quarta-feira, 5 de maio de 2010

Além do Monte Olimpo


Típica máscara da tragédia grega. Mas a crise naquele país não é mera encenação.

O mundo está preocupado com a crise na Grécia, uma das maiores do país e capaz de arruinar todo o continente europeu.

Nunca na história recente o FMI impõs a um país um pacote tão generoso, mas ao tempo tão severo. A Grécia recebeu cerca de 120 milhões de euros, e esta é a parte boa. A parte ruim é: vai precisar pagar esse montante em TRÊS ANOS. E, para isso, o governo grego teve de lançar mão de aumentos de impostos e preços e diminuição de salários durante esse período.

Logicamente, a população grega não aceitou isso com facilidade, e muitos saíram às ruas, sendo reprimidos. A dura resposta da polícia fez lembrar os anos em que o país estava sob ditadura militar.

Mas o problema não é só grego. É do mundo inteiro. É do Brasil, também.

Nosso país irá sofrer não porque aquele país está prestes a viver um perigo maior do que todo aquele bestiário da mitologia ou fazer um trabalho digno de ser o décimo terceiro trabalho de Héracles (Hércules), mas por nossos próprios problemas internos.

A inflação está preocupante, e não só por causa das chuvas que arruinaram as colheitas, mas também devido ao próprio aquecimento da economia estimulado pelas facilidades de crédito, e que podem ser minimizadas com o recente aumento dos juros. Também não se pode esquecer que deixamos muito recentemente - 1994 - de ter uma mentalidade inflacionária, graças ao Plano Real, hostilizado e agora tratado com o devido respeito por Lula.

Apesar dos discursos do governo, a irresponsabilidade fiscal é gritante, com gastos excessivos e destinados menos a resolver os problemas da população e mais por exigência do corporativismo petista e de seus aliados.

Obras de infra-estrutura não foram feitas, e sabe-se lá como e quando isso vai acontecer.

Investimentos no ensino fundamental e médio ainda são ridiculamente baixos. Sem isso estamos condenados ao subdesenvolvimento.

Quando a crise estourar, não culpem a Grécia! A tragédia não será grega, e sim brasileira.

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