sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Infelizmente aconteceu!

O PIB do Brasil encolheu no segundo trimestre de 2014, em relação ao mesmo período do ano passado: foram 0,6% a menos. 

Segundo o Ministério da Fazenda, a queda pode ser explicada pelo cenário externo desfavorável (mostrando o quando o país ainda é dependente dos humores vindos do exterior), pelas chuvas irregulares no país (responsáveis pela quebra de produção agrícola) e pelos efeitos da Copa do Mundo (que afetou significativamente o comércio).

Somada à inflação alta (só agora sob certo controle, diga-se), o país está em perigo. Novo cenário de "estagflação" (inflação com recessão), como o ocorrido no governo Collor (1990 a 1992), somado a outro problema crônico (a violência) gera um impacto significativamente ruim para a população, comparável aos efeitos de uma guerra. 

Para muitos analistas, o governo poderia ter evitado esse cenário, por meio da adoção de uma política tributária mais benéfica à produção agropecuária e industrial, e menos baseada no aumento de consumo. O dinheiro gasto no aparelhamento do Estado e na corrupção da política atual está fazendo falta, para melhoria da infra-estrutura (modernização dos portos, ferrovias, rodovias, logística) e da educação pública, pois cidadãos instruídos são mais produtivos, capazes de formular e executar ideias, possuem muito mais recursos ("estofo") para empreender e exercer liderança. Mais gente qualificada para trabalhar e para exercer a cidadania, minimizando os estragos que os governos fazem. 

Nosso país precisa crescer. É imperativo, sob pena de tornarem inúteis os esforços pela erradicação da miséria adotados nos governos FHC, Lula e Dilma.

Em outubro, o país precisa dar uma resposta contra os (ir)responsáveis por este resultado na economia. 

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Pesquisas para governador e senador

As pesquisas desta semana do Ibope mostraram ampla vantagem do governador tucano Geraldo Alckmin, que tem 50% das intenções de voto. Paulo Skaf, do PMDB, está muito atrás, com 20%, embora na pesquisa anterior esse índice era bem menor (11%). O petista Alexandre Padilha tem raquíticos 5% dos votos, enquanto os outros candidatos penam para aparecer. 

Padilha tem como obstáculo sua alta taxa de rejeição (26%). 19% não votariam em Alckmin e 12% rejeitam Skaf. 

Para senador, José Serra, do PSDB, tem bons 33%, e deve ser eleito. Eduardo Suplicy, do PT, está com 24%. Gilberto Kassab, do PSD, terá de correr atrás se quiser uma vaga, pois está com apenas 7%. 

quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Brigando mais feio na campanha

Com Marina Silva (PSB) na disputa, a campanha eleitoral para a Presidência ganhou em emoção e tornou a vida dos adversários, particularmente Dilma (PT) e Aécio (PSDB), mais difícil. 

Ontem, o Ibope mostrou novos números referentes às pesquisas. Dilma está com 34% e ainda está na frente, mas já não tem como escapar do segundo turno. Marina está com 29%, 10 pontos percentuais à frente de Aécio. Os demais, chamados de 'nanicos', mal aparecem. Luciana Genro, do PSOL, empata com o pastor Everaldo, do PSC, com míseros 1% nas pesquisas. Os demais, como Zé Maria (PSTU), Eduardo Jorge (PV), Rui Costa Pimenta (PCO), Eymael (PSDC), Levy Fidelix (PRTB) e outros, estão praticamente sumidos. 

Nas pesquisas sobre eventual (e provável) segundo turno, Marina derrotaria Dilma, com 45%, contra 34% da petista. Isso mostra que o futuro do PT realmente está ameaçado como governo. Dilma venceria Aécio no segundo turno: 41% contra 35%. Parte dos marinistas não quer realmente a volta dos chamados "conservadores", embora o PSDB esteja longe de ter esse perfil. Aqui no Brasil, o PT conseguiu turvar ainda mais o pensamento político, que já era bastante confuso mesmo no governo FHC.

O Ibope também mostrou o índice de rejeição. Dilma é a mais rejeitada, de longe, com 36%. Aécio tem apenas a metade disso, enquanto o pastor Everaldo tem 14%, mostrando que muitos já o conhecem e não aprovam o "direitismo" do candidato. Marina Silva tem uma rejeição de apenas 10%.

Os candidatos pastor Everaldo, Luciana Genro, Marina e Aécio no debate da Band (Miguel Schincariol/AFP)

Com o debate realizado na Band, os ânimos acirraram-se, e Marina pode ganhar (ou perder) mais votos, adotando uma postura incisiva e agressiva contra os adversários. Ela fez questão de apontar o governo do PT como corrupto e o PSDB como descompromissado com as causas sociais. Criticou a divisão entre petistas e tucanos, e falou em "união", algo que pode ser interpretado como um governo de conciliação ou uma ditadura, já que as divergências são normais em um ambiente político de países com organização complexa e grande população, como é o caso do Brasil.

Já Dilma, que parecia na defensiva, falou da falta de experiência administrativa de Marina (Lula também não tinha antes de se tornar presidente, e ainda por cima nunca foi ministro, como foi Marina, ex-ministra do Meio Ambiente). Ela seguiu o roteiro traçado e não ousou, mas está dando mostras de desgaste, principalmente após a tensa entrevista na semana passada transmitida pelo Jornal Nacional da Globo, onde ela foi "massacrada" por William Bonner (que não poupou Aécio e o falecido Eduardo Campos, diga-se). Ela chegou a defender a regulação da mídia, como se ela fosse a inimiga do país e não os vícios da nossa política por caixas dois e compras de votos.

Aécio Neves ensaiou uma postura mais beligerante, atacando tanto Dilma e a corrupção quanto Marina e a sua falta de coerência ideológica. Teve bons momentos ao dizer que "o povo adoraria viver na propaganda do PT", mostrando as diferenças enormes entre o marketing e a realidade, mas ainda não está convencendo como candidato capaz de derrotar Dilma. Ele ainda discursa para um público fiel, escolarizado. Muitos o apontam como vencedor do debate, por sua postura firme, mas ele ainda não parece atrair o "povão" por não ter mesmo o carisma de seu avô, Tancredo. 

No debate, não puderam faltar alguns nanicos. O pastor Everaldo não conseguiu nem provocar risos, de tão constrangedor em falar, sem convicção, sobre a importância do Brasil viver sob livre mercado e sem um Estado tão inchado e ineficaz. Os outros microcandidatos foram mais engraçados, principalmente Eduardo Jorge e sua postura meio amalucada (e defendendo a descriminação das drogas). Luciana Genro assumiu uma postura ultra-radical, apontando Aécio, Dilma e Marina como lacaios do capitalismo. Levy Fidelix, o do aerotrem, também atacou bastante os outros candidatos com seu estilo histriônico.

Assim, nesta semana o Brasil pôde constatar uma verdadeira guinada na corrida presidencial. A disputa começou para valer.

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Getúlio ainda assombra o Brasil

Ontem, completaram-se 60 anos do suicídio de Getúlio Vargas, um dos governantes mais contravertidos da nossa República. 

Manchete do jornal 'Última Hora', cujo dono foi o getulista Samuel Wainer, a 24 de agosto de 1954

Getúlio até hoje é objeto de debate. Uns o consideram grande estadista, com visão de longo prazo, avesso à corrupção e defensor da industrialização. Outros o odeiam, como ditador, fascista, implantador de métodos de tortura que serviram de modelo para a atuação dos órgãos repressores no regime militar. Teria se suicidado para impor uma derrota aos oposicionistas que queriam derruba-lo, ou como medida desesperada por ver seu poder semi-absoluto ameaçado.

Durante o seu longo mandato, entre 1930 e 1945, conquistado por força de uma revolução e ampliado pelo Estado Novo de 1937, o Brasil mudou radicalmente, de uma nação atrasada com economia basicamente agrária para um país industrializado. Surgiram grandes empresas de base, como a CSN (Companhia Siderúrgica Nacional) e a Companhia Vale do Rio Doce. Houve avanços na legislação trabalhista, ajustada para suprir as necessidades crescentes de mão-de-obra no setor industrial, mas essa legislação foi impregnada de ideologia fascista e corporativista. Até agora o Brasil se rege por estas regras. 

O Código Penal atual também foi formulado naquela época. Houve uma revisão feita em 1998, mas o ranço fascista ainda não foi totalmente suprimido. Nova proposta está em curso, mas ela foi acusada de aumentar o viés autoritário para compensar a modernização dos costumes e dos pensamentos.

Em seu segundo mandato, quando Getúlio foi eleito, foi criada a Petrobras, ícone de empresa estatal, embora na verdade seja de capital misto (público + privado). A Petrobras atendeu ao desejo de muitos brasileiros pela autossuficiência na produção de petróleo. Agora está sucateada pela má gestão dos petistas. 

Getúlio, na visão de alguns, foi o maior presidente do Brasil, mas para outros foi um dos maiores facínoras. Políticos atuais são comparados com ele, para serem aclamados ou difamados. O ex-presidente Lula foi frequentemente comparado com Getúlio. Partidos ditos 'trabalhistas' (PTB e PDT) gostam ainda de alardear a tal herança getúlista. A prática do populismo, difundida sistematicamente na época do gaúcho de São Borja, ainda é considerada uma praga, assim como o costume de se esperar tudo do governo, que não foi inventado por Getúlio mas foi amplamente praticado em seus dois mandatos. 

Isso acontece porque a base do getulismo continua firme: explorar a miséria e a ignorância da maior parte da população como plataforma política.

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Roger Abdelmassih de volta para a cadeia

Após ser encontrado no Paraguai, o médico cassado Roger Abdelmassih, que violentou 39 mulheres foi levado de volta para a prisão.

Devido às investigações sobre movimentações financeiras suspeitas, a Polícia Federal encontrou pistas sobre o paradeiro de Abdelmassih. Ele foi encontrado na capital do país vizinho, algemado e levado de avião para Congonhas, e depois para o presídio de Tremembé, onde estão vários criminosos famosos, como Alexandre Nardoni, Suzane von Richthofen (que estava para ser posta em regime semi-aberto), Elize Matsunaga, Antônio Pimenta Neves e outros. 

Após três anos, o médico cassado Roger Abdelmassih vai voltar para onde nunca devia ter saído (Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai/Divulgação)

O STF, principalmente o ministro Gilmar Mendes, também foram duramente criticados ao lhe darem o habeas corpus preventivo, em 2011. Ele não perdeu tempo e saiu do país. 

Durante os três anos foragido, ele conseguiu apoio de políticos, empresários e até donos de clubes de futebol. Os nomes envolvidos nesta rede de influências ainda estão sob investigação. É possível que dezenas de pessoas estejam nela. A família também foi acusada de colaborar com a fuga do ginecologista. 

Ele tentará novamente acionar a Justiça, usar seu poder de influência e contar com os benefícios legais dados a presos em idade considerada avançada (ele tem 70 anos) para recobrar a liberdade. Enquanto isso, as vítimas e seus familiares podem comemorar. 

terça-feira, 19 de agosto de 2014

O começo de duas campanhas

O horário político deste ano e os preparativos para a próxima Copa do Mundo foram os destaques hoje. Para muitos brasileiros, é motivo para riso. 

No primeiro caso, a piada não foi tão engraçada porque os candidatos sentiram duramente o golpe desferido pela morte de Eduardo Campos. Ainda não assisti ao programa, mas este clima de homenagem ao morto não vai durar muito tempo. Dilma, Aécio e Marina prometem ir com tudo na campanha nas terças, quintas e sábados, junto com os candidatos à Câmara federal (alguns impagáveis, tentando puxar votos). Da mesma forma vão agir os candidatos aos governos estaduais, às câmaras estaduais e ao Senado federal, que vão aparecer nas segundas, quartas e sextas. Este esquema é o mesmo desde o final do século passado. 

Já o segundo caso deveria ser levado menos a sério. Muitos tratam a convocação do Dunga com mais solenidade do que a propaganda política. A lista do técnico para os primeiros amistosos, contra a Colômbia e o Equador, em setembro, ainda tem muito da seleção fiasco da última Copa. Alguns nomes eram esperados (Neymar, Oscar e David Luiz). Outros tiveram uma segunda chance (como é o caso do Hulk e boa parte dos meio-campistas como Luiz Gustavo e Ramires). Muitos nomes foram lembrados, como os zagueiros Miranda (Atlético de Madrid), Marquinhos (PSG) e Gil (este do Corinthians), o meia Philippe Coutinho (Liverpool) e os atacantes Diego Tardelli (do Atlético-MG) e Ricardo Goulart (do Cruzeiro). Não se pode esperar milagres de um time desses, mas não vai haver outro 7 a 1. 

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Este blog não é mesmo de futurologia

Na postagem onde 'profecias' foram registradas estava escrito: 

Muita gente vai morrer, inclusive famosos. Não só os idosos, mas gente jovem também. Acidentes, infartos fulminantes na rua, homicídios, suicídios. Um grande nome brasileiro, daqueles bem destacados na mídia, vai para o beleléu! (Isso está muito parecido com a mãe Dinah ou com o horroróscopo do blog...). Dica: não é o Neymar, para o alívio dos fãs. Também não é o Pelé, o Ronaldo, a Dilma, o Lula ou qualquer candidato à Presidência, para o desgosto de certas pessoas que querem sambar em cima do túmulo deles. 


O problema não é na parte inicial, onde houve acertos (infelizmente). É na parte final, onde consta o trecho destacado. Houve, sim, a morte de um candidato à Presidência: Eduardo Campos. 

Depois dessa, resta saber o que realmente vai acontecer no restante de 2014. As previsões feitas para a Copa já foram para o vinagre. Só falta a Mega-Sena da virada não for para um coitado do sertão nordestino...

A moda do momento é jogar água gelada na cabeça

Desde o dia 29 de julho as pessoas que participam das redes sociais estão jogando um balde de água gelada em si mesmas. Depois, convidam outras três pessoas a fazerem o mesmo. Quem recusar, paga cem dólares. 

Pode parecer uma loucura coletiva, mas é para arrecadar fundos em nome da ALS Association, entidade que financia pesquisas sobre a esclerosa lateral amiotrófica. Esta doença degenerativa não tem cura e pode provocar paralisia generalizada, como no caso mais famoso atualmente, o do físico Stephen Hawking, há mais de 30 anos com a doença, ou a morte. 

Executivos e celebridades como Mark Zuckenberg, Martha Stewart, Bill Gates, Ivete Sangalo, Neymar, Angélica, Luciano Huck, Lady Gaga e outros participaram. 

A mania do "Ice Bucket Challenge" começou nos EUA, onde o magnata Bill Gates, a apresentadora Martha Stewart e o dono do Facebook Mark Zuckenberg se sujeitaram ao "desafio" (Divulgação/Facebook)

Atenção: só vale jogar a água em si mesmo se for convocado em alguma rede social. Caso contrário, o infeliz que fizer isso não mostra ser bom da cabeça. 

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

A maior série de zebras na Copa do Brasil

Ontem, quem acompanhou a Copa do Brasil viu uma série de fiascos de times grandes: 

- O Internacional precisava vencer o Ceará mas acabou perdendo feio por 3 a 1; isso aconteceu depois da vitória do time sobre o arqui-rival Grêmio, do famigerado técnico Felipão. 

- O São Paulo precisava de um empate para avançar, mas perdeu para o Bragantino por 3 a 1 e foi eliminado, mesmo com um elenco estrelado, com Kaká, Alexandre Pato, Ganso, Luís Fabiano e Rogério Ceni (incrivelmente ruim nesta partida, parecia que estava com a cabeça mais nas atividades do Bom Senso F.C. do que no jogo - não era hora para isso). 

- O Fluminense podia perder de 2 a 0 que se classificava sobre o América-RN. Fez dois gols, mas tomou CINCO; esta goleada não chega a ser tão feia quanto o 7 a 1, do qual o principal jogador, Fred (que fez um dos gols), foi um dos culpados, mas desencadeou uma crise feia no clube carioca. 

Estamos ainda nas oitavas-de-final e ainda há o Santos, que no momento também está em dificuldades, mesmo com Robinho. O "saci de duas pernas" abriu o placar, mas estamos no segundo tempo e a chance de fiasco também é grande. 

Esta Copa do Brasil é um indicador da indigência do futebol dos grandes clubes brasileiros e do empenho dos times menores, cuja folha de pagamento não paga o salário de um jogador considerado de elite. Ou seja, o futebol brasileiro merece mesmo ser considerado uma piada.


P.S.: Pela primeira vez, o San Lorenzo conseguiu o tão sonhado título da Libertadores, nesta semana. O time não teve dificuldade para lidar com o Nacional do Uruguai. Com as bênçãos do papa Francisco, o time argentino vai ao Mundial no Marrocos, com a esperança de enfrentar o Real Madrid na grande final. 

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Eduardo Campos (1965-2014) - ou, o dia 13 de agosto de 2014

Em Santos, um avião de pequeno porte caiu, matando todos os ocupantes. Parece mais um acidente de avião qualquer, se dentro dele não estivesse um dos candidatos de oposição ao governo Dilma, o presidenciável Eduardo Campos. 

Eduardo Campos, candidato do PSB, tinha apenas 49 anos ao morrer (Ag. Estado)

Neto de Miguel Arraes, um dos políticos mais influentes em Pernambuco, o presidenciável foi também governador daquele Estado entre 2007 e 2014, cumprindo dois mandatos. Antes, foi deputado federal pelo PSB e ministro da Ciência e Tecnologia no governo Lula. 

Sua postura como governador de Pernambuco foi marcada por ambiguidades: no início, era alinhado com o governo do PT, mas depois passou a ter uma postura mais independente, principalmente quando Dilma assumiu o governo. Seu governo apresentava números bastante convincentes em termos de redução da violência, da criminalidade, do deficit educacional e da mortalidade infantil (embora o Estado nordestino ainda esteja péssimo nestes quesitos e ainda por cima seu IDH - índice de desenvolvimento humano - é o nono mais baixo do país). 

Durante a campanha eleitoral, Campos teve de se afastar do governo, conforme determina a lei, e se empenhou para melhorar seu desempenho nas pesquisas. Fez alianças com Marina Silva, a líder do natimorto Rede Sustentabilidade, e suas críticas à gestão Dilma foram notáveis, embora ele fizesse questão de poupar Lula, justamente o responsável pela candidatura da atual presidente. Teve de sofrer um pouco para conquistar votos no setor agropecuário, porque Marina tem uma visão bem menos simpática ao agronegócio, em relação ao pesebista. 

Eduardo Campos tinha 9% das intenções de voto, o que pode não parecer significativo, mas na verdade incomodava bastante o PT e o PSDB. Seu desempenho modesto é devido ao seu relativo desconhecimento fora de Pernambuco (e mesmo lá ele tinha 40% das intenções de voto, contra 39% de Dilma e menos de 10% para Aécio) e propostas entre confusas e pouco viáveis para tentar administrar uma nação problemática como a nossa, exatamente o que fazem seus concorrentes. Ontem mesmo, ele foi entrevistado pelo Jornal Nacional e só ficou lembrado mesmo pela comparação da economia brasileira com o infame 7 a 1. Neste caso, 7% de inflação e 1% de crescimento, segundo suas palavras (na verdade, nem são propriamente suas, pois o governador paulista Geraldo Alckmin já havia feito essa analogia antes em discurso de campanha feito em Barueri). 

Com a morte do ex-governador, o rumo da campanha presidencial está mudando bruscamente. Ainda não se sabe o que o PSB irá fazer: colocar Marina Silva na campanha ou retirar-se. Já existem inclusive boatos sobre o envolvimento do PT ou do PSDB na morte, como se tratasse de um assassinato político, o que não passa de uma "teoria da conspiração" sem fundamento. Todavia, esta tragédia ocorrida em dia sinistro - 13 de agosto - terá consequências terríveis para o Brasil. 

terça-feira, 12 de agosto de 2014

Brasileiro ganha a Medalha Fields, considerada "Nobel da Matemática"

O matemático carioca Arthur Ávila foi um dos premiados com a Medalha Fields. Este prêmio é considerado o equivalente ao Nobel para a chamada "mãe das ciências". 

Sem ter o perfil de um "nerd", parecendo mais um carioca comum que gosta de curtir uma praia, Ávila trabalha no Impa (Instituto de Matemática Pura e Aplicada) e no parisiense CNRS (Centre National de la Recherche Scientifique, ou Centro Nacional da Pesquisa Científica, em francês). 

Foto de 2009 de Artur Ávila. Por incrível que pareça, naquela época ele já estava pesquisando os temas matemáticos que lhe valeram a Medalha Fields, naquela época. 

Ele estava colaborando com outros pesquisadores sobre os operadores de Schrödinger quase-periódicos, teoria retirada da mecânica quântica que estuda o comportamento de partículas subatômicas, sujeitas aos fenômenos não descritos pelas leis newtonianas (a chamada "mecânica clássica" que vale para objetos macroscópicos). Também estudou sobre sistemas dinâmicos, sobretudo os aleatórios, que regem fenômenos como as massas de ar (logo, são importantes para a previsão do tempo). 

É o maior prêmio dado a um pesquisador latino-americano na área de Matemática. 

Esta notícia mostra que o Brasil tem talentos capazes de fazer o país realmente avançar e se tornar realmente um lugar decente. Muitos chegam a pensar se não estamos vivendo um momento de transição: o país deixar de ser a pátria do futebol para avançar em outros setores, inclusive o da ciência. 

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Robin Williams (1951-2014)

A morte de Robin Williams foi mais uma notícia inesperada numa época cheia de más notícias. 

Um dos atores mais carismáticos de Hollywood, ele se destacou em vários trabalhos, principalmente nos últimos anos do século XX. Tinha a capacidade de fazer rir e emocionar, em filmes como Bom Dia Vietnã, Sociedade dos Poetas Mortos, Patch Adams, Hook, Gênio Indomável e Uma Babá Quase Perfeita. Pouca gente sabia que ele tinha problemas com o alcoolismo, do qual nunca conseguiu se livrar totalmente, talvez por não conseguir suportar a sina de alguns grandes humoristas: alegrar, mesmo sofrendo.  

Robin Williams engrossou a lista dos que se foram em 2014 (Divulgação)

Neste século, a carreira do ator estava seriamente abalada pelas crises de depressão e pelo diagnóstico de transtorno bipolar, além de algumas recaídas no álcool, mas ele ainda conseguia se destacar, desde o comovente O Homem Bicentenário até o escrachadamente cômico Uma Noite no Museu

Hoje, o corpo dele foi encontrado em sua casa, na Califórnia. A polícia crê em suicídio, mas pode ter havido outras causas, desde um infarto até intoxicação acidental com álcool e remédios. 

Sua obra vai continuar viva para quem aprecia o bom cinema de entretenimento. 

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Estamos a menos de dois meses das eleições...

... mas as notícias sobre o tema são escassas demais.

No portal do UOL, fala-se de tudo, desde a manifestação dos funcionários da USP em greve ontem (fiquei impedido de entrar no campus por causa disso) até a notícia de uma menina na Indonésia que foi encontrada - viva e bem de saúde - após sumir durante o grande tsunami  de 2004, sem falar na guerra entre Gaza e Israel, os bombardeios dos EUA no Iraque contra o terror representado pelo "Estado Islâmico" e os índices de inflação no mês passado - que, felizmente, estão baixos apesar (e não por causa) do nosso governo. O que se vê, de forma muito abundante, é noticiário sobre futebol, principalmente as contratações e transferências de jogadores e a briga entre o Bom Senso F.C. e a CBF. 

Por outro lado, temos o Terra, que também dedica um espaço mínimo para as eleições. O que se vê é uma salada de assuntos, com muito futebol também (dando certo destaque à volta do Robinho ao Santos), o fim do julgamento do Oscar Pistorius, uma nova data para julgamento da dívida argentina e a crise na Ucrânia. 

Já o portal do iG apresenta abordagem semelhante: fala-se bem pouco das eleições e das propostas vindas dos diversos candidatos. Fala-se do apoio dado a Dilma e Lula a Alexandre Padilha, candidato ao governo paulista. Também há notícias sobre Pezão, candidato ao governo do Rio de Janeiro, e o apoio de membros do PR, dito "aliado do PT", ao governo Alckmin na campanha. Existe também uma profusão de assuntos, com destaque para sugestões de presentes para o dia dos pais. Fala-se também muito de futebol, inclusive do traumático 7 a 1.

Enquanto isso o clima entre os eleitores é de apatia. Ninguém ainda sabe em quem irão votar. Acham que estamos condenados a ter mais mandatos movidos a corrupção e interesses particulares. Nada irá mudar e continuaremos a ser obrigados a pagar impostos e aturar o mau uso do NOSSO DINHEIRO pelos governantes, atuais ou futuros. Só resta um consolo: é melhor isso do que sermos oprimidos por uma ditadura qualquer, "bolivariana" ou não. 

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Trabalhos no Congresso

Já abordei sobre a ideia preconcebida do Congresso ser um lugar de ócio em postagens anteriores, devido ao aparente distanciamento dos nossos congressistas em relação aos seus eleitores. Este pensamento merece um trabalho mais sofisticado, particularmente pelos analistas políticos interessados em informar a população por meio de jornais, revistas e outros meios de comunicação. 

Está havendo uma época de grande atividade no Parlamento, com várias questões sendo debatidas, mas sem despertar o mesmo interesse da sociedade se compararmos com eventos como a Copa. O conteúdo das leis aprovadas por lá precisaria ser melhor divulgado. Esta é uma das épocas chamadas de "esforço concentrado". 

Eis alguns resultados, segundo os sites do Senado Federal (http://www12.senado.gov.br/noticias) e da Camara dos Deputados (http://www2.camara.leg.br), e também os portais de notícias: 

- Aumento da mistura de biodiesel e etanol nos combustíveis, aprovado na Câmara: esta medida visa favorecer os produtores agrícolas, já que estes produtos são de origem vegetal, e torna os combustíveis menos poluentes, porém pode ser bastante ruim para o funcionamento dos motores, mesmo com a ressalva do aumento ser de acordo com a viabilidade técnica. A rigor, não influencia nos preços ao consumidor, que teme pagar a mesma quantia por um combustível cujas especificações mudaram. 

- Prorrogação da Zona Franca de Manaus até 2073, significando mais subsídios para as indústrias instaladas (ou em vias de instalação) na capital do Amazonas; esta medida é questionada pela OMC por ser considerada protecionistas, embora os defensores da ZF aludam à geração de empregos e benefícios à economia não só na Amazônia mas em todo o país. 

- Cobrança diferenciada entre formas de pagamento. A lei não diz quem será beneficiado: o consumidor que paga em dinheiro ou em cartão (débito ou crédito). Em tese, fica a critério dos estabelecimentos comerciais. Muitos criticam o projeto por favorecer um tipo de consumidor em detrimento de outro. Outros defendem a proposta por ela estimular a concorrência. 

- Aprovado na Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado um plebiscito para federalizar o ensino básico, mais uma medida centralizadora do que parte da solução para este setor, tão necessitado de melhoras. 

- Ficou pronto um projeto de lei para a criação de 200 novos municípios, a maioria no Norte e no Nordeste, obviamente para atender aos interesses políticos locais em detrimento do NOSSO DINHEIRO. Não há garantias de que essas novas cidades tenham a necessária infra-estrutura para atender seus moradores. 

Além disso, há debates sobre a construção de um canal de escoamento de produtos agrícolas dos estados do Centro-Oeste para o porto de Iquique, no Chile, via Bolívia, como parte do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). 

Por fim, já que nesta postagem foi citada a Copa, a aprovação de uma "Lei de Responsabilidade Fiscal" para os clubes de futebol, na prática uma anistia disfarçada para entidades conhecidas pela má gestão, ficou adiada. Os clubes, a CBF e a Rede Globo eram a favor da lei, argumentando que isso seria bom para livrar os clubes do sufoco financeiro e assegurar a continuidade dos jogos. Já o Bom Senso F.C., entidade de atletas veteranos que luta por melhores condições e uma verdadeira reformulação no futebol (apesar de seu evidente viés político por parte de vários de seus membros), foi contra e contribuiu para a lei não avançar. Pelo menos até outubro, depois das eleições. 

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Medalhas brasileiras nas Olimpíadas das ciências exatas

Boas notícias vindas do exterior: brasileiros ganharam medalhas nas Olimpíadas de Matemática (Bulgária), Química (Vietnã) e Física (Cazaquistão). 

Os cinco representantes brasileiros em Astana (Foto: divulgação, pelo site da Fapesp)

Neste último país os representantes brasileiros ganharam 5 medalhas de bronze. Outras 3 medalhas também de bronze foram ganhas no Vietnã. A melhor notícia veio mesmo na Bulgária, onde 24 medalhas foram ganhas, sendo duas delas de ouro. Estudantes vindos de faculdades conceituadas como a USP (IME e Poli), UFMG, ITA e PUC foram premiados, com destaque para Henrique Gasparini Fiúza (ITA) e André Macieira Braga (UFMG), os medalhistas que levaram o ouro. 

A equipe brasileira em Blagoevgrad, Bulgária (Foto: divulgação)

Mesmo com o estado da educação brasileira, alguns estudantes superaram as dificuldades e brilharam. Só resta saber quando haverá uma efetiva melhoria no nosso sistema educacional, uma das causas de nosso atraso crônico, para podermos nos destacar ainda mais e formar não só gente habilitada em fazer cálculos e realizar experiências científicas, mas também em realizar trabalhos que exijam qualificação e exigir melhor seus direitos, cumprindo seus deveres, como verdadeiros cidadãos.