segunda-feira, 31 de outubro de 2011

7 bilhões de pessoas

Já faz tempo que nosso planeta está superpovoado, quando atingiu 3 bilhões de pessoas em 1961. Desde então, o quadro piorou. Agora a Terra comporta mais do que o dobro disso, passados 50 anos.

Com isso, aumentaram os desafios de se produzir alimentos e moradia decentes a mais pessoas, e agravam-se problemas como o lixo e a poluição, sem a necessária contrapartida de exigir um comportamento sustentável e mais racional.

O mundo nunca passou por isso antes. Quando o homem vivia nas cavernas, as brigas entre tribos e os predadores encarregavam-se de manter a população estável. Com o surgimento das cidades e das civilizações, as guerras, o precário saneamento básico e as epidemias controlavam o número de pessoas. Agora, temos os antibióticos e outros remédios, vacinação em massa, redes de água e esgoto, mais recursos para gerar riquezas e bem-estar para mais pessoas, tecnologia na produção de alimentos, maior acesso ao conhecimento. As guerras resumem-se a conflitos localizados em países miseráveis. Os idosos estão vivendo mais e melhor, em termos gerais. Tudo isso são fatores para manter a tendência de crescimento.

O planejamento familiar, fruto de maior conscientização e informação, e motivado pelos custos de se ter um filho, segurou a taxa de crescimento. Mesmo assim, não é o bastante porque entre os mais pobres e com menor escolaridade e acesso à informação, o número de filhos ainda é alto. Como a educação é uma arma poderosa a longo prazo mas não tem efeito imediato, outras medidas terão de ser tomadas.

Quais medidas? Os especialistas pesquisam intensamente sobre isso, mas todas as medidas também não fazem efeito a curto prazo. Restaria medidas tirânicas e desumanas, como a esterilização forçada, a limpeza étnica - eufemismo para o termo genocídio -, a proibição do acesso a alimentos, a deflagração de uma terceira guerra mundial. Mas tudo isso não pode nem deve ser aplicado. Outra possibilidade é ignorar os apelos por sustentabilidade e continuar a desmatar e poluir, causando um colapso no abastecimento de água, envenenamento por efeitos da poluição, aquecimento global e catástrofes climáticas. Isso também não é desejável.

Também existiriam fatores que controlariam a população, mas isso independe da nossa vontade. Tempestades solares, choques de meteoritos de grandes dimensões, corpos celestes de grandes dimensões aproximando-se da nossa órbita ("planeta X", Hercolubus e outros nomes assim). Qualquer estudo sério para administrar os efeitos da superpopulação não leva nada disso em conta.

A superpopulação é um problema que aparentemente deixa grandes e terríveis dilemas a cada um dos 7 bilhões de pessoas. Somos, ao mesmo tempo, os autores e os reféns dessa situação, e sair dessa encrenca exigirá um trabalho gigantesco, para o qual não há alternativa alguma.




Acabou o Pan. Agora voltemos às bruxas

O Brasil teve uma campanha satisfatória no Pan 2011, com 48 medalhas de ouro, no total. As últimas foram conquistadas pelo judoca Felipe Kitadai (cujo fato de ter literalmente se "borrado" nas semifinais agora se tornou irrelevante, e obviamente mesmo com o incidente ele venceu esta e a final contra o mexicano Nabor Castillo), pela seleção masculina de vôlei (e isso com o time formado principalmente por reservas e sem Bernardinho enfrentando os titulares de Cuba) e pelo maratonista Solonei da Silva (ex-catador de lixo e último medalhista de ouro dos Jogos). 

Solonei da Silva brilhou na maratona e encerrou a participação brasileira no Pan 2011 (Foto: AE)

Contudo, tinha prazo para acabar (ontem). O encerramento teve direito a Diego Hypolito segurando a bandeira durante o desfile dos atletas brasileiros e muita música com os lendários The Wailers e com Ricky Martin após o apagamento da chama do Pan. 

Só resta encarar as bruxas que assustam o mundo no momento, já que hoje é o dia delas, segundo um costume norte-americano que acabou contaminando o resto do planeta. Sem os eventos que aconteceram em Guadalajara, a mídia passa a explorar mais o câncer de Lula, a separação de Zezé e Luciano, os atentados terroristas, a criminalidade nas ruas, bêbados atropelando e causando acidentes, a Líbia livre de Gaddafi mas sem rumo, a inépcia do Enem (todo ano tem um fato novo para questionar a viabilidade desse exame), a repercussão do estrago no governo após a crise no Ministério dos Esportes. 

Cruzes!

sábado, 29 de outubro de 2011

Crise entre irmãos

Dois dias antes, Zezé di Camargo apareceu sozinho após ter brigado com o irmão Luciano e anunciou o fim da dupla, para estarrecimento da platéia.

Mais tarde, Luciano foi internado com intoxicação por medicamentos. Se foi uma overdose acidental ou uma tentativa de suicídio, isso não se sabe com certeza. Ele foi salvo pelo outro irmão, Emanuel, e os médicos conseguiram desintoxicá-lo.

Após o acontecimento, Zezé di Camargo tratou de voltar atrás e disse que a dupla não vai acabar. O tempo irá confirmar isso.

A história desses dois irmãos parece mais melosa do que qualquer canção sertaneja e já rendeu até um filme, Dois Filhos de Francisco. Os acontecimentos dos últimos dias trataram de colocar os dois de volta à mídia, após algum tempo longe dos holofotes. E os jornalistas vão voltar a ficar no encalço deles, pelo menos nos próximos dias.

Eles nos passaram!

Eu havia postado dois dias antes sobre a velocidade para adquirir medalhas da delegação cubana. Pois mesmo com seis ouros no dia, uma ótima marca, o Brasil perdeu o segundo lugar, o que não é de se estranhar, pois nós não somos propriamente uma potência esportiva. Espantoso mesmo é o número de medalhas que Cuba somou no dia: QUINZE. 

Nem mesmo os ouros praticamente perdidos pelo futebol e pelo basquete femininos seriam suficientes para compensar a diferença. Mas Fabiana Mürer e alguns outros atletas, inclusive hoje, perderam para cubanos. E se existe algo que brasileiro odeia é ser passado para trás por argentinos ou por cubanos. Que o diga Rafaela Silva, que foi roubada pelos juízes e perdeu por pontos no judô para a cubana Yurisleidys Lupetey (é este o nome mesmo! hehehe... rir para não chorar...).  Ou o corredor Kleberson David e a equipe de canoagem, que até se esforçaram, mas encontraram atletas cubanos e "só" ficaram com a prata.

Por falar nisso, os brasileiros, no pólo aquático, tiveram o gostinho de tirar medalha (de bronze) às custas de Cuba. A seleção de esgrima, no florete, tirou outro bronze, mas às custas dos donos da casa. Hudson Souza, já veterano, conquistou a prata nos 3000 m com obstáculos, atrás apenas do venezuelano José Peña e tendo de se esforçar no final, ultrapassando até o cubano (arre!) José Alberto Sanchez.

Alguns resultados inglórios são dignos de registro. Lamenta-se mais uma vez o animal que Rodrigo Pessoa teve de comandar - uma égua que mostrou o mesmo comportamento do difamado Balloubet de Rouet nas Olimpíadas de 2000 (aquela mesma do Brasil sem ouro algum). E o basquete masculino foi motivo de irritação por parte de Oscar, o eterno ídolo do esporte que brilhou no Pan de 1987, quando os brasileiros venceram na raça os norte-americanos e conquistaram o ouro. Ele e muitos torcedores ficaram na bronca porque os jogadores tinham tudo para vencer o time de universitários dos EUA e a República Dominicana, mas "refugaram" igual aos animais do Rodrigo Pessoa em momentos decisivos e perderam as duas partidas, sendo eliminados na primeira fase.

Mas vamos falar dos ouros. Seis ouros num dia só não é para qualquer um, e isso não é desdenhar dos 15 ouros de Cuba. Diego Hypolito mais uma vez ganhou um ouro. As duas equipes de revezamento 4x100 m conseguiram ouro. Rosângela Santos foi o reforço da equipe feminina. Leandro Cunha, Lucélia Ribeiro e Bruno Mendonça foram os heróis do judô brasileiro e ganharam suas medalhas douradas.

Quanto aos vexames de outras delegações, as 'leonas' da Argentina, que arrasaram no Pan deste ano, decepcionaram e perderam o ouro para os Estados Unidos no hóquei. A mesma Argnetina perdeu o ouro no futebol masculino na decisão para os mexicanos, mas isso não é motivo de alegria para nós, envergonhados com a campanha capenga da Seleçãozinha digna de derrota para uma Costa Rica. E o doping de um esquiador canadense, Aaron Rathy, primeiro caso de adulteração no Pan, custou-lhe a medalha de prata, herdada pelo brasileiro Marcelo Giardi.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Dia de sorte e de azar no dia 13 do Pan


No 13º dia de competições, o Brasil teve um dia de sorte (e competência), menos para a maior esperança de ouro: o futebol feminino. 

Diego Hypolito brilha na exibição como solista e é ouro. Marílson Gomes dos Santos confirmou o favoritismo e venceu a prova dos 10 mil metros. 

A bela Ana Claudia Lemos venceu com dificuldade os 200 m rasos, ganhando o ouro. Antes, ela havia disputado os 100 m rasos e não passou da quarta colocação. 

Leandro Guilheiro, grande esperança de medalha no judô, correspondeu e Gabriel Miranda, portorriquenho, não teve chance contra ele para disputar o ouro. Tiago Camilo cumpriu seu papel e derrubou o cubano Asley Gonzales. 

Boa surpresa no halterofilismo: Fernando Reis, de apenas 21 anos, surpreendeu e conseguiu o primeiro ouro brasileiro em levantamento de peso em toda a história dos Pans. 

O brutamontes ergueu 410 kg e foi a grande surpresa do dia. (Foto: Band). Mais tarde...

Não foi uma falta de sorte, no geral, a conquista das pratas e dos bronzes: a equipe de hipismo, com Rodrigo Pessoa, consegue uma medalha de prata, mas não consegue vencer o brilhantismo dos americanos, assim como Arthur Zanetti, na ginástica com argolas, que errou mais do que devia e perdeu o ouro por 0,025 ponto. Marcelo Suartz ganhou um bronze solitário no boliche, esporte onde o Brasil não tem tradição. Cruz Nonata disputou os 5000 m e conquistou a prata, superada apenas pela mexicana Marisol Romero. Detalhe: as duas ganharam os mesmos tipos de medalha após disputarem os 10000 m. 

O dia não chegou a ser supremo para os brasileiros porque as meninas do futebol, francas favoritas, não contavam que a sorte estava do lado das adversárias, as canadenses. Também faltou uma certa tranquilidade e criatividade para segurar o placar de 1 a 0, obtido logo no começo do jogo. Erraram muitas finalizações e sentiram a falta da "rainha" Marta, que não disputou o Pan. As canadenses empataram, o jogo seguiu para a prorrogação, e não houve alteração no placar, e os terríveis penais tiveram de ser cobrados. Na cobrança dos pênaltis, a sorte de novo contou a favor das canadenses. 4 a 3 nos penais. De novo, a maldição dos pênaltis afetou a Seleção feminina, após perder nas quartas-de-final do Mundial na Alemanha justamente desse forma, contra as americanas. Prata para o Brasil, para alegria da delegação cubana, que avança como uma revoada de falcões na busca dos ouros.  

...outra surpresa, desta vez ruim, péssima mesmo. Quem venceu no futebol feminino, e nos pênaltis, não vestiu verde-e-amarelo (Foto: Reuters)

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Boas e más notícias

Ao contrário da tradição, vou falar primeiro sobre as boas notícias. O Brasil conquistou ouros importantes no dia. 

Primeiro, o ouro de Maureen Maggi. Ela conseguiu a marca de 6,94 m no salto em distância, o suficiente para ela ser tricampeã pan-americana. Muitos ficaram surpreendidos se o resultado fosse diferente. 

Maureen Maggi não decepcionou a torcida e faturou o seu terceiro ouro em jogos pan-americanos

Lucimara da Silva conquistou o ouro no heptatlo, uma prova dificílima. No último dia da prova ela teve que se poupar para a corrida (800 m rasos), etapa final da competição. 

No boxe categoria meio-pesado, Luciano Correia enfrentou o seu arqui-rival, o cubano Oreydis Despagne, ouro no Pan de 2007. Apesar da vantagem inicial do adversário, foi o brasileiro que levou a melhor no final da luta, e ganhou o ouro. 

A mais emocionante das conquistas no dia foi a do policial Leandro Prates, nos 1500 m. Nos últimos metros, o equatoriano Byron Pietra chegou muito próximo, e os dois chegaram praticamente juntos na linha de chegada. Os fiscais da prova tiveram de recorrer às fotos, para confirmar a vitória do brasileiro, que chegou UM CENTÉSIMO à frente do equatoriano. Ele vai ter de voltar ao quartel na segunda-feira, e com certeza terá muita história para contar. É possível que ele seja promovido (a cabo) por esta proeza. 

Outros destaques: 
- o suado avanço do vôlei masculino brasileiro às semi-finais, enfrentando nada menos que os norte-americanos; 
- a pugilista Roseli Feitosa levou uma bronca de seu treinador por ter perdido para a dominicana Yenebier Guillen e ter levado apenas o bronze; a brasileira era campeã mundial em 2010; 
- Geisa Coutinho, ex-empacotadora de supermercado, competiu nos 400 m e conseguiu a medalha de bronze; 
- Rafael Silva, judoca, perdeu na final para o cubano Oscar Brayson e ficou com a prata. 

Este post falou sobre as boas notícias. Agora, as notícias ruins:

Primeiro, o treinador de futebol feminino Kleiton Lima sofreu um acidente de trânsito e quebrou uma costela, isso quando as meninas do futebol estão se preparando para as finais. Ele vai ter de tomar cuidados especiais para conseguir comandá-las durante a decisão.

Segundo: Cuba está ficando muito próxima do Brasil no quadro de medalha. Considerando o ouro à custa de Rafael Silva, os habitantes da ilha de Fidel já somam 30 medalhas douradas, apenas 3 a menos que o Brasil. Se os nossos atletas "amarelarem", o Brasil cai no ranking bem no finalzinho - e eu espero que isso não aconteça. De qualquer forma, é praticamente impossível para a delegação verde-amarela repetir o desempenho de 2007, quando ganharam 52 ouros. Detalhe: o Brasil terminou o Pan do Rio em terceiro lugar, atrás justamente... de Cuba. 

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Orlando Silva finalmente caiu

Recentemente, escrevi um post comparando Orlando Silva, o ministro dos Esportes e não o falecido cantor popular, ao João Sorrisão, aquele joão-bobo do Esporte Espetacular, um programa dominical da Globo. 

Ele não aguentou a pressão e agora vai entregar sua carta de demissão. Dilma já está escolhendo nomes para substituí-lo. O problema é que os nomes são todos do mesmo partido do demissionário, o PCdoB, talvez o partido comunista mais ávido de dólares capitalistas que existe no mundo. Aldo Rebelo, Flávio Dino e Luciana Santos são os nomes a serem analisados.

Destaques de ontem

Como era esperado, a delegação brasileira melhorou o desempenho em relação à segunda-feira. Surpreendente, mesmo, foram quem ganhou o ouro na terça. 

Nem tanto a ginástica rítmica brasileira, com Diego Hypolito à frente. Na história dos jogos pan-americanos, a ginástica por equipe, entre os homens, não ganhava um ouro. Pesava contra a decepcionante exibição da equipe feminina, mesmo com Daiane dos Santos e Daniele Hypolito. O irmão caçula desta última e os demais trataram de não frustrar novamente a torcida e fizeram por merecer o alto do pódio. Ainda por cima, a medalha foi a milésima ganha pelo Brasil na história da competição esportiva mais importante das Américas.

Vale destacar, no entanto, o ouro dado à corredora Rosangela Santos. Ela foi a grata surpresa do Brasil no Pan, por ser bem jovem (20 anos) e nunca ter disputado um torneio tão importante. Em 2008, ela já chamava a atenção no Troféu Brasil por seu desempenho. Três anos depois, ela foi a melhor nos 100 m rasos, completados em 11s22. 

Rosangela Santos agora pode vir a brilhar em Londres, no ano que vem (foto do portal UOL)

Outra medalha merece destaque. O jovem Guilherme Toldo, de 19 anos, chegou mais longe do que o esperado e, após enfrentar o americano Miles Chamley-Watson, um dos melhores esgrimistas da competição e vencê-lo para avançar às quartas, fez bonito e só foi detido por outro americano, Alexander Massialas, outra sensação das competições em esgrima por sua juventude - 17 anos - e seu currículo invejável em disputas dentro dos Estados Unidos. Pelo menos Toldo conseguiu o bronze, pois não há disputa de terceiro lugar. Massialas conseguiu o ouro mais tarde. 

Everton Lopes não mostrou o mesmo desempenho do Mundial de pugilismo, realizados em Baku (capital do longínquo Azerbaijão) no início do mês. O baiano foi simplesmente o campeão. Em Guadalajara ele foi derrotado pelo cubano Roniel Iglesias, ficando com o bronze.

As meninas do basquete tentaram compensar a atuação contra Porto Rico nas semifinais enfrentando o time colombiano na disputa do terceiro lugar. Mesmo sem convencer, passaram fácil pelas colombianas (87 a 48) e voltaram com um bronze com gosto de ferro. Só voltarão a ter a credibilidade perdida quando mudarem a cor da medalha em Londres.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Dia amargo no Pan

Quase que o Brasil conquista mais ouros, mas, no handebol masculino, no salto com vara e nos 10 mil metros livres os atletas não conseguiram o alto do pódio e ficaram em segundo lugar. O resultado foi uma sucessão de resultados desanimadores para a torcida brasileira. Muitos se sentiram o gato Garfield, aquele personagem que odeia segundas-feiras. 

Começo nos 10 mil metros livres. Cruz Nonato esforçou-se o quanto podia, para conquistar uma medalha de prata, superada apenas pela representante da casa, Marisol Romero. 

Mais decepcionantes foram as outras pratas. Fabiana Mürer perdeu o ouro para a cubana Yarisley Silva, que superou os 4,80 m no salto com vara (a brasileira não conseguiu ir além dos 4,70 m). Desta vez não teve a desculpa do roubo da vara. Mas isso é algo que acontece mesmo com grandes atletas, como ela. 

Pior do que isso foi a decisão do handebol masculino. O Brasil estava mal de pontaria e os argentinos usaram a sua tradicional astúcia para segurar e desestabilizar os arqui-rivais (a velha catimba) e faturar o ouro, com direito a discussões acaloradas, principalmente no final. 26 a 23. Com isso, los hermanos conseguem a vaga imediata para Londres e de quebra se vingaram das duas vezes seguidas que perderam a medalha dourada (2003 e 2007), enquanto o Brasil ainda vai ter de conquistar a sua no Pré-Olímpico, em abril do ano que vem. 

Nada disso se compara à atuação assustadoramente medíocre do time feminino de basquete. Elas perderam da pior forma, jogando mal contra a apenas mediana equipe de Porto Rico e perdendo por apenas UM ponto (69 a 68). 

Talvez a pior e mais causadora de desilusões coletivas seja a atuação do time de ginástica artística. Daiane dos Santos e Daniele Hypolito, apesar de toda a sua experiência, caíram - literalmente - e o Brasil amargou um quinto lugar, perdendo até para a Colômbia e, após 16 anos, voltou a ficar fora do pódio. Como se não bastasse a atuação horrível da Seleção Olímpica de futebol masculino, que conseguiu perder por 3 a 1 contra a Costa Rica; por causa disso, os aspirantes à Seleção Canarinho voltam para casa mais cedo, com um monte de torcedores querendo que eles fiquem lá no México mesmo. 

Mas sempre há um herói para salvar o dia. E ele foi o patinador Marcelo Stürmer, que superou o roubo de seu equipamento na véspera do Pan, teve de adquirir novos patins e conseguiu apresentar-se da forma que sabia. Como resultado, ele ganhou o ouro e virou exemplo de superação. 


P.S.: A segunda-feira negra contrastava com o domingo dourado, graças às atuações na vela e no triatlo, com Reinaldo Colucci, totalizando 6 medalhas de ouro para a delegação brasileira no dia. Ficou um clima de ressaca, e das bravas. Parecia melhor ter falado do enterro do ex-ditador líbio Muhammar al-Gaddafi, em lugar desconhecido no meio do deserto. 

sábado, 22 de outubro de 2011

Juliana, Larissa e as meninas do vôlei de quadra

Todas elas mostraram que não estavam em Guadalajara apenas para competir e sim para ganhar. E realmente corresponderam. 

Seleção de vôlei posa após despachar as cubanas e ganhar o ouro no Pan (foto: Gaspar Nogueira / Inovafoto / COB)

Primeiro, as meninas do vôlei de quadra. Encarando novamente as terríveis cubanas, tiveram de suar a camisa para não deixá-las ficar com o ouro, como aconteceu em pleno Rio de Janeiro, no Pan 2007. De novo a partida foi para o tie-break, após os resultados de 25/15, 21/25, 25/21, 21/25. Porém, o final foi diferente, para alegria da atual geração de jogadoras, lideradas por Mari e Sheila, e pelo técnico José Roberto. O set decisivo ficou nos 15/10, após as brasileiras manterem os nervos no lugar, coisa que nem sempre acontecia. 

Hoje, foi a vez do vôlei de praia. Juliana e Larissa enfrentavam as representantes do país-sede, Garcia e Candelas. O calor e a torcida pesaram contra as brasileiras, mas elas superaram e fecharam o jogo em 2 sets a 1 (21/15 - 22/24 - 22/20). O último set foi realmente duro, mas o ouro acabou não indo para as mexicanas. 

Juliana atuando nas areias de Guadalajara

O dia terminou com as últimas competições de natação. Felipe França foi o responsável pelo ouro do Brasil no revezamento 4x100 medley, com a participação de César Cielo, o último a entrar na piscina e que só teve o trabalho de administrar o resultado. Thiago Pereira venceu nos 200 m costas e ganhou o tão sonhado décimo primeiro ouro de sua carreira. Agora sim ele é o rei do Pan por aqui, superando Hugo Hoyama.

Enquanto os esportistas brasileiros fazem bonito por aqui, o mesmo não se pode dizer do ministro dos esportes, Orlando Silva. Por enquanto ele manteve o cargo, pois a presidentA Dilma disse que não ia demitir se não houvesse provas. Mas houve fortes indícios, sim, suficientes para justificar uma demissão.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

O fim do tirano

A guerra civil na Líbia chegou ao seu clímax quando guerrilheiros conseguiram encontrar o ex-ditador Muhammar al-Gaddafi, ou Khadafi, ou qualquer outra das dezenas de variações deste nome. Ele estava num buraco, lembrando o caso do colega do Iraque, Saddam Hussein. 

Nem se deram ao trabalho de capturá-lo vivo e entregá-lo ao tribunal internacional, onde ele iria certamente ficar na cadeia até a sua morte. E nem ao menos o prenderam para ser julgado por autoridades locais, que certamente o condenariam à morte, como no caso do já citado Saddam. O tirano que mandou e desmandou na Líbia foi morto lá mesmo, assim que foi retirado do buraco após supostamente ter implorado para não atirarem. 

O déspota líbio governou por 42 anos, após expulsar do país o rei Idris I (1890-1983). Apoiou o extremismo islâmico, foi acusado de ter chefiado pessoalmente atentados terroristas, um deles ocorrido com um avião britânico em 1988, tornou-se um pária internacional e só saiu dessa condição após renunciar ao terrorismo e apoiar a luta do Ocidente contra a al-Qaeda, visando vender seu petróleo. Quem era suficientemente atrevido para falar mal dele era eliminado, tal como acontecia com outros ditadores. Ele se dizia socialista, mas explorou a miséria de seu povo e construiu palácios suntuosos e alimentou toda sorte de excentricidades. Ainda interferiu na política do continente africano, apoiando outros facínoras como o ugandense Idi Amin Dada e o centro-africano Jean-Bedel Bokassa, este último acusado de canibalismo e magia negra contra seus inimigos. 

A primavera árabe aflorou para expulsar do poder os ditadores e implantar a democracia no Egito, no Iêmen, na Síria e na Líbia, entre outros países. Tropas rebeldes tomaram o leste do país, sofreram revezes e passaram a ter a ajuda decisiva da Otan, a organização militar liderada pelos EUA. O ditador fugiu e foi difícil encontrá-lo. Até que o encurralaram como se faz a um animal selvagem. 

Suposta foto do ditador após sua captura (Reuters)

Muhammar al-Gaddafi agora virou cadáver (piadinha infame...).

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

O ministro dos Esportes e o João Sorrisão

O ministro Orlando Silva está recebendo bordoada à vontade, ou seja, alvo constante de denúncias de corrupção envolvendo várias pessoas ligadas ao PCdoB e às ONGs, que deveriam ser "organizações não governamentais" (mas muitas delas são sustentadas com dinheiro do governo, corrijo, com NOSSO dinheiro). 

E mesmo assim ele defende o seu cargo com firmeza. Batem nele, mas ele não cai. Parece a personificação do tradicional brinquedo João Bobo. 

Um desses brinquedos ficaram conhecidos no Esporte Espetacular, o João Sorrisão. Pois adivinhem quem faz esse papel no governo, agora. Embora ele de bobo não tenha nada.

Quem aguenta levar mais boladas sem cair?

P.S. 1: Enquanto isso, a CBF e a Fifa apenas aguardam, como urubus esperando a sua vez de comer a carniça. A fraqueza do ministério é benéfica para as entidades, pois assim o governo tem menos poder para defender as leis brasileiras das exigências da Fifa. A entidade tem o direito, sim, de reivindicar e defender seus interesses, mas o governo tem o dever de dizer não e mostrar força quando a soberania brasileira está em jogo. 


P.S. 2: O escândalo nos Esportes ocorre bem na época do Pan, a maior competição das Américas. E os esportistas estão tentando fazer sua parte. Thiago Pereira já conquistou o seu ouro, nos 200 m medley, e pode ganhar ainda mais, tornando-se de fato e de direito o "Sr. Pan" apregoado pela imprensa brasileira. Hugo Hoyama não tem mais como ganhar medalhas, pois encerrou sua participação no tênis de mesa.

Os juros continuam a cair

O Banco Central diminuiu de novo a taxa de juros básica - a Selic. Agora, ela está em 11,5% por ano.

É uma queda considerável, mas ainda pagamos os maiores juros reais do mundo. Pelo menos ficou com uma taxa um pouco menos obscena. Não a ponto de recomendar ser mostrado a crianças ou gente de sofre do coração, principalmente os mais endividados. 

Antes, a Selic estava em 12%. Não muito tempo atrás, em julho, estava em 12,5%. Muito longe dos 8,75% cobrados em 2009, mas também não chega a ser uma catástrofe, como foi no começo do governo Lula, quando chegou aos 22,5%. Ou então em alguns momentos do governo Fernando Henrique, quando a crise cambial de 1999 fez o índice ir a monstruosos 45% (não estou querendo defender o governo petista, mas estes são dados divulgados pelo Banco Central) [1].

Para os juros continuarem a cair, o governo precisaria cortar gastos (e isso o governo petista nunca vá fazer, isso talvez só ocorra a partir de 2015) ou a situação econômica for realmente favorável, a ponto de diminuir a inadimplência, e uma das razões para combater o calote ou evitar que as pessoas se endividem é tornar o dinheiro emprestado mais caro. Ou então o governo decidir não combater mais a inflação, outro motivo para manter os juros nas alturas.


Referência: 

[1] Site do Banco Central do Brasil: http://www.bcb.gov.br/?COPOMJUROS

Termômetro de um problema secular

Pesquisa do CNI/Sensus divulgada hoje mostra que os brasileiros continuam descrentes com a segurança pública. 

Segundo a pesquisa: 

Penas

- 79% defendem penas mais rigorosas
- 46% defendem a pena de morte
- 69% defendem a prisão perpétua


Desarmamento e maioridade penal

- 86% defendem a redução da maioridade penal
- 70% são a favor do desarmamento


Atribuições da segurança

- 79% são favoráveis ao uso das Forças Armadas para a segurança pública. 


Geral

- 51% consideram a segurança "ruim" ou "péssima". 


O que esses dados querem dizer? Se esses dados forem interpretados superficialmente, vão dizer: 

1) A pesquisa não representa a opinião geral, e sim de uma pequena parcela da sociedade
2) Os brasileiros querem a volta da ditadura. 


Quanto a essas duas conclusões apressadas, vale comentar: 

1) O CNI/Sensus, até prova em contrário, realiza trabalhos sérios de amostragem. Eles entrevistam pessoas que representam diversos setores da sociedade e em diversas partes do Brasil. É impraticável colher dados de todo mundo (100% de exatidão) e é falta de seriedade só ouvir representantes de São Paulo, do Rio, de Recife, ou qualquer outro lugar sem levar em conta as outras cidades do país. 

2) Executar criminosos e querer das Forças Armadas o poder de polícia, isso já foi tentado nas ditaduras e não deu certo. Se o problema de segurança fosse resolvido apenas a bala os países mais ricos, prósperos e seguros seriam tiranias a la Pinochet, Fidel, Mao ou Hitler. Os brasileiros não querem ninguém que imite esses facínoras. O que querem é uma solução clara de segurança. Nem eles, e parece que nem os governantes, conseguem vislumbrar isso. 

Isso reflete uma prática secular no Brasil. A segurança pública nunca foi uma preocupação dos governantes desta terra desde que Cabral aportou aqui. Ela ficou, ao longo da História, a cargo de milícias, jagunços e capitães do mato, quando não de Guardas Nacionais mais interessadas na integridade do rei do que do reino. O poder armado sempre defendeu interesses de determinados setores e não de todos. No período democrático (após 1945) parecia que isso foi corrigido, mas durante a ditadura a polícia estava mais preocupada em caçar "subversivos" do que assaltantes de banco. E no regime democrático, eles tentaram corrigir as distorções e os abusos causados pelo regime militar, por meio da Constituição de 1988, mas deixaram a Lei Magna leniente com os crimes, ao mesmo tempo que o Código Penal não foi devidamente reformado - e ele é datado da época da ditadura Vargas. 

Os brasileiros querem segurança. Ponto. Mas uma política de segurança precisa ter rumo definido, pensamento de longo prazo, planejamento. O governo deve ouvir os especialistas em segurança e setores da população. Colocar mais guardas nas ruas e valorizá-los. E (isso é querer demais???) coibir a corrupção na polícia. 

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Hugo Hoyama ainda no páreo

O veterano Hugo Hoyama lidera a equipe de tênis de mesa e no Pan deste ano já ganhou um ouro.

Hoyama (esq.) vai defender o título de recordista de medalhas contra Thiago Pereira (foto: Uol).

Ele rivaliza com Thiago Pereira pelo recorde de medalhas. As redes sociais e a mídia acompanham o "duelo". Mas o que importa para o Brasil é o desempenho global dos atletas. Por enquanto, o Brasil só perde dos EUA no quadro de medalhas e nada indica que isso vá mudar. O México, país-sede, está bem atrás do Brasil, com 6 medalhas de ouro, contra 9 do Brasil. 

Uma delas quase foi confiscada por uma polêmica envolvendo a touca com "merchandising" do Leonardo de Deus, nadador que competiu nos 200 m borboleta. Ele ganhou a medalha de ouro, foi desclassificado por causa da suposta "propaganda" e os juízes voltaram atrás. Kaio Marcio ganhou bronze na mesma competição. 


P.S.: Hugo Hoyama foi "sacaneado" por divulgar a cueca do Palmeiras que ele teria usado. O clube paulistano está numa das piores crises de sua História, envolvendo dirigentes, o técnico Felipão e o maior craque do time, Kleber. Além disso, o Palmeiras não consegue deslanchar no Brasileirão e corre o risco de não chegar a lugar algum. É um detalhe para apimentar a disputa entre Hoyama e Thiago Pereira, atleta... do Corinthians. 

domingo, 16 de outubro de 2011

Novidades no Pan 2011

O Pan 2011 não atrai tanto a atenção da mídia como em 2007, quando os Jogos das Américas foram feitos no Rio de Janeiro. Mas é bom registrar o que acontece por lá, principalmente as medalhas que o Brasil ganhou. 

Desta vez o nosso país não demorou muito para ter um pódio. Ele veio já no segundo dia, com Yane Marques no pentatlo moderno. Ela conquistou a prata. Nada mal. 

Outras medalhas vieram. Danyara de Paula (100 m borboleta), Joana Maranhão (400 m medley) e a turma do revezamento feminino, todas ganharam prata na natação. Ainda vale destacar o bronze de Angélica Kvieczynski na ginástica rítmica e de Márcio Wenceslau no taekwondo. 

Mas ainda não terminou: Thiago Pereira voltou a ter destaque na mídia ao conseguir o primeiro OURO brasileiro no Pan, nos 400 m medley. 

 Thiago Pereira ganhou o ouro e Cesar Cielo só vai começar a competir hoje (foto: Ivan Pacheco/Terra).

Nem tudo é triunfo, porém. Houve momentos de preocupação. O maior deles foi a Jacqueline ter se acidentado durante a partida de vôlei contra a República Dominicana. Ela se chocou com a Fabi e sofreu fratura na cervical. Precisou ser imobilizada, e embora não tenha a necessidade de fazer uma cirurgia nem haja risco de lesão na medula, vai ficar de fora do Pan. 



P.S.: Sebastian Vettel passeou na Coréia e além de virar o mais jovem bicampeão (desde a corrida passada, no Japão), ainda garantiu mais um campeonato da Red Bull. A escuderia não pode mais ser alcançada pelos rivais, em número de pontos. Os brasileiros mais uma vez fizeram figuração neste ano, e não haverá outro com o nível de um Fittipaldi ou um Piquet (e muito menos à altura de um Ayrton Senna).

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

A Seleção quase deu outro fora

No entanto, mostrou capacidade de superação. 

Com um a menos, devido à inaceitável atuação de Daniel Alves, responsável por sua própria expulsão e na cobrança de um penal mexicano (defendido pelo goleiro Jefferson), o Brasil ainda estava atrás no placar (David Luís fez o gol para alegrar a torcida em Torreón, norte do México). 

Ronaldinho Gaúcho fez a diferença e calou os críticos ao fazer o gol de empate. Marcelo, cujo cabelo o faz lembrar vagamente do Bruno Cortês (mas sem parecer ter saído de algum filme de terror), desempatou com outro golaço. 

Quem fez o gol foi o Ronaldinho. Neymar só apareceu depois do jogo, para comentá-lo com sua tradicional imodéstia. (Foto: AP)

Outro que se destacou foi o Hulk. Como o grotesco personagem da Marvel, ele mostrou muita energia no jogo. Foi responsável por muitas assistências e finalizações. 

O Brasil conseguiu vencer por 2 a 1, num cenário o mais adverso possível: árbitro fraco, uma grande torcida contra e um jogador a menos na maior parte do jogo. Apesar de ser um amistoso, jogaram como se estivessem num campeonato de verdade. Vamos ver como se comportarão até a Copa. 

P.S.: Não citei o Neymar porque ele não jogou o que sabia, foi anulado pelos zagueiros mexicanos e passou quase em branco. 

Protestos no dia de Nossa Senhora Aparecida

No dia da Pátria, 7 de setembro, muitas pessoas foram às ruas para protestar contra a corrupção. As manifestações foram em boa parte combinadas pelo Facebook e outras redes sociais. No entanto, não houve a quantidade de gente esperada e houve insuficiente repercussão na mídia para fazer os nobres parlamentares mudarem de ideia. 

Neste dia 12, feriado da padroeira do Brasil, novamente haverá mobilizações, desta vez para fazer o STF aprovar a Lei da Ficha Limpa para 2012. Havia a esperança de fazer valer essa lei retroativamente, para 2010, mas seria querer demais. O Supremo está num impasse devido a uma vaga deixada pela ex-ministra Ellen Gracie, que se aposentou em agosto. Dilma Rousseff ainda não indicou quem vai substituí-la. 

A corrupção é um dos atos criminosos mais abomináveis do país e espera-se que mais pessoas participem das marchas contra a roubalheira. Não é um processo simples nem rápido, porque muita gente ainda está desprovida de educação e informação e tem pouca ou nenhuma noção do que acontece na vida pública. A conscientização desses brasileiros é um fator essencial para inibir a ação da picaretagem e do arrivismo social por trás da nossa política. 

terça-feira, 11 de outubro de 2011

"Os Lusíadas" e o bolo de laranja

Ainda falando sobre a repercussão da piada de mau gosto contada por Rafinha Bastos, que motivou seu afastamento do CQC, ele, em sua irreverência, respondeu às perguntas do portal iG com trechos de receita de um bolo de laranja. 

Leia aqui

Na década de 1970, o jornal O Estado de S. Paulo, agora conhecido como Estadão, usou o recurso de colocar versos de Os Lusíadas no lugar das matérias censuradas pela ditadura militar. 

Agora estamos vivendo outra ditadura, a do "politicamente correto". Não se tem mais o direito de falar besteiras, nem mesmo no humor, sem correr o risco de sofrer patrulhamento. 

E por falar em patrulhismo, o próprio governo está querendo impor à sociedade uma série de regras de comportamento, como se ele fosse o dono da verdade e não precisasse, mais do que qualquer um de nós, dessas regras. A ministra que ocupa a Secretaria de Políticas para Mulheres, Iriny Lopes, ao invés de tomar providências efetivas para coibir os abusos reais, resolveu ditar normas de comportamento á mídia, intervindo num comercial com a Gisele Bündchen, no quadro Metrô Zorra Brasil do Zorra Total e até na novela das 9, Fina Estampa, que mostrou uma cena de agressão de um personagem masculino, Baltasar (Alexandre Nero) contra uma personagem feminina, Celeste, vivida por Dira Paes.

Esse comportamento não é só da ministra, e sim de muitos outros membros do governo, ansiosos por intervir no comportamento da sociedade, ou melhor, para impedir que ela fique a denunciar os escandalos que eles, os dirigentes, ministros, congressistas, juízes e outros figurões de Brasília, cometem. 

Desse jeito vamos ter de divulgar mais receitas de bolo ou versos poéticos.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Entre as 200 melhores

A USP voltou para a lista das 200 melhores universidades do mundo da Times Higher Education, após alguns anos de ausência.

É a única instituição da América Latina a constar entre as 200 melhores. Uma grande notícia, pois a USP consegue manter seu padrão de qualidade. Caso o Brasil contasse com um sistema educacional decente, principalmente no ensino fundamental, e mais investimentos destinados à pesquisa acadêmica, não só a USP, mas todas as boas universidades, poderiam ser beneficiadas. Mas a principal favorecida seria toda a sociedade brasileira.

Nesta lista, há novidades nas universidades de topo: Harvard deixou de ser a mais conceituada de todas. A California Institute of Technology passou a liderar o topo. A Stanford University, aquela mesma que recebeu Steve Jobs durante o célebre discurso de 2005, ficou em terceiro. Cambridge, na Inglaterra, foi "rebaixada" de quarto para sexto lugar, enquanto a rival Oxford subiu para quarto lugar. Princeton, onde Albert Einstein trabalhou nos últimos anos, ficou em quinto. 

Não é estranha a presença dos americanos e da dupla Oxford-Cambridge no topo, mas universidades em outros países ficam para trás, segundo a lista da Times. A ETH Zürich, da Suíça, considerada a melhor fora dos EUA e da Inglaterra, ficou em décimo quinto lugar. Algumas universidades canadenses e japonesas ocupam boas posições. A segunda melhor universidade da Europa fora das ilhas britânicas ficou "apenas" em trigésimo segundo lugar: a Karolinska Institute, de Estocolmo. A terceira é a Ludwig-Maximilians-Universität, de Munique, em quadragésimo quinto lugar, atrás até da Universidade de Hong Kong (trigésimo quarto) e de Cingapura (quadragésimo).

São amostras de uma lista seleta, da qual toda a comunidade uspiana pode orgulhar-se. Espera-se que o padrão de qualidade continue, para o bem de nosso país, o que é uma façanha, devido aos problemas citados neste post

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Steve Jobs (1955-2011)

Steve Jobs e uma de suas criações, o iPhone 4. 

Steve Jobs foi um dos grandes revolucionários da tecnologia digital nos séculos XX e XXI. Sua morte vai refletir ainda por muito tempo, e todas as palavras são poucas para definir o gênio. 

Como todas as mentes brilhantes, Jobs tinha muitas idéias e uma personalidade complexa. Muitos o respeitavam, outros o temiam, por sua natureza perfeccionista e temperamento difícil. Mas até os adversários mais implacáveis deles reconheciam seu valor. 

Sem Jobs e idéias como o Macintosh, o iOS, o iPhone e o iPad, a tecnologia e o mercado de computadores e celulares estaria provavelmente estagnada. Não haveria tablets, essas pranchetas eletrônicas que viraram mania no mundo. Nem smartphones. 

A Apple nunca mais será a mesma sem ele. O iPhone 4S, última criação da empresa co-fundada por Jobs, e primeiro produto a ser lançado após o seu afastamento, já não era tão revolucionário como os outros produtos. 

É mais um acontecimento de impacto neste ano de 2011. Elizabeth Taylor e Amy Winehouse se foram. O criminoso saudita Osama bin Laden, também. Será que neste ano alguém mais morrerá para virar assunto por mais alguns anos?


P.S.: Jobs morreu de câncer no pâncreas, a mesma doença que vitimou o canadense Dr. Ralph Steinman, um pesquisador que estudou o sistema imunológico para resolver problemas de saúde como os deles. Steinman morreu três dias antes de seu nome ser anunciado como ganhador do Nobel, porém em reconhecimento à sua luta, sua família receberá o prêmio, junto com outros dois pesquisadores. 

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Da série 'Notícias para encher página de jornal', parte 2

A histeria politicamente correta agora bate sem perdão, desde o mês passado, no humorista Rafinha Bastos, do CQC, só porque ele disse que ia comer a Wanessa Camargo e o bebê que ela está esperando.

A piada é de mau gosto, sem dúvida, mas a reação foi desproporcional. Anunciantes deixaram de colocar dinheiro na Band, a emissora suspendeu o Rafinha do programa e não se sabe quando ele volta.

Como no humor o 'politicamente correto' não funciona mesmo, os blogs aproveitaram para brincar com o episódio. O Jacaré Banguela divulgou um vídeo onde o Rafinha recusou-se a comer fraldinha, baby beef ou algo que lembre a palavra bebê.


P.S.: o patrulhismo atua também em outros programas, como o chatissimo Zorra Total, com o quadro "Metrô Zorra Brasil", considerado ofensivo aos metroviários; outros programas não tão afeitos ao tal 'politicamente correto' como os feitos pela Globo, como o Pânico na TV, acumulam processos; eles tentam doutrinar os humoristas como se isso corrigisse os abusos do machismo na sociedade, a precariedade do transporte público e outras coisas dignas de lástima - isto é, se os patrulheiros estão realmente preocupados em resolver esses problemas de forma séria.

Dilma na Bulgária

No momento da publicação deste post - o primeiro do mês, após quase uma semana sem escrever aqui - a presidentA Dilma está visitando a terra onde o pai nasceu, a Bulgária. 

Ela vai aproveitar para fazer acordos comerciais entre o Brasil e a Bulgária. Muitos perguntarão por que, se a Bulgária é um país com participação pouco expressiva no mercado mundial. Porém, é mais justificável isso do que fazer acordos com o Gabão, motivados por ideologias políticas e feitos por Lula, antecessor e ex-mentor da presidentA. 

No dia 7, Dilma visitará a Turquia, país cuja economia está em expansão. Antes, ela visitou a Bélgica para abrir o festival Europalia, cujo tema é o Brasil. Lá ela fez novos acordos comerciais e disse que o Brasil estará pronto para ajudar as economias de alguns países europeus, principalmente a Grécia, cuja economia está pior do que as ruínas da antiga Atenas.