quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Um motivo para o Brasil correr o risco de se arrepender depois de 2016

O custo da aventura olímpica no Brasil estava estimado em R$ 28,8 bilhões. Esse montante já é maior do que a olimpíada de Atenas, cujos custos contribuíram, em parte, para a ruína econômica da Grécia. 

Os dados foram colhidos por meio de depoimentos feitos por especialistas para a BBC Brasil, a respeito da calamitosa situação daquele país prestes a se tornar um pária dentro do continente europeu. 

R$ 28,8 bi são o custo estimado. Mas até 2016 haverá muitos outros casos de fraude e desvios financeiros das obras destinadas ao grande projeto olímpico do Rio de Janeiro. O fato da economia brasileira ser mais robusta do que a grega não é a questão aqui, e sim a crônica questão do brasileiro ter de ser garroteado ainda mais para financiar, por meio dos impostos, um evento cujo retorno é duvidoso.

Os gastos reais podem facilmente ultrapassar 60 bilhões de reais. A China gastou R$ 65 bilhões nas Olimpíadas de Pequim, e a Grã-Bretanha está arcando com ainda mais do que isso (fala-se em até R$ 120 bilhões) para as futuras Olimpíadas de Londres. Não se trata de argumentar que vamos gastar menos do que a China ou a Grã-Bretanha. O problema é a falta de transparência na declaração dos gastos olímpicos. Afinal, não há garantia alguma contra uma eventual explosão na gastança por aqui. Existe o risco da Olimpíada de 2016 ficar mais cara até do que a da cidade do Big Ben.

Não sou contra as Olimpíadas por aqui. Mas nós, como cidadãos, temos que ficar mais atentos para os gastos públicos. O governo e as empreiteiras devem ter muita responsabilidade com dinheiro que não é deles. É NOSSO.

É hora de repensar a política tributária para os automóveis

A Toyota vai trazer para o Brasil o seu carro híbrido, o Prius. 

 Prius: o hatchback médio da Toyota vai ficar caro demais (Foto: Ricardo Meier/IG)

O carro é equipado com dois motores: um 1.8 a gasolina de 99 cv, auxiliado por um propulsor elétrico, que pode ser abastecido por recarga direta ou por meio da energia provinda do motor a combustão. A bateria de níquel ocupa pouco espaço na cabine e pesa apenas 40 kg, um avanço considerável em relação às antigas e proibitivas baterias dos motores elétricos.

Por causa da alíquota de 48% para o IPI, ele vai ficar muito caro: R$ 130 000. E aí chegamos à questão: nossa política tributária para os automóveis. 

Os carros brasileiros possuem um custo-benefício muito desfavorável. São caros demais, muito mal-equipados e apresentam falhas de segurança comprovadas em testes recentes, principalmente os modelos populares. Só em 2014 eles receberão air-bag de série, para se tornarem menos letais, mas por enquanto eles chegaram a receber apenas UMA estrela, num máximo de cinco, no teste feito pela Latin NCAP que avaliou oito modelos (ler aqui).

São esses verdadeiros trabalhos de fancaria que recebem os maiores benefícios fiscais. O crítério para benefício fiscal é o motor. Motores de menor cilindrada, próprios de carros pequenos, recolhem menos imposto. Não quer dizer que sejam menos poluentes nem mais econômicos, pois esses motores, em geral carentes de potência, precisam fazer mais força nas subidas, muito comuns no relevo brasileiro. Um motor 1.0 tem muito mais dificuldade, nesse ponto, do que um 1.4, por exemplo. 

Um modelo híbrido como o Prius humilha qualquer modelo popular na questão da economia de combustível, pois é parcialmente movido a eletricidade. Polui muito menos do que qualquer Uno ou Celta. E anda mais.
O governo é fortemente influenciado pela Petrobrás e pelas empresas interessadas em explorar o petróleo abaixo da camada de pré-sal, que ainda vai demorar para ser explorado comercialmente. Não interessa dar benefícios fiscais para carros que consome tão pouco combustível fóssil.

Também a bancada ruralista, inclusive muitos canavieiros, têm voz ativa muito forte no governo. Eles querem manter a demanda de álcool aquecida. Para eles, a política atual do IPI deve ficar como está. 

Porém, há a necessidade de negociar a mudança da política tributária com todos esses setores, com os economistas e também os especialistas em políticas urbanas, estes últimos responsáveis por estudos sobre o impacto dos carros nos congestionamentos e na poluição das cidades. Um IPI de 48% já se provou ser uma atitude francamente protecionista, a favor das montadoras já instaladas aqui, e também é muito ruim para os híbridos, todos eles importados.

Carros híbridos devem ser uma opção viável para os consumidores de carros, e isso só poderá ser feito com uma redução no IPI para o setor. Um Toyota Prius não pode custar R$ 130 000. O Ford Fusion Hybrid, outro carro parcialmente movido a eletricidade, foi lançado no ano passado por R$ 133 000 e seu preço agora está até maior atualmente, dai as vendas baixíssimas. Muita gente, e não só os ambientalistas radicais e os 'politicamente corretos', quer adquirir carros assim. Seria um prêmio para as empresas que desenvolvem meios para aproveitar melhor a energia disponível. Não se trata apenas de uma questão ecológica ou a favor do desenvolvimento sustentável, mas também pelo desenvolvimento tecnológico e científico. E, logicamente, carros híbridos provaram ser um grande negócio no Japão, Europa e até nos Estados Unidos. Por que não poderia ser aqui no Brasil?

terça-feira, 29 de novembro de 2011

A sentença do dr. Conrad Murray

O júri condenou hoje o dr. Conrad Murray, médico do astro Michael Jackson, à pena máxima prevista para homicídio culposo: 4 anos de prisão. Com os atenuantes e os benefícios por ser réu primário, vai passar menos da metade desse tempo na cadeia.

Ele foi acusado de administrar uma dose letal de medicamentos e remédios, sem os quais o astro pop não podia dormir. Portanto, foi considerado negligente e provocou, ainda que involuntariamente, a morte do cantor. Isso segundo a acusação. A defesa ainda tentou argumentar que o ídolo, conhecido por seu temperamento excêntrico, teria provocado acidentalmente sua própria morte, sem a interferência do dr. Murray. 

O médico Conrad Murray durante o julgamento que terminou com a sua condenação (foto da CNN)

Graças à comoção popular pela morte do autor de Thriller e à atuação decisiva dos familiares dele, principalmente a irmã La Toya e o pai Joe Jackson, o médico recebeu a punição máxima, após um julgamento que chamou a atenção da mídia do mundo inteiro. 

As discussões sobre a culpa ou a inocência do dr. Murray ainda poderão se arrastar por um bom tempo.

sábado, 26 de novembro de 2011

Por falar em sapateiros e sandálias

No mês passado, outros vídeos trataram de assunto semelhante, com outras celebridades, não necessariamente globais, falando do Código Florestal. 

Esses vídeos ainda podem ser vistos no Youtube ou no site www.florestafazadiferenca.org.br. 

É o mesmíssimo caso do sapateiro ir além da sandália. Eles não leram o Código Florestal, também um tema sobre a questão ambiental e ainda em discussão no Congresso. E se deram ao direito de lançar especulações e confundir ainda mais quem não está informado sobre o tema. Nem se deram ao trabalho de ouvir os interessados na questão: as populações da Amazônia, os pequenos fazendeiros e o povo em geral. 

Para tornar a questão ainda mais séria, a série de vídeos foi dirigida não por Marcos Prado, mas por nada menos que Fernando Meirelles. E as celebridades são, em geral, de calibre maior do que os atores (na maioria da Globo) participantes do "Gota D'Água". Gisele Bundchen, Carlinhos Brown, Fernanda Torres, Rodrigo Santoro e Wagner Moura. Embora não tenham a sofisticação do vídeo mais recente, estão causando polêmica até hoje. 

É mais uma prova da temeridade de convocar celebridades para fazer algo fora de suas áreas de atuação. Lembro da decisão deles quando votaram o símbolo da Copa de 2014. Deu no que deu. Verdadeira agressão à pátria. 

Pode-se apostar, com boa chance de ganhar, em futuros vídeos com celebridades discorrendo sobre temas polêmicos. Muito mais fácil do que ouvir especialistas, que dariam trabalhos muito "chatos", "acadêmicos" e "que a população não entende", ou os verdadeiros interessados nas questões do Código Florestal e da usina de Belo Monte, que moram muito, muito longe dos famosos residentes no Leblon ou na Califórnia. 

Os artistas e Belo Monte

Anteontem, o Forum Regional de Desenvolvimento Econômico e Socioambiental da Transamazônica e Xingu (Fort Xingu) fez um protesto veemente contra o vídeo com artistas que falam sobre Belo Monte. Várias celebridades estão no vídeo, como Juliana Paes, Letícia Sabatella, Ingrid Guimarães, Bruno Mazzeo, Cissa Guimarães, Maitê Proença, Ary Fontoura, Marcos Palmeira e outros. Eles integram o movimento "Gota D'Água", e o vídeo pode ser assistido clicando aqui.

De fato, ambos os vídeos, dirigido por Marcos Prado, um dos assistentes de direção do filme Tropa de Elite, mostra gente muito preocupada com a questão ambiental, mas pouco informada sobre o projeto da usina. Deixo a questão para quem analisa as vantagens e as desvantagens de se construir uma hidrelétrica no rio Xingu. E os analistas não são as celebridades, que neste caso estão a desafiar a máxima: 

Ne, sutor, ultra crepidam judicaret

Esta frase latina, originalmente, fala sobre uma história sobre o pintor grego Apeles, respondendo a um sapateiro por ele criticar seu quadro, que mostra uma figura usando sandálias. A frase em latim significa: Não deve, sapateiro, julgar além das sandálias. Ou seja, o crítico deve analisar aquilo que sabe. E os artistas... são artistas, não ambientalistas nem técnicos.

Nota do autor: 

Escrevi algo parecido quando o técnico Parreira se aposentou. Na época aludi ao livro "Formando Equipes Vencedoras", que vai além da liderança nos esportes para ir à liderança nas empresas. Por isso, procuro ter um mínimo de informação antes de fazer uma análise para ser publicada neste blog. Caso contrário, poderei fazer uma autocrítica em seguida.

Voltando ao assunto: 

De qualquer forma, a questão sobre Belo Monte vai levantar ainda muitas polêmicas. Já faz bastante tempo que o assunto é debatido, mas ele estará longe de terminar. Afinal, o que será feito das populações indígenas que podem ser desalojadas pela represa? Qual o impacto ambiental? Quais os benefícios trazidos pela energia elétrica fornecida pela usina? Quais as reais necessidades da população local para haver desenvolvimento e resolver seus problemas sociais? As populações do Xingu e os especialistas nessas questão poderão responder melhor do que a Maitê Proença, o Bruno Mazzeo ou a Juliana Paes.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Essa lei não pega e jamais irá pegar!

Já tentaram proibir a garupa para motos e estão querendo proibir outra vez. E mais: querem obrigar os condutores de motos a usarem a identificação nas placas... nas costas.

O pretexto é este: mais da metade dos assaltos são favorecidos por motociclistas. Assim, para dificultar a ação dos ladrões, ao invés de aumentarem a fiscalização, proíbe-se a carona nas motos e, de cara, taxa uma categoria inteira como criminosos em potencial. 

Mesmo uma inocente carona na moto vai ser punida com multa. É o que querem os senhores membros da Assembléia Legislativa paulista. (Foto: Rafael Lasci/Diário de SP)

Não ando de moto e sei que há muito abuso por parte de motociclistas, como excesso de velocidade, manobras arriscadas, atropelamento de pedestres e outros delitos que também motoristas de carros e caminhões cometem. Mas daí a colocar sob suspeita toda uma categoria, isso é odioso. É um ato nazi-fascista. Frontalmente anti-constitucional. 

Como resposta a isso, motoboys podem fazer uma manifestação equivalente a uma desobediência civil, Por outro lado, o presidente da Associação Brasileira de Motociclistas, Lucas Pimentel, lembrou que a maioria dos motociclistas são cidadãos que pagam impostos.

Esta medida pode prejudicar fortemente quem quer alternativas ao carro como transporte individual. Os deputados paulistas que aprovaram isso podem ter a melhor das intenções, isto é, melhorar a segurança, mas boas intenções podem resultar em atos com consequências atrozes. Piorar os congestionamentos e restringir os direitos da população de andarem de moto.

O governador deverá ouvir argumentos pró e contra essa lei, principalmente de juristas e especialistas. Provavelmente vetará. Se aprová-la, colocará em jogo a própria imagem de político sensato e prudente.


quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Mais um ditador posto para fora

Custou, mas finalmente o déspota do Iêmen Ali Abdullah Saleh finalmente deixa o poder, após 33 anos de governo. 

Ele mandou reprimir a bala as manifestações contra seu governo, e como resposta os extremistas infiltrados entre os revoltosos bombardearam seu palácio e quase o mataram. Nem o atentado, ocorrido ainda em junho, o convenceu a transferir o poder, mas a contínua pressão popular o fez ceder. 

A transferência forçada de poder é mais um capítulo da "Primavera Árabe". Nesse processo, autocratas ou foram obrigados a sair, como no caso de Hosni Mubarak do Egito, ou receberam o mesmo tratamento que deram a seus inimigos políticos, como Muhammar al-Gaddafi, da Líbia. 

Falta derrubar o maior dos tiranos: Bashar al-Assad, da Síria, responsável por um genocídio como resposta aos manifestantes. Ele continua no poder, mesmo perdendo o apoio até da Rússia, normalmente favorável aos tiranos de orientação "socialista". Seus métodos de se manter no poder são tão brutais que até a China, governada também por uma ditadura, pediu o fim da carnificina. O problema é que a imprensa está sendo asfixiada e existem pouquíssimos relatos dos acontecimentos naquele país da Ásia Ocidental.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Dois aspectos que fazem a diferença num país

Muitos perguntam por que o Brasil até há pouco tempo era uma terra exótica, assolado pela miséria, mal conhecido pelo resto do mundo, e onde parecia só ter índios, mulatas, carnaval e futebol aos olhos estrangeiros. Um país não tão recente, descoberto em 1500 e emancipado de Portugal no início do século XIX. 

Enquanto o Brasil se emancipava, a Austrália não passava de uma colônia penal da Inglaterra, e a Coréia era um país miserável, dominado por um Japão ainda semi-feudal e cobiçado por uma China e seu império decadente e falido. 

Pois bem, todos esses países, tanto a Austrália quanto a Coréia (particularmente a parte sul do país), assim como o Japão e a China, são países respeitáveis economicamente. Os três primeiros são países desenvolvidos, enquanto o último, se ainda não pode ser considerado assim, é a segunda potência do mundo. 

Por que o Brasil não se tornou um país desenvolvido?

A resposta está em alguns vícios culturais. Faço questão de destacar dois deles, embora vários outros existam para atrapalhar o progresso da nossa nação. 

O primeiro vício é a falta de um comportamento ético aceitável entre os habitantes do país. Se um indivíduo lesa seu compatriota por meio de roubos ou armações para obter vantagens financeiras, pode ser encarado como um "esperto" que "sabe viver" por comunidades pouco afeitas à ética. Ou como um fora-da-lei que prejudica a sociedade, em outras. 

Outro vício é querer sempre esperar alguma coisa dos outros, e isso tem, sim, a ver com o parágrafo anterior. Pessoas que só agem porque outra pessoa está colaborando. Querem que o outro facilite as coisas. Isto tem a ver com atitude. Pessoas com atitude não dependem de facilidades alheias para agirem. 

O segundo vício tem a ver com o primeiro porque as pessoas que não tomam atitudes muitas vezes culpam os outros pelos próprios fracassos, ou personagens não concretos como "a crise", "a falta de oportunidade" ou "o coisa-ruim". E muitas vezes responsabilizam as pessoas que tentam ajudá-las, por "não souberem colaborar". Botar a culpa em outra pessoa é muito fácil, porém é anti-ético. 

Países desenvolvidos são guiados por um comportamento com um mínimo de ética, baseado no respeito ao próximo. Pelo menos a ética entre os cidadãos do país, pois o comportamento com outros países ou com os estrangeiros é uma questão que abordarei em momento oportuno. Também são formados por gente que valoriza a vontade de progredir, e não tem inveja daquele que prospera. A desonestidade existe em qualquer lugar, e não existe país isento de má-fé, sobretudo em questões onde o poder e o dinheiro são fatores importantes. Mas os abusos morais, nos países decentes, são mal vistos e devidamente punidos. Não há complacência com pequenos e grandes atos que afrontem as leis. 

Se os países de agora eram pobres ou economicamente atrasados até um passado recente, como foi o caso dos países citados no segundo parágrafo, é porque seus povos aprenderam a seguir princípios éticos e foram capazes de tomar iniciativas que culminaram no progresso desses países. 

No Brasil, ainda estamos aprendendo, com muita dificuldade, a tornar o país uma nação decente. Para isso, precisamos agir com mais ética. Tratar os outros como gostaríamos que fôssemos tratados. É uma idéia que virou lugar-comum, mas ainda é válida. 

Queremos um país que cresça, mas isso depende dos esforços de cada brasileiro em idade produtiva para crescer e progredir. Daí a importância de tomarmos decisões feitas com a nossa consciência e não esperar que outros decidam por nós. E não esperar um ato do chefe, da esposa (ou do marido), dos filhos, dos pais, da presidentA ou de qualquer outra pessoa para facilitar as nossas atividades. 

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Sobre o acidente da Chevron

O vazamento de óleo bruto ocorrido na bacia de Campos há alguns dias atrás trouxe medo à população brasileira sobre problemas ambientais e às populações que vivem na costa fluminense. Os ambientalistas preocuparam-se sobretudo com as rotas de migração das baleias jubartes e outros cetáceos, as quais cortam a área atingida.

 A mancha de óleo, segundo imagem feita ontem (Fonte: Estadão); desde então, ela teria se espalhado, embora o volume de petróleo na água tivesse diminuído pois o vazamento foi, segundo a Chevron, estancado.

Houve, também, uma grande gritaria contra a americana Chevron, responsável pelo poço de petróleo. A Polícia Federal, inclusive, fez parte do coro e classificou o acidente como um 'crime'. 

Exageros? Sem dúvida, pois o vazamento não chega nem a se comparar com o ocorrido no Golfo do México no ano passado, este sim um crime. Porém, neste caso é melhor haver histeria do que silêncio, pois a pressão da opinião pública, entre outros fatores, força as empresas petrolíferas a adotarem medidas seguras para impedir os vazamentos. 

A empresa alega que o problema foi sanado e navios foram deslocados para limpar o local. Novas imagens serão coletadas para comprovar ou desmentir os argumentos da Chevron. Ela ainda vai ter de responder a algumas perguntas sobre o porquê de ter contratado a Transocean, a mesma empresa envolvida no desastre no Golfo do México, para explorar a região. 

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Gandhi na versão brasileira

O ex-presidente Lula raspou o cabelo e uma das marcas registradas dele - a barba - para contornar os problemas com a quimioterapia. Deixou o bigode e ficou uma cópia Made in Brazil de Mahatma Gandhi. 


O estadista indiano deve estar se revirando no túmulo com mais este imitador involuntário (ou não) cuja imagem será usada pelos partidários mais fanáticos como um símbolo, e por muitos não-partidários como, por exemplo, alguma coisa para espantar baratas. 

Piadas à parte, ele está parecido com o ex-vice-presidente José Alencar, também careca e com bigode, morto pelo câncer neste ano. 

Vai. Será?

O ministro do Trabalho Carlos Lupi, aquele mesmo que disse só sair abatido a bala, está a um passo de sair sem precisarem disparar um tiro sequer. 

Ontem e hoje, ele estava no Congresso para prestar esclarecimentos. Apesar da certeza dele quanto à permanência no governo, as denúncias são muito fortes, e os vídeos divulgados pela revista Veja (tinha de ser...) parecem confirmá-las. Neles, o ministro apareceu em jatinhos particulares. 

A presidentA está comprometida até o pescoço com os conchavos políticos e continuará a nomear ministros pela via política, sob o pretexto da governabilidade. É inútil esperar algo diferente, sem uma mobilização maciça da opinião pública contra esse vício político. 

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Da série 'Mondo cane', parte 14

Vão vender a Kombi na Holanda, como um motor-home, a 77 190 euros (não é mentira!). Virá preparada com equipamentos para camping, como sofá, mesa, geladeira e fogão de duas bocas, e será equipada com o mesmo motor 1.4 de 80 cv fabricado aqui (NÃO É MENTIRA!!).

Vão vender a Kombi na Holanda? Ou é Primeiro de Abril fora de época ou é um sinal do Apocalipse. Arrependei-vos, pecadores!!

Imagine o Matusalém dos carros, que mudou muito pouco ao longo dos anos - ultrapassada é pouco - sendo vendida a esse preço a um mercado tão exigente como a Holanda. 

A notícia é tão bizarra que só poderia se encaixar nesta série mesmo.


P.S.: Hoje é dia 11/11/2011. Um post da série 'Mondo Cane' neste dia! Ninguém merece... pff!

O amistoso de hoje em poucas palavras

O amistoso realizado no Gabão mostrou pelo menos uma coisa para os gaboneses que viram sua seleção perder para o Brasil por 2 a 0 em um estádio improvisado e sem infra-estrutura alguma, e um gramado onde zebras, gnus, elefantes, todos de uma vez, devem ter pastado antes. 

Eles descobriram que existe algo mais feio do que tudo isso. Mais do que a fome ou a AIDS. Pior do que estuprar a própria mãe. É o futebol da nossa gloriosa Seleção. 

Por falar em protesto...

Não estou querendo ensinar ninguém como se protesta no Brasil. Para os radicais da USP, seria tão útil quanto ensiná-los a cantar o hino dos Estados Unidos. 

Acontece que, no Rio de Janeiro, houve uma mobilização pacífica contra esse verdadeiro ato de rapina que é a lei dos royalties sobre o pré-sal. Ora, nem se produziu petróleo naquele lugar e já querem destinar mais da metade do dinheiro obtido com a exploração do petróleo para os estados que nada produzem. Não é preciso dizer que tentar convencer os moradores da "justiça" desse ato, para "ajudar a população como um todo", é uma falácia. Vigaristas profissionais fichados pela polícia saem-se melhor nesse palavrório. 

Pois os cariocas exerceram o justo direito de protestar contra essa excrescência. Entre 150 e 200 mil foram às ruas. Nenhum deles depredou nada, nem agrediu outras pessoas. 

O Rio luta pelo direito de ganhar dinheiro com o petróleo (Foto: divulgação)

E nem poderia ser de outra maneira. A idéia partiu dos políticos cariocas, interessados em manter o dinheiro dos royalties para o Rio e, por consequência, para os bolsos deles. O governador Sérgio Cabral e o prefeito Eduardo Pais estiveram lado a lado com o seu adversário político Anthony Garotinho. 

Celebridades presentes, como Tony Garrido, Xuxa e Fernanda Montenegro ajudaram os manifestantes a divulgar, pela mídia, o protesto, e participaram ativamente. 

Este é um caso típico de protesto pacífico, mas patrocinado por autoridades. Ou seja, não serve de exemplo para os baderneiros que invadiram a reitoria da USP. Mas os atos contra a corrupção que aconteceram no dia 7 de setembro e 12 de outubro não foram conduzidos por políticos, e foram todos ordeiros. E vai haver novo protesto anti-corrupção no dia 15 de novembro. 

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Não se protesta desse jeito!

A baderna provocada por algumas centenas de irresponsáveis na USP não pode ser justificada nem deixada impune. Mas a comunidade USP, e não só os baderneiros, também tem motivos para estar descontente com o reitor João Grandino Rodas. 

Recentemente, ele foi considerado persona non grata pela Faculdade de Direito, devido à sua gestão considerada errática. Esse status negativo foi imposto pela congregação da faculdade, de forma unânime pelos seus integrantes. Improbidade administrativa (mau uso do NOSSO DINHEIRO), decisões arbitrárias, sem consultar o conselho da diretoria, e outros delitos. Isso é o que alegaram, para justificar essa decisão. E o fizeram pela primeira vez contra um reitor, a autoridade máxima da USP, segundo colocado da lista tríplice dos mais votados pelas eleições na Universidade (sim, o governador pode escolher um dos três desta lista, e não só o mais votado, o que também é questionável). 

Muitos professores criticaram a decisão da Faculdade de Direito e defenderam o reitor contra este "título", por  suas implicações na administração da universidade, mas o estrago já está feito. 

Durante a sua gestão como reitor, Rodas acertou em fazer um convênio com a polícia para melhorar a segurança na USP, mas errou em isolar ainda mais a universidade do resto da cidade, restringindo a entrada de visitantes e, praticamente, proibindo a entrada de bicicletas no campus.

Há motivos de sobras, portanto, para se ficar descontente com Sua Magnificência. Mas não se protesta da forma como eles fizeram. Invadiram o prédio da reitoria e ainda se recusaram a negociar com ela, como se eles, os invasores, fossem os donos do lugar. Existem outros meios para exercer o direito de protestar, como manifestações pacíficas e processos judiciais (este último depende da "velocidade" da Justiça), mas esses caminhos nem passaram pelas cabeças dos radicais da USP, que sonham com a "revolução proletária" e escolheram os métodos mais chamativos para a "mídia burguesa". 

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Uma minoria não representa o todo!

Já escrevi sobre a imposição das minorias aqui no Brasil, um país onde o poder ainda está nas mãos de poucos, enquanto a maioria silenciosa parece aceitar isso bovinamente. 

Volto a falar sobre o tema, especificamente aplicando isso no caso dos estudantes da USP. Movidos por um marxismo mal assimilado, os representantes do DCE se deram ao direito de decretar greve geral em toda a universidade. Greve de alunos, contra o que eles consideram atos ditatoriais do governo paulista e da polícia. 

A megalomania de alguns logo naufragou diante da maioria. Os alunos da USP, em geral, querem saber de estudar e progredir, e continuaram a frequentar as aulas. Ou seja, o DCE representa apenas uma minoria barulhenta disposta a tentar convencer os outros no grito. Querem fazer os colegas acreditarem que a reitoria é uma ditadura apoiada pela polícia militar repressora, e o governador paulista é um tirano, por ser do PSDB, visto por eles como de "direita". Tudo isso é uma cegueira ideológica incompatível com o espírito da USP, que sempre deve prezar o espírito crítico e a liberdade de opiniões, pelo desenvolvimento intelectual e não pelo partidarismo cego.

Para piorar, o ministro da Educação, Fernando Haddad, pré-candidato à prefeitura paulistana e conhecido pela administração do Enem, ainda disse que a polícia não poderia tratar a USP como se fosse a cracolândia. De fato não é, mas ele estava claramente defendendo os baderneiros que usam o pretexto da maconha para expulsar a polícia do campus. Trata alguns vândalos como representantes da vontade uspiana. Já não basta a sua "notável" atuação como ministro. Dá para imaginar como seria se Haddad for prefeito daqui...

A USP não pode ser representada por minorias, ainda mais aquelas que julgam suas vontades como valores superiores àqueles que promovem o desenvolvimento intelectual da instituição.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Houve excessos, sim, no caso da USP

Houve excessos no episódio da ocupação dos estudantes da USP que terminou na detenção de 73 deles pela polícia. 

Dos dois lados. Mas um deles tinha justificativas. E é a polícia. 

A polícia não economizou na força, usando cassetetes e gás de pimenta para expulsar na marra os estudantes que ocuparam a reitoria. De fato, eles bateram, sim, em alguns deles. Pegaram alguns que estavam apenas de passagem e não estavam entre os baderneiros. Contudo, estavam cumprindo ordens judiciais. Eles estavam agindo, portanto, de acordo com a lei. 

Por outro lado, uma minoria de estudantes, interpretando mal o conceito de liberdade, e sob o pretexto de dizer não à presença da PM no campus, resolveu hostilizá-la. A gota d'água foi quando policiais prenderam usuários de drogas nas dependências da faculdade de filosofia e ciências humanas, a conhecida FFLCH. Esses usuários seriam supostamente estudantes. Eles realizaram tumultos e invadiram a sede da reitoria, para forçá-la a revogar o convênio com a polícia, acertado após a morte de um aluno da Faculdade de Economia e Administração (FEA). No local, fizeram depredação e vandalismo, pichando dizeres nas paredes contra a polícia. Destruíram patrimônio pago com o NOSSO DINHEIRO. E eles disseram que as depredações foram armação. O ônus da prova cabe à polícia, mas tudo indica que os baderneiros foram os responsáveis.

Portanto, quem agiu mal foram os invasores, que difamaram o conjunto de estudantes da USP. E não adianta argumentar que voltamos aos tempos de chumbo, página negra na nossa história. Mentira! Temos liberdade para protestar e criticar à vontade, ou não haveriam tantas notícias e blogs divulgando a corrupção no governo. Mas todas essas manifestações estão dentro da lei. Invasões e vandalismo, não. 

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Vai viajar nas férias? Então prepare bem o bolso

Estamos nos aproximando das férias. Portanto, prepare o bolso, porque vai sair caro, principalmente se você mora no estado de São Paulo, como este blogueiro aqui. 

Por aqui, era difícil viajar por causa das estradas mal conservadas. Agora, elas estão muito melhores, porém muito mais caras, o que tornou o simples ato de usar o carro na estrada ainda mais difícil. 

Não é à toa. Os pedágios por aqui, além de caros, sobem uma vez por ano numa taxa bem superior à da inflação oficial. No sistema Anchieta-Imigrantes, o grotesco valor de R$ 20,10 pago para ir ao litoral se deve ao aumento de 9,77% com base no IGP-M do período entre junho de 2010 e maio de 2011 (mas sempre acima desse valor), de acordo com os contratos firmados antes do ano 2000. Em outras rodovias, o aumento foi menor, baseado no IPCA no período acima: 6,55%. 

Charge do Bruno sobre este assunto

Como resultado disso tudo, só o valor dos pedágios, sem considerar os gastos com gasolina, ficaram assustadores. E o caso de viajar pela Imigrantes, em direção a Santos, é o menos pior, como se vê abaixo: 

São Paulo-Santos: R$ 20,10 (o pedágio só é cobrado na ida)
São Paulo-Sorocaba: R$ 14,40 (ida) + R$ 11,70 (volta) = R$ 26,10
São Paulo-Campinas: R$ 13,90 (ida) + R$ 13,90 (volta) = R$ 27,80
São Paulo-Aparecida: R$ 18,40 (ida) + R$ 18,40 (volta) = R$ 36,80
São Paulo-Ribeirão Preto: R$ 47,60 (ida) + R$ 47,60 (volta) = R$ 95,20
São Paulo-Bauru: R$ 48,60 (ida) + R$ 50,70 (volta) = R$ 99,10
São Paulo-Barretos: R$ 66,10 (ida) + R$ 66,10 (volta) = R$ 132,20 (!)
São Paulo-São José do Rio Preto: R$ 67,80 (ida) + R$ 67,80 (volta) = R$ 135,60 (!!)
São Paulo-Presidente Prudente: R$ 70,50 (ida) + R$ 72,60 (volta) = R$ 143,10 (!!!)

(Fonte: portal SP sem segredos, com base nos trajetos mais utilizados para cada cidade - clique aqui)

Isso tudo sem sair do estado, cuja área não pode ser considerada grande (cerca de 247 mil quilômetros quadrados, menos do que na Itália ou no Japão). 

Em 2012, haverá novos aumentos, mas eles serão unificados. Todos eles serão reajustados com base no IPCA. Ou seja, a facada será maior, mas não muito.