sexta-feira, 30 de agosto de 2013

STF está pondo ordem na bagunça, mas quer cobrar mais por isso

O Supremo Tribunal Federal rejeitou todos os principais recursos dos mensaleiros. Ontem, foi a vez do chamado líder da quadrilha, José Dirceu, ex-todo poderoso do governo Lula. 

Não adiantaram os esforços da defesa. As acusações contra eles não deixaram dúvidas sobre o maior roubo ao NOSSO DINHEIRO feito em nosso país na época republicana. 

Por causa desse trabalho, o presidente do STF acha que os ministros da Suprema Corte brasileira precisam de um salário maior. R$ 28 059,29 é mais do que um senador ganha (desconsiderando todos os outros benefícios previstos em lei). Também a presidentA da República ganha menos: cerca de R$ 26 000,00 por mês. Mesmo assim, Joaquim Barbosa não está contente com isso, e quer R$ 30 658,42. Trabalhadores do setor privado precisam chorar muito, muito mais para ganhar aumentos em salários bem menores do que isso. 

É um caso para pensar um pouco antes de dar opinião, ainda mais porque ainda há recursos da quadrilha mensaleira a serem julgados. Eles podem chorar e ganhar. Nós, não.

Os 10 anos da morte de Charles Bronson

Charles Bronson (1921-2003) foi um ator muito cultuado enquanto vivia. Descendente de tártaros, guerreiros temidos no passado, foi especializado em papeis de homens durões nos filmes de faroeste, como "The Magnificent Seven" (Sete Homens e Um Destino) e o western-spaghetti "C'era una volta il West" (Era uma Vez no Oeste).

Ficou mais conhecido como o justiceiro Paul Kersey, em "Death Wish" (Desejo de Matar), em cinco filmes onde ele matava a sangue frio, primeiro para vingar-se da morte da esposa e do estupro da filha nos dois primeiros filmes, e depois para impor a justiça ao seu modo nos três seguintes. 

O valentão Paul Kersey aponta sua arma (divulgação)

Quando muitos pensam na absolvição do deputado Nathan Donadon por insuficiência de votos no Congresso, por 233 votos a 131, com 41 abstenções, quando faltavam apenas 24 votos para cassar o rondonense preso por corrupção e formação de quadrilha por ordem do STF, associam com a figura do personagem de Bronson. "Um banho de sangue nesse antro de corrupção, como resposta a essa afronta contra o Brasil".

Seria uma tarefa excessivamente dura para Paul Kersey, que nunca foi visto atacando políticos e sim chefes de gangues e traficantes de drogas, além de ser uma ruptura gigantesca na ordem constitucional, que transformaria o Brasil não numa democracia madura, mas num imenso Egito, onde as forças em conflito estraçalharam a liberdade.

terça-feira, 27 de agosto de 2013

As porções de "fast food" e outras gulodices antes e agora

Reclama-se muito da falta de atividade das crianças das classes média e alta atuais, devido à alegação de "falta de segurança" ou porque elas vivem em casa jogando videogame ou passando horas nas redes sociais ou navegando na Internet com algum dispositivo (PC, notebook, tablet, smartphone). 

Isto explica em parte a obesidade infantil. Outro fator importante para isso é a comida, mais precisamente as guloseimas e fast food ingeridas por crianças, adolescentes e também adultos. Não só nos EUA, onde o excesso de peso é uma epidemia, mas na Europa, Ásia e várias partes da América Latina, principalmente as grandes cidades do Brasil. 

Lanchonetes e redes de fast food, assim como fabricantes de alimentos, tem alterado as porções individuais ao longo dos anos. Pode-se alegar de forma inocente que a altura média das pessoas está aumentando, daí a necessidade de aumento das porções, mas os resultados disso (e de outras práticas pouco saudáveis) são milhões de pessoas que precisam carregar o fardo de quilos a mais. Abaixo, alguns exemplos:


Os tamanhos de certas guloseimas nos EUA aumentaram consideravelmente (Ilustração com base no original do blog "Simply purely healthy" e nas informações de Renée Cornet, do National Cancer Institute)


Hamburguer


Pizza de peperoni (e outros sabores também)


Cookie

Estes são exemplos das porções norte-americanas. Fora dos EUA, os outros países também acompanham a tendência, em alguns casos:


O Big Mac era o maior hamburguer servido no McDonald's no Brasil até os anos 90. Depois ele tornou-se um mísero sanduíche perto do que viria a seguir (como o Big Tasty, que é bem mais pesado, caro e calórico: 839 calorias contra 504 do antigo "rei" dos hamburgueres da rede).


Uma garrafa média antiga de refrigerante como a Coca-Cola era de vidro e tinha 290 ml (foto tirada de um anúncio do Mercado Livre). Agora a garrafa média tem 600 ml (mais que o dobro) e é feita de plástico PET (divulgação).

Em outros, porém, as porções tem diminuído, como é o caso dos pacotes de salgadinhos e biscoitos, sem que haja necessariamente redução no preço. O problema é que, antigamente, um pacote de biscoitos de 200 g era dividido com 3 ou 4 pessoas, principalmente crianças. Vinte anos depois, a unidade equivalente foi para 140 g, quantidade normalmente ingerida por apenas 1 (ou 2) pessoas. Se houver mais gente, compra-se pelo menos mais um pacote.

Sem a preocupação com as gorduras trans, os biscoitos de antigamente vinham em pacotes maiores. Agora parece que vêm em porções individuais (diminuição dos antigos 200g para 140-160g), considerando o maior apetite das pessoas. Acima, o biscoito Bono da Nestlé e seu equivalente antigo, os pacotes São Luiz.

Uma curiosidade adicional: está comprovado que as pessoas comem com os olhos, e a relação entre o tamanho do prato e a porção de comida de fato importa, como se pode ver na ilustração a seguir. Detalhe: o exemplo mostra porções de comida dito "de verdade", não "fast food". 

Qual prato contém mais comida? Pense nisso antes de olhar na resposta abaixo (*) (Divulgação)

Este blog não tem a intenção de doutrinar ninguém e respeita os direitos das pessoas escolherem o que comer. Porém, pode servir de alerta para um dos fatores que contribui para o aumento da obesidade no mundo. Um aviso adicional: em certas pessoas pode surtir efeito contrário (despertar o apetite ao mostrar esses inimigos das dietas - hehehe !).



(*) Resposta: há a mesma quantidade de comida em cada prato


segunda-feira, 26 de agosto de 2013

A crise entre Brasil e Bolívia

Como já não fosse pouco a repercussão dos médicos estrangeiros, principalmente os cubanos, trabalhando no Brasil naquele programa "Mais Médicos", ainda houve um atrito diplomático com um dos vizinhos mais problemáticos e fiéis à doutrina chavista-castrista: a Bolívia. 

Evo Morales, o presidente da Bolívia, acusa um opositor, senador Roger Pinto Molina, de corrupção, asilado no Brasil desde o ano passado. Descobriu-se que Eduardo Sabóia, um dos membros do corpo diplomático, ajudou Molina a fugir, para não cumprir pena. Em vários países da América Latina, a Justiça é pressionada a ser dura com os opositores, mas complacente com os situacionistas acusados dos mesmos crimes. 

Como resultado disso, o ministro Antônio Patriota, cuja relação com a presidentA Dilma nunca foi das melhores, foi obrigado a pedir demissão. Ele também foi um dos artífices do programa "Mais Médicos".

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Estamos longe de resolver o problema da saúde pública

Os primeiros médicos estrangeiros chegaram para, segundo o governo, atender as regiões mais pobres do Brasil. Enquanto estiverem aqui, eles devem passar por avaliações e exames de fluência em português. Os médicos cubanos, ideia exposta antes dos protestos contra o governo, devem mesmo chegar até novembro, para dar alguma ajuda financeira ao empobrecido mas ainda influente regime dos Castro, o sustentáculo dos chamados "bolivarianos" (os aliados latino-americanos do governo petista) que fazem o "Libertador" Simón Bolívar não ter descanso em seu túmulo.

É uma maneira, bem particular do nosso governo, de tentar atender as regiões mais pobres e isoladas do Brasil, onde os médicos formados aqui não estão dispostos a trabalhar, não porque não gostem do local, mas porque não existem meios para isso. A maioria dos hospitais do Norte e do Nordeste, as regiões mais isoladas e carentes do Brasil, não tem sequer condições mínimas de funcionamento. Mais do que médicos, brasileiros ou estrangeiros, o que precisa é de infra-estrutura e condições de trabalho aceitáveis. 

Sobretudo, serve para dar mais lastro a uma possível reeleição do PT em 2014, ainda que a medida chamada "Mais Médicos" seja amplamente combatida por muitos setores médicos e pela oposição, e considerada até contraproducente: irá piorar a situação da saúde pública no país quando a intenção é melhorá-la, devido a possíveis falhas de comunicação entre os médicos estrangeiros com a equipe de enfermagem ou com os pacientes, somada às deficiências estruturais já citadas. De quebra, vai ajudar os Castro a manterem a economia de Cuba em pé, já que se adotou a estranha fórmula de remunerar os médicos cubanos usando Havana como intermediária.

Boa parte dos brasileiros já sabe que o programa "Mais Médicos" está bem longe de ser um remédio para os seculares defeitos no sistema de saúde. Este remédio, aliás, tem como efeito colateral favorecer eleitoralmente o governo, mais interessado na saúde de seus aliados internos e externos do que a da população.

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

O banho de sangue continua no Oriente Médio

Após a erradicação da democracia no Egito, com a repressão implacável do regime militar contra partidários do ex-presidente eleito Mohammed Mursi e a libertação de Hosni Mubarak, deposto e preso em 2011 após 30 anos de autocracia, o regime sírio voltou aos holofotes, trucidando seus inimigos. Quem sobreviveu diz que Assad usou armas químicas, dando pretexto para a intervenção internacional, mais uma vez chefiada pelos EUA. 

Por outro lado, o regime de Damasco atribui o uso das armas aos rebeldes, boa parte deles também partidários da violência e da tirania. 

No país vizinho, o Líbano, ataques com mísseis conseguiram atingir o norte de Israel. Os ataques foram obra do Hizbollah, aliado de Assad e partidário do terrorismo internacional que quer o fim do Estado hebreu. Por outro lado, o Hamas, que governa a Faixa de Gaza, está disposto a mostrar sua insatisfação contra o acordo de paz assinado entre seus vizinhos e inimigos e a Cisjordânia. Só não pode mostrar mais força porque o regime egípcio fechou a fronteira terrestre entre Gaza e a península do Sinai, onde terroristas supostamente ligados ao Hamas atacaram e mataram guardas egípcios. 

Enquanto isso, o Ocidente, dependente do petróleo vindo da região, ainda discute o que fazer. Entrar no conflito seria repetir a velha cartilha dos séculos anteriores. Não entrar significa um atestado de omissão e descaso com a região, para muitos. Ainda assim, a carnificina é menor do que as mortes causadas pela criminalidade neste lado do mundo, a América Latina.

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Dollar is getting mad!

O dólar está ficando realmente parecido com um outro personagem verde, também americano, conhecido tanto pela sua fúria quanto pelo suas falas toscas, ao estilo do título desta postagem.

A gestão financeira do governo e o desestímulo aos investimentos estrangeiros no país somada às expectativas acerca das futuras medidas do Fed para reduzir os estímulos à economia americana estão provocando esse "comportamento". Isso significa um desestímulo para os investimentos em países emergentes, pois é um sinal que a maior economia do mundo está realmente saudável. 

Hoje, a nova ata do Banco Central americano deu novos sinais de que vai interromper os estímulos ainda neste ano. Se depender da administração do Ministério da Fazenda brasileiro, quando realmente isso acontecer a moeda americana ficará ainda mais cara. E ainda há a possibilidade das agências de risco diminuirem a nota do Brasil para acabarem de vez com a alegria do nosso governo e esmagar a nossa economia. 

O dólar está ficando louco. E vai ficar mais.


terça-feira, 20 de agosto de 2013

Deveria valer em São Paulo também!

A prefeitura do Rio de Janeiro, para fazer bonito diante dos turistas que virão ao próximo Rock in Rio 2013, Copa do Mundo e Olimpíadas, começou a multar quem joga lixo na rua. Coisas pequenas como bitucas de cigarro rendem ao infrator R$ 157,00. Para algo como uma garrafa PET, R$ 392,00. Lixo de um dia inteiro que ultrapasse 1 metro cúbico significa R$ 980,00 a menos na conta do "porcalhão". A maior multa é para quem joga entulho, móveis, areia: R$ 3000,00. 

Não deixa de ser oportunismo político, mas ao mesmo tempo é muito louvável por parte de Eduardo Paes. Assim, os cidadãos terão de pensar muito bem antes de jogar lixo na rua. Contribuirá bastante para melhorar a imagem do Rio de Janeiro, embora outros fatos igualmente imundos, como corrupção e violência, que emporcalham a imagem do Rio - e de todo o resto do país - continuem em segundo plano. 

A prefeitura paulistana também deveria punir quem insiste em fazer da nossa cidade uma lixeira. O mesmo vale para todas as outras cidades. Seria uma ótima forma de tornar nosso país mais agradável de se viver, e mais coerente com a preocupação ambiental vigente desde antes da Rio-92. 

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Série de cartoons para adultos deu o que falar

Na Internet está disponível uma série de 'cartoons' venezuelana chamada de 'Isla Presidencial', onde diversos presidentes são satirizados como náufragos numa ilha deserta que lembra uma republiqueta de bananas. 

Semana passada, pela primeira vez apareceu o presidente venezuelano Nicolas Maduro, retratado como inepto, gordo, de pouca inteligência e manipulado por um passarinho, com quem consegue se comunicar, alusão às falas do atual presidente sobre seu antecessor e mestre Hugo Chávez ter reencarnado num pássaro. No episódio de 'Isla Presidencial', contracenaram outros personagens também retratados de forma ridícula, como Cristina Kirchner (presidente da Argentina), Juan Manuel Santos (presidente da Colômbia), Evo Morales (presidente da Bolívia), Enrique Peña Nieto (presidente do México) e os governantes da Espanha, primeiro-ministro Mariano Rajoy e o rei Juan Carlos. 

Nicolas Maduro e seu passarinho se encontram com outros náufragos da 'Isla Presidencial' (divulgação)

Logicamente, Maduro não gostou muito da caricatura, disponível na Internet (canal NuevOn) para todos assistirem. Mesmo assim, levou na brincadeira durante um pronunciamento contra o desenho, dizendo não ser tão obtuso nem tão gordo. Para assistir o episódio, clique aqui

A ideia original dos autores era fazer uma versão do seriado 'Lost', de muito sucesso na década passada, e aproveitar isso para ridicularizar o então ditador Hugo Chávez, o protagonista da série até a época de sua morte. Na primeira temporada, ocorrida em 2010, os náufragos eram os presidentes da época, inclusive Lula. Aliás, eles foram parar na ilha justamente porque o imenso iate do ex-presidente brasileiro (alusão ao Aerolula?) foi a pique após perder o controle numa tempestade - agravada pelo fato de Chávez e Uribe tentarem controlar o timão junto com o dono do barco, que sofria as consequências de uns tragos a mais - e colidir com uma pedra (clique aqui para assistir o primeiro episódio). 

No primeiro capítulo, Uribe e Chavez disputam o leme de Lula antes do barco naufragar (Reprodução)

Na segunda temporada, entre 2012 e 2013, os autores tiveram que 'matar' simbolicamente os presidentes que sairam, após a ingestão de peixes venenosos (assistir aqui). Hugo Chavez foi o que mais comeu peixe, numa alusão ao seu estado de saúde abalado desde então, e sua morte (real) em março passado. Mesmo assim, pelo menos nos primeiros episódios ele era o protagonista e 'eleito' presidente da Ilha, graças ao voto de seu mais fiel seguidor, Evo Morales, retratado como um puxa-saco apaixonado pelo seu mestre. Outros personagens surgiram, como Dilma Rousseff, a nossa presidentA, que não aparece muito nos episódios e, quando aparece, mostra ter uma personalidade apagada, como num capítulo onde ela anuncia o 'Templo Universal de Hugo Chavez' (assistir aqui), uma crítica ao alinhamento do Brasil com as idéias do caudilho. 

A série tem como um de seus principais autores Juan Andres Ravell, filho de Alberto Ravell, dirigente da emissora oposicionista Globovision. Todas as vozes são do comediante Emílio Lovara, impagável nas imitações de Hugo Chavez e também oposicionista. O blog que divulga os vídeos é chamado de 'El Chigüire Bipolar' ('A Capivara Bipolar'). 

Embora os principais alvos sejam Chavez e os discípulos Evo e Maduro, seus opositores ideológicos (Juan Manuel Santos, Peña Nieto, o chileno Sebastián Piñera e o próprio rei da Espanha) não foram poupados. 

'Derecha o izquierda, son la misma mierda', cantam os personagens em uníssono (Reprodução)

Todos os episódios dessa sátira política, logicamente, estão em espanhol, e nem todos possuem legendas. Curioso é mostrar Lula e Dilma falando em 'portunhol', usando palavras não empregadas nos falantes desse dialeto aqui no Brasil.

Há participações especiais do 'vilão' Barack Obama, que espiona a todos, e de Che Guevara. 

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

O novo modelo proposto do ensino municipal

A gestão Haddad não é só marcada por obras bem intencionadas mas que denotam falta de conhecimento da cidade, como a implantação de novos corredores de ônibus que roubaram espaço dos automóveis. Também, para ser justo, esta prefeitura não vai ser lembrada apenas pelos buracos ou por um questionável bilhete único mensal para os usuários de ônibus, sem garantias de que será válido para pegar o metrô. Muito menos por reclamações típicas de governantes petistas criticando as gestões anteriores como se tudo o que aconteceu antes da posse deles deva ser satanizado.

Existem boas decisões também. Uma delas é fazer as escolas municipais voltarem a ter recuperação nas férias de julho e em dezembro, e voltar a possibilidade de haver repetência não só no quinto e no nono ano, como acontece nas escolas estaduais. Porém, como é tradição em gestões petistas, o formato é novo, não se tratando simplesmente de aperfeiçoar um modelo já existente: agora as escolas municipais terão três ciclos de ensino fundamental, cada um com três anos, divididos em "alfabetização", "interdisciplinar" e "autoral". Nos três anos do ciclo "autoral", o aluno pode repetir em qualquer ano. Nos dois primeiros ciclos, haverá repetição só no final (ou seja, no fim do terceiro e do sexto ano). Provas bimestrais serão obrigatórias mesmo nos casos em que não haverá repetência.

Por enquanto não se fala em melhorar a preparação dos docentes ou a infraestrutura das escolas. Isso dependeria das verbas do governo federal repassadas para a nossa cidade, e como elas serão administradas. Muitos esperam que esse modelo educacional cumpra o dever de formar melhor as crianças paulistanas, mas de qualquer forma o modelo atual, que repete o adotado nas escolas estaduais, é sabidamente ineficaz.

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Como já antecipei no blog, a Kombi vai acabar

Vão parar de fabricar a histórica Kombi devido à impossibilidade de instalar air-bags nela. 

A Volkswagen relutou bastante em tirar o modelo de linha, devido às suas vendas somadas ao baixo custo de produção e, mesmo assim, alto preço ao consumidor. Mesmo assim, devido à exigência do air-bag e do ABS de série para todos os carros, ela se viu obrigada a ceder. Hoje, foi lançada uma versão chamada de "Last Edition" ("Última Edição"), com 600 unidades. Cada uma vai ser lançada a R$ 85 mil. Por esse preço é possível comprar um carro médio como a versão mais luxuosa do Honda Civic, o EXR 2.0 com câmbio automático. Os maiores mimos da "Last Edition" serão um acabamento exclusivo e a presença de sistema de som com Bluetooth. 

Pelos motivos citados acima, o velho Uno, batizado como Mille, também vai sair mesmo de linha. O novo Uno, que de certa forma continua a linhagem do veteraníssimo carro da Fiat, vai continuar em produção e já tem os equipamentos de segurança exigidos pela lei.

O Índice de Clima Econômico

A Fundação Getúlio Vargas, FGV, em parceria com o Ifo Institut für Wirtschaftsforschung (Instituto de Pesquisas Econômicas) da Alemanha, divulgou recentemente novos números do Índice de Clima Econômico (ICE), que avalia se um país é propício para receber investimentos e tem por base a avaliação trimestral por estudiosos, economistas e agentes de mercado de certo país. Eles dão nove pontos às respostas positivas, cinco às neutras e uma às negativas. 

De acordo com esse método, constituído de duas partes, o Índice de Situação Atual (ISA) e o Índice de Expectativas (IE), um país pode ser mais ou menos interessante para os investidores agora ou no futuro. O ICE é a média ponderada desses dois índices. Não indica o poderio econômico de um país. Países com economias frágeis no momento podem ser bem avaliados desde que tenham potencial para crescerem, como é o caso do Paraguai, que está se esforçando para atrair indústrias e aproveitar a energia elétrica vinda de Itaipu, entre outras medidas. O país recebeu nota 6,1 para o ISA e 7,9 para o IE. Seu ICE é de 7,3. Ou seja, é um país favorável economicamente. 

Já a média da América Latina é bem mais baixa e piorou nos últimos meses: foi de 5,1 para 4,5 no ISA e de 5,2 para 4,3 no IE. Ou seja, esta parte do continente, em geral, é avaliada como de baixo potencial e irá piorar. O Brasil consegue ser pior do que a média: 3,3 no ISA e 4,2 no IE. Isso indica que poderá haver uma discreta melhora no quadro econômico, mas ela será insuficiente para garantir, no curto e no médio prazo, o rumo do país ao desenvolvimento pleno.

Estas notas baixas refletem a excessiva dependência das commodities, matérias-primas de baixo valor agregado, no subcontinente. A China registrou menor crescimento econômico e está comprando menos minérios para as suas indústrias e alimentos para seu numeroso povo.

Países de outros lugares do mundo também foram avaliados e, em geral, pode-se dizer que os EUA e a Europa Ocidental, com importantes exceções (como a França) estão relativamente bem. Os EUA estão com 5,6 de ICE (frente a 5,2 na avaliação passada), a Alemanha tem nota 6,4, o Reino Unido, 5,9 e a França, com apenas 3,9, devido à visão pessimista dos economistas locais. A China, que ao lado dos americanos é o motor do consumo das já citadas commodities, está com baixo ICE: apenas 4,4.

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Intolerância dos que exigem tolerância

Comportaram-se mal alguns gaiatos que hostilizaram o pastor Marco Feliciano, o famigerado presidente da Comissão de Direitos Humanos, num vôo entre Brasília e São Paulo. 

Eles cantaram "Robocop Gay", o sucesso dos Mamonas Assassinas, grupo inesquecível dos anos 90. Chegaram a tocar em Feliciano de forma acintosa, como se ele fosse um velho conhecido deles. 

O pastor não prestou queixa e se limitou a reclamar no Facebook sobre o comportamento dos manifestantes: "alguns gays" que "querem respeito, mas não respeitam". Já os intérpretes dos Mamonas disseram ser "heterossexuais e pais de família". 

Manifestantes mostraram falta de coerência ao agredir Feliciano. Eles cobram tolerância, mas agiram de forma intolerante, o que enfraquece e desmoraliza seus argumentos. Mal comparando, parece ser o caso do sujeito que reclama do trabalho feito pelos garis enquanto joga papel no chão.

Querem tirar o pastor de seu cargo na base do achicalhe. Somente a Comissão dos Direitos Humanos, por força da lei, pode tirar Feliciano de um lugar onde ele nunca deveria estar, se quer mostrar sua relevância para o Brasil, que ainda engatinha na questão do respeito à dignidade dos cidadãos. Feliciano, apesar de sua histrionice e idéias estapafúrdias, também é um cidadão.

O leilão do trem-bala mudou novamente


 O projeto do TAV, trem-bala brasileiro, por enquanto é uma quimera (Foto: Divulgação)

A idéia original era fazer o TAV, trem-bala entre Campinas, São Paulo e Rio de Janeiro, ficar pronto para a Copa de 2014, como meio de transporte de elite e uma alternativa aos vôos domésticos entre as duas grandes cidades do país. Apenas alguns Polianas incuráveis que pensam estar num país perfeito acreditaram. 

Depois a idéia ficou para 2016, para suprir a demanda de passageiros indo para o Rio de Janeiro, sede das Olimpíadas. 

Porém, estamos em 2013, e a idéia não saiu do papel. Nem sequer foram definidas as empresas, já que a data do leilão mudou. E não há mais tempo hábil para se fazer uma obra como esta, levando-se em conta o ritmo dos trabalhos estruturais para a Copa e as Olimpíadas. 

Mesmo se tudo desse certo, seria uma extravagância. O apelo visual é maior do que a utilidade. Para haver retorno teriam que cobrar passagens caríssimas, para uma viagem que é mais demorada do que um vôo entre São Paulo e Rio. Segundo dados do projeto, o trem-bala iria a 350 km/h, no máximo.

Para se ter uma idéia do interesse político acima da racionalidade, várias cidades ao longo do caminho queriam estações, até mesmo povoados sem expressão ou atrativos turísticos como Potim, cidade vizinha de Aparecida. Se fosse atender todas as cidades do eixo Rio-São Paulo, o trem-bala mal poderia andar a 120 km/h, velocidade de um carro, e aí não seria trem-bala e sim um imenso metrô de superfície. Como isso é impossível, foram definidas apenas algumas cidades: Campinas (Centro e Viracopos), Jundiaí, São Paulo (Campo de Marte), Guarulhos (Cumbica), São José dos Campos, Taubaté, Aparecida, Barra Mansa e Rio de Janeiro (Galeão e Centro).

Mesmo essas cidades vão correr o risco de esperar até depois de 2016 para essa obra ficar pronta. E após essa data já não há razão para construir um trem-bala, a não ser para afagar os egos do pessoal de Brasília.

O PT dizia que as obras da ditadura militar eram faraônicas, repetindo a piada do sujo falando do mal-lavado. Aliás, a sujeira atual chega a ser mais pestilenta do que a do passado - e não estou considerando nenhum dos casos de corrupção que ocorreram nesses governos. Eles fariam muito melhor se investissem no transporte público, coisa que qualquer governo, petista ou não (sendo o exemplo mais grave a gestão tucana em São Paulo e o escândalo das obras no metrô), negligencia.

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Da série 'Mondo Cane', parte 25

Desta vez a série vai abordar um caso nos Estados Unidos. De novo. Mesmo o país mais rico do mundo tem pobreza, contrariando o slogan do nosso governo.

Leia aqui. O texto está em inglês, obtido da Associated Press.

O cidadão é quase homônimo de Joseph E. Meyer, acrescentando um "s", parte do nome de uma empresa americana em Illinois especializada em coleta de impostos, e de um milionário do século XX que viveu em Indiana. O fato ocorreu no estado de Ohio, na mesma região, a dos Grandes Lagos.

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Agosto está só começando

Comecei a escrever este blog em agosto de 2009, e neste humilde espaço aproveitei para comentar os mais diversos assuntos.

Este é o quinto mês de agosto neste período de tempo. Todos eles mostraram ser como os outros meses, com momentos bons e ruins. Aliás, todos esses "meses de desgosto" foram até amenos, pelo menos nos registros do "Assuntos-1000". Coisas piores aconteceram em outras épocas. 

Este mês pode ser diferente: dólar a R$ 2,31, os desmandos vindos de Brasília, mais um caso grave de corrupção envolvendo o Metrô de São Paulo, o clima de Guerra Fria devido às acusações de espionagem contra os Estados Unidos e as rusgas entre americanos e russos por causa de Edward Snowden, notícias de chacinas na Brasilândia, ataque de serpente no Canadá e a continuação do vazamento nas ruínas da usina de Fukushima. The last but not the least, o futebol brasileiro com a reputação pior que a da Geni da música feita por Chico Buarque (por culpa do São Paulo e, principalmente, do Santos F.C., que parecia o "Tabajara F.C." no jogo contra o Barcelona). 

Talvez não seja justo lamentar um mês que mal começou. Mais coerente seria lamentar por um ano ruim em curso, como este, o famigerado 2013.

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

É possível agora comer carne sem matar um animal ...

... desde que pague. E pague valores dignos de fazer o Bill Gates ou o Warren Buffett ficarem sem apetite.

Foram investidos cerca de 250 mil euros para desenvolver a carne a partir de células tronco bovinas na Universidade de Maastrich, Holanda. O resultado foi degustado em poucos minutos em Londres, na forma de hamburguer. Acharam-na meio sem gosto, por causa da falta de gordura. Bom para emagrecer a silhueta e mais ainda a conta bancária, mas as pessoas que apreciam uma boa carne e tem juizo suficiente na cabeça ficarão bem longe dessa nova "opção".

Alega-se que a produção dessa forma será muito melhor não só para evitar a morte de milhares de cabeças de gado mas também para reduzir o efeito estufa, pois células de laboratório não emitem metano como os bovinos inteiros (em outras palavras, não soltam gases intestinais). Para isso ser viável economicamente, seria necessária uma produção em larga escala, algo ainda muito, muito longe da realidade.

Produzir a "gororoba", no entanto, pode significar um avanço para estudos mais significativos como o desenvolvimento de órgãos humanos para transplantes.

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

O PT tenta mais uma

Depois da vitoriosa campanha que conseguiu eleger Fernando Haddad para prefeito de São Paulo, apesar de seu trabalho já citado em posts anteriores junto ao Ministério da Educação no governo Lula, a cúpula petista, com o ex-presidente, tenta emplacar a candidatura de Alexandre Padilha, atual ministro da Saúde, para o governo paulista. 

Eles alegam que o PSDB está há muito tempo no poder no Estado. No entanto, boa parte dos paulistas estão informados sobre a atuação de Padilha, responsável pela implantação do programa Mais Médicos, redigido apressadamente para responder às exigências da opinião pública e, particularmente, dos manifestantes, para melhorar a saúde. Não conseguiu convencer ninguém, e aumentou o coro contra o governo por parte dos médicos. Medidas como a importação de profissionais da saúde vindos de Cuba, e depois Portugal e Espanha, foram rejeitadas, assim como a exigência de 2 anos de trabalho no SUS. 

Há esperança de se repetir o efeito Haddad em 2014, para fazer São Paulo, o Estado mais populoso e rico do Brasil, submeter-se às diretrizes vindas do Planalto Central. Isso se Dilma conseguir a reeleição, ou se Lula voltar à Presidência.