quarta-feira, 14 de agosto de 2013

O Índice de Clima Econômico

A Fundação Getúlio Vargas, FGV, em parceria com o Ifo Institut für Wirtschaftsforschung (Instituto de Pesquisas Econômicas) da Alemanha, divulgou recentemente novos números do Índice de Clima Econômico (ICE), que avalia se um país é propício para receber investimentos e tem por base a avaliação trimestral por estudiosos, economistas e agentes de mercado de certo país. Eles dão nove pontos às respostas positivas, cinco às neutras e uma às negativas. 

De acordo com esse método, constituído de duas partes, o Índice de Situação Atual (ISA) e o Índice de Expectativas (IE), um país pode ser mais ou menos interessante para os investidores agora ou no futuro. O ICE é a média ponderada desses dois índices. Não indica o poderio econômico de um país. Países com economias frágeis no momento podem ser bem avaliados desde que tenham potencial para crescerem, como é o caso do Paraguai, que está se esforçando para atrair indústrias e aproveitar a energia elétrica vinda de Itaipu, entre outras medidas. O país recebeu nota 6,1 para o ISA e 7,9 para o IE. Seu ICE é de 7,3. Ou seja, é um país favorável economicamente. 

Já a média da América Latina é bem mais baixa e piorou nos últimos meses: foi de 5,1 para 4,5 no ISA e de 5,2 para 4,3 no IE. Ou seja, esta parte do continente, em geral, é avaliada como de baixo potencial e irá piorar. O Brasil consegue ser pior do que a média: 3,3 no ISA e 4,2 no IE. Isso indica que poderá haver uma discreta melhora no quadro econômico, mas ela será insuficiente para garantir, no curto e no médio prazo, o rumo do país ao desenvolvimento pleno.

Estas notas baixas refletem a excessiva dependência das commodities, matérias-primas de baixo valor agregado, no subcontinente. A China registrou menor crescimento econômico e está comprando menos minérios para as suas indústrias e alimentos para seu numeroso povo.

Países de outros lugares do mundo também foram avaliados e, em geral, pode-se dizer que os EUA e a Europa Ocidental, com importantes exceções (como a França) estão relativamente bem. Os EUA estão com 5,6 de ICE (frente a 5,2 na avaliação passada), a Alemanha tem nota 6,4, o Reino Unido, 5,9 e a França, com apenas 3,9, devido à visão pessimista dos economistas locais. A China, que ao lado dos americanos é o motor do consumo das já citadas commodities, está com baixo ICE: apenas 4,4.

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