quarta-feira, 5 de agosto de 2015

River Plate não deu chance aos piadistas

O River Plate acabou de ganhar com autoridade a taça mais cobiçada das Américas, diante do Tigres do México. Mesmo se perdesse iria para o Mundial, mas iria ser comparado ao Corinthians, que ganhou dois mundiais (2000 e 2012) e uma Libertadores (2012). Isso renderia muitas piadas, principalmente no Brasil. 

Foi a terceira vez em sua história, bem menos que os grandes rivais Independiente (7 títulos, sendo o mais recente em 1984) e Boca Juniors (6 títulos, o último em 2007). Ganhou em 1986, contra o América de Cali, numa edição onde os representantes brasileiros eram o Coritiba e o Bangu (parece ridículo, mas é verdade!). Dez anos depois, enfrentou novamente o América de Cali, perdendo o primeiro jogo e ganhando o segundo no Monumental de Nuñez. 

Nesta edição, o time argentino enfrentou grandes dificuldades. Na fase de grupos, teve de enfrentar o próprio Tigres, empatando os dois jogos, e ainda por cima vacilou diante do San José. Sua campanha não foi considerada muito convincente, e nas oitavas precisou enfrentar nada menos que o arquirrival Boca Juniors. No primeiro jogo, calou os críticos ao vencer por 1 a 0. No segundo, uma das partidas mais vergonhosas da história recente deste torneio, quando jogadores do River foram atacados com uma mistura cáustica de pimenta e ácido, em um episódio não devidamente esclarecido, mas que custou ao Boca a desclassificação. Depois, tropeçou de novo diante do Cruzeiro, mas se recuperou e impôs uma derrota humilhante ao time brasileiro em pleno Mineirão, o palco de outra vergonha para o futebol brasileiro no famoso 8/7 do qual todos já se cansaram de falar.

Na semifinal, teve de lidar com o surpreendente Guarani do Paraguai, que humilhou o Corinthians nas oitavas e desclassificou o Racing nas quartas. Valeu-se de sua maior experiência nesta competição, vencendo a primeira partida por 2 a 0 e empatando a segunda. Com a eliminação do Inter diante do Tigres, ganhou a vaga para o Mundial de bandeja, mas o time argentino não quis dar moleza aos mexicanos. Depois de um empate sem gols em um jogo terrível, o time portenho tratou de convencer a todos que quer fazer por merecer a taça. O atacante Lucas Alario abriu o placar no final do primeiro tempo. Aos 29 do segundo, foi a vez de Sanchez, cobrando pênalti sofrido por ele por Aquino. O zagueiro Mori liquidou a partida.

Em dezembro, teremos o Mundial de Clubes, no Japão, e muita gente está querendo ver los hermanos enfrentando o Barcelona, cujo maior craque é também um argentino...

Para os brasileiros, o desgosto de ver o triunfo de um time argentino e o fracasso de um brasileiro que jogou pelo Tigres, Rafael Sóbis, que pouco fez no jogo decisivo. Em 2016 a situação pode ser ainda mais difícil e com menos motivo para fazer piada: o River estará embalado e o Boca terá o reforço de Carlitos Tevez (isso se o time não se envolver em mais episódios lamentáveis como neste ano). 

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