... o mau tempo impediu a inauguração da nova estação Comandante Ferraz (EACF), na Antártida.
Em março de 2012, um incêndio destruiu a antiga base brasileira nas frias terras austrais e matou um suboficial e um sargento. Durante este tempo a reconstrução foi prejudicada pelo fornecimento irregular da verba e pelas dificuldades na licitação, vencida pela chinesa Ceiec em 2015, por causa do projeto que prevê resistência a ventos de mais de 200 km/h e abalos sísmicos; só a partir daí as construções começaram. O projeto procurou manter os aspectos originais da antiga estação, feita em 1984 dois anos após a inauguração do programa Proantar, que empregou biólogos, oceanógrafos, geólogos, químicos e climatologistas, entre outros pesquisadores, além de militares. O Proantar estudou as condições climáticas do lugar, e também as potencialidades econômicas, como a exploração de água (concentra 70% da água doce do mundo), petróleo e gás natural.
A edificação continua a levar o nome do capitão de fragata Luiz Antônio de Carvalho Ferraz (1940-1982), engenheiro e oceanógrafo responsável pelo desenvolvimento da pesquisa brasileira no continente gelado. O Bloco Oeste, menor, abriga os alojamentos, as salas de videoconferência e os tanques contra incêndio, para evitar a tragédia de 2012. A parte leste concentra os laboratórios de pesquisa e os refeitórios, enquanto há um módulo menor, chamado de Bloco Técnico, à frente do Bloco Leste, para abrigar a maquinaria pesada e o sistema de coleta e tratamento de resíduos.
A nova estação Comandante Ferraz (Marinha do Brasil) |
Embora esteja localizada na ilha do Rei George, uma das menos frias do continente antártico, ainda assim o tempo é rigoroso, tendo nevascas mesmo no verão. Por isso, a inauguração foi remarcada para amanhã, na presença do vice-presidente Hamilton Mourão e dos ministros Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia), Tarcísio de Freitas (Infraestrutura) e Fernando Azevedo e Silva (Defesa).
Localização da Estação Comandante Ferraz, na Antártida, em um dos pontos mais próximos da América do Sul (Google) |
O projeto vai ser quitado em 2022, e até lá a ocupação é gerida pela Ceiec, e só depois passará definitivamente para o governo brasileiro. Será necessário pagar ao todo quase US$ 100 milhões (foram pagos US$ 60 milhões).
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