sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Vêm aí mais protestos

O governo, a contragosto, entrou em acordo com os caminhoneiros, que reivindicavam reajuste no frete, redução no preço (realmente absurdo) do diesel, aumento no limite de peso suportado por cada eixo do caminhão e fim da cobrança de pedágio por eixo suspenso, isto é, por aqueles eixos que não tocam o chão, quando os caminhões estão sem carga. Com exceção do diesel, as outras propostas foram atendidas. 

No entanto, esta solução parece uma gambiarra, pois as concessionárias alegam que a não cobrança dos eixos suspensos vai significar o repasse no preço do pedágio para os demais usuários, e mesmo para os próprios caminhoneiros, além do risco maior de acidentes e danos no asfalto, por causa do uso de menos eixos ativos pelos caminhões. E vão recorrer. Enquanto isso, um dos principais alvos da ira dos caminhoneiros, o diesel, não irá baixar. O governo teve a pachorra de aumentar o preço dos combustíveis em uma época onde o preço do petróleo está caindo, para estancar a sangria da Petrobras. 

Enquanto isso, os metalúrgicos continuam a protestar contra as demissões e as licenças forçadas devido à queda na demanda de automóveis e o aumento no preço dos insumos para as montadoras. 

Os professores vão querer protestar por melhores salários e fim do arrocho no repasse das verbas para as escolas. 

Sem-teto, sem-terra e black blocs poderão escolher qualquer pretexto para manifestarem seu descontentamento. No caso principalmente desses últimos, pode haver violência, e não só contra a polícia encarregada de manter a ordem. 

Quanto ao restante da população, muitos, principalmente os já descontentes com a reeleição de Dilma, vão sair às ruas no dia 15 de março. Eles irão pedir o impeachment, embora os deputados e senadores afastem essa possibilidade, devido à falta de denúncias diretas contra a presidente no caso do Petrolão. Fora do Congresso, a perda do controle na economia e a corrupção desenfreada são motivo para a perda do mandato. 

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

CNPq pode deixar de custear parte do programa Ciência sem Fronteiras

Devido à contenção de gastos feita pelo governo, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, CNPq, por meio de seu recém-empossado presidente, bioquímico Prof. Dr. Hernan Chaimovich, pode rever alguns financiamentos direcionados ao programa Ciência Sem Fronteiras. 

Chaimovich destacou a importância do programa, mas parte dele terá de ser financiado por outras fontes, as quais não foram especificadas. Ele também salientou a importância de se otimizar os recursos públicos, isto é, NOSSO DINHEIRO precisa ser bem empregado para a pesquisa e o desenvolvimento científico e tecnológico, necessários ao Brasil. 

O anúncio está preocupando os pesquisadores brasileiros no exterior, custeados pelo programa, assim como os estrangeiros que colaboram no desenvolvimento de projetos acadêmicos, científicos e tecnológicos no país, pois a nova presidência não disse, por enquanto, quais setores serão afetados pela decisão. Isso ficará para depois, quando for elaborada uma portaria referente à questão, que ainda precisa ser submetida a uma discussão prévia entre os membros do Conselho Deliberativo do CNPq. 

terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Por falar em Razzie...

... a Moody's, uma das três grandes agências de avaliação de crédito, baixou em 2 níveis a nota da Petrobras; com isso, ela perdeu o grau de investimento, passando de Baa3, menor nota "azul", para Ba2, segunda maior nota para quem merece reprovação. 

Parece que a Petrobras recebeu uma Framboesa de Ouro por sua atuação no mercado. A empresa foi devidamente "premiada" pela sua gestão. 

Não vai demorar para a Standard&Poor's e a Fitch, as outras grandes avaliadoras de empresas e países, também rebaixarem a nota da Petrobras. Teme-se o mesmo rigor em relação ao Brasil, que pode perder o grau de investimento devido à condução da política econômica, movida a uma "estagflação" que nos remete aos tempos de Sarney e Collor. 

Nosso governo, se fosse um ator, não poderia ser comparado nem a Adam Sandler, acostumado a receber framboesas por seus personagens apalermados nas comédias ruins de Hollywood. Sandler ainda consegue fazer boa figura. 

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Breves comentários sobre o Oscar (e o Razzie)

O Oscar 2015 não se destacou tanto na mídia e teve pouca repercussão entre os telespectadores. A cerimônia foi marcada por pouca animação e muitos discursos a favor das mulheres e das minorias, principalmente os negros. Ironicamente, a maioria dos agraciados era formada por "caucasianos". A grande exceção ficou para os autores da música Glory, para o filme "Selma", sobre Martin Luther King (John Stephens e Lonnie Lynn). 

Destaque para a comédia Birdman, que ganhou a estatueta de melhor filme, e seu diretor, também premiado, o mexicano Alejandro Gonzales Iñarritú. Eddie Redmayne, que fez o jovem Stephen Hawking, o físico inglês que sofre de esclerose lateral amiotrófica, em A Teoria de Tudo, roubou a estatueta de Michael Keaton, o astro de Birdman. Juliane Moore ganhou por estrelar Para Sempre Alice, sobre uma mulher relativamente jovem com Alzheimer. Patricia Arquette levou o prêmio de melhor atriz coadjuvante por Boyhood, e J. K. Simmons, de Whiplash, foi o melhor ator coadjuvante. O silencioso Ida, da Polônia, superou o russo Leviatã na categoria filme estrangeiro. Sal da Terra, documentário sobre o fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado, perdeu a estatueta para Citizensfour, sobre as atividades da NSA.

A lista completa pode ser lida em vários sites, como o Omelete

Não é comum uma comédia ganhar o Oscar, ainda mais tendo um super-herói bizarro como protagonista (divulgação)

Lady Gaga também foi destaque, ao homenagear, de forma comportada, o filme A Noviça Rebelde, feito há 50 anos atrás. 

Por outro lado, temos o irreverente anti-Oscar, o Golden Raspberry, ou Razzie, cuja cerimônia sempre é feita um dia antes. 

Os piores filmes foram castigados, ou melhor, “premiados” com o anti-Oscar, destacando a fraca comédia Salvando o Natal, mais uma daquelas insuportáveis produções com este tema, assim como o seu ator principal (que dá origem ao título em inglês, Kirk Cameron's Saving Christmas), o pior diretor Michael Bay (Transformers 4), a pior atriz Cameron Diaz, a pior atriz coadjuvante Megan Fox, de Tartarugas Ninjas e o pior ator coadjuvante Kelser Grammar, de Transformers 4 e Os Mercenários 3. Ben Affleck ganhou um “Razzie Redeemer”, pelo conjunto da obra, que começou "premiada" em 2003 com uma framboesa (Gigli) e mais tarde com uma indicação ao Oscar (Argo), mostrando que até um canastrão pode evoluir (embora para muitos Affleck continue a ser um ator limitado). 

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

São Paulo mais perto de um colapso no transporte

O Isolux-Corsán-Corviam não cumpriu o prazo dado pelo governo paulista para entregar as obras da linha 4, que ligaria inicialmente a Luz à Vila Sônia, e com isso há a possibilidade de uma nova licitação. 

Caso isso acontecer, as obras vão passar meses sem avançar nem um centímetro. O cronograma pode se estender até 2018, quando a estação Vila Sônia ficaria pronta. Outra estação, a São Paulo-Morumbi, sonhada para funcionar antes da Copa, vai ficar para 2017, isto é, depois das Olimpíadas. Isso se não houver novos atrasos. 

Devido às leis frouxas contra a corrupção e a procrastinação, as empreiteiras acabam se "adaptando" às regras e atrasando tudo, deixando os clientes, isto é, NÓS, sem ver o resultado esperado de tudo que, afinal, é pago com o NOSSO DINHEIRO. Essa promiscuidade é uma das causas para haver o Petrolão, por exemplo. Boa parte da culpa é dos eleitores que se dizem esclarecidos e informados mas possuem excessiva tolerância com a roubalheira, chegando inclusive a considerar a "cervejinha" para o guarda não multar algo normal. 

Infelizmente, não será a curto prazo que isso vai se resolver. Enquanto isso, os problemas decorrentes da negligência do poder público e da má-fé de empreiteiras se agravam. O tão sonhado metrô em locais desassistidos está mais próximo de ser uma utopia no lugar de uma realidade no futuro. 

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2015

Enquanto o Brasil tenta voltar à normalidade...

Para boa parte das pessoas, já é hora de começar a adquirir o ritmo normal de trabalho ou de estudo. Mas isso não é a regra no Brasil, já que muitos continuam a estender a folia. 

Em São Paulo e no Rio, ainda há a repercussão das notas para os desfiles no Anhembi e na Sapucaí. 

A Vai-Vai foi aplaudida pelo público, assim como a Mocidade Alegre. Ambas as escolas fizeram homenagens, mas enquanto a escola do Bixiga foi homenagear Elis Regina, já falecida, a agremiação do Limão fez a alegria das arquibancadas falando de uma pessoa ainda viva, a atriz Marília Pera. Porém, isso não foi o suficiente para garantir o tetracampeonato, pois perdeu da Vai-Vai por apenas 0,3 ponto. Quem se deram mal foram a Acadêmicos do Tatuapé (perdeu 1,1 ponto e por pouco não foi rebaixada), a Mancha Verde e a Tom Maior. As duas últimas vão dar lugar à Peruche e à Pérola Negra. 

A Vai-Vai voltou a superar a Mocidade Alegre, coisa que não acontecia desde 2011 (AgoraNews/UOL)

Por outro lado, a Beija-Flor fez muita gente torcer o nariz devido às suspeitas de financiamento ilegal para homenagear a Guiné Equatorial. Muitos acusaram a escola de Nilópolis de receber dinheiro do ditador daquele país, Teodoro Oblang Nguema Mbasogo, acusado de graves violações dos direitos humanos. Mesmo assim, a Liesa - Liga das Escolas de Samba do Rio de Janeiro - não quis saber e deu o campeonato à azul-e-branco liderada pelo Neguinho ("Olha a Beija-Flor aí gente!"). A platéia, pelo menos, aprovou. Já a Salgueiro, a Grande Rio, a Unidos da Tijuca e a Portela, segundo a quinto lugares na apuração, nessa ordem, não gostaram nada do resultado apesar da ovação do público. A Viradouro, sensação do Carnaval no final do século passado, não se firmou e voltou para o grupo de acesso, dando lugar à veterana Estácio de Sá. 

Enquanto isso, a imprensa já começa a voltar a atenção para os campeonatos esportivos, principalmente o futebol. Ontem, recomeçaram os jogos da Champions League e da Libertadores. Também os velhos e revoltantes escândalos, com destaque para o Petrolão, estão começando a ganhar novamente espaço no noticiário. A crise hídrica que não passou apesar das chuvas fortes, os conflitos na Ucrânia e a escandalosa expansão do Estado Islâmico, que se espalha também no norte da África, não foram deixados de lado. 

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2015

Azar, sorte e carnaval

Hoje é sexta-feira 13, mas ninguém está ligando muito para isso porque é véspera de Carnaval, e também porque, aqui no Brasil, é dia de azar todo ano, devido aos desmandos do poder público. 

Milhares de pessoas estão aproveitando para cair na folia nos desfiles, blocos, trios elétricos, frevos e maracatus. Outros querem saber apenas de descanso, viajando para lugares longe dos batuques e dos axés. Vão tentar a sorte nas estradas ou nos aeroportos. 

Por falar em sorte e azar, a Gaviões da Fiel vai explorar o tema, falando sobre o baralho, como instrumento para os jogos de azar.


A Rosas de Ouro abordou um tema semelhante, em 2011, mas a agremiação só ficou em oitavo lugar com o enredo "Abre-te Sésamo, a Senha da Sorte". 

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

Tomie Ohtake (1913-2015)

A morte de Tomie Ohtake, aos 101 anos, após uma parada cardíaca no Hospital Sírio Libanês, onde estava internada devido a uma pneumonia, empobreceu o cenário artístico brasileiro, apesar de ser esperada para uma mulher com esta idade. 

Suas obras estão espalhadas em São Paulo e outras cidades brasileiras. Como exemplo, temos as famosas esculturas de concreto na Av. 23 de Maio, chamadas de "Ondas", feitas em 1988 para comemorar os 80 anos da Imigração Japonesa (divulgação): 



E também as encontradas na USP, como a obra em frente ao Museu de Arte Contemporânea, o MAC (divulgação): 



Temos também outro monumento para homenagear a imigração japonesa, em Santos (foto de Fonseca, a partir do Skyscrapercity do Iturama): 



Sem falar no Guaracuí, desde 2002 um cartão-postal da cidade de Registro, no Vale do Ribeira paulista (ver mais no Fotolog ooohvidaqeulevo): 



Tomie Ohtake teve uma vida produtiva desde antes de sair do Japão aos 23 anos, para tentar a vida no Brasil. Suas obras foram inspiradas nas mais variadas tendências da arte moderna, como o construtivismo e o abstracionismo, além da cultura tradicional nipônica. 

Recentemente, ela disse que iria restaurar as tapeçarias do Memorial da América Latina, destruídas num incêndio no final de 2013. Não houve tempo para isso.

Ela deixou como legado um acervo valioso, além de deixar como herdeiro o arquiteto Ruy Ohtake, cujas obras (Edifício Fundação Carlos Chagas, Embaixada do Brasil em Tóquio) também são inspiradas na arte contemporânea, embora seu estilo seja diferente do de sua mãe. 

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Fracasso na despoluição ameaça imagem do Rio

Milhões de reais foram gastos para a despoluição da Baía de Guanabara, que se transformou numa imensa poça de água mefítica, como o Rio Tietê na Grande São Paulo. O compromisso era deixar a Baía 80% menos poluída no ano que vem, uma meta bem ambiciosa. 

Depois de milhões de reais gastos no que o governo do Rio considera trabalho (ou no que a oposição e parte da opinião pública considera mera manobra para desviar NOSSO DINHEIRO), os resultados ainda estão bem longe da meta. 

É possível fazer alguma prova olímpica em um lugar com estas condições? (blog do Sidney Rezende)

Segundo a Agência Brasil, em reportagem feita no ano passado, as obras de despoluição vão levar pelo menos quinze anos para atingirem a meta. Ou seja, em 2029, quando ninguém falar mais em Olimpíada. 

Com o dinheiro investido, o governo do Estado do Rio poderia fazer ao menos alguns centros de coleta e tratamento de esgoto, para impedir que os dejetos acabem na Baía. Poderia tentar resolver os problemas urbanísticos, como as favelas e as ocupações irregulares, o que é bem mais difícil. 

A impressão é que não se fez nada. Parece uma empulhação para enganar o COI. Com as condições atuais da baía, somente suicidas e gente de coragem (ou estupidez) suficiente conseguirão encarar as provas de vela e canoagem nas Olimpíadas. 

Os riscos de alguém se acidentar ou se intoxicar são grandes, assim como é considerável a dificuldade de navegação com tantos detritos. 

Agora é tarde demais para remediar isso. As Olimpíadas serão no ano que vem, e o Rio vai sediá-las. A cidade, e todo o resto do Brasil, que sofra as consequências da presunção política e da crônica aversão ao planejamento, capazes de estragar a festa do maior evento esportivo feito no país. 


P.S.: lembremos que o governo do Estado de São Paulo também gastos bilhões inutilmente para despoluir os rios Tietê e Pinheiros e eles continuam a parecer imensas serpentes pestilenciais que enfeiam a cidade e são potenciais ameaças à saúde da população; isto é fruto do descaso secular com o saneamento básico neste país que parece infestado de porcos, ratos e urubus. 

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Vamos com calma!

Crescem os rumores de impeachment para a presidente Dilma Rousseff. Os prognósticos são hostis para o nosso país: risco de ENCOLHIMENTO do PIB, inflação bem acima da meta e dólar a R$ 3,20 (hoje ele cresceu dos R$ 2,77 para R$ 2,83, maior valor em quase onze anos). Além disso, a popularidade de Dilma despencou. Antes, em dezembro passado, ela contava com a aprovação de 42%, sendo que 33% a viam com ressalvas e apenas 24% a reprovavam. Neste mês, ela contou com a aprovação de apenas 23%, contra 33% de "regular" e 42% de "ruim ou péssimo" - e há muito ainda a piorar. 

Mas por enquanto a falta de denúncias que atinjam Dilma diretamente impede a instalação de um processo de impeachment. A CPI da Petrobras ainda não chegou a conclusão alguma, apesar de já ter começado faz bastante tempo, em maio do ano passado. A presidente só foi acusada, quando muito, de omissão, pois sabia do esquema e nada fez para impedir. Apesar de ser considerada crime de responsabilidade, a omissão não parece ser motivo suficiente para a perda de mandato. Além disso, tais acontecimentos ocorreram no primeiro mandato, que terminou no dia 31 de dezembro de 2014. 

Um dos maiores juristas do país, dotado de vasto conhecimento do tema, Ives Gandra Martins, diz que há elementos para o impeachment. Dalmo Dallari, outro jurista conceituado, refuta os argumentos do colega. O problema dos pontos de vista é o viés político. Ives é advogado de Fernando Henrique Cardoso e vinculado ao Instituto Millenium, entidade satanizada pelos petistas por representar o pensamento liberal. Dalmo Dallari é acusado por muitos de ser "petista", inclusive negando a existência do mensalão. 

Essas dificuldades para formular um pedido de impeachment lembram o processo que levou Fernando Collor a perder o mandato. As denúncias vieram em 1991, culminaram com os depoimentos do próprio irmão, Pedro, e levaram a um processo que se iniciou em outubro de 1992. Os deputados e senadores levaram dois meses para chegar às suas conclusões. Houve tempo de sobra para o governo tentar a reação e se defender das acusações. Somente em dezembro de 1992, quase dois anos após o início das denúncias, Collor foi punido. Ficou quase oito anos sem exercer cargos públicos, mas voltou e agora é senador por Alagoas. 

Portanto, cassar o mandato da presidente Dilma requer tempo e respaldo jurídico. Qualquer tentativa de apressá-lo sem argumentos consistentes, com base na lei e nos fatos, só vai piorar o ambiente político e institucional no país. 

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Brasil vai a Istambul para tentar convencer G20

Segundo reportagem da Folha, o Brasil está prometendo ao G20 um plano para retomar o crescimento econômico, até abril e fazer o país voltar a ter uma inflação controlada em 2016. 

Não se sabe exatamente qual é este plano, mas o governo não acena com mudanças de rumo. Pelo contrário. E nada irá convencer o Planalto da inutilidade de se fazer a retomada sem um efetivo aumento na eficiência da gestão. Por enquanto, fizeram cortes de verbas nos órgãos de financiamento, no Itamaraty,  no BNDES, mas a máquina estatal continua inchada. 

Para tentar auxiliar o governo na tarefa de retomar o crescimento, a OCDE fez sugestões para o Brasil corrigir as distorções tributárias e melhorar a qualificação dos trabalhadores por meio de reformas no sistema educacional, problema crônico do Brasil. Também houve alusão às obras do PAC, cujos atrasos chamaram a atenção da entidade internacional. 

Enquanto isso, a pesquisa Focus analisou as opiniões dos investidores e constatou um justificado pessimismo: a economia, segundo os dados coletados, não vai crescer neste ano. 

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Estamos começando a viver o auge da crise

Sem a menor ideia de como contornar a crise gerada por eles próprios, os ilustres "çabiuz" do nosso governo substituíram Graça Foster por Aldemir Bendini, presidente do Banco do Brasil. Bendini tem experiência financeira e "estofo" político, mas nenhum conhecimento na área petrolífera. Alexandre Abreu será o novo chefe do banco. 

O mercado deu uma resposta dura e as ações da Petrobras encolheram de novo, para quase 7%. Como consequência, a Bovespa teve uma queda de 0,9%. No caminho inverso, como é o habitual, o dólar subiu e agora está em R$ 2,77, comparável aos valores de 2004. 

Para o consumidor, o governo reservou um mega-aumento no valor da bandeira vermelha. Antes, eram R$ 3,00 a mais para cada 100 kWh consumidos, agora são R$ 5,50. Caso houver bandeira amarela, o que pode demorar a acontecer, o acréscimo será de R$ 2,50 (antes era de R$ 1,50), ou seja, só um pouco abaixo do valor da antiga bandeira vermelha. O impacto é significativo para o nosso bolso. 

A Operação Lava Jato está começando a incomodar os políticos envolvidos no escândalo da Petrobras, mas não será fácil concluir o trabalho, devido aos esforços do PT e dos partidos envolvidos para tentarem livrar seus filiados metidos na pilhagem. 

Enquanto isso, a presidentA já passou pela fase de negação: ela negava sua responsabilidade no escândalo. Já esteve dando mostras de raiva, principalmente quando divulgaram o provável valor do prejuízo sofrido pela Petrobras. Com certeza irá barganhar para evitar um processo de impeachment, a todo custo. Caso contrário, prevê-se um período de depressão, com apatia no governo e na economia do Brasil em geral, e depois Dilma e seus correligionários terão de aceitar o inevitável. Dessa forma, poderá (ou não) ser o fim da pior fase da crise. 

A tendência, porém, é esta fase levar algum tempo. Muitos brasileiros poderão não suportar. 

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Um roedor gigante extinto que lembra alguém

Nesta semana eu li algo sobre um roedor descoberto no Uruguai chamado Josephoartigasia monesi. Apesar de ser um parente distante do rato, era do tamanho de um boi e vivia há cerca de 4 milhões de anos. 

Avaliaram recentemente a capacidade da mordida desse animal. Era um mordedor terrível para a sua época, capaz de fazer um belo estrago. Suas mandíbulas podiam exercer pressão comparável às das de um tigre. 

Sendo uruguaio, já dá para fazer uma comparação entre o mordedor pré-histórico e um certo mordedor que nasceu no mesmo país, milhões de anos mais tarde. Sim, é o famigerado jogador do Barcelona que participou das Copas de 2010 e 2014, e nesta última deixou sua marca (dental) no zagueiro Chiellini, na partida entre Uruguai e Itália. 

Os mordedores do Uruguai (divulgação)

Se fosse descoberto mais tarde, não seria batizado com o nome de José Artigas, o caudilho que lutou na independência do Uruguai. Teria de ser nomeado de Luissuarezia monesi. 

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Tempos deprimentes

Esta década está caminhando para ser um período de acontecimentos semelhantes aos narrados pelo horroróscopo escrito no fim de ano neste blog

Primeiro, o exame anti-doping de Anderson Silva revelou as substâncias androsterona e drostanolona. Se a contraprova, exigida pelo lutador, confirmar o doping, será um dos maiores escândalos do MMA em sua história, e possivelmente isso seria a ruína para a imagem de um dos ídolos esportivos do Brasil. Aliás, a imagem de "Spider" e do MMA já estão avacalhadas no mundo inteiro. 

Segundo, a crise na Petrobras continua a ameaçar não só o governo como todo o resto do Brasil. Ontem, Graça Foster reuniu-se com Dilma para fazer um acordo de demissão em massa de toda a diretoria da estatal. Agora, a presidente da Petrobras renunciou. Ela pagou o preço de suas limitações administrativas e, principalmente, as decisões de seus antecessores, que privilegiaram o interesse político em detrimento até da própria sobrevivência de uma empresa que é NOSSA e não DELES. 

Terceiro, os líderes islâmicos, como era esperado, condenaram energicamente a imolação do piloto jordaniano refém do Estado Islâmico. Eles mais uma vez lembraram que o Islã não pode ser deturpado por energúmenos que se dizem leitores do Alcorão. Não há nada no livro sagrado dos muçulmanos que aprove crucificações e fogueiras feitas às custas de pessoas vivas. Porém, apesar dos bombardeios, as iniciativas do Ocidente parecem inúteis para deter a expansão do grupo terrorista que surrupiou territórios da Síria e do Iraque para formar um "califado" que ninguém de bom senso pode reconhecer como legítimo. 

Para amenizar todas essas notícias estranhas, mais uma bem bizarra, porém muito menos perigosa para a humanidade: Xuxa, considerada por muita gente um símbolo da Globo, realmente vai para a Record.

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Até quando o Estado Islâmico vai continuar com a insanidade?

O Estado Islâmico (EI) continua com a política de provocação ao Ocidente e seus aliados matando os reféns de forma escandalosa, com decapitações, apedrejamentos, crucifixões e outros atos típicos da Antiguidade. 

Após cortar a cabeça de dois japoneses, o piloto jordaniano Muath al-Kazaesbeh, capturado em dezembro último sob tratamento ignominioso, foi supostamente queimado vivo pelos seus captores, dentro de uma jaula. 

Queriam fazer uma barganha: a libertação de uma mulher-bomba, Sajida al-Rishawi, em troca do piloto e de um dos reféns japoneses, o jornalista Kenji Goto. Sem qualquer consideração por vidas humanas, os terroristas não deram quaisquer provas de vida, exigidas pelo governo jordaniano para efetivar a troca. Muito pelo contrário: mostraram fotos dos assassinatos. 

Como resposta, Sajida e outros extremistas serão enforcados a mando da monarquia jordaniana. 

Ainda assim, o Estado Islâmico ainda irá continuar com os verdadeiros espetáculos de horror para intimidar os "infiéis". E já estão ameaçando atacar o território turco para expandir seu território. Em tempos mais belicosos, os ocidentais já teriam mandado milhões de soldados para tentar erradicar o grupo, mas ainda não há nenhuma reação mais forte por parte do governo americano ou de seus aliados europeus, além de bombardeios ocasionais e não sistemáticos que mataram centenas de terroristas desde o início da reação, mas ainda ineficazes. Eles temem o fortalecimento da tirania síria, inimiga do EI, e o alastramento do conflito, com possível envolvimento de Israel. 

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Eduardo Cunha fatura a Câmara

Como temia o governo, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) foi eleito presidente da Câmara. Ele é um severo crítico do PT e contava com o apoio do chamado "baixo clero", aqueles parlamentares sem expressão que mal aparecem na mídia, a não ser na TV Câmara, emissora de audiência quase nula. 

Para tentar deter o sucesso de Cunha, o governo lançou a candidatura de Arlindo Chinaglia (PT-SP), visto como dócil às diretrizes do partido e do Executivo, e apoiado também pelo PDT, PCdoB, PSD e PROS. 

Parte do PSDB estava querendo apoiar Cunha, mas a velha guarda, que havia vetado o apoio ao peemedebista, passou a apoiar Júlio Delgado (PSB-MG), apoiado pelo PPS e pelo PV, todos de oposição. 

Chico Alencar (PSOL-RJ) foi o quarto candidato, mas sabia que tinha poucas chances. 

Ontem, às 18h, a eleição foi realizada. Foram 267 votos para Eduardo Cunha, 136 para Chinaglia e 100 para Delgado. Alencar recebeu apenas 8 votos. 

Cunha, em seu discurso, disse que manterá a independência do Legislativo. O Planalto, portanto, terá poucas chances de fazer o Congresso se dobrar às suas vontades, a não ser na base da compra de votos, como já é de praxe. Diminuem as chances de, por exemplo, impor um controle da mídia ou evitar uma CPI da Petrobras. Por outro lado, o presidente eleito da Câmara promete equiparar os salários dos parlamentares aos do STF e fazer aprovar o Orçamento Impositivo, para financiar emendas dos deputados, que podem ser dos interesses de seus eleitores ou não. Com o NOSSO DINHEIRO, portanto, o Congresso será implacável e não terá piedade (em grau bem menor do que os envolvidos no Mensalão e no Petrolão, diga-se). 

Eduardo Cunha não vai fazer o Congresso dizer "amém" ao Planalto

Arlindo Chinaglia também tinha propostas parecidas, com a exceção da CPI e do controle da mídia. 

Com este cenário, constituído de novos parlamentares e uma Presidência com discurso "independente" do Executivo, Dilma terá muito trabalho pela frente. Restará contar com a fidelidade do Senado, que também elegeu seu presidente: é Renan Calheiros (PMDB-AL), velho conhecido, calejado na arte de liderar os colegas senadores e de tentar driblar as dezenas de denúncias que o atingem.

Os eleitores brasileiros e a mídia também devem ficar atentos aos novos acontecimentos vindos da Praça dos Três Poderes.