretário da Cultura, Roberto Alvim, o mesmo que proferiu ofensas escandalosas contra a atriz Fernanda Montenegro, depois de se dizer convertido pelo credo bolsonarista após passar boa parte da carreira defendendo ideias "esquerdistas" e ter sido amigo de Chico Buarque. Não, ele não induziu o criminoso da faca a fazer os reféns no Rio, mas ambos, sequestrador e o excelentíssimo secretário (por extensão, o novo presidente da Fundação Palmares), são taxados de doentes mentais para baixo.

Não é possível encarar com naturalidade esses acontecimentos. Os autores precisam sofrer as consequências pelos seus atos, como, aliás, todos nós, que temos obrigação de agir com responsabilidade.

O secretário da Cultura, Roberto Alvim, alvo de críticas por seus métodos para demitir subordinados - inclusive gente graúda, nomeada por aliados do governo Bolsonaro (Divulgação)

quinta-feira, 28 de novembro de 2019

Versões desencontradas sobre a decisão do STF

Segundo O Globo e o portal Uol, o placar ficou em 9 a 2.

Pelo Estadão e sites como Congresso em Foco, 8 a 3.

O site O Antagonista falou em 8 x 2 x 1.

Parece que a imprensa enlouqueceu como o dólar e outros elementos neste país, mas esta é a decisão sobre autorizar a troca livre de informações entre o UIF, antigo Coaf, e o Ministério Público.

No final, o STF votou por não impor ao MP (e à Lava Jato) autorização judicial para pedir informações ao UIF, ex-Coaf (Nelson Jr./SCO/STF)


Com isso, o presidente do STF, Dias Toffoli, precisará desbloquear todas as movimentações nesse sentido, inclusive as responsáveis pela paralisação dos processos, envolvendo dados do senador Flávio Bolsonaro, filho mais velho do presidente.

Para esclarecer melhor, os ministros Alexandre de Moraes, Edson Fachin, Luiz Roberto Barroso, Carmen Lúcia, Rosa Weber, Ricardo Lewandowski e Luís Fux. Gilmar Mendes e Dias Toffoli fizeram objeções, mas acabaram votando a favor da maioria, e Toffoli, inicialmente contrário à liberação, mudou de ideia no final do julgamento. Marco Aurélio e Celso de Mello votaram pela autorização prévia da Justiça.

Crítico ferrenho do STF, o Antagonista ironizou a posição do presidente da instância máxima do Judiciário, daí o placar inusitado acima.


N. do A.: Outra decisão judicial importante, aquela feita pelo TRF-4 para condenar Lula em segunda instância pela acusação de "lavar dinheiro" na reforma do sítio em Atibaia, repercutiu muito e é encarada como um desafio ao próprio STF, mas representa uma dificuldade a mais para a defesa do ex-presidente. Ainda resta uma acusação em andamento, sobre o dinheiro da Odebrecht para o Instituto Lula, e outras ainda não formalizadas, mas capazes de gerar uma sentença fabulosa para a "alma mais honesta do Brasil".


quarta-feira, 27 de novembro de 2019

Da série '(Des)industrialização no Brasil atual', parte 12 - Indústrias metalúrgica e siderúrgica

Até agora este blog não havia exposto a indústria de base, importantíssima na História do Brasil desde o governo de Getúlio Vargas. 

Foi durante essa época ditatorial e nacionalista que surgiu a primeira grande siderúrgica brasileira, a CSN (Companhia Siderúrgica Nacional). Esta empresa foi a pioneira na fabricação do aço brasileiro, e até agora, já privatizada e atualmente nas mãos de Benjamin Steinbruch, é a responsável pela maior parte das ligas ferrosas no país. Teve uma história acidentada, principalmente quando era estatal: foi palco da morte de três trabalhadores por forças do Exército em 1988, episódio explorado politicamente e que levou à vitória da oposição em boa parte das grandes cidades nas eleições municipais.

A partir de 1946, a Gerdau, empresa tradicional fundada no século XIX por Johann Heinrich Kaspar Gerdau, imigrante alemão, passou também a se destacar no ramo, não se limitando mais à fabricação de pregos. O Grupo Gerdau é um dos maiores impérios privados da América Latina e um dos maiores recicladores de sucata do mundo.

Não se pode esquecer outras grandes siderúrgicas, como a Usiminas e a COSIPA (Companhia Siderúrgica Paulista), fundadas na década de 1950. A Usiminas se tornou a primeira estatal a ser privatizada na Nova República, em 1991, e melhorou ainda mais seu desempenho. É a líder na fabricação de aços planos na América Latina. Em 1993, a COSIPA foi adquirida pela Usiminas ao ser privatizada, e agora é uma subsidiária da gigante mineira. 

Recentemente, em 2008, a Votorantim passou a produzir aço, com capacidade para 2,7 milhões de toneladas por ano. 

Pode-se dizer que o Brasil ainda está muito bem neste ramo, apesar da forte concorrência de multinacionais como a Arcelor-Mittal e a ARMCO. 

A siderurgia é, no entanto, apenas um ramo da metalurgia, a arte de fabricar metais cultivada desde a Pré-História, inicialmente para fabricar armas brancas de ferro, cobre e bronze (liga de cobre e estanho). Depois, foram produzidos utensílios de outros metais, como ouro, prata, chumbo e mercúrio. Os metais "nobres" foram e ainda são muito empregados em joalheria. A metalurgia conheceu grande avanço na Revolução Industrial, quando houve uma grande demanda por matérias primas para diversas máquinas e ferramentas. Depois, os metais foram empregados nos veículos, utensílios domésticos, fios e cabos elétricos, computadores e diversos equipamentos com graus variados de sofisticação. Metais antes pouco explorados como o alumínio e o titânio tornaram-se fundamentais para a humanidade.

No Brasil, a metalurgia em geral ficou nas mãos de várias empresas, muitas delas de pequeno porte e boa parte delas sofrendo com as incertezas da economia, como a maior parte do setor industrial. A exceção é a Votorantim, já citada, referência na produção de alumínio com a sua subsidiária, a CBA (Companhia Brasileira de Alumínio). Ela tem concorrência forte das multinacionais Rio Tinto Alcan, Alcoa e Rusan. 

Um caso à parte é a indústria de metais sanitários, que não faz parte das indústrias de base: a Tigre e a Itaúsa (Deca, Hydra) são as referências. Outro é a indústria de utensílios de cozinha, com destaque para a Mundial e a Tramontina. O sofisticado mercado de joias está concentrado em poucas e pequenas empresas (Dryzun, A Suissa, H Stern). Já a produção de bijuterias é dividida entre outras fábricas também de porte reduzido, algumas de "fundo de quintal". Ferramentas, máquinas e autopeças foram abordadas anteriormente. Materiais elétricos terão um post mais adiante.

terça-feira, 26 de novembro de 2019

Chega de polarização!

O PT ganhou força com Lula novamente solto, mas ainda com sérias pendências na Justiça, e aposta na polarização do Brasil. 

Enquanto isso, o governo Bolsonaro, eleito para governar a todos e não apenas para alguns, acena com verdadeiras aberrações como o excludente de ilicitude em casos de "garantia da lei e da ordem", a tal GLO, e alusões ao AI-5, como fez o ministro da Economia, Paulo Guedes, de forma descabida e destemperada. 

Não vamos chegar a um caminho com um país dividido entre os acólitos do atual presidente e os asseclas do ex (Divulgação)


Estamos caminhando para ser uma nação dividida, fraca, sem coesão!

A quem interessa esse clima de desordem iminente?

O dólar está tão louco quanto a situação reinante, acima dos R$ 4,20. Não há projetos de longo prazo. Não temos rumos para fazer o país voltar a ter um crescimento sustentável e sair do grau especulativo. Não há esperança de melhorias na educação, a ferramenta mestra para fazer o país deixar de ser um país de ignorantes, dependentes, semi-alfabetizados, vulneráveis. 

Não há dúvida: o PT quer fazer de tudo para voltar ao poder, do qual foi tirado por causa da revolta contra a corrupção e o populismo que fez melhorar a vida dos pobres à custa da acentuação ainda maior do secular e nefasto patrimonialismo. Seria melhor se o governo não reagir, apenas agir. Não dar mais holofotes às forças que fracassaram na tentativa de aparelhar a nação. 

As outras forças que movem o Brasil também não ajudam: a imprensa, o Congresso, o Judiciário. Aonde vamos parar?

Quem vai convencer o povo a viver de maneira normal, trabalhando e cuidando dos seus entes queridos, com menos pessimismo com o que há de vir?

Quem vai estimular os mais pobres a continuarem lutando para saírem da pobreza e terem uma vida mais digna?

Quem está realmente interessado em fazer os investidores realmente aplicarem seu dinheiro no Brasil e fazer a economia se desenvolver para gerar mais riqueza?

Quem está ajudando o país a preservar as instituições e a salvaguardar-nos das forças malignas que nos atrapalham o caminho, como a corrupção, a injustiça, o analfabetismo funcional, a criminalidade, o atraso?

Pois os arautos do "nós contra eles" não vão mesmo dar as respostas para estas perguntas. Apenas os realmente preocupados com o nosso país. 

segunda-feira, 25 de novembro de 2019

Fim de semana rubro-negro

Nunca na história recente do futebol um clube conseguiu ganhar as taças da Libertadores e do Brasileirão em menos de 24 horas, até o último fim de semana.

O Flamengo, dono da maior torcida do Brasil, conseguiu ser campeão do torneio mais prestigiado das Américas mesmo sendo dominado pelo River Plate, o adversário mais temível dos últimos anos e dono das taças de 2015 e 2018 graças a Marcelo Gallardo e seu elenco. Até os 43 minutos do segundo tempo, parecia tudo perdido para os rubro-negros, mesmo com as substituições feitas por Jorge Jesus para dar mais agilidade e confiança ao time. Os argentinos fizeram o primeiro gol com o colombiano Borré, ainda no primeiro tempo, e o Flamengo virou presa fácil. Porém, o time argentino, cansado de tanto sufocar os cariocas e de perder gols, cometeu um erro crucial, quando Lucas Pratto, o mesmo que jogou no São Paulo e foi um dos destaques da campanha de 2018, foi desarmado por Diego, e Gabigol foi acionado, para empatar o jogo. Três minutos depois, nos acréscimos, Gabigol aproveitou nova chance e virou o jogo.

Apesar de ter sido expulso por tirar a camisa no primeiro gol e provocar a torcida do River Plate com gestos obscenos após o gol do título, o marrento "cunhado do Neymar" foi considerado o herói da partida. Um anti-herói, diga-se.

Após 38 anos, repetiram o feito de Zico e companhia, mas com um adversário bem mais perigoso. Em 1981, o chileno Cobreloa, dono de uma campanha notável, foi derrotado por 2 a 0. Agora, o poderoso River, que esteve por um triz de ganhar seu quinto troféu e chegar perto do número de Libertadores ganhas pelo seu arquirrival, o Boca Juniors, por sinal sua última vítima antes do jogo em Lima. O Boca ganhou pela última vez em 2007, mas se tornou vice duas vezes, após perder para outro brasileiro com torcida gigante - o Corinthians - em 2012, e para o próprio River, no ano passado.

Gabigol, Bruno Henrique, Diego, Diego Alves, Everton Ribeiro, Filipe Luís, Rafinha, Reinier, Rodrigo Caio e outros foram receber as medalhas e a famosa taça. Depois, eles e o técnico Jorge Jesus, nova referência de qualidade técnica, voltaram para o Rio de Janeiro para festejarem junto com milhares de pessoas. Infelizmente, houve confusão e a polícia tratou de reprimir as brigas, sendo também alvo da violência de alguns vândalos.

Flamengo foi campeão da Libertadores no sábado... (Torcedores.com)
 
No dia seguinte, o Palmeiras brigava para adiar o título do rubro-negro, mas fracassou diante do Grêmio. A tarefa era ingrata, pois o time de Renato Gaúcho queria a vitória para brigar por uma vaga direta na próxima Libertadores. Conseguiu, com Everton Cebolinha e Pepê. Bruno Henrique (homônimo do atacante flamenguista) marcou o gol para os alviverdes, mas o desastre aconteceu. Sem ter jogado, o Flamengo se tornou campeão brasileiro. Novamente o time gaúcho foi fundamental para a campanha dos cariocas, após o 5 a 0 humilhante no Maracanã, pelas semifinais da Libertadores.

... e do Brasileiro no domingo (Alexandre Vidal)


A conquista da América e do Brasileirão foi o assunto do fim de semana, superando a trágica morte de Gugu, na sexta-feira.


N. do A.: Por falar em tragédia, o Flamengo começou muito mal o ano, após a morte de 10 garotos da base durante o incêndio no Ninho do Urubu. Reinier, por sorte, não foi uma das vítimas, e agora está visado na Europa. Alguns críticos maldosamente comparam o incêndio aos antigos "sacrifícios humanos". De qualquer forma, a diretoria do Flamengo fez questão de homenagear novamente os jovens mortos naquela madrugada de 8 de fevereiro.

sexta-feira, 22 de novembro de 2019

Morte!

Este ano terrível ainda não acabou. Faltam 40 dias, tempo suficiente para alguém ilustre morrer, além dos nomes abaixo.

Henry Sobel (1944-2019) (Wilson Dias/Ag. Brasil)
Augusto Liberato, o Gugu (1959-2019) (Divulgação/Rede Record de Televisão)
Fábio Barreto (1957-2019) (Divulgação)

Morreu Henry Sobel, o rabino americano que lutou pelos direitos humanos no Brasil e foi uma voz corajosa contra os desmandos do regime militar. Ele denunciou a morte do jornalista Vladimir Herzog, judeu, como um assassinato cometido pelo Doi-Codi, e não como um suicídio. 

Depois, Gugu Liberato, um dos mais queridos apresentadores do Brasil. Foi vítima de um acidente ainda mal explicado, em Orlando. Vai fazer muita falta para quem ainda assiste à TV aberta, e mesmo para quem deixou de assistir televisão há tempos. 

Antes, também perdeu a vida o cineasta Fábio Barreto, após dez anos de coma. Ele fez O Quatrilho, um dos melhores filmes brasileiros, e também Lula, o Filho do Brasil, uma das propagandas políticas mais descaradas e infames. O acidente que o vitimou não foi um castigo do destino por este último filme.

Quem vai morrer até o fim do ano?

a) Silvio Santos (para enlutar de vez o mundo da tv)
b) Lula (vão matá-lo)
c) Bolsonaro (o Adélio vai agir novamente)
d) Luciano Hang (o velho da Havan)
e) O sonho do Flamengo ser campeão da Libertadores (pela marra do River Plate)
f) O autor deste blog (peguei pesado desta vez hehehe!)
g) Do jeito que caminha a humanidade, será todo mundo!

quinta-feira, 21 de novembro de 2019

Da série '(Des)industrialização no Brasil atual', parte 11 - Indústria bélica e armamentista

Continuando a série sobre a atual situação da indústria brasileira e, particularmente, da indústria bélica, este blog vai expor a situação de um setor não muito considerado, mas importante para a economia do país. 

Este setor ainda é relativamente controlado por brasileiros desde os tempos da Fábrica da Estrela, nos anos 1930. Mas a maior parte das armas em circulação não é fabricada aqui, e boa parte delas é contrabandeada. O tráfico de armas é um dos maiores problemas de segurança do Brasil. 

Já antecipei o caso da Avibrás, fabricante de veículos militares. Sua especialidade, porém, é a fabricação de armas, como mísseis e foguetes, além de sistemas de rastreamento e radares. É uma das maiores indústrias do ramo na América Latina, e possui instalações próximas ao CTA - Centro Tecnológico da Aeronáutica, em São José dos Campos. 

Outra fábrica de material bélico pesado é a IMBEL, estatal criada em 1975. Contudo, já havia outras fábricas, como a Indústria Nacional de Armas, a Lerap e a Caramuru (pertencente ao grupo dos famosos fogos Caramuru, os tais que "não dão chabu" e ainda estão firmes no mercado de fogos de artifício). 

Uma fabricante de armas leves e portáteis, muito em evidência atualmente devido à polêmica em torno do Estatuto do Desarmamento, questionado pelo presidente Bolsonaro e seus apoiadores, é a Taurus, de São Leopoldo. Praticamente domina o mercado de pistolas, algo contestado pelos parlamentares defensores de uma maior comercialização de armas, a chamada "bancada da bala". Foi fundada em 1939. 

Outra empresa de destaque é a CBC, a Companhia Brasileira de Cartuchos, líder hegemônica no mercado interno de munição leve. Começou como subsidiária de multinacionais (a americana Remington e a britânica ICI), mas se tornou nacional em 1979.

A indústria bélica do Brasil tem esperança de vender mais produtos no mercado interno, já que a maior parte vai para a exportação, mas teme uma possível abertura para as armas importadas legalmente. Ela sofre com o contrabando e o Estatuto do Desarmamento, um empecilho aos seus negócios.