segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Duas obras de São Paulo viram motivos de contravérsias

Nossa cidade não conhece um prefeito digno desde a redemocratização do país. Conseguimos eleger, de 1985 a 2012, verdadeiros fardos: Jânio, Erundina, Maluf, Pitta, Marta, Serra, Kassab e Haddad. Nenhum deles conseguiu se salvar de críticas ferozes (e, mesmo assim, justificáveis) contra suas administrações. 

Haddad consegue o feito de ser o pior de todos, inclusive Pitta. Agora, para mostrar sua verdadeira paixão pelas ciclofaixas, conseguiu inaugurar a mais polêmica delas, sob o Minhocão, um local completamente inadequado para isso. Já não bastava o próprio elevado, que há muito tempo deixou de ser uma alternativa viável para escapar do trânsito, pois agora só liga um ponto congestionado a outro, além de ser horrível e servir como abrigo para mendigos, moradores de rua e usuários de drogas. Desde hoje, passa a cobrir uma suposta via para os ciclistas, que irão se arriscar em um local sem visibilidade suficiente e isento de segurança, além de representarem um risco para os pedestres e usuários dos pontos de ônibus. 
Além disso, ele pretende implantar até dezembro limites maiores de velocidade, passando de 60 km/h para 50 km/h, tendo por base a diminuição do número de acidentes em várias cidades européias, nenhuma delas com um trânsito tão caótico e com um fluxo de veículos tão grande quanto São Paulo. Sem consultar a população e ouvir os especialistas que estudam a dinâmica desta metrópole, o prefeito espera minimizar as mortes e ferimentos no trânsito e melhorar a fluidez no trânsito. Só irá conseguir aumentar a arrecadação de multas, para investir talvez em mais ciclofaixas, ou algo pior. 

Não é só o prefeito Haddad a irritar os paulistanos. O governador Geraldo Alckmin também, ao inaugurar a nova fase do monotrilho entre Vila Prudente e Cidade Tiradentes. São três quilômetros e apenas duas estações entregues com atraso (estavam previstos para ajudarem na mobilidade durante a famigerada Copa do Mundo do ano passado) e que só atendem um único bairro, a Vila Prudente, na zona leste da cidade. O trecho tem horário reduzido, entre 7h e 19, e tem intervalos muito grandes entre um trem e outro (6 minutos), mas já se cobra pela utilização. Não há uma previsão confiável de quando os moradores de Sapopemba, Parque São Lucas, São Mateus e Cidade Tiradentes irão desfrutar plenamente do monotrilho.

Isso lembra que os últimos governadores paulistas, apesar de seus acertos, também deixaram muitíssimo a desejar em vários aspectos, principalmente na capital, uma cidade ainda à espera de um governante que possa valorizar devidamente sua grandeza e importância para o Brasil e deixar de praticar os constantes maus tratos sofridos em todos estes anos. O único consolo possível é o fato deles serem eleitos para mandatos com prazo para terminar, pois um governante eleito, por pior que seja, nunca será tão ruim quanto um mau governante imposto por regimes de força.

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