segunda-feira, 31 de maio de 2010

Da série 'Oitentolatria', parte 4

E vou abordar a grande e, às vezes, nefasta influência que a televisão exerceu na chamada década 'brega'. Na verdade, a tevê sempre influenciou as mentes dos brasileiros, mas foi na década de 1980 que muitos programas viraram febres de verdade.

Nunca antes neste país, como diz o nosso mui estimado presidente Lula, se prestou tanta atenção a um aparelho retangular, que na época era uma geringonça formada por um tubo de raios catódicos. Principalmente quando passavam as novelas da Globo.

Foi nesta década que lançaram o maior sucesso de todos os tempos: Roque Santeiro, de 1985 (mais precisamente, 24 de junho de 1985), grande folhetim de Dias Gomes que conquistou milhões de brasileiros e, em seu final, obteve quase 100% de audiência segundo várias fontes. Seus protagonistas eram o triângulo amoroso formado por Roque Santeiro, a viúva Porcina e Sinhozinho Malta, vividos por José Wilker, Regina Duarte e Lima Duarte, respectivamente, em interpretações impagáveis.

Quase três anos depois, a 16 de maio de 1988, veio outro mega-sucesso, Vale Tudo, de Gilberto Braga com a colaboração de Aguinaldo Silva (que também ajudou Dias Gomes a fazer Roque Santeiro) e Leonor Basseres. Conseguiu fazer isso com uma porção de vilões inescrupulosos e maquiavélicos que os telespectadores adoravam odiar: Maria de Fátima, Marco Aurélio e a imortal Odete Roitman. Beatriz Segall nunca mais se livrou da pecha dessa megera que detestava os brasileiros e era chefe de um esquema de corrupção empresarial.

Outros grandes sucessos foram

- Guerra dos Sexos (1983/4), de Sílvio de Abreu, o autor da atual novela (Passione); essa comédia engraçadíssima com a Fernanda Montenegro e o Paulo Autran dava de 10 a 0 na atual (que, aliás, tem a Fernandona também, mas o Autran infelizmente se foi).

- Roda de Fogo (1986/7), de Lauro César Muniz, que mostrou pela primeira vez um esquema de corrupção chefiado pelo protagonista, Renato Villar (Tarcísio Meira), que se apaixonou pela juíza vivida pela Bruna Lombardi, que investigava as falcatruas; é raro um protagonista ser um vilão que, aos poucos, vai se redimindo.

- O Salvador da Pátria (1989), também de Lauro César Muniz, acusada de fazer do caipirão Sassá Mutema (ieu?) uma caricatura do então candidato Luís Inácio Lula da Silva, atual presidente da República; pois ninguém imaginava que o Lula ia ser um dia eleito...

- Que Rei Sou Eu (1989), de Cassiano Gabus Mendes, outro sucesso que passava ao mesmo tempo que a novela anterior; era uma trama ainda mais interessante, uma sátira à Nova República que mostrava um país fictício, Avilan, e seus conselheiros corruptos e incompetentes que mandavam no país.

Entretanto, ao lado dessas novelas memoráveis, havia muita porcaria, também. Não vou citar nomes, mas mesmo as piores novelas, em certos aspectos, também eram melhores do que as novelas atuais. E não adianta culpar a Internet ou as outras formas de entretenimento pelos ibopes de 19 pontos alcançados pelos folhetins da Globo. Pode-se acusar a década de 1980 de ter muita besteira, mas não de mostrar boas novelas, coisa que a atual década ainda fica devendo, e muito.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

Os comentários do portal 'Terra'

O portal 'Terra' é um dos maiores do país e é amplamente consultado por causa das notícias vinculadas em seu espaço.

Muita gente, porém, nota a presença dos comentários, quando lê alguma notícia. Não falta gente disposta a achincalhar os erros gramaticais dos repórteres, nem os comentários cujos assuntos estão tão longe do assunto quanto Lula da cadeira de secretário-geral da ONU.

E não faltam alusões a religião, preconceito racial, homossexualidade, futebol, americanos, governo Lula, mesmo quando se fala, por exemplo, em tecnologia. Palavrões e expressões chulas também aparecem bastante. Ofensas pessoais aos repórteres, aos demais comentaristas e às pessoas expostas nas reportagens, nem se fala.

Vou mostrar uma pequena amostra dos comentários acerca da notícia do portal a respeito do Joel Santana e sua opinião sobre a liberação do sexo para os jogadores da Seleção brasileira, entre os jogos da Copa do Mundo. A notícia pode ser lida aqui.

Não vou fazer nenhuma correção nos comentários, e nem fazer críticas individuais aos autores.


sandice: 'brasil será o campeão em dst'.

ELEITOR: 'DUNGA É A EXPRESSÃO MAXIMA DO PT NO GOVERNO, GENTE INCOMPETENTE EM POSTOS ESTRATÉGICOS. TINHA QUE SER ASSIM TAMBEM NO FUTEBOL. ALGUEM DUVIDA?'

Observador: 'Acho que antes de discutir a sexualidade alheia, o Dunga deveria aprender a concordância verbal. Brincadeira! O que interessa para um país se os jogadores da seleção fazem sexo ou não...não muda nada p vida de alguém muito menos de um país inteiro.'

Critico: 'Esta notícia mudou minha vida.Nossa!!!
Se jogador deve ou não fazer sexo...brincadeira!
Façam o que quiser, não to nem aí'

FILÓSOFO: 'DUNGA NÃO GOSTA NEM DELE MESMO VAI GOSTAR DE SEXO.'

ZANGADO: 'Acho que o Dunga se referiu a ele próprio qdo disse que nem todo mundo gosta de sexo. Acho que um cara mal humorado como ele, cínico, arrogante e prepotente, que obriga 190 milhões de brasileiros torcerem por uma seleçãozinha xureba, não deve mesmo gostar de sexo. Pelo menos não o convencional, acredito.'

GLU: 'DUNGA ADORA AFOGAROGANSO'

Mário Salvador: 'Grande Joel, Fabuloso bom humor, essa sua aparição falando de Sexo e coisa e tal lembra uma passagem do inesquecível Costinha falando sobre a raspadinha do Rio.
Legal doutor, muito bom
Parabéns ao TERRA pela apresentação do vídeo do Jornal o Dia.'

Mário Salvador: 'SERÁ QUE ALGUÉM POR AI, TEM A FOTO DO DUNGA SALTANDO DO AVIÃO DA SELEÇÃO BRASILEIRA, AQUELE FAMOSO AVIÃO QUE TRAZIA A MUAMBA DO RICARDO TEXEIRA PARA MONTAR O ELTURFE E O MORALISTA DUNGA TRAZIA NA CABEÇA UM COLCHÃO AMERICANO (que certamente foi nesse colchao que ele práticava sexo na copa de 94) para passar a muamba na alfandega'

FORÇA COXIM: 'FAZER GAUCHO GOSTAR DE SEXO É COISA DE MISSÃO IMPOSSIVEL, NEM TOIM CRUZ CONSEGUE.
DUNGA GOSTA É DO BAFO DO ZANGADO NO CANGOTE.'


E esta amostra nem é tão típica assim, porque todos eles se referiram ao Dunga ou ao Joel Santana. Há outros vários exemplos, que eu não vou expor aqui para não sobrecarregar o blog.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Too little, too late

Fotos da inauguração das primeiras estações da Linha 4, disponíveis no site do metrô


Inauguraram, ao som de tambores japoneses e escola de samba (a música mais adequada, talvez, deveria ser o coro famoso daquela obra de Hândel, o Messias - leia-se Aleluia), as duas primeiras estações da Linha Amarela, Faria Lima e Paulista.

Pelo menos por alguns dias a viagem entre as duas estações será gratuita. Depois, eles liberam o acesso entre as estações Paulista e Consolação e a viagem passa a ser paga. A estação Paulista fica na r. da Consolação e a estação Consolação fica na Av. Paulista, e por mais cômico e estranho que isso possa parecer, é a pura verdade.

A estação Paulista fica a 30 metros de profundidade, e alguns vão dizer que está perto demais do inferno, de tão longe que está do nível da rua. Para fazer a futura baldeação da estação Paulista para a estação Consolação vai ser preciso subir, pois as linhas Amarela e Verde têm um desnível de 4 metros.

Por outro lado, haverá um terminal de ônibus próximo da Estação Faria Lima, com várias linhas (uma delas, a 967-A, passa perto da minha casa). Mas ele só vai ser concluído quando o acesso ao metrô por esta estação passar a ser pago.

Mesmo com estas duas estações, a malha do metrô ainda é ridiculamente pequena. Entretanto, isso vai mudar, bem pouco, aliás, quando inaugurarem as estações Tamanduateí e Vila Prudente, pertencentes à linha verde.

Com toda essa velocidade, o metrô vai ter uma extensão digna de São Paulo quando os habitantes da cidade se resumirem a ratos e baratas.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Da série 'Lista de blogs interessantes', parte 6

Exemplo de caminhão 'xunado': que coisa mais linda!

Tenho aqui uma série com quatro blogs interessantes sobre uma coisa jeca e que ultrapassa os limites da cafonice: o xuning.

É uma arma de destruição de carros, com peças desproporcionais, cores berrantes, adereços exagerados, tudo o que faz de um automóvel uma aberração.

Muitos fazem 'xuning' pensando que fazem 'tuning', uma modificação cara e também de gosto muito duvidoso, porém bem mais caprichada. Mas o 'xuning' não modifica significativamente a parte mecânica (suspensão, motor). Fica apenas na aparência.

Chega de desperdiçar linhas com essa prática inusitada e vamos aos blogs:

1. Bizarrices Automotivas - bizarricesautomotivas.blogspot.com

2. Blog do Xuning - xuning.blogspot.com

3. Autoclube (seção de 'Xuning') - autoclube.blog.br

4. Autozine (seção de 'Xuning') - autozine.com.br

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Da série 'Mondo Cane', parte 8

Outra vez tenho de postar sobre o "mondo cane".

E outra vez é um caso brasileiro. Este país me mata de vergonha...

Recuso-me a comentar sobre o assunto. Só vou dizer que o lugar é no Jaguaré, bairro vizinho da USP. Portanto, o ato de selvageria ocorreu a poucos metros da maior universidade do nosso país! Aff!!
Leiam o caso aqui.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

As novas mascotes olímpicas


Elas vão aparecer nas Olimpíadas de Londres de 2012. E são bem estranhos: dois cíclopes com olhos imensos feitos de metal e que ganharam vida.

Será difícil superar, em carisma, o urso Micha, das Olimpíadas de Moscou de 1980, um feito até agora impossível. Na verdade, eles estão mais para repulsivos, parecem lembrar que 2012 vai ser o ano do "fim do mundo" (hahaha!). Mas podem chamar mais atenção do que as últimas mascotes que apareceram desde 1992, quando o cão Cobi, que parece mais um rabisco, representou os Jogos de Barcelona. Aliás, quem se lembra das mascotes das últimas olimpíadas?

Nas Olimpíadas de Atlanta em 1996, foi uma baleia esquisita.

Nos Jogos de Sydney de 2000, foram três mascotes, que representam animais da fauna australiana (um ornitorrinco, uma equidna e uma ave kookabura).

Em 2004, na pátria das Olimpíadas - Atenas - nem eu me lembro da mascote.

Finalmente, em 2008, haviam cinco mascotes para representar o espírito olímpico em Pequim.

Agora, os monstrinhos de 2012. E em 2016, no Rio de Janeiro, já estão pensando na mascote. Desde o ano passado. Eis uma sugestão, muito divulgada quando a Cidade Maravilhosa foi escolhida:


segunda-feira, 17 de maio de 2010

O Brasil grande. Grande?

Olhem só o Lula tentando exercer o seu papel de estadista, agora no Irã, a terra do Ahmadinejad (foto da agência France Presse)

Nunca antes neste país, parafraseando o cacique-mor das terras tupiniquins, o Brasil posou tanto de potência internacional na História. Mas é preciso distinguir o sonho da realidade, que na política internacional é bem mais feia.

O sonho: o Brasil está conquistando projeção internacional ao querer servir de mediador nos conflitos do Oriente Médio. Em março, Lula visitou Israel para servir de arauto da paz entre a nação hebraica e os palestinos, e se tornou o primeiro chefe de Estado brasileiro a aparecer por lá. E agora, em maio, Lula visita o Irã e faz um acordo com o presidente Mahmoud Ahmadinejad para ele provar que ele está mesmo querendo o bem de seu país ao construir usinas nucleares para abastecer seu povo, e não fabricar bombas atômicas. Agora o Brasil é visto com respeito pelo mundo.

A realidade: o Brasil está adotando uma política megalomaníaca para tentar uma vaga permanente no Conselho de Segurança na ONU - megalomaníaca e grotesca, aliás. Ele visitou Israel e castigou os ouvidos dos anfitrões com frases esdrúxulas e com pouco sentido prático, do tipo "eu tenho o vírus da paz". Depois foi visitar o Irã para fazer um acordo vago e confuso com o ditador iraniano, que nunca cumpriu acordos anteriores. EUA, União Européia, Japão e outras nações relevantes no cenário internacional vêem tudo isso com ceticismo, como se as atitudes do Brasil fossem amadorísticas.

No acordo firmado entre o Brasil, o Irã e a Turquia, outra nação pró-Ocidente que tem boas relações com o seu problemático e temido vizinho, está previsto o envio de 1,2 toneladas de urânio fracamente enriquecido à Turquia, que faria o enriquecimento até um limite de 19,7%, e mandaria de volta ao Irã 120 quilos desse material. Tudo isso com a supervisão da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA, ou IAEA, no original em inglês).

Analistas não só dos EUA e dos países europeus, mas também brasileiros, apontam vários aspectos obscuros do acordo, e duvidam que, desta vez, Ahmadinejad cumpra a palavra. Não existem garantias para isso acontecer. Nada.

Será que, mais uma vez, o governo brasileiro está fazendo macaquices em território alheio? Afinal, a diplomacia do governo Lula utiliza mais a ideologia do que qualquer outra coisa, tudo para tentar mostrar que não seguem a cartilha da política norte-americana. Aliás, podem acusar os americanos de arrogantes e interesseiros, mas não de desconhecerem o jogo da política internacional. E, em matéria disso, os nossos "jogadores" mostram-se verdadeiros pernas-de-pau.

sábado, 15 de maio de 2010

Duas relíquias

O Brasil é um país do carro caro, com qualidade questionável - principalmente no acabamento - e que acaba sendo mais um problema do que uma solução para os brasileiros com necessidades de locomover-se na cidade.

Neste cenário, dois velhos conhecidos, e são velhos mesmo, destacam-se: o Volkswagen Gol e o Fiat Uno. São ambos veteranos do mercado brasileiro.

O Gol faz 30 anos hoje. Começou a ser comercializado a 15 de maio de 1980, quando o mercado era dominado pelo Fusca. E em poucos anos, o feioso carrinho parecido com uma versão nanica do Passat tomou o lugar do lendário besouro. E se tornou o maior sucesso da indústria automobilística brasileira em todos os tempos. Desde o já longínquo 1987, não se conhecia outro campeão de vendas. Em sua longa carreira, passou por duas metamorfoses completas (1984 e 2007). Na segunda geração, entre 1994 e 1999, era chamado de "Gol Bolinha", por ser bem mais arredondado do que o antigo Gol. A terceira geração, entre 1999 e 2005, nada mais é do que uma remodelação do "Bolinha", assim como a quarta, de curta duração. O Gol atual é bem diferente, até mesmo na mecânica: os motores passaram a ficar na posição transversal, como os concorrentes, e não mais na antiga posição longitudinal, típica de carros grandes.

Já o Uno, um pouco mais recente, só apareceu em agosto de 1984, causando estranheza por seu tamanho diminuto e suas formas de "bota ortopédica". Estigmatizado pela má qualidade dos antigos Fiat, herdou inclusive o péssimo câmbio do Fiat 147, seu antecessor. O Uno só se tornou um grande sucesso com o tempo, quando os brasileiros passaram a apreciar o seu espaço interno digno de carros maiores. E inaugurou o conceito de "carro mil", com motor de pouco menos de mil centímetros cúbicos, com o Uno Mille, de 1990. Por outro lado, ganhou uma versão bem esportiva, com motor turbo, quatro anos depois. Com a chegada do Palio, em 1996, o Uno ficou restrito às versões "mil". Ao contrário do rival da Volkswagen, o Uno mudou muito pouco, mantendo suas formas algo quadradas até hoje.

Agora, ambos, Gol e Uno, são sobreviventes vencedores do mercado automobilístico, apesar dos problemas compartilhados pela maioria dos carros nacionais, com acabamento sofrível, falta de ítens de segurança e conforto e motores dispendiosos em termos de combustível, embora potentes. Mas o problema maior de ambos é serem caros demais, por culpa das margens de lucro excessivas das montadoras e dos absurdos impostos cobrados. Mesmo assim, os velhinhos do mercado nacional vendem como água.


E, há poucos dias, surgiu o novo Uno, bastante diferente e muito mais moderno, para esquentar a disputa. E ele promete muitos anos de sobrevida, além dos 26 de mercado do pequeno carro da Fiat. Já o Gol continua firme e forte, e ainda por cima na liderança. Até quando? Só o tempo dirá.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

122 anos após a lei Áurea, ainda há escravidão

Faço minhas as palavras do jornalista Leonardo Sakamoto, em seu blog (blogdosakamoto.uol.com.br). Eis o que ele escreveu no dia de hoje:

Há exatos 122 anos, era declarada ilegal a propriedade de um ser humano sobre outro no Brasil.

Contudo, a Lei Áurea – curta, grossa e lacônica – não previu nenhuma forma de inserir milhões de recém-libertos como cidadãos do pais, muitos menos alguma compensação pelos anos de cárcere para que pudessem começar uma vida independente. Para substituir os escravos, veio a imigração de mão-de-obra estrangeira, agora assalariada. Os fazendeiros não precisavam mais comprar trabalhadores, podiam apenas pagar-lhes o mínimo necessário à subsistência. Ou nem isso.

Enquanto isso, o trabalho escravo moderno deu lugar a formas contemporâneas de escravidão, em que trata-se o trabalhador como animal, explora-se sua força física aos limites da exaustão e cria-se maneiras de prendê-lo à terra, seja por dívidas ilegais, seja por qualquer outra forma. Para isso, são usadas ameaças e violência como estratégias de convencimento. No passado, sentiram isso na pele imigrantes europeus nos cafezais do Sudeste e migrantes nordestinos nos seringais do Norte. Ainda hoje, são vitimas da escravidão contemporânea milhares de trabalhadores pobres em fazendas de gado, soja, algodão, milho, arroz, cana-de-açúcar, carvoarias, oficinas de costura, pátios de obras de hidrelétricas.

Qual o perfil desse escravo de hoje? Desde 1995, quando o governo federal criou os grupos móveis de fiscalização que verificam denunciam e libertam trabalhadores, 37.205 foram oficialmente retirados dessas condições. Se considerarmos os trabalhadores rurais resgatados entre 2003 e 2009 (descontando o trabalho escravo urbano e o voltado para exploração sexual), temos Maranhão, Pará, Bahia e Mato Grosso do Sul como principais fontes de escravos; uma maioria de homens (95%); a ausência de formação – 40% analfabetos e 28% apenas com a 4ª série incompleta; 63% entre 18 e 34 anos – ou seja, no auge de sua força física, podendo entregá-la aos empregadores.

Saem de regiões pobres para procurar empregos em outros lugares fugindo da pobreza e da falta de oportunidades melhores. A fronteira agrícola amazônica tem sido, historicamente, Pará à frente, o principal destino desses trabalhadores. O município de São Félix do Xingu (PA) é campeão no número de casos de fiscalização desse crime. A fazenda e usina Pagrisa, em Ulianópolis (PA), foi palco da maior libertação até agora com 1.064 pessoas resgatadas. Mas resgates já foram realizados do Rio Grande do Sul a Roraima, passando por São Paulo e Rio de Janeiro, mostrando que o problema é nacional.

Vamos dar um passo atrás e ver e ver de onde vem essa herança maldita. Em 1850, o governo brasileiro finalmente adota ações eficazes para coibir o tráfico transatlântico de escravos após pressão inglesa. Nos anos seguintes, foram tomadas medidas que libertaram crianças e sexagenários. O que, na verdade, serviu apenas como distrações para postergar o fim da escravidão. Os escravos que conseguiam chegar aos 60 anos já não tinham condições de trabalho e eram um “estorvo” financeiro para muitos fazendeiros que os sustentavam. Já os filhos dos escravos não possuíam autonomia para viver sozinhos. Muitos, até completarem 18 anos, foram tutelados (e explorados) pelos proprietários de seus pais.

Mas, por mais que fosse postergada, com o fim do tráfico transatlântico, a propriedade legal sob seres humanos estava com os dias contados. Em questão de anos, centenas de milhares de pessoas estariam livres para ocupar terras virgens – que o país tinha de sobra – e produzir para si próprios em um sistema possivelmente de campesinato. Quem trabalharia para as fazendas? Como garantir mão-de-obra após a abolição total?

Vislumbrando que, mantida a estrutura fundiária do país, o final da escravidão poderia representar um colapso dos grandes produtores rurais, o governo brasileiro criou meios para garantir que poucos mantivessem acesso aos meios de produção. A Lei de Terras foi aprovada poucas semanas após a extinção do tráfico de escravos, em 1850, e criou mecanismos para a regularização fundiária. As terras devolutas passaram para as mãos do Estado, que passaria a vendê-las e não cedê-las como era feito até então. O custo da terra começou a existir, mas não era significativo para os então fazendeiros, que dispunham de capital para a ampliação de seus domínios – ainda mais com os excedentes que deixaram de ser invertidos com o fim do tráfico. Porém, era o suficiente para deixar ex-escravos e pobres de fora do processo legal. Ou seja, mantinha a força de trabalho à disposição.

As legislações que se sucederam a ela e trataram do assunto apenas reafirmaram medidas para garantir a existência de um contingente reserva de mão-de-obra sem acesso à terra, mantendo baixo o nível de remuneração e de condições de trabalho. Com a Lei de 1850 estava formatada uma nova estrutura – em substituição àquela que seria extinta em maio de 1888 – para sujeitar os trabalhadores.

O fim da escravidão não representou a melhoria na qualidade de vida de muitos trabalhadores rurais, uma vez que o desenvolvimento de um número considerável de empreendimentos continuou a se alimentar de formas de exploração semelhantes ao período da escravidão como forma de garantir uma margem de lucro maior ao empreendimento ou mesmo lhe dar competitividade para a concorrência no mercado. Governo e sociedade têm obtido vitórias no combate a esse crime, atacando o tripé que o sustenta (impunidade, ganância e pobreza). Mas sua erradicação ainda é um sonho distante.

Para além dos efeitos da Lei Áurea que completa 122 anos, trabalhadores rurais do Brasil ainda vivem atualmente sob a ameaça do cativeiro. Mudaram-se os rótulos, ficaram as garrafas.

Acrescento: um país está condenado à mediocridade ad aeternum se governos e sociedade continuarem a tolerar a escravidão, agora ilegal, no Brasil. Mas para mudar este estado de coisas, é preciso destruir as raízes do problema: analfabetismo, miséria, ignorância. E isso demanda tempo, dinheiro e vontade, fatores muito limitados e sistematicamente desperdiçados neste país.

Contra o H1N1


Aproveitei para tomar a vacina contra a influenza H1N1, ainda sob rumores de que ela seja experimental. Seja lá como for, até agora são apenas alguns casos de intolerância e reações adversas após a aplicação. Eu, por exemplo, fui vacinado há 12 horas e até agora nada de ruim aconteceu.

Não podemos nos deixar levar por qualquer coisa que divulgam. As 'teorias de conspiração', como a tal vacina 'experimental' para fazer-nos de cobaias, na grande maioria das vezes são fruto de idéias mal compreendidas, alarmismo ou pura histeria. Só porque governos muitas vezes fazem atos lesivos à população, não quer dizer que os façam apenas. Um governo não agiria tão levianamente a ponto de deixar uma população ser feita de cobaia por uma vacina. Nem mesmo o governo Lula. Aliás, foram feitos estudos sérios, sim, a respeito do vírus da influenza H1N1. Foram feitos testes da vacina nos Estados Unidos, antes de se pensar em aplicá-la.

Aliás, o fato dos testes serem lá não quer dizer que seja uma arma americana para exterminar os 'povos inferiores', ou coisas desse tipo. Os Estados Unidos são vizinhos do México, o primeiro foco da doença, e possuem laboratórios extremamente capacitados. Esqueçam a paranóia anti-americana e reconheçam a seriedade dos trabalhos feitos pelos 'ianques'.

Enquanto isso, muitas mortes aconteceram em todo o mundo, devido a essa nova forma de influenza.

Assim que a nova arma contra essa ameaça à saúde pública mundial ficou pronta, era preciso definir prioridades sobre quem irá ser imunizado de graça, já que o número de doses é limitado.

As faixas etárias escolhidas pelo Ministério da Saúde para serem vacinadas gratuitamente contra o H1N1 podem ser bastante questionáveis, mas baseiam-se nos fatos. Boa parte das vítimas dessa gripe 'suína' (aff... que apelido! Só porque os primeiros focos eram em criações de porcos!) é formada por jovens entre 20 e 39 anos, e mulheres grávidas.

De qualquer forma, apostam errado quem subestima essa doença chamada gripe ou influenza. Qualquer tipo de gripe, e não só a H1N1, é grave, e precisa de cuidados especiais, sob o risco de agravar-se e comprometer o sistema imunológico da pessoa. É desta forma que outros agentes infecciosos, como o pneumococo, bactéria causadora da pneumonia, acabam por entrar no organismo e levar, muitas vezes, à morte.

Igualmente errados são aqueles que vêem tudo como um plano maligno dos Estados Unidos. A vacina contra o H1N1 não é isso. É uma questão de saúde pública, com a qual não se pode brincar.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

E depois da convocação do Dunga...

Não adianta mais chorar pela não convocação do Neymar, a sensação do Santos, e nem lamentar por Paulo Henrique Ganso, outro craque da Vila Belmiro, ter ficado apenas como suplente, no caso de haver algum problema entre os 23 convocados pelo Dunga.

Só posso dizer que Dunga procurou manter a coerência e convocar gente que, na visão particular dele, está atuando bem nos diversos clubes (principalmente europeus). E se ele convocou fulano e não sicrano, isso é problema dele (e da CBF), não nosso.

A torcida tem o direito de chiar, mas deve se conscientizar de um fato: ninguém ganhou nem perdeu nada. Ainda falta um mês para a Copa. Só podemos afirmar quem ganhou o torneio quando ele tiver terminado.

Vamos torcer para a Seleção do jeito que está. É o que resta para nós, meros 'mortais'.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

QUEREMOS JUSTIÇA!!!

Não dá para tolerar as arbitrariedades cometidas pelo poder público. Ao invés de protegerem os cidadãos, eles fazem questão de oprimí-los, como se fosse na Idade Média.

Vejam o caso dos dois motoboys que foram espancados e torturados até a morte. Está certo que, no caso mais recente, a vítima estava com uma moto sem placa, mas é motivo para tanta truculência por parte dos policiais? Eles o massacraram na frente da mãe, a qual assistia impotente, pois não podia chamar a polícia para conter os agressivos, pelo tragicômico motivo dos criminosos serem da polícia.

E a desembargadora fugitiva que espancou covardemente sua filha adotiva e agora está foragida?

E os policiais que aceitam soltar criminosos em troca de propina, como um simples pagamento de cerveja?

E a indústria de liminares, verdadeira máquina de fazer impunidade?

E a dificuldade de prender criminosos com dinheiro? Cadeia continua a ser lugar para infelizes pobres-diabos que não conseguiram, ou não souberam, participar do jogo, no qual grandes criminosos, deputados e senadores corruptos e chefes do narcotráfico são peritos. Pretos, pobres, p%$#s, é o que se vêem nas prisões, como há muito, muito tempo (a alusão aos três P's é do tempo em que ainda se acreditava na justiça).

Finalmente: E A SOCIEDADE? Ela continua tolerante com a corrupção e a violência dos que deviam estar sob nossas ordens, ou seja, os membros do poder público. Deixamos que ambos os lados, criminosos e policiais, nos agridam e nos tratem como animais para serem caçados. Aplaudimos torturadores, como no famoso filme "Tropa de Elite". Pedimos a pena de morte para os criminosos, enquanto esta é uma pena corrente, com o agravante de ser extraoficial: meninos de rua, mendigos e agora motoboys são mortos sem julgamento e com crueldade.

Um país tem futuro desse jeito? Eu duvido!

domingo, 9 de maio de 2010

Quem...

... te carregou por nove meses, vinte e quatro horas por dia, sem reclamar?
... aguentou as dores quando você surgiu no mundo?
... suportou as suas birras, choros, pirraças, quando você era criança?
... teve de cozinhar para você, que por sua vez ainda reclamava da cebola?
... precisou vestir você por anos até que pudesse se vestir sozinho(a)?
... te deu conselhos e muitas vezes você fez pouco caso deles?
... sofreu devido às suas atitudes na adolescência?
... teve de sacrificar sua vida pessoal por sua causa?
... é capaz de dar a vida por quem, muitas vezes, pouco se importa com isso?
... é valorizada mais quando está morta?

Isso mesmo. É a SUA MÃE!

Lembre-se disso, e não só neste dia.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Tradição na USP

Todo ano, vocês podem apostar, tem na USP.

E não falo em simpósios ou congressos para debater temas relevantes, como as parcerias entre universidades e empresas, ou a melhoria das condições de vida de milhões de brasileiros abaixo da linha da pobreza.

Também não falo das gincanas e eventos esportivos universitários, ora para integrar os 'bixos' à universidade, ora para garantir as boas relações entre os diversos cursos existentes.

É, por acaso, o trote solidário (pois a USP baniu há anos os trotes violentos)? Não!

Tampouco as visitas de estudantes do ensino médio e de outras universidades em excursões.

Trata-se de um costume bastante arraigado dentro dos campi, particularmente na Cidade Universitária, no Butantã. É a GREVE!



Todo ano santo tem greve, pelos mais diversos motivos, principalmente salariais. Eles fazem a greve e a reitoria finge que toma providências para atender suas reivindicações ou fazer contra-propostas (quando não faz nada). Enquanto isso, milhares de alunos ficam sem aulas, ou sem serviços importantes como o transporte gratuito dentro do campus (o Circular), a emissão de documentos da USP e o conhecido "Bandejão". E isso por mais de um mês, às vezes dois ou três.

O direito de greve é assegurado pela Constituição, mas o bom senso de ambas as partes, funcionários e reitoria, deve prevalecer para não comprometer o andamento da USP, a formação de estudantes e a pesquisa de projetos acadêmicos.

Não podemos nos iludir quanto à boa vontade dos grevistas. Os primeiros estão comandados por gente ligada à partidos que idolatram Mao Tse Tung, o MST e até as Farc. A reitoria até pode atender suas reivindicações, mas por qualquer pretexto o Sintusp, o sindicato dos funcionários da USP pode manter esse costume anual de paralisar as atividades. Talvez até que haja uma verdadeira ditadura a la Fidel.

E a reitoria até agora não se manifestou a respeito dessa greve, o que é no mínimo preocupante! Dá a impressão de que eles pouco se importam com os acontecimentos, limitando-se a divulgar os números das pesquisas acadêmicas da USP e recusando-se a enxergar o outro lado da realidade.

Este é um marco na vida acadêmica da USP, do qual nossa cidade, nosso Estado, nosso país, muito pouco se orgulham.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

E mais uma vez...

...o Corínthians não ganhou a Libertadores, para alegria dos rivais, que adoram ver o time do Parque São Jorge se ferrar na incessante busca de um inédito título.

Ele conquistou uma vitória, de Pirro, contra o Flamengo: 2 a 1, com direito a gol de cabeça de Ronaldo, o mesmo alvo das sátiras a respeito da sua forma física (de bola) e do seu envolvimento com travestis no ano passado. 2 a 1 era pouco: o "Timão" precisava de mais um gol, pois perdeu do Flamengo no Maracanã por 1 a 0. Gol em campo adversário tem peso na Libertadores, e como o rubro-negro carioca fez o seu, isso foi fatal para os paulistas.

Além do Corínthians, outros times grandes, coincidentemente alvinegros, nunca conseguiram botar a mão na taça mais cobiçada do continente: o Botafogo e o Atlético Mineiro (eu não citei o Fluminense, mas este não é alvinegro e sim o tricolor carioca).

Mas para a torcida autointitulada 'Gaviões' (para palmeirenses, são-paulinos e santistas, são os 'Galinhas pretas'), era obrigação moral para Ronaldo, Roberto Carlos & Cia. conseguirem o inédito título no ano do centenário do clube.

O técnico Mano Menezes, segundo a diretoria, permanece, contrariando a tradição de crucificar o treinador quando o time fracassa (como se os jogadores e os dirigentes não tivessem culpa).

E agora, os corintianos tiveram de acordar do sonho. E vão enfrentar a realidade - e as aporrinhações dos torcedores do São Paulo, do Palmeiras e do Santos...

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Além do Monte Olimpo


Típica máscara da tragédia grega. Mas a crise naquele país não é mera encenação.

O mundo está preocupado com a crise na Grécia, uma das maiores do país e capaz de arruinar todo o continente europeu.

Nunca na história recente o FMI impõs a um país um pacote tão generoso, mas ao tempo tão severo. A Grécia recebeu cerca de 120 milhões de euros, e esta é a parte boa. A parte ruim é: vai precisar pagar esse montante em TRÊS ANOS. E, para isso, o governo grego teve de lançar mão de aumentos de impostos e preços e diminuição de salários durante esse período.

Logicamente, a população grega não aceitou isso com facilidade, e muitos saíram às ruas, sendo reprimidos. A dura resposta da polícia fez lembrar os anos em que o país estava sob ditadura militar.

Mas o problema não é só grego. É do mundo inteiro. É do Brasil, também.

Nosso país irá sofrer não porque aquele país está prestes a viver um perigo maior do que todo aquele bestiário da mitologia ou fazer um trabalho digno de ser o décimo terceiro trabalho de Héracles (Hércules), mas por nossos próprios problemas internos.

A inflação está preocupante, e não só por causa das chuvas que arruinaram as colheitas, mas também devido ao próprio aquecimento da economia estimulado pelas facilidades de crédito, e que podem ser minimizadas com o recente aumento dos juros. Também não se pode esquecer que deixamos muito recentemente - 1994 - de ter uma mentalidade inflacionária, graças ao Plano Real, hostilizado e agora tratado com o devido respeito por Lula.

Apesar dos discursos do governo, a irresponsabilidade fiscal é gritante, com gastos excessivos e destinados menos a resolver os problemas da população e mais por exigência do corporativismo petista e de seus aliados.

Obras de infra-estrutura não foram feitas, e sabe-se lá como e quando isso vai acontecer.

Investimentos no ensino fundamental e médio ainda são ridiculamente baixos. Sem isso estamos condenados ao subdesenvolvimento.

Quando a crise estourar, não culpem a Grécia! A tragédia não será grega, e sim brasileira.

Intermezzo


Instalei ontem o Lucid Lynx, nova versão do Ubuntu.

Confesso que não notei grande diferença em relação ao antigo Ubuntu 9.10, o Karmic Koala, mas é mais um motivo para deixar o XP só de enfeite para uso circunstancial.

Só notei de mais diferente os botões de "Maximizar", "Minimizar" e "Fechar" estarem do canto superior esquerdo, como no Mac OS, e não no direito, como no conhecido produto do Bill Gates.

O meu sobrinho Roger, do blog Animes e Mangas, agora só usa este sistema do Linux.

Se o Windows fosse o 7, Home Premium para cima, isso seria bem diferente.

terça-feira, 4 de maio de 2010

Da série 'Oitentolatria', parte 3

Finalmente, um post em maio...

E vou confessar uma coisa: às vezes eu fico com saudade dos anos 1980, quando passei a infância e adolescência. A época tem muita coisa ridícula, brega, cafona, e foi um período negro para a economia brasileira, mas não dá para esquecer certas coisas. Ou seja, de vez em quando eu viro um "oitentólatra", como muita gente. Mas a crise passa...

O Youtube acaba ressuscitando um monte de pérolas daquela época:


Para quem teve infância entre 1980 e 1989:

http://www.youtube.com/watch?v=LvVmu_uQcXU (Infância anos 80)


Relembrando um comercial clássico, quando o Brasil estava saindo da 'idade das trevas' da ditadura militar e já não castrava mais a criatividade da publicidade com a censura. Era de 1987:

http://www.youtube.com/watch?v=rk4bqWNS6y0 (Comercial da Valisère)


Aliás, haviam muitos comerciais que passavam na televisão que grudavam feito chiclete. Dois deles são de empresas infelizmente (ou felizmente, segundo os críticos, devido aos escândalos econômicos envolvendo esses dois nomes) já pertencentes ao passado. Os dois comerciais também foram feitos por volta de 1987:

http://www.youtube.com/watch?v=IgroZG4IktA (Vasp)

http://www.youtube.com/watch?v=mZ3y0FL40f0
(Banco Nacional)


Um marco do rock nacional, aliás, uma das poucas canções brasileiras dos anos 1980 que não tinham gosto duvidoso:

http://www.youtube.com/watch?v=K2XNpFGe9bI (Que país é esse?)


A música internacional (aliás, o show bizz) deu grande espaço a artistas negros, como Prince, Lionel Ritchie, Tina Turner e, sobretudo, o imortal Michael Jackson (1958-2009):

http://www.youtube.com/watch?v=Fy6Zk4eLoJI (Delirious)

http://www.youtube.com/watch?v=ovzfk54xyT8 (Lionel Ritchie nas Olimpíadas de 1984)

http://www.youtube.com/watch?v=0GSKdC05hpA


http://www.youtube.com/watch?v=5KE9WkldB9w&feature=fvst (Thriller)


E os outros hits... se não são nenhuma obra prima, dão de 10 a 0 para muito sucesso que se toca agora e a gente dá graças a Deus de produções musicais não terem odor porque senão...

http://www.youtube.com/watch?v=U6T2Wo-tL6w



A moda dos anos 1980 não podia deixar de ser abordada. Sem comentários...

http://www.youtube.com/watch?v=0AjqEU0l13Q


Num próximo post, isto é, se a crise da "oitentolatria" não passar, vou falar sobre a enorme influência da televisão naquela época. Foi em 1985-1986 que a televisão conseguiu prender a atenção de quase todos os lares brasileiros. Como? É o que vou revelar depois...

E vou parar por aqui, porque já chega de tanta velharia.