sexta-feira, 31 de maio de 2013

Quem achou o preço do Neymar alto?

A venda do badaladíssimo Neymar rendeu um bom dinheiro ao Santos e ao pai do jogador. Foram 28 milhões de euros pagos pelo Barcelona. 

Apesar desse valor bastante alto, chega a ser ridículo diante dos valores negociados para outros profissionais do futebol. Considerando os jogadores brasileiros, Lucas saiu bem mais caro (para o Paris Saint-Germain): 40 milhões de euros. 

E o que dizer da compra, pelo Monaco, do jogador colombiano Falcão Garcia, até então do Atlético de Madri? Saiu por 60 milhões de euros. Por aqui ele é pouco falado, mas ele foi disputado pelo Manchester United e pelo Real Madrid. Foi um dos maiores goleadores do time madrilenho nos últimos anos, e em boa parte responsável pela boa campanha da Colômbia nas Eliminatórias da Copa. O Monaco não faz parte da elite do futebol europeu, mas quer investir em craques para mudar a situação.


Estamos falando de valores altíssimos, mas eles foram cobrados porque há clubes dispostos a pagar. O problema é se falar mais nas vendas do que nas atuações dos profissionais da bola. Pois o futebol. no mundo inteiro, não desperta a mesma paixão nos torcedores quanto antes, e muitos jogadores aparecem mais na mídia do que nos gramados, como é o caso do já citado topetudo ex-santista. 

quarta-feira, 29 de maio de 2013

Os 100 anos de uma música revolucionária

2013 marca o bicentenário de nascimento de dois compositores eruditos que marcaram a música ocidental, particularmente o repertório lírico: o alemão Richard Wagner, criador de Tristan und Isolde e da tetralogia O Anel dos Nibelungos  e Giuseppe Verdi, autor da Aída e La Traviata

Isto muitos apreciadores da música erudita já sabem. Porém, existe outro evento menos lembrado: os 100 anos de uma composição impressionante, até hoje: é a Sagração da Primavera, de Igor Stravinsky. 

Igor Stravinsky (1882-1971), um dos maiores compositores do século passado

Esta composição causou espanto, vaias, manifestações de ira, ao ser tocada pela primeira vez em 29 de maio de 1913, no Teatro dos Campos Elísios (Théâtre des Champs-Élysées), em Paris. Dizem que o compositor russo teve de sair em meio à revolta e depois comemorou a repercussão.

Ironicamente, trata-se de um balé, mas não aqueles balés do século XIX, feitos por Tchaikovsky (Lago dos Cisnes, Quebra-Nozes), atualmente postos no ridículo devido ao romantismo meloso, postura anti-natural das bailarinas e afeminada dos bailarinos.

O que Stravinsky fez foi muito diferente. Ele praticamente obrigou os Ballets Russes, comandados por Sergei Diaghlev e estrelados pelo lendário Nijinsky, a se tornarem "selvagens" no palco, representando toda a força da natureza. Não é o primeiro trabalho do compositor com o grupo: eles já haviam feito junto O Pássaro de Fogo e Petrushka, que também causaram estranheza e já afrontavam os ouvidos acostumados com as músicas "certinhas" da época.

A música começa com o tocar agudo de um instrumento normalmente usado somente para notas graves, o fagote (aquele instrumento de sopros grande que parece uma tora de madeira). Só isso fez um compositor da época, o francês Camille Saint-Saens, sair escandalizado do recinto. Depois de um início mais ou menos calmo, de repente a orquestra enlouquece com sons fortes e raivosos, e os bailarinos acompanham com gestos bruscos e igualmente "doidos". Passam a representar tribos pré-históricas. O clímax acontece no segundo e último ato, quando existe uma representação (alegórica) de sacrifício humano. E aí não se poupa trabalho para o dançarino que interpreta a vítima, com suas piruetas frenéticas, e nem para a orquestra, principalmente na percussão e nos sopros. O detalhe que deixa a obra ainda mais "esquisita" é a vítima, no caso, ser uma virgem. Originalmente quem fez o papel foi Nijinksy. Em interpretações modernas, o papel da virgem é interpretado por uma mulher.

Depois da péssima recepção inicial, o público foi se acostumando com a ousadia. Contribuíram para isso novas músicas, vindas de outros compositores (o francês Ravel, o italiano Respighi, o húngaro Bela Bartok) e na constatação de que A Sagração da Primavera não foi a mais dura afronta contra a música tradicional, e sim o sistema conhecido como serialismo ou dodecafonismo (onde as doze notas musicais - sim, são doze e não sete, como se aprende no ensino fundamental - são tratadas de maneira não-hierárquica e elaboradas de uma forma extremamente complexa), criado por Arnold Schönberg.

Melhor do que falar sobre uma música é ouví-la (clique AQUI).

2013 é um ano bastante propício à audição dessa obra e também das composições de Verdi, Wagner e também Benjamim Britten, compositor modernista inglês nascido há cem anos atrás, considerado o maior músico erudito da Inglaterra nos últimos 300 anos. Aquele país é mais conhecido por causa do pop e do rock'n roll

segunda-feira, 27 de maio de 2013

Piadinha para estrag... (epa!) animar a semana

- Você sabe o que aconteceu neste fim de semana ?
- O quê ?
- O Renan Calheiros ocupou a presidência do Brasil !
- ValhameDeuspai ! Não acredito ! O mundo vai acabar !
- Calma ai ! Ele já saiu ! A Dilma voltou da viagem !
- Aff !! Essa mulher vive viajando !
- Pois é ...
- E o que o Renan fez na presidência ?
- Vou contar uma notícia boa e outra ruim !
- Qual é a notícia ruim ?
- Ele não fez nada !
- E a boa ?
- Precisa repetir ?!

quinta-feira, 23 de maio de 2013

A nova tarifa vem aí

O prefeito anunciou a nova tarifa para o dia 2 de junho. Ela ficou em R$ 3,20, abaixo da previsão de muitos analistas, que apontavam o valor de R$ 3,40. 

Mesmo assim, muitos paulistanos irão reclamar. R$ 0,20 a mais por passagem podem parecer irrisórios, mas quem faz 50 percursos por mês, considerando cada percurso formado por até três baldeações de ônibus, será tungado em mais R$ 10,00. Além disso, R$ 3,20 é uma das passagens mais caras do país, embora isso tenha justificativa: São Paulo é um município muito grande, onde a distância entre um ponto a outro supera os 60 km, como entre Parelheiros, na extrema zona sul, e Guaianazes, na extrema zona leste.

Veja o gráfico dos valores ao longo dos anos, desde a gestão Maluf, quando os reajustes mensais (isso mesmo, MENSAIS, conforme mostra o site do SPTrans) foram substituídos por anuais com o advento do Plano Real, em 1994: 



Apesar de todas as críticas feitas contra os aumentos, pode-se dizer que eles foram até moderados, e isso desconsiderando a inflação no período. Boa parte da explicação se deve à política de subsídios dados às empresas. Em 2012, R$ 953 milhões foram gastos em incentivos à custa dos impostos municipais que NÓS pagamos. É o maior valor da história, superando o antigo recorde de R$ 808 milhões de 2009 decorrente do longo período sem reajuste entre novembro de 2006 e janeiro de 2010, durante a gestão Kassab. Comparando os valores de 2009 e 2012, nota-se um aumento de quase 18%, praticamente acompanhando a inflação oficial (IPCA) do período. Mesmo com o reajuste a vigorar em junho, esse gasto irá aumentar ainda mais em 2013.

Não é só a prefeitura que gasta mal: os consórcios de ônibus aproveitam porcamente os recursos ganhos. Eles alegam que estão tendo prejuízo com o sistema de Bilhete Único, instituído no final da gestão Marta e mantido por Serra, Kassab e o atual prefeito. Apesar da renovação da frota, é muito comum ver ônibus quebrados por falta de manutenção, além de problemas crônicos como o excesso de passageiros por veículo mesmo fora dos horários de pico e a irregularidade dos horários. 

Por fim, um alerta para os usuários de ônibus: em 2014, a Prefeitura disse que vai aumentar o preço da passagem novamente. Haddad não vai fazer como Marta Suplicy, que aumentou a tarifa só em anos não-eleitorais para beneficiar Lula. 

quarta-feira, 22 de maio de 2013

Que democracia é essa?

A Justiça do Distrito Federal decidiu a favor do clã Sarney ao manter a censura ao jornal "O Estado de S. Paulo", que em 2009 divulgou a operação Factor, anteriormente chamada de Boi Barrica, aludindo a um grupo de bumba-meu-boi no Maranhão. Havia um esquema de corrupção envolvendo Fernando Sarney, filho do senador e ex-presidente do Senado José Sarney, investigado pela Polícia Federal, mas depois anulado, por envolver grampos sem autorização. 

O jornal, na época comandado pelo recém-falecido Ruy Mesquita, tentou publicar o conteúdo da investigação e foi impedido pelo desembargador Dácio Vieira a pedido dos Sarney. Houve recursos, mas o STF negou, alegando que o julgamento da Operação Faktor estava sob "segredo de Justiça". 

A operação da PF podia ser irregular, mas quem sofreu as consequências da ação da Justiça foi o jornal, um meio de divulgação da notícia. Privaram os leitores da informação sobre o esquema, como se o Estadão fosse acusado de "inventá-la", contra os interesses da família Sarney, o que não é o caso. 

Proibir um jornal de exercer o seu dever, que é informar seu público, não é típico de uma democracia, e sim de outros períodos da nossa História, marcada pelo arbítrio e pela aversão às liberdades públicas. 

Dissidente brasileira da FEMEN revelando além dos seus seios

Sarah Winter, ex-integrante da FEMEN, disse a uma entrevista à Lifestyle (ler AQUI) o que muita gente já sabia: a organização de mulheres seminuas está mais preocupada em fazer barulho e mostrar seus corpos do que protestar seriamente contra atos que elas consideram injustos ou machistas. 

Um dos motivos da dissidência do braço brasileiro foi a exigência da liderança do grupo ucraniano em pichar o Cristo Redentor e outras manifestações que, segundo Sarah, violavam a cultura local. 

Realmente, não dá para levar a sério manifestações assim, que atropelam os costumes locais e, também, o bom senso. Aliás, quem liga para o que elas falam? Veja a atividade de Sarah Winter quando estava na Femen: 

(Zanone Fraissat/Folhapress)

(Folha.com.br)

 Protesto na Liberdade feito em fevereiro deste ano. Sarah Winter é a da direita. 

Ela também já teve o gostinho de ser detida (em protesto na Rússia, junho de 2012) (Anatoli Stepanov/Reuters)


segunda-feira, 20 de maio de 2013

A solução da criminalidade não é a pena de morte!

Muitos fatos mostram que a solução para a criminalidade no Brasil não é a adoção da pena de morte e outras soluções em voga nas bocas dos interessados em popularidade e fama. 

Por que muitos países subdesenvolvidos possuem a pena de morte e mesmo assim a criminalidade não consegue ser devidamente controlada? E por que muitos países desenvolvidos (como os da Europa Ocidental) aboliram a pena de morte e sua taxa de criminalidade se mantêm baixa?

Não vamos, utilizando um chavão, "tapar o sol com a peneira": o Brasil possui indicadores sociais estarrecedores, de tão ruins: trabalho análogo à escravidão, miséria, gente morando na rua, milhões sem a mínima condição de higiene e infra-estrutura. Logo, o Brasil é sim um país subdesenvolvido. Tem economia poderosa e alguma influência, mas seu povo, em geral, vive mal, apesar das propagandas petistas e do Bolsa-Familia (cujos boatos de que iria acabar geraram pânico ontem).

As perguntas podem ser respondidas, em grande parte, graças a uma pesquisa da Esalq (leia aqui) que relaciona a criminalidade com a falta de um sistema educacional decente. Os países subdesenvolvidos, em geral, possuem uma taxa de escolaridade mais baixa, e sem instrução os jovens não conseguem qualificação, requisito fundamental para obterem bons empregos atualmente. E mais do que isso, nas boas escolas os alunos têm mais condições de aprenderem valores indispensáveis para se viver em sociedades consideradas modernas, como ética, cidadania, respeito aos outros. Com boas aulas de educação física, os alunos não só se fortalecem como aprendem a atuar em equipe e transformam a agressividade em atitudes como chutar uma bola, usar um taco ou fazer uma cesta. 

Isso tem efeito a curto prazo? Não, mas constrói os fundamentos para uma sociedade mais justa e com menos necessidade de utilizar a violência para alcançar os objetivos. Por isso, a educação, algo tão negligenciado no Brasil, precisa ser prioridade. Ações emergenciais e repressão, necessárias para coibir a violência vigente, com o tempo se tornam esforços inúteis sem o empenho dos governos em melhorar a instrução das nossas gerações futuras.


sexta-feira, 17 de maio de 2013

Mais um tirano se foi

Hoje eu ia falar sobre a campanha desastrosa dos times brasileiros na Libertadores (Palmeiras, Corinthians e Grêmio), com direito até a gols legítimos anulados de forma disparatada pelo trio de arbitragem paraguaio no jogo mais comentado deles - Corinthians e Boca Juniors. O Boca não precisava desse grande auxílio para avançar, já que o time paulista não tinha a mesma postura do ano passado, mas os gols anulados fizeram falta, e muito, e agora a Conmebol, que já tinha péssima fama antes, está com o prestígio nas profundezas abissais, pelo menos aqui no Brasil. 

Eu também ia falar sobre a MP dos Portos, de fundamental importância para diminuir o Custo Brasil. Ainda falta muito para desonerar as exportações, mas é um bom começo. Infelizmente, o governo lançou mão de mais um ato de verdadeira pirataria contra NOSSO DINHEIRO, aprovando emendas parlamentares em troca dos votos necessários para regulamentar a administração dos portos à iniciativa privada. 

Não, eu não ia falar sobre o final daquela porcaria, a novela Salve Jorge...

Esta postagem vai ser dedicada aos comentários sobre um dos maiores inimigos da humanidade do final do século XX: Jorge Videla. O general argentino, ao lado de Pinochet, Fidel, Trujillo, Somoza e, em menor grau, Hugo Chavez e os governantes do regime militar brasileiro, foi um dos maiores opressores da América Latina. 

Jorge Videla (1925-2013)

Após o golpe militar que depõs a populista Isabelita Perón, Videla assumiu o poder em 1976. Deu início a uma série de assassinatos e massacres, torturando e jogando do alto de aviões qualquer suspeito de ser inimigo do governo ou simpatizante do comunismo - o pretexto para se fazer golpes militares aqui nesta parte do continente, em nome do alinhamento com os EUA durante a Guerra Fria. Milhares foram mortos ou desapareceram. Os filhos das vítimas eram sequestrados e adotados por outras famílias. Era a "guerra suja", como ficou conhecida posteriormente. 

Durante seu governo sangrento, Videla tentou alcançar a popularidade com atos chauvinistas, como a publicidade em torno da Copa do Mundo de 1978, ocorrida lá e vencida de forma suspeita pelo time local, graças àquele 6 a 0 sobre o Peru até agora mal explicado. No governo dele as relações com o Chile, então governado por Pinochet, pioraram, a ponto dos dois países estarem à beira de uma guerra. O motivo foi o Estreito de Beagle, no extremo sul dos dois países, importante rota de passagem dos navios mercantes. O conflito terminou, ironicamente, com a mediação de João Paulo II. Um estadista amante da paz para mediar os interesses de dois carniceiros... Com os acordos, as ilhas em disputa naquela região ficaram com o Chile e a parte oriental do estreito passou a ser totalmente argentina. 

Jorge Videla, apesar de sanguinário, não tinha apego ao poder, e em 1981 deixou o cargo para Roberto Viola, que também ficou por pouco tempo. As medidas dos governantes argentinos foram tão atrozes que perderam o apoio dos EUA, que até então deram suporte ao regime em nome do combate ao comunismo. A ditadura argentina conheceria seu fim a partir da desastrosa Guerra das Malvinas (1982), contra a Inglaterra. 

Após a redemocratização, os governos civis trataram de punir os responsáveis pelo derramamento de sangue entre 1976 e 1983. Videla foi preso em 1985, mas indultado por Carlos Menem em 1990, apesar das evidências. Ele voltou a ter sua liberdade restringida após 1998, com os avanços dos processos contra os militares. Ficou sob prisão domiciliar até 2010, quando veio nova condenação à prisão perpétua, a despeito da idade avançada. Hoje ele morreu em sua cela. 

Espera-se que a Argentina, ou qualquer outro país, não venha a passar por isso novamente. Contudo, o desgoverno dos Kirchner está fazendo muita gente ter saudade da "guerra suja". 

terça-feira, 14 de maio de 2013

A celeuma em torno da Angelina Jolie

Que Angelina Jolie é um símbolo sexual, isso não se discute. Ela também é famosa não só pela beleza mas pela sua grande presença na mídia, patrocinando causas sociais, trabalhando como embaixadora no Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados - visitando países miseráveis assolados por guerras civis, ou cuidando dos filhos, naturais ou adotados, juntamente com o ator Brad Pitt, seu marido. 

Desta vez, a musa anunciou ter feito um agressivo tratamento para se prevenir do câncer. Ela teria 87% de chance de desenvolver câncer de mama. Apesar da doença não ter se manifestado claramente, ela resolveu fazer a dupla mastectomia e implantar silicone. Médicos ainda dizem que ela tem 5% de desenvolver o câncer, portanto ainda não se livrou totalmente do risco. 


Angelina Jolie atraiu os holofotes nesta semana

Houve celeuma no mundo todo devido ao anúncio, como era esperado por se tratar de uma atriz de fama internacional. Embora ninguém tenha o direito de dizer o que ela tem de fazer, a não ser seu empresário, e sendo ela uma mulher adulta e responsável por seus atos, muitos ficaram chocados com a notícia e se perguntaram: ela precisava fazer isso? 

A questão também recai na importância de se prevenir este e outros tipos de câncer, enquanto não se descobre uma cura eficaz para a doença.


segunda-feira, 13 de maio de 2013

Da série 'Notícias para encher página de jornal', parte 6

Desta vez a notícia se trata de alguém cujas cifras monetárias são bem maiores do que o número de neurônios no cérebro. A criatura foi bater sua Ferrari de quase R$ 2 milhões em pleno Cebolão, destrói a macchina completamente e com alto risco de ter vitimado outros veículos. R$ 2 milhões viraram sucata!

Os jornais vão falar bastante do caso, mas a identificação do autor dessa façanha está nebulosa. Sabe-se que eram duas pessoas, um casal para ser mais exato, mas não quem estava no volante. Documentos mostram que o dono era do ramo imobiliário.

 Não será a primeira vez nem a última que um bestalhão destrói uma Ferrari (Foto: Edison Temoteo - Futura Press AE/Estadão)

Na Grécia antiga, representavam a divindade responsável pela distribuição da boa sorte como Tiqué, Fortuna para os romanos, como uma mulher cega e louca que entrega a sorte aleatoriamente, justificando a ocorrência de tantos casos de gente com muita sorte e fortuna que age de forma criminosa ou tola, e também o fato de haverem gente que parece atrair a má sorte, sofrendo todo tipo de infortúnio e injustiça. E isso não mudou nada ao longo dos séculos.

Esta é mais uma prova cabal da distribuição aleatória da fortuna, como se nosso destino fosse regido por alguém viciado em jogar dados. Pois a ciência, principalmente a mecânica quântica (aquele ramo da física que estuda Schrödinger e o princípio da Incerteza) e a estatística, parecem indicar que tudo é regido pela Lei das Probabilidades. Affff !!

sexta-feira, 10 de maio de 2013

Da série 'Mondo Cane', parte 23

Ah, Brasil! Este país é generoso nas belezas naturais, mas também em casos de crimes repelentes. 

Só nesta semana, prenderam um pastor no Rio de Janeiro acusado de estuprar garotas menores de idade, ajudar traficantes de drogas e até assassinato. O presidente da Comissão de Direitos Humanos, que como todos sabemos também é pastor evangélico, apressou-se em defendê-lo, o que gerou a ira de muitos formadores de opinião. É natural que um pastor defenda outro cuja culpa não foi provada, afinal a Justiça ainda está investigando e ele só passa a ser considerado culpado após um julgamento formal e justo. Porém, ele está se arriscando: caso as provas forem suficientes para condenar o réu, a atitude do pastor Feliciano pode significar a perda de seu cargo para alguém menos histriônico e mais comprometido com a defesa dos direitos humanos.

Mas não é tudo. Esta notícia não é suficiente para eu ter de fazer mais uma postagem da série mais polêmica do blog. Um dia vou ter de fazer outro só com esse tipo de assunto...

Outra notícia foi acontecer bem próximo do dia das mães. Trata-se de uma das mães mais esquisitas do mundo, considerando o que ela fez com o próprio filho. Não quero nem comentar o que ela fez. Basta ler aqui.

Leitores, agradeçam a Deus de joelhos por suas mães não serem assim!

quinta-feira, 9 de maio de 2013

O discurso do governador

O governador paulista fez um discurso fora do seu habitual tom discreto e relembrou a sua postura adotada em 2006 na campanha eleitoral contra Lula. Aliás, as palavras adotadas foram ainda mais agressivas do que naquela época. Leia aqui

Destaco algumas das frases ditas por ele: 

O sujeito fica rico, bilionário, com fazenda, indústria, patrimônio e não acontece nada. E o coitado do honesto é execrado. É desolador!

A corrupção, o paraíso é o Judiciário. Todo mundo diz: ‘na hora que for para Justiça vai resolver'. Vai levar 20 anos.
  
O povo não sabe de um décimo do que se passa contra ele. Se não, ia faltar guilhotina para a Bastilha, para cortar a cabeça de tanta gente que explora esse sofrido povo brasileiro

Neste ponto de vista, só posso assinar embaixo. Todavia, não se pode esquecer que a leniência em tratar de alguns escândalos ocorridos durante a gestão dele contribuíram para o descalabro. A própria bancada governista em São Paulo não tem ajudado muito, conforme consta na reportagem. Como a responsabilidade do governador é consideravelmente menor do que a do governo federal em todos esses anos, Alckmin não merece a guilhotina. Na pior das hipóteses, seria nomeado para governar o Acre, se uma revolução varresse toda a corrupção do Brasil.

E para não dizer que o governador acertou sempre, ele errou ao citar a Bastilha, a prisão usada pelo governo absolutista francês, principalmente no tempo dos Luíses (Luís XIII, Luís XIV, Luís XV, Luís XVI). Esta prisão foi tomada pelos revolucionários em 1789 e demolida no ano seguinte. Só depois é que eles implantaram a guilhotina.

Quanto ao fato do vice governador Guilherme Afif Domingos aceitar o cargo de ministro da Micro e Pequena Empresa de um governo do qual, em teoria, faz oposição, ele não se pronunciou. Também para ele, e para qualquer um, é praticamente impossível explicar essa decisão, mesmo considerando a democracia brasileira uma das coisas mais estranhas do mundo. 

Da série 'Mondo Cane', parte 22

Abaixo, as práticas mais absurdas para adulterar alimentos ou bebidas no mundo. Não se trata de colocar carne de frango no hamburguer que deveria ser totalmente de carne bovina, e muito menos contaminações acidentais ou provocados apenas por negligência, como insetos em molhos de tomate ou pelos de ratos em salgadinhos. Estou me referindo a fraudes intencionais, visando o lucro ainda que isso prejudique a saúde dos consumidores. São coisas que podem revirar o estômago dos mais suscetíveis. Ei-las: 

1. Carne de cavalo em alimentos industrializados que deveriam conter apenas carne de boi na Europa. 

2. Carne de rato e de raposa na China, vendidas como se fossem de cordeiro. 

3. Palha, fubá, caramelo e até areia adicionados ao café no Brasil. 

4. Bromato de potássio no pão, também no Brasil (pelo menos no passado). 

5.  Fezes em doces à base de chocolate na Europa. 

6. Metanol em bebidas alcoolicas, em certos países, inclusive (adivinhem!) no Brasil. 

7. Alcool de limpeza ou combustível para a fabricação de "vinho químico" no... Brasil (de novo)!

8. Óleos de qualidade duvidosa ou reusados - muitos até de origem animal - em azeite de oliva na China. 

9. Etilenoglicol, usado em aditivos para radiadores, é adicionado ao vinho em vinícolas clandestinas. 

10. Melamina (usada em pesticidas), soda cáustica, água oxigenada e uréia no leite; isso acontece na China e também... adivinhem onde?? Nesta semana, no Rio Grande do Sul, pegaram gente colocando uréia no leite produzido por lá. E o pior: o contaminante continha formol, aquele mesmo usado em cadáveres. O formol, ou formaldeído, é um cancerígeno, isto está mais do que provado.

Atenção: não leiam este post enquanto estiverem comendo.


quarta-feira, 8 de maio de 2013

Um grande acerto para compensar um erro

É o que se pode constatar na partida de hoje pela Copa Libertadores da América, entre Atlético-MG e São Paulo. 

Na partida final da fase de grupos, o time mineiro jogou mal, perdeu de 2 a 0 para o São Paulo e, como castigo, teve de enfrentar o mesmo time nas oitavas-de-final. Se ganhasse ou empatasse, desclassificaria o time paulista e enfrentaria um adversário aparentemente bem mais fácil, o The Strongest da Bolívia. Naquela ocasião, o São Paulo, que estava com 4 pontos, passou a ter 7. O The Strongest foi eliminado com 6 pontos. 

Dias depois, era hora de encarar a verdade. Um time que tem o craque Ronaldinho Gaúcho, mas ainda sem tradição no torneio mais importante das Américas, contra um tricampeão mundial cujo elenco inclui Luís Fabiano, Ganso e Rogério Ceni. E aí veio o desastre... para o São Paulo. 

O primeiro jogo foi no Morumbi, dia 2, e o São Paulo tentou cobrar caro o preço do erro do Galo. Fez o gol logo no começo, com Jadson. Mas a expulsão de Lúcio, por uma falta dura em Bernard, provocou o fracasso do plano. Com um a menos, o São Paulo foi derrotado. Ronaldinho Gaúcho empatou e Diego Tardelli virou o jogo em plena casa do adversário.

Abalados, os são-paulinos ainda foram eliminados das finais do Campeonato Paulista pelo Corinthians, nos pênaltis. A infeliz mancada de Rogério Ceni na cobrança de Pato ao se adiantar mais de 2 metros o fez virar motivo de piada. Parece mesmo coisa de profissional em decadência.

Dispostos a tentar mudar isso, mas com jogadores lesionados e sem o atacante Osvaldo, que fazia a diferença nos últimos jogos, o São Paulo foi ao Independência tentar pelo menos avançar na Libertadores. Quanto ao Atlético-MG, ainda precisava saldar a sua dívida, mas estava confiante e com apoio da torcida. Não foi Ronaldinho Gaúcho, mas Jô, que "tocou o terror" e fez 3 gols, 1 no primeiro tempo e 2 no segundo. Ronaldinho até que deu bastante trabalho, mas não o seu tento. A tarefa coube a Diego Tardelli. Luís Fabiano fez o gol de honra dos paulistas, mas não foi o suficiente para evitar a humilhação. O São Paulo viu a chance do quarto título virar cinzas, e o Atlético-MG, redimido, vai para as quartas-de-final, disposto a ganhar seu título inédito na competição.

Ronaldinho Gaúcho e - principalmente - Jô impuseram a maior derrota do São Paulo numa partida da Libertadores (Bruno Magalhães/UOL) 

Enquanto isso, o Fluminense também fez a sua parte e derrotou o Emelec em São Januário, o estádio do rival Vasco da Gama. 

terça-feira, 7 de maio de 2013

A dura missão do novo presidente da OMC

Foi eleito o primeiro latino-americano a presidir a Organização Mundial de Comércio (OMC), o brasileiro Roberto Azevêdo. 

Dilma e o Itamaraty fizeram intenso lobby para emplacar o nome de Azevêdo, apoiado pela maioria das delegações africanas e asiáticas e por alguns países europeus. Ele, porém, tinha um grande adversário, o mexicano Hermínio Blanco, de orientação mais liberal e ortodoxa, um dos negociadores da entrada do México na Nafta, a organização de livre-comércio na América do Norte, e apoiado por boa parte da Europa, inclusive a Alemanha, e pelos EUA. 

O novo diretor-geral da OMC vai ter um trabalho duro para mediar acusações de protecionismo entre os países-membros, inclusive os mais poderosos (EUA, China, Japão, Alemanha, países europeus em geral). Deverá mediar interesses dos países emergentes e das potências: os primeiros querem o fim dos subsídios agrícolas e outras medidas dos ricos que beiram a xenofobia; já os últimos querem impor maiores facilidades para comercializarem seus produtos. Precisará, inclusive, esquecer sua cidadania se o Brasil violar algum tratado de livre-comércio. Muitas vezes, as discussões terminam em um longo impasse, verdadeiro teste de paciência. Mas Azevêdo tem uma longa experiência diplomática e potencial para conduzir bem a entidade, a partir de dezembro.

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Eles é que são nossos empregados!

De novo um caso de desrespeito explícito ao povo, do qual os homens públicos tem que servir. 

O ex-secretátio de obras da prefeitura de Blumenau, Alexandre Bollo, investigado pela participação da Máfia do Asfalto naquela cidade, disse, em uma gravação, que o povo tinha mais que "se f...". 

Pelo menos ele perdeu o emprego, assim como acontece com empregados que ofendem tão acintosamente seus patrões. O problema é isso ser bem mais frequente do que a imprensa denuncia, como todos sabem.

Certos servidores públicos também tem a mesma opinião de Bollo, e continuam no cargo. Alguns com a cumplicidade de seus superiores, prefeitos, governadores, senadores, deputados. A presidentA, pelo menos diante da Justiça, não está, e até prova em contrário é inocente, mas muita gente tem certeza de que ela tem muitos subordinados que achincalham a população de forma descarada. Enquanto isso não mudar, este país será uma democracia de faz-de-conta.