E vou abordar a grande e, às vezes, nefasta influência que a televisão exerceu na chamada década 'brega'. Na verdade, a tevê sempre influenciou as mentes dos brasileiros, mas foi na década de 1980 que muitos programas viraram febres de verdade.
Nunca antes neste país, como diz o nosso mui estimado presidente Lula, se prestou tanta atenção a um aparelho retangular, que na época era uma geringonça formada por um tubo de raios catódicos. Principalmente quando passavam as novelas da Globo.
Foi nesta década que lançaram o maior sucesso de todos os tempos: Roque Santeiro, de 1985 (mais precisamente, 24 de junho de 1985), grande folhetim de Dias Gomes que conquistou milhões de brasileiros e, em seu final, obteve quase 100% de audiência segundo várias fontes. Seus protagonistas eram o triângulo amoroso formado por Roque Santeiro, a viúva Porcina e Sinhozinho Malta, vividos por José Wilker, Regina Duarte e Lima Duarte, respectivamente, em interpretações impagáveis.
Quase três anos depois, a 16 de maio de 1988, veio outro mega-sucesso, Vale Tudo, de Gilberto Braga com a colaboração de Aguinaldo Silva (que também ajudou Dias Gomes a fazer Roque Santeiro) e Leonor Basseres. Conseguiu fazer isso com uma porção de vilões inescrupulosos e maquiavélicos que os telespectadores adoravam odiar: Maria de Fátima, Marco Aurélio e a imortal Odete Roitman. Beatriz Segall nunca mais se livrou da pecha dessa megera que detestava os brasileiros e era chefe de um esquema de corrupção empresarial.
Outros grandes sucessos foram
- Guerra dos Sexos (1983/4), de Sílvio de Abreu, o autor da atual novela (Passione); essa comédia engraçadíssima com a Fernanda Montenegro e o Paulo Autran dava de 10 a 0 na atual (que, aliás, tem a Fernandona também, mas o Autran infelizmente se foi).
- Roda de Fogo (1986/7), de Lauro César Muniz, que mostrou pela primeira vez um esquema de corrupção chefiado pelo protagonista, Renato Villar (Tarcísio Meira), que se apaixonou pela juíza vivida pela Bruna Lombardi, que investigava as falcatruas; é raro um protagonista ser um vilão que, aos poucos, vai se redimindo.
- O Salvador da Pátria (1989), também de Lauro César Muniz, acusada de fazer do caipirão Sassá Mutema (ieu?) uma caricatura do então candidato Luís Inácio Lula da Silva, atual presidente da República; pois ninguém imaginava que o Lula ia ser um dia eleito...
- Que Rei Sou Eu (1989), de Cassiano Gabus Mendes, outro sucesso que passava ao mesmo tempo que a novela anterior; era uma trama ainda mais interessante, uma sátira à Nova República que mostrava um país fictício, Avilan, e seus conselheiros corruptos e incompetentes que mandavam no país.
Entretanto, ao lado dessas novelas memoráveis, havia muita porcaria, também. Não vou citar nomes, mas mesmo as piores novelas, em certos aspectos, também eram melhores do que as novelas atuais. E não adianta culpar a Internet ou as outras formas de entretenimento pelos ibopes de 19 pontos alcançados pelos folhetins da Globo. Pode-se acusar a década de 1980 de ter muita besteira, mas não de mostrar boas novelas, coisa que a atual década ainda fica devendo, e muito.
Nunca antes neste país, como diz o nosso mui estimado presidente Lula, se prestou tanta atenção a um aparelho retangular, que na época era uma geringonça formada por um tubo de raios catódicos. Principalmente quando passavam as novelas da Globo.
Foi nesta década que lançaram o maior sucesso de todos os tempos: Roque Santeiro, de 1985 (mais precisamente, 24 de junho de 1985), grande folhetim de Dias Gomes que conquistou milhões de brasileiros e, em seu final, obteve quase 100% de audiência segundo várias fontes. Seus protagonistas eram o triângulo amoroso formado por Roque Santeiro, a viúva Porcina e Sinhozinho Malta, vividos por José Wilker, Regina Duarte e Lima Duarte, respectivamente, em interpretações impagáveis.
Quase três anos depois, a 16 de maio de 1988, veio outro mega-sucesso, Vale Tudo, de Gilberto Braga com a colaboração de Aguinaldo Silva (que também ajudou Dias Gomes a fazer Roque Santeiro) e Leonor Basseres. Conseguiu fazer isso com uma porção de vilões inescrupulosos e maquiavélicos que os telespectadores adoravam odiar: Maria de Fátima, Marco Aurélio e a imortal Odete Roitman. Beatriz Segall nunca mais se livrou da pecha dessa megera que detestava os brasileiros e era chefe de um esquema de corrupção empresarial.
Outros grandes sucessos foram
- Guerra dos Sexos (1983/4), de Sílvio de Abreu, o autor da atual novela (Passione); essa comédia engraçadíssima com a Fernanda Montenegro e o Paulo Autran dava de 10 a 0 na atual (que, aliás, tem a Fernandona também, mas o Autran infelizmente se foi).
- Roda de Fogo (1986/7), de Lauro César Muniz, que mostrou pela primeira vez um esquema de corrupção chefiado pelo protagonista, Renato Villar (Tarcísio Meira), que se apaixonou pela juíza vivida pela Bruna Lombardi, que investigava as falcatruas; é raro um protagonista ser um vilão que, aos poucos, vai se redimindo.
- O Salvador da Pátria (1989), também de Lauro César Muniz, acusada de fazer do caipirão Sassá Mutema (ieu?) uma caricatura do então candidato Luís Inácio Lula da Silva, atual presidente da República; pois ninguém imaginava que o Lula ia ser um dia eleito...
- Que Rei Sou Eu (1989), de Cassiano Gabus Mendes, outro sucesso que passava ao mesmo tempo que a novela anterior; era uma trama ainda mais interessante, uma sátira à Nova República que mostrava um país fictício, Avilan, e seus conselheiros corruptos e incompetentes que mandavam no país.
Entretanto, ao lado dessas novelas memoráveis, havia muita porcaria, também. Não vou citar nomes, mas mesmo as piores novelas, em certos aspectos, também eram melhores do que as novelas atuais. E não adianta culpar a Internet ou as outras formas de entretenimento pelos ibopes de 19 pontos alcançados pelos folhetins da Globo. Pode-se acusar a década de 1980 de ter muita besteira, mas não de mostrar boas novelas, coisa que a atual década ainda fica devendo, e muito.
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