sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

Enquanto os humanos temem o coronavirus...


Será que o tal "imposto do pecado" vem?

Há tempos que se fala no "imposto do pecado", uma taxação extra para produtos à base de álcool, açúcar e fumo, defendida pela equipe econômica e pelos evangélicos. 

Os motivos são bem menos educacionais e "religiosos": como sempre, visam aumentar o caixa do governo. É a saída mais fácil, enquanto não há um jeito para diminuir o inchaço estatal sem contrariar ainda mais interesses políticos. 

Não há um valor definido para a sobretaxa. Para o caso específico do açúcar, ainda estão estudando o limite, abaixo do qual o produto não será onerado. No Reino Unido, onde há o "sugar tax", as bebidas adoçadas precisam ter menos de 5 g por litro. 

Também é preciso cuidar dos efeitos colaterais da medida, como o aumento do consumo de produtos contrabandeados, para driblar a tunga. Para isso, é preciso apertar a fiscalização nas fronteiras. 

O presidente Jair Bolsonaro disse não ser muito favorável e desautorizou o ministro da Economia Paulo Guedes quando esteve na Índia, enquanto cresciam os debates a respeito no governo e no Legislativo, onde tramita o projeto, mas o fator arrecadação pesa, e o tal imposto não é tão impopular quanto uma possível recriação da CPMF. 


N. do A.: Enquanto isso, o dólar vai a R$ 4,28, não por causa de mais essa sanha da equipe econômica em ganhar dinheiro à custa do consumo do povo, mas pelo pânico gerado pelo coronavírus, considerado um perigo global pela OMS. Até agora, são 24 países com casos confirmados. O Brasil não está entre eles. 

quinta-feira, 30 de janeiro de 2020

Estudo em conjunto entre USP e Unesp dá esperança a quem sofre de osteopenia

À medida que a população envelhece, o risco de haver perda óssea aumenta. Principalmente em mulheres após a menopausa, essa perda leva a um quadro de osteopenia, o primeiro estágio da osteoporose, mal responsável pela piora na qualidade de vida dos idosos, expondo-os a fraturas após quedas, levando a outras complicações sérias de saúde. 

Fases da osteoporose; a doxiciclina atua na fase inicial, a osteopenia; na osteoporose severa, o osso adquire aspecto alveolar, semelhante a uma esponja (Alexey Kazakov/Dreamstime.com)

Estudos feitos pela equipe do professor Felipe Augusto Tocchini de Figueiredo, da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto (USP), estudaram os efeitos do antibiótico cloridrato de doxiciclina. Em doses abaixo das utilizadas para infecções (20 mg/dia, contra 100 mg/dia), a droga reverteu os efeitos da osteopenia em ratos, após tratamento de 60 dias. A equipe é formada por profissionais da USP e da Unesp. 

Normalmente os efeitos da osteopenia são apenas minimizados pelos tratamentos convencionais, que incluem vitamina D e compostos de cálcio. 

Os resultados foram publicados na revista Scientific Reports, do grupo Nature. 

Segundo os próprios pesquisadores, há necessidade de mais estudos para avaliar a viabilidade da doxiciclina em humanos. Um complicador da substância é ela ser um antibiótico, necessitando analisar efeitos colaterais em potencial, como um hipotético aumento na resistência bacteriana. Caso os benefícios compensarem os riscos, pode-se cogitar o emprego deste fármaco para a prevenção da osteoporose. 

quarta-feira, 29 de janeiro de 2020

Um plano de paz entre Israel e os palestinos nunca agradará a todos

Foi elaborado ontem pelo governo americano um plano de paz considerado muito conivente com a questão dos assentamentos judaicos na Cisjordânia e considerando como capital da Autoridade Palestina apenas um bairro de Jerusalém Oriental, não toda a região. 

Tanto Mahmoud Abbas, dirigente da Cisjordânia, quanto o Hamas, que governa a Faixa de Gaza, foram contra o plano americano. Os israelenses, com ressalvas, apoiam a iniciativa de Donald Trump. Os países muçulmanos se irritaram em maior ou menor grau, e alguns pediram cautela, assim como a maior parte dos países europeus. 

Um plano de paz para a região não irá ser aceito por unanimidade, ainda mais vindo de um país de fora, mesmo se tratando dos Estados Unidos. Desconsiderar ou restringir os assentamentos judaicos desagradará o governo israelense. Tolerar a existência deles irá revoltar os palestinos. Retornar às fronteiras de 1948, antes das guerras entre o Estado hebreu e os países árabes, a proposta defendida pelos líderes da Cisjordânia e vista com agrado pelos muçulmanos moderados, é inaceitável para Tel Aviv. Um "Grande Israel" como querem os israelenses mais conservadores, é considerado delírio.

Israel e a Autoridade Palestina não negociaram os termos, de forma independente e sem a tutela estrangeira, porque esse tema é muito difícil e envolve questões delicadas como os assentamentos e Jerusalém Oriental, além de muitos palestinos não reconhecerem a existência do Estado hebreu, e os israelenses não gostarem de ver os palestinos disputando empregos com eles, em decorrência da falta de postos de trabalho na Cisjordânia e em Gaza. 

No entanto, essa é uma questão fundamental para a manutenção da paz na região. Israel é um país consolidado, mesmo que os palestinos não aceitem isso, mas os israelenses precisarão aceitar a existência dos territórios palestinos e a vizinhança de países muçulmanos (Egito, Arábia Saudita e Jordânia), que reprimem um eventual desejo de anexação completa.


N. do A.: O governo Bolsonaro, coerente com a sua política pró-americana, mas em contradição com a política externa tradicional do Brasil, mais de acordo com as decisões da ONU, apoiou a iniciativa de Trump. 

terça-feira, 28 de janeiro de 2020

Bolsonaro demite

O presidente Jair Bolsonaro demitiu o secretário-geral da Casa Civil Vicente Sestini por uso indevido de um avião da FAB para acompanhá-lo em sua viagem à Índia, realizado na semana passada, onde foram assinados acordos bilaterais, para permitir o ingresso do capital indiano no Brasil e vice-versa, por meio de envolvimento em diversos setores como aviação civil, tecnologia, agronegócio, cultura e defesa. Esses acordos têm por objetivo fazer o comércio bilateral dobrar: atualmente, está em US$ 7 bilhões anuais. 

Renato Vieira, agora ex-presidente do INSS, foi um dos demitidos pelo governo (Ag. Brasil)
Também perdeu o emprego Renato Vieira, presidente do INSS e apontado como responsável pelas irregularidades nos pagamentos dos benefícios. As filas decorrentes dos problemas neste setor levaram o governo a tentar contratar militares da reserva para tentar agilizar os atendimentos. 

Existe, porém, uma longa lista de possíveis exoneráveis, como o chefe da Secom, a Secretaria de Comunicação Social, Fábio Wajngarten. Ministros também estão cotados, como o do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, há mais de uma ano apontado como peça-chave nos "laranjais" do PSL, e o da Educação, Abraham Weintraub, pelo funcionamento do Sisu e do ProUni, afetados pelas correções das provas do Enem. Isso sem falar no ministro da Justiça, Sérgio Moro, pois muitos aliados de Bolsonaro queriam recriar a pasta da Segurança Pública, e gostariam de ver a cabeça do ex-juiz "rolar". 

segunda-feira, 27 de janeiro de 2020

Más notícias a granel

Se alguém ler os portais de notícias na Internet ou os noticiários da televisão, vai encontrar uma variedade de notícias ruins, de todas as formas e matizes. Isso lembra a famosa frase do pugilista Joe Louis, que muitos atribuem a Muhammad Ali ou mesmo Mike Tyson: You can run, but you can't hide (Você pode correr, mas não pode se esconder). 

Não podemos mesmo ficar alheios ao perigo do coronavírus, cuja velocidade de propagação é espantosa. Parece que uma jovem de 22 anos foi internada com suspeita da doença em Belo Horizonte. Outros países também estão em alerta, principalmente na Ásia, mas também na América do Norte (Estados Unidos e Canadá). Na Europa, a Alemanha registra um caso suspeito, e a França já tem três doentes confirmados. 

Também é preciso ficar atento ao drama dos estudantes que ingressam nas universidades. A Justiça aceitou liminar que interrompe a divulgação dos resultados do Sisu e as inscrições no ProUni, causados principalmente pelas falhas na correção do Enem, mas a Advocacia Geral da União está tentando reverter esta decisão. Enquanto isso, muita gente não sabe se conseguiu ou não a vaga para a faculdade. 

E o que dizer das mortes em Minas Gerais, causadas por inundações? O governador Romeu Zema tentou culpar as vítimas pela tragédia, dizendo que elas não deram atenção aos alertas e foram para os locais de risco (para tentar resgatar os pertences e salvar eventuais familiares). São velhos problemas: infraestrutura, falta de preparação, lixo nas ruas, ocupação irregular dos terrenos... e quando não culpam os mortos, culpam São Pedro.. 

Outra notícia terrível foi a morte trágica de um dos maiores jogadores de basquete dos últimos tempos, Kobe Bryant. Bateu vários recordes na NBA, como o número de pontos, mais de 30.000 na carreira. Foi um dos responsáveis pela campanha do Dream Team nas Olimpíadas de 2008 e 2012. Um brutal acidente tirou-lhe a vida, aos 41 anos. Sua filha também estava no helicóptero, que explodiu no solo da Califórnia. 

O que fazer com essas e outras notícias ruins? Sentar no meio-fio e chorar lágrimas de esguicho? De nada adianta. Pelo menos existem algumas notícias mais animadoras, como a compra dos direitos do Gabigol pelo Flamengo, junto à Internazionale de Milão. A notícia é boa, pelo menos para os torcedores do rubro-negro. 

sexta-feira, 24 de janeiro de 2020

Pequi sem espinhos desenvolvido por agrônomos brasileiros

Decididamente este blog não está com paciência para comentar certas notícias, como a retirada das bicicletas e patinetes elétricos da Grow devido ao vandalismo, deixando menos opções para quem utiliza estes meios de transporte e fazendo os usuários sofrerem por causa de quem não valoriza o patrimônio público. Outro fato que deixou muita gente preocupada é a volta do Ministério da Segurança Pública, retirando poderes do ministro da Justiça Sérgio Moro, fazendo-o ficar parecendo mais adequado ao apelido que lhe deram por causa de sua voz esganiçada (e não por fazer papel de otário como parece acontecer desde a sua nomeação para o ministério): "Marreco de Maringá". 

Agrônomos goianos da Emater desenvolveram uma variedade de pequi, aquele fruto conhecido do Centro-Oeste, sem os famigerados espinhos que o tornam pouco apreciado fora da região. As pesquisas iniciaram-se há 15 anos, a partir de uma variedade encontrada em Cocalinho, em Mato Grosso, próximo à divisa com Goiás. Em breve, após o registro, ele será comercializado.

Recentemente, no início deste mês, o cantor Leonardo se acidentou com a fruta e ficou com a língua parecendo um porco-espinho, precisando da ajuda do filho. Isso foi registrado em vídeo e o "mico" acabou viralizando. Se o cantor sertanejo é goiano e, em tese, possui experiência em lidar com o pequi, muitos devem ter estranhado. 

Uma variedade sem espinhos pode aumentar bastante a popularidade desta fruta nativa da Região Centro-Oeste (Nivaldo Perr/Emater)

quinta-feira, 23 de janeiro de 2020

Discursos ambientais e sociais marcam o Fórum Econômico Global

Embora seja marcado principalmente pelas pautas econômicas, o Fórum Econômico Global em Davos, ainda em curso (termina amanhã), ficou marcado por discursos sobre questões ambientais e sociais, pelo menos de acordo com o conteúdo das falas de quatro atores importantes do evento: Donald Trump, Angela Markel, a jovem Greta Thurberg e o ministro da Economia Paulo Guedes. 

Destaque do primeiro dia, o presidente americano voltou a criticar os ambientalistas, comparando-os aos adivinhos da antiguidade, e voltou a dizer que os Estados Unidos não precisam mais depender do petróleo do Oriente Médio. 



Pouco antes, uma das primeiras personalidades a falar, a adolescente sueca mais comentada do mundo voltou a cobrar atitudes concretas das autoridades para o que ela classificou de catástrofe climática, e pediu para elas ouvirem as opiniões dos jovens. 


Hoje, a chanceler alemã falou sobre a crise dos refugiados que preocupa a Europa e mais uma vez falou sobre a necessidade de combater as mudanças climáticas. 


Paulo Guedes representou o Brasil em Davos. Ao contrário dos outros vídeos, retirados do canal do World Economic Forum, a fala do ministro foi retirada do canal de Fábio Lima. Guedes procurou dissipar a desconfiança dos estrangeiros em relação ao Brasil, principalmente na política ambiental, e culpou a pobreza pelos desmatamentos. 



N. do A.: De fato, a degradação ambiental é consequência da pobreza e não a causa dela, mas o ministro omitiu o papel do crime organizado e dos grileiros na devastação. Além disso, não só ele, mas todos os participantes, estavam conscientes do papel de propagandistas de suas ideias, procurando usar o poder das palavras, mesmo que, na prática, elas não correspondam às suas ações práticas. 

quarta-feira, 22 de janeiro de 2020

Os SSD começam a ganhar mercado

Falar de coronavirus, a nova epidemia mundial? Ou das confusões envolvendo o Sisu e as notas do Enem? Ou da crise de abastecimento no Rio de Janeiro? É melhor abordar algo mais leve. 

Nos últimos meses, os SSD, ou dispositivos de estado sólido (do inglês Solid State Drive), estão conquistando o mercado no Brasil. No mundo desenvolvido, já são bem mais comuns. São constituídas de: 

- uma memória flash, que armazena os dados; 
- uma memória DDR, volátil, para armazenar temporariamente os dados para serem alocados na memória flash
- um microprocessador de controle de dados. 

A memória flash é geralmente do tipo NAND, baseada em portas lógicas que geram uma saída zero na presença de duas entradas "não zero" (ou entradas 1), e geram saída 1 caso contrário. É dividida em células, que podem comportar um bit (dispositivos do tipo SLC), dois (MLC), três (TLC) ou quatro (QLC). Quanto maior a quantidade de bits por célula, maior o potencial para comportar grandes quantidades de dados e menor o custo de fabricação. Porém, menor quantidade de bits significa também maior velocidade na gravação de dados. Assim, o SLC é o mais caro e o de menor capacidade, mas também é o mais veloz, indicado para uso em servidores. 

Porém, os tipos mais populares são os SSD do tipo TLC. Já podem ser encontrados com preços competitivos: com pesquisa, é possível adquirir um de 480 Gb (gigabytes, ou 1024 x 1024 x 1024, pouco mais de um bilhão, de bytes) por menos de R$ 300,00, pouco mais caro que um HD com o dobro da capacidade. Entretanto, é mais fácil encontrar unidades com menos capacidade. Um de 120 Gb é apenas suficiente para instalar o Windows 10 ou outro sistema operacional, e alguns programas, mas já pode substituir um HD desgastado dentro de um notebook ou PC antigo, e fazê-lo ficar bem mais rápido. Portanto, o SSD virou uma salvação para muitas máquinas velhas. 

A velocidade de gravação de um HD mal passa dos 100 Mb/s. Um SSD com o mesmo formato (SATA) atinge mais de 500 Mb/s. Porém, os mais indicados são os do tipo M.2, plugados a saídas PCI Express. Fisicamente menores, atingem velocidades bem maiores e não são muito mais caros. 

Os SSDs tornaram-se dispositivos viáveis para serem usados em computadores (do site hardware.com.br)

Um problema com o qual muitos se preocupam é com a durabilidade das memórias flash, cujas células vão se desgastando à medida que se submetem a ciclos de gravação de dados. As atuais tecnologias TLC permitem a gravação de algumas dezenas a algumas centenas de TB (terabits, ou 1024 GB). Para usuários domésticos, isso não é um grande problema, pois alguém que grava cerca de 50 GB por mês levaria anos para desgastar um SSD a ponto dele só se prestar para a leitura dos dados. Em servidores, os TLC são inviáveis. Alguns consumidores que precisem gravar grandes quantidades de dados, como jogos e filmes, já precisariam recorrer aos MLC, mais caros e confiáveis, mas ao mesmo tempo difíceis de serem encontrados com grandes capacidades. 

Por outro lado, já é possível encontrar mais computadores (principalmente notebooks) já equipados de fábrica com SSD, desde os humildes portáteis da marca Positivo até as possantes e caríssimas máquinas gamer

N. do A.: No caso destes últimos, o SSD é indispensável para fornecer o desempenho necessário aos jogos, ao lado das placas de vídeo, memórias e processadores possantes como o i9 da Intel. Mas este blog vai abordar melhor esses tipos de notebooks em outra postagem. 

terça-feira, 21 de janeiro de 2020

Glenn Greenwald na mira

Acusado de ser beneficiário dos hackers que roubaram dados de autoridades, como Sérgio Moro, Paulo Guedes e o presidente Jair Bolsonaro, o jornalista americano, dono do site The Intercept e opositor ferrenho do governo Glenn Greenwald foi denunciado pelo Ministério Público Federal. 

Não há evidências do envolvimento do jornalista com os hackers, a não ser o comentado interesse dele no material para fazer oposição ao governo e desmoralizar o trabalho de Sérgio Moro, considerado um inimigo do PT e seus partidos aliados. Companheiro de Glenn por 14 anos em união civil homossexual, David Miranda é deputado do PSOL, um dos partidos que defendem a bandeira da inocência do ex-presidente Lula e a minimização dos casos de corrupção ocorridos nos governos petistas, divulgados com frequência pela mídia, redes sociais e espaços diversos na Internet (inclusive este blog). 

Por falta de provas, o STF considerará improcedente a denúncia contra o jornalista. Por ora, ele está exercendo seus direitos profissionais, de acordo com a liberdade de imprensa e de expressão, por meio de seu site jornalístico, apesar de continuar a ser criticado pelo presidente e seus aliados, que se incomodaram com o apoio ao jornalista por políticos como o presidente da Câmara Rodrigo Maia.

Glenn Greenwald é visto como um adversário para lá de incômodo por Bolsonaro e Moro (Reuters)



N. do A.: Greenwald, recentemente, se envolveu em polêmica com seu desafeto, o ministro da Justiça, e a TV Cultura, ao denunciar a falta de um jornalista do The Intercept na bancada do Roda Viva. A direção da emissora foi ainda acusada de conivência com o entrevistado, pois todos os jornalistas da bancada foram supostamente aprovados por ele. De qualquer forma, o programa foi bastante comentado, e dividiu opiniões, sendo criticado ora pelas perguntas "capciosas" (e isso é direito dos membros da bancada), ora por não conseguir tirar o ministro da zona de conforto. O ministro procurou defender seu trabalho no combate à corrupção e ao crime organizado, e evitou polêmicas a respeito de seu superior, o presidente da República, mas foi cornetado pelos erros atrozes de português, empregando termos como "bobajarada" e "Câmera" no lugar de "Câmara" (Machado de Assis deve estar se revirando no túmulo), e pelo posicionamento sobre o episódio do ex-secretário da Cultura, limitando-se a dizer que o "episódio" era "bizarro". Também respondeu sobre o caso Marielle Franco, a vereadora assassinada em 2018 em um caso bastante explorado pela oposição, e, evidentemente, os vazamentos dos dados roubados pelos hackers, e divulgados por Greenwald. 

segunda-feira, 20 de janeiro de 2020

Regina Duarte vai ser a nova secretária de Cultura

Regina Duarte apoiou Jair Bolsonaro nas eleições de 2018


A atriz, conhecida no passado como a "Namoradinha do Brasil", assumiu o cargo de secretária especial da Cultura, em substituição a Roberto Alvim. 

Com isso, o presidente Jair Bolsonaro espera acalmar os ânimos, acirrados com o episódio do vídeo divulgado pelo ex-secretário. Contudo, a classe artística continuará a não dar trégua ao governo. Boa parte dos artistas é simpatizante do antigo governo lulista, quando não abraça explicitamente as ideologias derivadas do marxismo. 

O patrulhismo de alguns colegas da intérprete da viúva Porcina de Roque Santeiro e da Raquel (mãe da famigerada Maria de Fátima vivida por Glória Pires na novela Vale Tudo) já começou a se fazer notar. Por outro lado, espera-se que a atriz não tente criar uma arte "oficial", como fez o antecessor. Pelo menos, sabe-se que ela não vai nunca condescender com as ideias de quem rotula certo tipo de artes como "degeneradas". 

sexta-feira, 17 de janeiro de 2020

Após o anúncio do Prêmio Nacional de Artes

O agora ex-secretário nacional da Cultura Roberto Alvim estava anunciando o Prêmio Nacional de Artes, envolvendo escultura, pintura, poesia, literatura, teatro, cinema e história em quadrinhos, numa tentativa de fazer valorizar a cultura brasileira nos moldes do governo, quando todos notaram como ele fez isso. 

Sentado com olhar agressivo, abaixo do retrato do presidente e ao lado de uma cruz missionária (representada por dois braços), com uma versão do prelúdio da ópera Lohengrin, de Richard Wagner e copiando de forma descarada a frase do infame chefe da propaganda nazista, Joseph Goebbels: 

Mera coincidência??? (Facebook)
Não demorou para receber o repúdio das associações judaicas, juristas, políticos, jornalistas, artistas e todos os que não compactuam com o nacional-socialismo alemão (ou seja, não são sociopatas a ponto de defender essa ideologia). 

Rapidamente, o presidente Jair Bolsonaro demitiu Alvim de um cargo para o qual ele nunca deveria ter sequer chegado perto. Ficou apenas dois meses na pasta. Para o lugar dele, foi convidada a atriz Regina Duarte. Bolsonaro quer que o assunto se encerre logo, pois já há problemas demais para o seu governo tentar resolver. 

É preciso ficar atento contra quem defende o totalitarismo, seja ele qual for: nazismo, fascismo, stalinismo, maoismo e outros assemelhados. A democracia é muito frágil, e precisa ser melhor cuidada e protegida contra os inimigos dela. 

quinta-feira, 16 de janeiro de 2020

Mais respostas cretinas para uma pergunta imbecil (a primeira do ano)

Pergunta: O que fazer com os seis reais a mais de aumento no salário mínimo?

Respostas: 
1. Gastar tudo em cachaça.
2. Comprar uma garrafa de cerveja Belorizontina e cometer suicídio bebendo-a.
3. Poupar todo mês para gastar no ingresso do filme Democracia em Vertigem, companheiro.
4. Colocar embaixo do colchão, meu filho!
5. Colocar na poupança... de quem fez a pergunta, ou, enfiar essa fortuna no meio do teu c...

N. do A.: A pergunta fica mais imbecil se não levarmos em conta os R$ 41 de aumento original, ou seja, são R$ 47 a mais em relação a 2019. Isso dá para comprar muito mais cachaça, ou mais garrafas de cerveja Belorizontina, ou dá para comprar um ingresso no cinema para ver o documentário (ou será um filme de ficção?) ... ou enfiar mais na poupança de quem faz uma pergunta como essa. 

quarta-feira, 15 de janeiro de 2020

Concursos públicos são alvo das críticas do ministro Weintraub

Fiel ao seu contravertido estilo, o ministro da Educação Abraham Weintraub disse que os concursos públicos colocam muitos "esquerdistas" no funcionalismo, devido ao conteúdo das provas. 

Ele apontou a existência de muitos questionamentos tendo7 como alvo os Estados Unidos, em detrimento de assuntos mais técnicos, como matemática ou gramática. 

Para resolver este problema, mais presente nos municípios e Estados governados pela oposição, e também nas carreiras onde é exigido conhecimento em Ciências Humanas, há três caminhos: extinção de vagas, revisão dos editais e textos das avaliações, ou a simples nomeação, aumentando, portanto, o número de comissionados. 

A primeira solução exige critérios para não comprometer a qualidade dos serviços públicos. A segunda demanda algum tempo e exige revisores supostamente sem viés ideológico. A terceira é simplesmente inaceitável, pois trocaria o conhecimento técnico pelo compadrio político. Além disso, nos dois primeiros casos, só haveria mudança se houvesse um alinhamento dos Estados e municípios com o Planalto, o que é impossível sem ferir de morte a autonomia dos mesmos e, portanto, rasgar a Constituição.

O ministro pouco pode fazer para mudar os concursos públicos, a não ser os relativos à sua própria pasta. Sua preocupação com o conteúdo destas e das outras avaliações só o torna alvo de mais críticas, enquanto os problemas da educação e do ensino continuam a formar uma massa de pessoas com deficiências para a vida pessoal e profissional. 

terça-feira, 14 de janeiro de 2020

Era para ser hoje, mas...

... o mau tempo impediu a inauguração da nova estação Comandante Ferraz (EACF), na Antártida. 

Em março de 2012, um incêndio destruiu a antiga base brasileira nas frias terras austrais e matou um suboficial e um sargento. Durante este tempo a reconstrução foi prejudicada pelo fornecimento irregular da verba e pelas dificuldades na licitação, vencida pela chinesa Ceiec em 2015, por causa do projeto que prevê resistência a ventos de mais de 200 km/h e abalos sísmicos; só a partir daí as construções começaram. O projeto procurou manter os aspectos originais da antiga estação, feita em 1984 dois anos após a inauguração do programa Proantar, que empregou biólogos, oceanógrafos, geólogos, químicos e climatologistas, entre outros pesquisadores, além de militares. O Proantar estudou as condições climáticas do lugar, e também as potencialidades econômicas, como a exploração de água (concentra 70% da água doce do mundo), petróleo e gás natural. 

A edificação continua a levar o nome do capitão de fragata Luiz Antônio de Carvalho Ferraz (1940-1982), engenheiro e oceanógrafo responsável pelo desenvolvimento da pesquisa brasileira no continente gelado. O Bloco Oeste, menor, abriga os alojamentos, as salas de videoconferência e os tanques contra incêndio, para evitar a tragédia de 2012. A parte leste concentra os laboratórios de pesquisa e os refeitórios, enquanto há um módulo menor, chamado de Bloco Técnico, à frente do Bloco Leste, para abrigar a maquinaria pesada e o sistema de coleta e tratamento de resíduos. 

A nova estação Comandante Ferraz (Marinha do Brasil)
Embora esteja localizada na ilha do Rei George, uma das menos frias do continente antártico, ainda assim o tempo é rigoroso, tendo nevascas mesmo no verão. Por isso, a inauguração foi remarcada para amanhã, na presença do vice-presidente Hamilton Mourão e dos ministros Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia), Tarcísio de Freitas (Infraestrutura) e Fernando Azevedo e Silva (Defesa). 

Localização da Estação Comandante Ferraz, na Antártida, em um dos pontos mais próximos da América do Sul (Google)


O projeto vai ser quitado em 2022, e até lá a ocupação é gerida pela Ceiec, e só depois passará definitivamente para o governo brasileiro. Será necessário pagar ao todo quase US$ 100 milhões (foram pagos US$ 60 milhões). 

segunda-feira, 13 de janeiro de 2020

São Paulo entra em 2020 num aspecto

Pelo menos, algo de bom aconteceu em 2020, no meio de tantos acontecimentos que fizeram muita gente ter saudade de 2019. Ou do século XX, que terminou há quase 20 anos. 

A prefeitura paulistana sancionou uma lei para banir, nos estabelecimentos comerciais, a utilização de plásticos descartáveis, como copos, pratos, canudos e outros utensílios que representam sério perigo ambiental, principalmente porque é raro haver o descarte correto. 

É um avanço porque o plástico é um dos maiores poluentes das águas não só no Brasil, mas em vários países. Há vários estudos feitos por biólogos e oceanógrafos sobre os malefícios dos microplásticos, subprodutos de materiais descartados incorretamente, na vida marinha e mesmo na saúde humana, ao consumirmos animais contaminados. 

Também exige mudanças de hábitos para os paulistanos, acostumados a não ver nada de mais em um aparentemente inofensivo canudinho. Eles vão passar pela situação dos cariocas, pois o Rio de Janeiro já havia proibido a utilização dos materiais plásticos em bares e restaurantes. 

Obviamente, já existe resistência, principalmente dos fabricantes dos materiais agora com uso restrito na capital paulista. Eles alegam haver uma "onda antiplástico", capaz de provocar desemprego no setor. Vários países aderiram a esta "onda", principalmente os europeus. 

Uma campanha para o uso adequado do plástico e o descarte correto de todo e qualquer lixo precisa ser feita para São Paulo não tornar a iniciativa uma mera "onda antiplástico". 

segunda-feira, 6 de janeiro de 2020

Da série 'Mondo Cane', parte 64, ou "Bem vindo a 2020"

Este blog bem que gostaria de postar algo de positivo para este ano novo, mas se depender das notícias encontradas nos portais da Internet, isso se torna um trabalho demasiado árduo. 

A quantidade de absurdos é tão grande que justifica criar mais uma postagem da série "Mondo Cane", quebrando o recesso. Era para o blog voltar a postar algo só no dia 13, de preferência com algo alegre, mas o clima de ressaca pós-réveillon está muito forte. 

Vejamos o que andam escrevendo na mídia. Um aviso aos mais sensíveis e àqueles que não querem ver o clima de "Feliz ano novo" destruído: NÃO PROSSIGAM A LEITURA: 

1. Estados Unidos ameaçam bombardear locais históricos do Irã após novos bombardeios em resposta à morte do general Sulaimani. Leia AQUI.

2. Pai mata a própria filha de 1 ano e depois é linchado pelos vizinhos em Cabo Frio. Leia AQUI

3. Em Campina Grande, homem de 72 anos mata a irmã de 77 e a namorada do neto, que também é atingido pelos tiros; o idoso cometeu suicídio. Leia AQUI

4. Homem é morto pela polícia após esfaquear várias pessoas nos arredores de Paris. Leia AQUI.

5. Estudante indonésio de pós-graduação é condenado a prisão perpétua por drogar e estuprar 48 jovens, a maioria universitários, em Manchester. Ele foi autor de outros crimes semelhantes. Leia AQUI

E ainda temos o maior incêndio na Austrália em décadas, o risco da catedral de Notre Dame, incendiada no ano passado, desabar... sem falar no clima de pré-apocalipse causado pelos conflitos entre Irã e Estados Unidos. 

Uma boa notícia num ano que começou deste jeito? O presidente Jair Bolsonaro disse que não vingará a taxa sobre o uso da energia solar fotovoltaica, proposta pela Aneel. 

Depois dessa, é melhor não postar mais nada até o dia 13, apesar se realmente houver um motivo extremamente forte. Espera-se que não seja uma possível guerra ou atentado terrorista. ARGH!!!!

sexta-feira, 3 de janeiro de 2020

Trump e os iranianos inauguram o ano

Feliz Ano Novo e um estrondoso 2020!
Começaram o ano de maneira bem estrondosa, com um míssil na direção do general iraniano Qasim Soleimani, em resposta aos ataques iranianos contra posições americanas no Iraque realizados nos últimos dias. 
 
E assim começa o feliz (sqn) ano novo.