Milhões de reais foram gastos para a despoluição da Baía de Guanabara, que se transformou numa imensa poça de água mefítica, como o Rio Tietê na Grande São Paulo. O compromisso era deixar a Baía 80% menos poluída no ano que vem, uma meta bem ambiciosa.
Depois de milhões de reais gastos no que o governo do Rio considera trabalho (ou no que a oposição e parte da opinião pública considera mera manobra para desviar NOSSO DINHEIRO), os resultados ainda estão bem longe da meta.
É possível fazer alguma prova olímpica em um lugar com estas condições? (blog do Sidney Rezende)
Segundo a Agência Brasil, em reportagem feita no ano passado, as obras de despoluição vão levar pelo menos quinze anos para atingirem a meta. Ou seja, em 2029, quando ninguém falar mais em Olimpíada.
Com o dinheiro investido, o governo do Estado do Rio poderia fazer ao menos alguns centros de coleta e tratamento de esgoto, para impedir que os dejetos acabem na Baía. Poderia tentar resolver os problemas urbanísticos, como as favelas e as ocupações irregulares, o que é bem mais difícil.
A impressão é que não se fez nada. Parece uma empulhação para enganar o COI. Com as condições atuais da baía, somente suicidas e gente de coragem (ou estupidez) suficiente conseguirão encarar as provas de vela e canoagem nas Olimpíadas.
Os riscos de alguém se acidentar ou se intoxicar são grandes, assim como é considerável a dificuldade de navegação com tantos detritos.
Agora é tarde demais para remediar isso. As Olimpíadas serão no ano que vem, e o Rio vai sediá-las. A cidade, e todo o resto do Brasil, que sofra as consequências da presunção política e da crônica aversão ao planejamento, capazes de estragar a festa do maior evento esportivo feito no país.
P.S.: lembremos que o governo do Estado de São Paulo também gastos bilhões inutilmente para despoluir os rios Tietê e Pinheiros e eles continuam a parecer imensas serpentes pestilenciais que enfeiam a cidade e são potenciais ameaças à saúde da população; isto é fruto do descaso secular com o saneamento básico neste país que parece infestado de porcos, ratos e urubus.
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