Muitos fatos mostram que a solução para a criminalidade no Brasil não é a adoção da pena de morte e outras soluções em voga nas bocas dos interessados em popularidade e fama.
Por que muitos países subdesenvolvidos possuem a pena de morte e mesmo assim a criminalidade não consegue ser devidamente controlada? E por que muitos países desenvolvidos (como os da Europa Ocidental) aboliram a pena de morte e sua taxa de criminalidade se mantêm baixa?
Não vamos, utilizando um chavão, "tapar o sol com a peneira": o Brasil possui indicadores sociais estarrecedores, de tão ruins: trabalho análogo à escravidão, miséria, gente morando na rua, milhões sem a mínima condição de higiene e infra-estrutura. Logo, o Brasil é sim um país subdesenvolvido. Tem economia poderosa e alguma influência, mas seu povo, em geral, vive mal, apesar das propagandas petistas e do Bolsa-Familia (cujos boatos de que iria acabar geraram pânico ontem).
As perguntas podem ser respondidas, em grande parte, graças a uma pesquisa da Esalq (leia aqui) que relaciona a criminalidade com a falta de um sistema educacional decente. Os países subdesenvolvidos, em geral, possuem uma taxa de escolaridade mais baixa, e sem instrução os jovens não conseguem qualificação, requisito fundamental para obterem bons empregos atualmente. E mais do que isso, nas boas escolas os alunos têm mais condições de aprenderem valores indispensáveis para se viver em sociedades consideradas modernas, como ética, cidadania, respeito aos outros. Com boas aulas de educação física, os alunos não só se fortalecem como aprendem a atuar em equipe e transformam a agressividade em atitudes como chutar uma bola, usar um taco ou fazer uma cesta.
Isso tem efeito a curto prazo? Não, mas constrói os fundamentos para uma sociedade mais justa e com menos necessidade de utilizar a violência para alcançar os objetivos. Por isso, a educação, algo tão negligenciado no Brasil, precisa ser prioridade. Ações emergenciais e repressão, necessárias para coibir a violência vigente, com o tempo se tornam esforços inúteis sem o empenho dos governos em melhorar a instrução das nossas gerações futuras.
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