A baderna provocada por algumas centenas de irresponsáveis na USP não pode ser justificada nem deixada impune. Mas a comunidade USP, e não só os baderneiros, também tem motivos para estar descontente com o reitor João Grandino Rodas.
Recentemente, ele foi considerado persona non grata pela Faculdade de Direito, devido à sua gestão considerada errática. Esse status negativo foi imposto pela congregação da faculdade, de forma unânime pelos seus integrantes. Improbidade administrativa (mau uso do NOSSO DINHEIRO), decisões arbitrárias, sem consultar o conselho da diretoria, e outros delitos. Isso é o que alegaram, para justificar essa decisão. E o fizeram pela primeira vez contra um reitor, a autoridade máxima da USP, segundo colocado da lista tríplice dos mais votados pelas eleições na Universidade (sim, o governador pode escolher um dos três desta lista, e não só o mais votado, o que também é questionável).
Muitos professores criticaram a decisão da Faculdade de Direito e defenderam o reitor contra este "título", por suas implicações na administração da universidade, mas o estrago já está feito.
Durante a sua gestão como reitor, Rodas acertou em fazer um convênio com a polícia para melhorar a segurança na USP, mas errou em isolar ainda mais a universidade do resto da cidade, restringindo a entrada de visitantes e, praticamente, proibindo a entrada de bicicletas no campus.
Há motivos de sobras, portanto, para se ficar descontente com Sua Magnificência. Mas não se protesta da forma como eles fizeram. Invadiram o prédio da reitoria e ainda se recusaram a negociar com ela, como se eles, os invasores, fossem os donos do lugar. Existem outros meios para exercer o direito de protestar, como manifestações pacíficas e processos judiciais (este último depende da "velocidade" da Justiça), mas esses caminhos nem passaram pelas cabeças dos radicais da USP, que sonham com a "revolução proletária" e escolheram os métodos mais chamativos para a "mídia burguesa".
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