segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Calma! Ainda faltam quatro meses!

Tem gente lamentando 2015 como o pior da década, diante de tanta roubalheira, incompetência, rapinagem, patrimonialismo, crise política, inflação ameaçando ir para 10%, PIB em queda, aumento do desemprego, governo incapaz de administrar suas contas ao dizer que teremos déficit primário não só neste ano, mas também em 2016! 

Não adianta pular das notícias brasileiras para as internacionais, pois se fala muito do Estado Islâmico e da crise dos refugiados na Europa decorrente não só da barbárie cometida pelos fanáticos (que tiveram a pachorra de destruir um antigo templo nas ruínas de Palmira, patrimônio cultural da humanidade) mas também pelo descaso com vidas humanas por parte dos traficantes de gente que se aproveitam do desespero alheio. 

E no esporte? A crise não parece ser só no futebol. O judô nunca esteve tão mal nestes últimos anos, com desempenho decepcionante de nossos lutadores no Mundial do Cazaquistão: apenas duas míseras medalhas de bronze até ontem, quando terminaram as disputas. No atletismo, nada de surpresas, mas o Brasil praticamente sumiu, enquanto muitos corredores estão tentando disputar com Usain Bolt, já em fim de carreira mas ainda firme como o melhor atleta da atualidade. Um deles, Justin Gatlin, quase roubou a cena. Só a Fabiana Mürer conseguiu brilhar, ganhando a prata no Mundial de Pequim. 

Calma lá! Ainda faltam quatro meses e não vai adiantar querer que haja alguma notícia boa para salvar este ano. O jeito é permanecer forte e estar pronto para enfrentar os desafios futuros, que serão muitos e bastante difíceis, se não estivermos preparados. 2016, por outro lado, promete não ser nem um pouco melhor, mesmo que Dilma saia do poder. 

Só há motivos para desespero, então? Nem tanto. As instituições continuam firmes apesar deste crise terrível, não há convulsão social à vista e a opinião pública mostrou vigor ao forçar o governo a desistir da CPMF. 

sexta-feira, 28 de agosto de 2015

CPMF NUNCA MAIS!!!

Não queremos mais este ROUBO no nosso bolso!

Fora com as mentes "brilhantes" que querem a volta dessa aberração tributária!

Quem apoiar essa palhaçada não merece nunca mais o voto do eleitor! Morte política para sempre!

Aquele que defende a excrescência não sabe do que fala ou sabe demais e é beneficiado!

Para a Saúde, nada! Vai para a saúde do bolso de alguns!

Deixem a coisa quietinha no canto dela, no cemitério de ideias políticas!

Que Vossa Excelência, governador, deputado ou senador, receba a merecida resposta se apoiar esse atentado ao povo!

Hospitais públicos piores do que abatedouros de animais não é culpa da falta de CPMF! É culpa da falta de competência, de um mínimo de ética, isso sim!

0,38% para cada movimentação financeira? Quem acha pouco está acostumado a deixar os outros pagarem suas contas!

Viva a saúde! Morte eterna à CPMF!

CPMF NUNCA MAIS!!!

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

História maluca

Tudo começou com uma carreta tombada no Rodoanel cuja remoção durou horas e exigiu até o uso de uma retroescavadeira, provocando um congestionamento na região de Barueri e Carapicuíba. O caminhoneiro, muito provavelmente exausto depois de ter vindo de Uberlândia, no Triângulo Mineiro, perdeu o controle e causou o acidente. 

A carga era constituída de porcos vivos que iriam para o abatedouro. Aliás, porcas, pois eram todas fêmeas, e algumas estavam prenhes. 

Depois da remoção do veículo, constatou-se que muitos animais estavam feridos, com ossos quebrados. 22 foram recuperados pelo frigorífico e já foram abatidos. Outros 19 morreram no local do acidente. A maioria deles, porém, foi levada por ativistas de causas animais e levados a um santuário em São Roque - a mesma cidade onde outros ativistas resgataram cães que iam servir de cobaias para um laboratório, em 2013. 

Com a melhor das intenções, os ativistas tentaram salvar a vida de cerca de 60 animais. Estão organizando uma vaquinha para cuidar deles. Submetem-nos a tratamentos para cuidar das feridas e das fraturas, sabe-se lá como, com resultados duvidosos. Têm dificuldades até para alimentá-los, pois as porcas estão acostumadas às rações e não aos legumes que são oferecidos (isso quando têm os dentes preservados). Alguns deles não resistiram e foram eutanasiados. 

A ideia de muitos dos trabalhadores do santuário é doar os bichos a quem quiser criá-los como animais de estimação, o que é difícil de se encontrar por aqui. Então a tendência é mantê-los no santuário, cujo local não é exato. As porcas, cujo destino original era virar pernil e costela para o churrasco dos "carnívoros", agora estão aos cuidados de alguns devotados "vegetarianos", que julgam saber o que é bom para elas. Conseguirão alguém para fazer pelo menos uma delas virar um "pet"?

terça-feira, 25 de agosto de 2015

Quais serão os ministérios que a Dilma irá cortar?

Ontem, coincidindo com as péssimas notícias vindas da economia chinesa, Dilma anunciou o corte de ministérios, aparentemente "acordando" para o gravíssimo problema de um governo incapaz de cumprir com suas obrigações básicas, enquanto serve para empregar os chamados "comissionados", gente nomeada por algum figurão sem passar por concursos públicos ou avaliações. Também representará menos tunga no NOSSO DINHEIRO. 

São 39 ministérios, e dez deles serão finalmente extintos. Muitos dirão que as pastas da Saúde e da Educação serão duas delas, pois nem uma coisa nem outra são prioridade no Brasil. Outros apontam o ministério da Justiça como uma das vítimas, pois a extinção dessa pasta não faria diferença num país acostumado a zombar das leis. O ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação poderia, segundo os piadistas, ser cortado também, pois não há interesse em nada disso, e estamos habituados ao atraso e à dependência de tecnologia vinda de fora. Também o ministério da Cultura estaria com os dias contados, pois virou um ministério de doutrinação política e financiador de filmes ruins, negligenciando as tarefas de preservar o nosso patrimônio artístico e histórico. Por fim, o ministério do Planejamento, inútil num governo com dificuldade para planejar qualquer coisa útil. 

Dilma não seria assim tão maluca de fazer isso, mas tirando essas pastas e mais a da Fazenda, Agricultura (Pecuária e Desenvolvimento), Comunicações, Meio Ambiente (Minas e Energia), Relações Exteriores (este, nem pensar, pois é preciso ter boas relações com a China e os amigos "bolivarianos"), Trabalho, Transportes e Defesa, qualquer das restantes poderá ser extinta ou ter de sofrer fusão. 

Quais serão as "vítimas"?

Ministério das Cidades (aquele do Kassab, ex-prefeito de São Paulo)
Ministério do Desenvolvimento Agrário (pode vir a se fundir com o da Agricultura)
Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior
Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome
Ministério do Esporte
Ministério da Integração Nacional
Ministério da Pesca e Aquicultura (se não extinguir este...)
Ministério da Previdência Social
Ministério do Turismo
Ministério (Secretaria) da Aviação Civil
Ministério (Secretaria) de Assuntos Estratégicos
Ministério (Secretaria) de Comunicação Social
Ministério (Secretaria) de Direitos Humanos
Ministério (Secretaria) da Igualdade Racial
Ministério (Secretaria) da Micro e Pequena Empresa
Ministério (Secretaria) de Política para as Mulheres
Ministério (Secretaria) dos Portos
Ministério (Secretaria) Geral

(Os órgãos abaixo têm status de ministério, e dificilmente serão extintos, a não ser no caso de haver um surto psicótico da presidente)
Advocacia Geral da União
Banco Central
Casa Civil
Controladoria Geral da União
Gabinete de Segurança Institucional

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Da série HQ, parte 2

Mais um daqueles quadrinhos toscos do passado, sem acabamento e nem arte-final. Desta vez o tema foi a Copa de 2002. 

Originalmente, era para eu ter lançado a postagem no dia da abertura da Copa em 2014. Na época, eu ainda não havia escaneado a história. Depois, houve o 8/7, e eu abandonei a ideia. 

No aniversário desta data fatídica, dia 8 de julho, pensei em fazer uma postagem com o tema, mas não foi possível. 

É possível notar a relação entre personagens simbólicos e reais, algumas inconsistências na narrativa e uma adaptação bem livre dos fatos ocorridos naquela época, além de algumas frases macarrônicas em espanhol e inglês. 

Esta história fazia parte de uma série chamada "Crazy Stories", feita entre 1997 e 2002. Uma homenagem irreverente à Seleção pentacampeã.  































sábado, 22 de agosto de 2015

No próximo post...

... irei mandar mais uma história em quadrinhos feita no passado. Desta vez é sobre a Copa do Mundo de 2002, aquela onde o Brasil foi penta com quatro dos craques da época, cujos nomes começam com "R": Ronaldo Fenômeno, Ronaldinho, Roberto Carlos e Rivaldo. Eles foram dirigidos pelo mesmo Felipão que, 12 anos depois, seria execrado.

Eu tinha o hábito de inventar personagens simbólicos para retratar as diferentes seleções, o que é um tanto ridículo. Existiam outros personagens meus, da época, que fizeram figuração. E outros são reais, como Zidane, Oliver Kahn e o "rei" Pelé.

quinta-feira, 20 de agosto de 2015

Não pensem que este blog esqueceu...

... a morte estúpida de um senhor idoso, atropelado por um ciclista que utilizava a mal-falada ciclofaixa sob o Minhocão. 

Segundo depoimento do ciclista, ele teve de sair da pista por achar muita dificuldade no traçado inventado pelos "çabiuz" da Prefeitura. A vítima não conseguiu vê-lo a tempo e foi atingida. 

Recentemente, escrevi uma postagem temendo acidentes dessa natureza, quando o prefeito inaugurou a sua nova criação sob uma outra obra também infame. 

Mais uma derrota para os simpatizantes da "esquerda"

Por aqui, como já escrevi, o conceito de "direita" e "esquerda" é confuso, pois a política está impregnada de patrimonialismo, corrupção, demagogia, populismo e fisiologismo, cometidos por ambas as vertentes. Existem também quem defenda a responsabilidade administrativa e maior racionalidade nos gastos públicos, e é chamado de "esquerdista", enquanto não falta quem fale em "direitos sociais" e "defesa dos pobres" e seja tachado de "direitista". 

Na Europa, esta divisão é um pouco menos nebulosa, mesmo porque não há tantos elementos em comum entre "esquerdistas" e "direitistas". Um dos maiores expoentes entre o primeiro grupo, o primeiro-ministro Alexis Tsipras, não resistiu à terrível situação econômica, social e política da Grécia, assolada pela pior crise econômica da história recente, e renunciou. 

Tsipras queria fazer os mais pobres não pagarem tanto o preço da austeridade econômica, mas foi convencido pela dura realidade a não se deixar guiar pela sua ideologia socialista. Seu partido, o Syriza, ficou dividido diante das medidas de austeridade impostas pela Europa para a recuperação econômica da Grécia, algo, mal comparando, com o décimo terceiro trabalho de Heracles (Hércules é a romanização deste nome), Sem apoio político, o primeiro-ministro renunciou, e foi obrigado a anunciar eleições antecipadas. Isto só foi possível porque a Grécia não é regida por um regime presidencialista, onde é muito mais difícil um governante impopular perder o mandato (ver o caso do Brasil...). 

Muito provavelmente o novo pleito será no dia 20 de setembro. O agora ex-premiê não vai se afastar da política. Pelo contrário: irá disputar as eleições novamente, pois quer dar um tempo para os membros mais intransigentemente socialistas e anti-austeridade serem devidamente derrotados em favor dos favoráveis aos ajustes econômicos. É uma aposta de alto risco, pois a "direita", mais afinada com os interesses do resto da Europa, vai certamente apontar Tsipras e o Syriza como grandes culpados pelo agravamento da crise, aproveitando o pouco tempo disponível, e assim poderá vencer as eleições.

Tsipras saiu do poder na Grécia (Alkis Konstantinidis/Reuters)

Protesto em reação aos anti-Dilma não é exatamente pró-Dilma

Depois dos protestos do dia 16, exigindo a renúncia de Dilma e apoiando a Operação Lava-Jato da Polícia Federal que investiga os desvios na Petrobras, novos protestos foram feitos, oficialmente para dar uma resposta política contra os anti-governo. 


Nada de verde-e-amarelo: o vermelho socialista dos movimentos sindicais e sociais foi a cor predominante (Mário Ângelo/Sigmapress/Estadão)

A ideia do PT e de seus aliados da CUT era fazer um grande movimento a favor da presidente, junto com o MTST, a UNE e alguns partidos que se opõem ao impeachment, como o PSOL, o PSTU e o PCdoB. Eles vêem o "Fora Dilma" como um "golpe conservador", sem se importar com o amparo legal (que existe, segundo a Constituição, nos chamados "crimes de responsabilidade", Capítulo II, Seção III, Artigo 85) e com as circunstãncias (que não são assim tão favoráveis ao processo de cassação do mandato, pois se exigem três quintos dos votos válidos dos congressistas, e boa parte deles não está tão certa de dizer "sim"). 

Na prática, as passeatas de hoje foram enormes campanhas contra o ajuste fiscal, considerado uma ameaça aos direitos dos trabalhadores, a pauta da governabilidade elaborada pelo presidente do Senado Renan Calheiros, e a Presidência da Câmara, pois Eduardo Cunha é o alvo da vez dos chamados "progressistas", um termo inadequado aos partidários de um governo causador de retrocessos econômicos, em prejuízo da estabilidade da moeda conquistada em 1994 e, inclusive, das conquistas sociais obtidas entre 2003 e 2014. 

Eles também foram contra Joaquim Levy, o ministro da Fazenda indicado por Dilma, logo a denominação "atos pró-Dilma" feita pela imprensa não é, absolutamente, exata. Levy é homem de confiança da nossa mandatária, que pode parecer louca (principalmente durante os seus discursos) mas não é tanto assim. 

Aproveitaram mais para pressionar o governo por mais participação direta, fazendo-o mais semelhante aos regimes populistas de nuestros vecinos auto-intitulados "bolivarianos", mas na verdade corruptos, incompetentes e autoritários. Querem desalojar o PMDB e os outros aliados politicamente mais conservadores que ainda não abandonaram o barco (como o PSD e o PP) devido ao seu adesismo oportunista. 

Se Dilma atendesse os manifestantes, as tentativas de governabilidade estariam definitivamente comprometidas, os gastos públicos iriam aumentar, e a ideologia baniria de vez o pragmatismo. Logo, isto não ajudaria em nada a presidente. 

Boa parte das grandes cidades do país inteiro foi afetada por estas passeatas, prejudicando as atividades normais dos não-participantes, que precisavam trabalhar, estudar e se locomover. O efeito imediato dessas manifestações foi transtorno e prejuízo. Mas há de se reconhecer o caráter pacífico e ordeiro dos movimentos, pois não houve violência. E, sim, na maior parte dos casos a quantidade de pessoas foi bem menor, comparando com o número de manifestantes no domingo passado. 

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Depois da tempestade, a bonança

Infelizmente, bonança política aqui no Brasil significa marasmo e a permanência do status quo, com todos os problemas sem prazo para resolver.

Esta foi a terceira grande manifestação apenas neste ano.

Na primeira vez, em março, o governo considerou os participantes como eleitores da oposição, e anunciou um pacote anti-corrupção como medida reativa, mas cujos pontos não tinham aplicação imediata, dependendo do Congresso para a sua implementação.

Em abril, na segunda vez, Dilma praticamente delegou boa parte de suas obrigações ao vice-presidente Michel Temer e se transformou quase numa figura decorativa. O Congresso, principalmente a Câmara, fez valer os seus interesses, exercendo, às vezes, uma oposição mais vigorosa na figura de seu presidente, Eduardo Cunha. Detalhe: ele é membro do PMDB, o maior partido da base aliada.

Desta vez, o governo simplesmente não está agindo. Simplesmente reconheceu que os protestos eram democráticos e ordeiros - e isso é bom, pois significa um progresso em relação ao início do ano - mas não acenou com contrapartida alguma.

Por outro lado, os manifestantes procuraram se concentrar na figura da presidente, de Lula e seus aliados mais fiéis, principalmente o presidente do Senado Renan Calheiros. Outras pautas, que poderiam atrapalhar as reivindicações, se tornaram menos relevantes. Existem pessoas que cometeram os erros citados na postagem anterior, como vestir a camisa da Seleção da CBF - trata-se de um evento político e não esportivo - e defender uma esdrúxula intervenção militar. Boa parte ainda insiste no impeachment, uma medida prevista em lei, mas vista com reservas mesmo por oposicionistas ferrenhos, devido ao desgaste institucional e por exigir muito tempo e pelo menos 60% dos votos válidos para ser posto em prática.

Apesar do empenho das centenas de milhares de pessoas, o dia seguinte foi de calmaria, como se tudo não passasse de mais uma banalidade. Não é só o PT que age como se nada tivesse acontecido de verdade. Os manifestantes voltaram a trabalhar normalmente, sofrendo com as consequências da má administração em Brasília, o grande motivo para a gritaria.

Novas manifestações poderão acontecer, até este governo terminar. Na pior das hipóteses (para nós), em 2018.

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Os sete erros das manifestações

Manifestar-se é um direito de todo cidadão e, diante da verdadeira catástrofe representada pelo atual governo, uma necessidade. Porém, existem manifestantes que cometem erros e acabam enfraquecendo o movimento. 

1. Utilizar faixas com erros de português. Isto é obviamente comprometedor e os responsáveis ficam estigmatizados. É uma ironia das grandes alguém, por exemplo, ser contra o alto índice de analfabetismo e escrever "MENAS corrupção e mais educação". OK, isso pode reforçar a indigência educacional do país, mas o autor da frase acaba caindo no ridículo. 

Fuja dos erros de português!

2. Há sempre alguém que procura diversificar as pautas achando que isso ajuda e, na verdade, atrapalha. Os protestos do dia 16 são contra a presidente e os beneficiários do esquema investigado pela Lava Jato. Por isso, os insatisfeitos que não ousem desviar o foco, como protestar contra a homofobia, o racismo, a discriminação contra os evangélicos ou os islâmicos, o Dunga ou os dirigentes de futebol. 

3. Por falar em futebol, nada de usar a camisa da Seleção para protestar, dizendo que veste verde-e-amarelo. A camisa é da CBF, outra entidade assolada pela corrupção, e se o manifestante estiver usando-a, vai dar espaço para os simpatizantes do PT contra-argumentarem, dizendo que o "coxinha" está "favorecendo a CBF". Não vai faltar gente colocando "memes" a respeito. 

Um dos "memes" tirando sarro de quem usa a camisa da Seleção para dizer que é brasileiro nos protestos

4. Existem sempre as palavras de ordem para gritar contra os rapinantes do NOSSO DINHEIRO, mas há quem utilize palavras de baixo calão para isso. Ficou muito mal aquela frase "Ei, Dilma! Vai tomar no (...)". Dá a impressão que é preciso se igualar ao nível dos devotos seguidores do PT para ser ouvido. 

5. Incitar a violência ou usar armas é crime, e manifestações violentas são reprimidas em qualquer país civilizado. Quer um argumento mais contraditório do que denunciar os crimes do governo estimulando o assassinato ou a violação das leis? Pior ainda é vir armado e ir depredando tudo, como os "black blocs". 

Lula e Dilma "enforcados"... calma aí, gente! (Divulgação/Revista Fórum)

6. Existem as minorias de sempre que pregam intervenção militar, golpe, ocupação dos Estados Unidos, guerra ao "comunismo" e outras baboseiras. Estes argumentos são muito apreciados pelos simpatizantes do governo para dizer que os "coxinhas" são "reacionários" e querem acabar com a democracia. 

7. Ainda há os desinformados que, na maior inocência, pensam que as manifestações são uma micareta qualquer e se juntam para a "festa", ainda mais por se tratar de protestos pacíficos. Contribuem para aumentar o número de manifestantes, mas também para desviar o foco. 

Os que vão para protestar no próximo domingo devem aproveitar bem essa oportunidade, mas evitar os sete erros apontados acima. Manifestação não pode ser confundida com farra ou com incitação ao ódio e à violência. Podemos e queremos exigir um Brasil mais justo e com menos corrupção, mas devemos fazer isso com responsabilidade. 

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

Para este blog realmente abordar assuntos 1000

Este blog já tratou de vários assuntos, mas vem se concentrando demais em alguns deles: 

1. Política (para comentar as boas, más e péssimas notícias deste meio - com predominância das últimas, principalmente agora)

2. Esporte (principalmente a antiga paixão nacional, o futebol, que se tornou motivo de vergonha, principalmente há cerca de um ano atrás)

3. Eventos internacionais (principalmente os dos Estados Unidos, Europa, China e Oriente Médio)

4. Economia (cada vez mais os brasileiros se preocupam com o seu dinheiro, com boas razões para isso, principalmente nos últimos tempos)

5. Assuntos humorísticos em geral (pois a vida não deve ser levada a sério e há muitos motivos para rir)

6. Assuntos trágicos (pois a vida às vezes tem de ser levada muito a sério e há muitos motivos para desespero, infelizmente).

7. Algumas séries, principalmente o fatídico "Mondo Cane", que trata de bizarrices cômicas, trágicas ou tragicômicas.

Neste ano, particularmente, concentrei-me em poucos assuntos, justamente aqueles mais em voga. Poderia diversificar mais. Por isso, a partir deste mês vou tentar abordar algo inédito, que passe longe das contendas entre os "coxinhas" e os "petralhas" e os estragos causados pela inflação, recessão, má gestão e outros 'ãos'. Estou pensando em escrever algo sobre:

1. Lugares interessantes para viajar ou se divertir.

2. Literatura. Curiosamente, quase não abordei este assunto, apesar de ser leitor mais ou menos assíduo. Só tratei disso ao falar de escritores que acabaram de falecer, como Ariano Suassuna (julho de 2014).

3. Cuidados do cotidiano, em termos de estética, linguagem corporal, higiene, perigos para a saúde, etc.

4. Ações beneficentes. Neste país não existe apenas roubalheira e negligência.

5. Animais e plantas em extinção.

E também irei falar mais sobre outros assuntos mais ou menos frequentes, como psicologia, comportamento humano, sexo, tecnologia, engenharia, ciência, cinema, artes, religião, filosofia, etc.

terça-feira, 11 de agosto de 2015

Moody's pune o Brasil, mas não muito

A agência de classificação de riscos Moody's, como já se esperava, rebaixou a nota de crédito do Brasil. Passou a ser Baa3, um degrau a menos, e bem no limite do "grau especulativo", onde a maioria dos países latino-americanos está, com honrosas exceções (México e Chile). 

Para alívio do país, e também do nosso governo ainda estabelecido, a perspectiva passou a ser "estável", e não mais "negativa". Ou seja, a condenação do Brasil a ter títulos "junk" ("lixo") só será decretada, ou não, na próxima reunião da agência. 

Considerando a atual situação, com previsões cada vez mais amargas a respeito das taxas de juros, inflação e queda do PIB, a agência até foi benevolente. Não se pode dizer exatamente o mesmo da Standard & Poor's, que no mês passado rebaixou a perspectiva dos títulos brasileiros para "negativa" e lhes dá nota também um degrau acima do grau especulativo (BBB-). Portanto, a S&P poderá ser a primeira agência a declarar nosso país um lugar inseguro para os investidores. Em 2008 era o contrário.

A Fitch, menor e mais nova das três agências, também está para rebaixar a sua nota (BBB), mas aí a margem de segurança é um pouco maior, pois está a dois degraus do limite para as notas "junkies". 

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Duas obras de São Paulo viram motivos de contravérsias

Nossa cidade não conhece um prefeito digno desde a redemocratização do país. Conseguimos eleger, de 1985 a 2012, verdadeiros fardos: Jânio, Erundina, Maluf, Pitta, Marta, Serra, Kassab e Haddad. Nenhum deles conseguiu se salvar de críticas ferozes (e, mesmo assim, justificáveis) contra suas administrações. 

Haddad consegue o feito de ser o pior de todos, inclusive Pitta. Agora, para mostrar sua verdadeira paixão pelas ciclofaixas, conseguiu inaugurar a mais polêmica delas, sob o Minhocão, um local completamente inadequado para isso. Já não bastava o próprio elevado, que há muito tempo deixou de ser uma alternativa viável para escapar do trânsito, pois agora só liga um ponto congestionado a outro, além de ser horrível e servir como abrigo para mendigos, moradores de rua e usuários de drogas. Desde hoje, passa a cobrir uma suposta via para os ciclistas, que irão se arriscar em um local sem visibilidade suficiente e isento de segurança, além de representarem um risco para os pedestres e usuários dos pontos de ônibus. 
Além disso, ele pretende implantar até dezembro limites maiores de velocidade, passando de 60 km/h para 50 km/h, tendo por base a diminuição do número de acidentes em várias cidades européias, nenhuma delas com um trânsito tão caótico e com um fluxo de veículos tão grande quanto São Paulo. Sem consultar a população e ouvir os especialistas que estudam a dinâmica desta metrópole, o prefeito espera minimizar as mortes e ferimentos no trânsito e melhorar a fluidez no trânsito. Só irá conseguir aumentar a arrecadação de multas, para investir talvez em mais ciclofaixas, ou algo pior. 

Não é só o prefeito Haddad a irritar os paulistanos. O governador Geraldo Alckmin também, ao inaugurar a nova fase do monotrilho entre Vila Prudente e Cidade Tiradentes. São três quilômetros e apenas duas estações entregues com atraso (estavam previstos para ajudarem na mobilidade durante a famigerada Copa do Mundo do ano passado) e que só atendem um único bairro, a Vila Prudente, na zona leste da cidade. O trecho tem horário reduzido, entre 7h e 19, e tem intervalos muito grandes entre um trem e outro (6 minutos), mas já se cobra pela utilização. Não há uma previsão confiável de quando os moradores de Sapopemba, Parque São Lucas, São Mateus e Cidade Tiradentes irão desfrutar plenamente do monotrilho.

Isso lembra que os últimos governadores paulistas, apesar de seus acertos, também deixaram muitíssimo a desejar em vários aspectos, principalmente na capital, uma cidade ainda à espera de um governante que possa valorizar devidamente sua grandeza e importância para o Brasil e deixar de praticar os constantes maus tratos sofridos em todos estes anos. O único consolo possível é o fato deles serem eleitos para mandatos com prazo para terminar, pois um governante eleito, por pior que seja, nunca será tão ruim quanto um mau governante imposto por regimes de força.

sexta-feira, 7 de agosto de 2015

O Brasil quer outro rumo

No programa eleitoral de ontem e nos discursos de hoje o PT tenta desqualificar os argumentos da oposição, sem propor algo viável e insinuando que o Brasil está no caminho certo. 

Estamos no caminho certo para a ruína. Todas as conquistas sociais ganhas pelos governos Lula e Dilma estão prestes a serem arruinadas por uma combinação de cortes nas verbas sociais, queda brutal no crescimento econômico (que pode chegar realmente a 2% ou até mais), desemprego crescente, inflação estourando o topo da meta em pouco mais da metade do ano, e falta de atitudes inteligentes para administrar a crise. 

O PT não reconhece que errou, e parece ter dificuldade para isso. Essa atitude piora a imagem do partido ainda mais. Pensar que estão fazendo o certo quando agem errado é algo típico de gente psicótica, fundamentalista e com comportamento destrutivo capaz de aniquilar inclusive a eles próprios.

Tentam convencer a população que a oposição só pensa nela própria ao tomar atitudes supostamente golpistas. Quais? Um processo de impeachment está perfeitamente dentro da lei, e mesmo assim pouca gente da oposição quer isso, por enquanto, apesar de 66% da população apoiar. Somente alguns radicais querem atos realmente golpistas, como a deposição de Dilma pelas Forças Armadas ou a dissolução do Brasil como República Federativa. Convocação de novas eleições é vista como "terceiro turno", mas isto também não fere a Constituição no caso do TSE considerar a campanha de Dilma como irregular, o que a tornaria uma usurpadora do poder, e não uma governante legitimamente eleita, como ainda deve ser considerada até conseguirem provar o contrário. 

A população quer o governo (e também a oposição) assumindo sua parte no sacrifício e está furiosa com a voracidade psicótica com que Brasília consome o NOSSO DINHEIRO, mesmo com a crise. Tentam só agora um esforço pífio para reduzir o número de ministério, uma das maiores causas da gastança sem freios, mas esbarram na má vontade do PT e da base aliada. 

Querem medidas eficazes para estancar a fuga de dólares, desinvestimentos, crise energética provocada não só por problemas hídricos mas por má gestão, prejuízos na Petrobras, uma estatal violentada pelos desvios bilionários, sistema de saúde praticamente genocida com gente morrendo em filas de hospitais sem esperança de atendimento, falta de empregos e de educação de qualidade principalmente para os mais humildes. 

Não está adiantando implementar ideias mais pautadas na ideologia do que na realidade, como o programa Mais Médicos, que não consegue resolver o problema da saúde e mais financia a ditadura dos Castro do que garante as boas condições de trabalho para os médicos cubanos. Repete a velha prática política de achar que as decisões tomadas pelos governantes são as únicas certas, mas como nas ditaduras tratam as divergências como atos inimigos ou de gente sem direito a ser tratada com o devido respeito. 

O povo precisa ser tratado com respeito e não como um bando de indivíduos a serem guiados por alguém "iluminado" ou "infalível", como se esta pessoa existisse por aqui ou em qualquer outro lugar do mundo. Espera que seus representantes tomem decisões concretas para o nosso país melhorar, e não meras atitudes para beneficiar A, B ou C. 

Enfim, pedem uma mudança de rumo. Se ele não for corrigido logo, pode levar muito mais tempo para consertar o estrago. Outros cinco séculos, talvez. 

quarta-feira, 5 de agosto de 2015

River Plate não deu chance aos piadistas

O River Plate acabou de ganhar com autoridade a taça mais cobiçada das Américas, diante do Tigres do México. Mesmo se perdesse iria para o Mundial, mas iria ser comparado ao Corinthians, que ganhou dois mundiais (2000 e 2012) e uma Libertadores (2012). Isso renderia muitas piadas, principalmente no Brasil. 

Foi a terceira vez em sua história, bem menos que os grandes rivais Independiente (7 títulos, sendo o mais recente em 1984) e Boca Juniors (6 títulos, o último em 2007). Ganhou em 1986, contra o América de Cali, numa edição onde os representantes brasileiros eram o Coritiba e o Bangu (parece ridículo, mas é verdade!). Dez anos depois, enfrentou novamente o América de Cali, perdendo o primeiro jogo e ganhando o segundo no Monumental de Nuñez. 

Nesta edição, o time argentino enfrentou grandes dificuldades. Na fase de grupos, teve de enfrentar o próprio Tigres, empatando os dois jogos, e ainda por cima vacilou diante do San José. Sua campanha não foi considerada muito convincente, e nas oitavas precisou enfrentar nada menos que o arquirrival Boca Juniors. No primeiro jogo, calou os críticos ao vencer por 1 a 0. No segundo, uma das partidas mais vergonhosas da história recente deste torneio, quando jogadores do River foram atacados com uma mistura cáustica de pimenta e ácido, em um episódio não devidamente esclarecido, mas que custou ao Boca a desclassificação. Depois, tropeçou de novo diante do Cruzeiro, mas se recuperou e impôs uma derrota humilhante ao time brasileiro em pleno Mineirão, o palco de outra vergonha para o futebol brasileiro no famoso 8/7 do qual todos já se cansaram de falar.

Na semifinal, teve de lidar com o surpreendente Guarani do Paraguai, que humilhou o Corinthians nas oitavas e desclassificou o Racing nas quartas. Valeu-se de sua maior experiência nesta competição, vencendo a primeira partida por 2 a 0 e empatando a segunda. Com a eliminação do Inter diante do Tigres, ganhou a vaga para o Mundial de bandeja, mas o time argentino não quis dar moleza aos mexicanos. Depois de um empate sem gols em um jogo terrível, o time portenho tratou de convencer a todos que quer fazer por merecer a taça. O atacante Lucas Alario abriu o placar no final do primeiro tempo. Aos 29 do segundo, foi a vez de Sanchez, cobrando pênalti sofrido por ele por Aquino. O zagueiro Mori liquidou a partida.

Em dezembro, teremos o Mundial de Clubes, no Japão, e muita gente está querendo ver los hermanos enfrentando o Barcelona, cujo maior craque é também um argentino...

Para os brasileiros, o desgosto de ver o triunfo de um time argentino e o fracasso de um brasileiro que jogou pelo Tigres, Rafael Sóbis, que pouco fez no jogo decisivo. Em 2016 a situação pode ser ainda mais difícil e com menos motivo para fazer piada: o River estará embalado e o Boca terá o reforço de Carlitos Tevez (isso se o time não se envolver em mais episódios lamentáveis como neste ano). 

terça-feira, 4 de agosto de 2015

6 anos de blog

Hoje o blog completa 6 anos de existência, após mais de 1.200 postagens relatando ideias, fatos, versões e um ou outro boato que acabo deixando passar. 

Neste período de tempo, muita coisa aconteceu. 

Em agosto de 2009, o Brasil experimentava certo otimismo. O dólar custava apenas R$ 1,82, contra R$ 3,47 agora. Não se falava em escândalos na Petrobras, e muita gente pensava que estava tudo em ordem com a maior estatal brasileira. O presidente era Luís Inácio Lula da Silva, cuja imagem estava em alta, apesar das acusações de ser beneficiário do Mensalão, então o maior escândalo do país desde o governo Collor. Sua ministra da Casa Civil, Dilma Roussef, era conhecida como uma "gerentona", centralizadora e com perfil mais ou menos técnico. Havia relativa calmaria na economia, mas o Brasil ainda não era considerado um local seguro para se investir, pois a Moody's, uma das três agências de classificação de riscos econômicos, ainda dava nota Ba1 ao país, a nota mais alta do chamado "grau especulativo", melhorando a nota apenas em setembro daquele ano. 

Agora, a mesma agência está para rebaixar o rating do nosso país, atualmente em Baa2. Há especulações sobre como ela irá proceder e de que forma nossa imagem diante dos investidores será prejudicada. De qualquer forma, a Petrobras se deteriorou muito em seis anos. Lula foi sucedido pela ex-ministra da Casa Civil, que se provou não ter o perfil certo para administrar um país tão complexo e cheio de problemas. Dilma, a "gerentona", nunca se livrou da fama de ser um mero fantoche de seu antecessor, mas até 2013, quando surgiram as manifestações contra os desmandos políticos, tinha certa respeitabilidade. 

Já havia extremo ceticismo quanto à capacidade do Brasil administrar eventos como a Copa do Mundo, mas quando ela aconteceu, superou as expectativas, apesar dos problemas seriíssimos na infra-estrutura e nos estádios, concluídos poucos meses antes da Copa - muitos deles ainda em processo de acabamento, como a Arena Corinthians. A Seleção Brasileira de futebol era mal vista e muito questionada, mas não se cogitava perder num placar tão estarrecedor quanto 7 a 1. Nem o mais intransigente inimigo da CBF pensava em algo assim. A maior promessa do futebol brasileiro acabou se tornando o maior (aliás, o único) craque do país: Neymar. Apenas o técnico, em 2009 e em 2015, tem sido o mesmo: Dunga, que comandou a copa de 2010, cedeu lugar após o fiasco na África do Sul para o também gaúcho Mano Menezes, demitido mais tarde para dar lugar a Felipão, outro filho do Rio Grande, ex-comandante da conquista do penta, mas execrado após a Copa de 2014 e substituído por Dunga. Fora isso, já havia a rivalidade entre o português Cristiano Ronaldo e o argentino Messi, entre os maiores jogadores do mundo. 

A sede das Olimpíadas de 2016 não foi escolhida ainda, em agosto de 2009. Somente em outubro o Rio foi eleito, com a espinhosa tarefa de suceder Londres. A edição de 2012 foi considerada a melhor de todos os tempos, apesar dos temores acerca da má qualidade do ar londrino. Um atleta se destacava: o jamaicano Usain Bolt. Ele ganhou três ouros olímpicos em Pequim (2008) e viria a ganhar outros ouros mais tarde. Bateu o recorde mundial dos 200 m em agosto de 2009, fazendo 19s19. Pode competir em 2016. 

Nestes seis anos os Estados Unidos não conheceram outro presidente, a não ser Barack Obama. O Iraque estava sem governo, mas em 2009 não se cogitava, nem de longe, o surgimento de um grupo que mandava crucificar e decapitar em nome de uma visão particular do Islã. O maior perigo para o mundo, segundo o governo americano, era Osama bin Laden, ainda desaparecido naquele tempo, mas ainda vivo. Alhures, a Grécia já estava combalida, batendo recorde no déficil público, causado por má gestão dos gastos no governo, mas não se pensava em excluí-la do Euro, como agora. A América Latina estava já em processo de "bolivarianizar-se", e o grande mentor era Hugo Chávez. Esta ideologia sobreviveu à morte do ditador venezuelano, alimentada pelos gravíssimos problemas sociais, econômicos e educacionais desta parte do continente.

O papa era o alemão Joseph Ratzinger, denominado Bento XVI, considerado pouco carismático. Ele continua vivo, mas agora quem ocupa o trono de São Pedro é Francisco, o primeiro papa latino-americano. Em 2009, isso era impensável. Quatro anos depois, o cardeal Jorge Mario Bergoglio foi eleito após a renúncia de Bento XVI. Os mesmos problemas da Igreja Católica continuam a ser enfrentados: perda de fieis para os evangélicos e para o Islã, contradições entre o dogma e os costumes atuais, desvios de conduta dos sacerdotes como a pedofilia e a corrupção. 

Houve uma grande evolução tecnológica, principalmente na telefonia. Em 2009 o Android ainda estava bem no início de seu desenvolvimento, e o mercado estava ainda dominado pelos celulares comuns, sem sistema operacional, os chamados feathurephones (ou dumbphones). No mercado de informática, muitos sofriam com o Windows Vista, a pior versão do sistema operacional da Microsoft, enquanto o Windows 7 ainda estava em fase de desenvolvimento. Agora, com o mercado de micros e notebooks considerado decadente, o Windows 10 é a grande novidade. 

Esta foi uma breve comparação entre os fatos de 2009 e os de 2015. Curiosamente, os dias da semana coincidem nos dois anos considerados. 4 de agosto de 2009 também era uma terça-feira. 

segunda-feira, 3 de agosto de 2015

Dirceu vai para a cadeia de novo

A Operação Lava Jato começou a colocar na cadeia os políticos envolvidos no escândalo da Petrobras, e o primeiro nome é José Dirceu, o líder petista considerado o chefe de outro esquema, o Mensalão. 

Desde que foi solto na Papuda, Dirceu cumpria pena de prisão domiciliar, por corrupção ativa. De lá, irá para Curitiba, onde estão os outros prisioneiros. Por ora, ele ficará lá preventivamente, pois ainda não é considerado réu. Quem irá definir sua condenação não é a Polícia Federal, mas o STF. 

Sua empresa, a JD Consultoria, é investigada por supostamente prestar serviços a empresas envolvidas no Petrolão. Júlio Camargo, um dos delatores, acusou Dirceu de fazer diversas viagens com seu avião particular para juntos prestarem seus serviços ao esquema. 

Antônio Palocci também foi denunciado por Camargo, e só recentemente passou a ser investigado pela Polícia Federal. Os dois poderão revelar a participação de Lula e Dilma na maior violência contra o NOSSO DINHEIRO na História. 

José Dirceu enfrentará uma nova temporada na cadeia (Divulgação)

Naturalmente, a defesa protestou, dizendo que Dirceu é "bode expiatório". Roberto Podval, advogado do petista, disse que a prisão é "política", acusando Sérgio Moro de se promover à custa de políticos considerados iníquos. A defesa de Eduardo Cunha, outro alvo da Lava Jato, já havia se pronunciado neste sentido, assim como a das empresas Andrade Gutierrez e Odebrecht. 

Eles têm todo o direito de protestar e utilizar os recursos previstos na lei, mas setores mais esclarecidos da nossa sociedade estão, em sua maior parte, aplaudindo a iniciativa da PF e não querem mais ver o triunfo da impunidade neste país.