Foi eleito o primeiro latino-americano a presidir a Organização Mundial de Comércio (OMC), o brasileiro Roberto Azevêdo.
Dilma e o Itamaraty fizeram intenso lobby para emplacar o nome de Azevêdo, apoiado pela maioria das delegações africanas e asiáticas e por alguns países europeus. Ele, porém, tinha um grande adversário, o mexicano Hermínio Blanco, de orientação mais liberal e ortodoxa, um dos negociadores da entrada do México na Nafta, a organização de livre-comércio na América do Norte, e apoiado por boa parte da Europa, inclusive a Alemanha, e pelos EUA.
O novo diretor-geral da OMC vai ter um trabalho duro para mediar acusações de protecionismo entre os países-membros, inclusive os mais poderosos (EUA, China, Japão, Alemanha, países europeus em geral). Deverá mediar interesses dos países emergentes e das potências: os primeiros querem o fim dos subsídios agrícolas e outras medidas dos ricos que beiram a xenofobia; já os últimos querem impor maiores facilidades para comercializarem seus produtos. Precisará, inclusive, esquecer sua cidadania se o Brasil violar algum tratado de livre-comércio. Muitas vezes, as discussões terminam em um longo impasse, verdadeiro teste de paciência. Mas Azevêdo tem uma longa experiência diplomática e potencial para conduzir bem a entidade, a partir de dezembro.
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