terça-feira, 27 de agosto de 2013

As porções de "fast food" e outras gulodices antes e agora

Reclama-se muito da falta de atividade das crianças das classes média e alta atuais, devido à alegação de "falta de segurança" ou porque elas vivem em casa jogando videogame ou passando horas nas redes sociais ou navegando na Internet com algum dispositivo (PC, notebook, tablet, smartphone). 

Isto explica em parte a obesidade infantil. Outro fator importante para isso é a comida, mais precisamente as guloseimas e fast food ingeridas por crianças, adolescentes e também adultos. Não só nos EUA, onde o excesso de peso é uma epidemia, mas na Europa, Ásia e várias partes da América Latina, principalmente as grandes cidades do Brasil. 

Lanchonetes e redes de fast food, assim como fabricantes de alimentos, tem alterado as porções individuais ao longo dos anos. Pode-se alegar de forma inocente que a altura média das pessoas está aumentando, daí a necessidade de aumento das porções, mas os resultados disso (e de outras práticas pouco saudáveis) são milhões de pessoas que precisam carregar o fardo de quilos a mais. Abaixo, alguns exemplos:


Os tamanhos de certas guloseimas nos EUA aumentaram consideravelmente (Ilustração com base no original do blog "Simply purely healthy" e nas informações de Renée Cornet, do National Cancer Institute)


Hamburguer


Pizza de peperoni (e outros sabores também)


Cookie

Estes são exemplos das porções norte-americanas. Fora dos EUA, os outros países também acompanham a tendência, em alguns casos:


O Big Mac era o maior hamburguer servido no McDonald's no Brasil até os anos 90. Depois ele tornou-se um mísero sanduíche perto do que viria a seguir (como o Big Tasty, que é bem mais pesado, caro e calórico: 839 calorias contra 504 do antigo "rei" dos hamburgueres da rede).


Uma garrafa média antiga de refrigerante como a Coca-Cola era de vidro e tinha 290 ml (foto tirada de um anúncio do Mercado Livre). Agora a garrafa média tem 600 ml (mais que o dobro) e é feita de plástico PET (divulgação).

Em outros, porém, as porções tem diminuído, como é o caso dos pacotes de salgadinhos e biscoitos, sem que haja necessariamente redução no preço. O problema é que, antigamente, um pacote de biscoitos de 200 g era dividido com 3 ou 4 pessoas, principalmente crianças. Vinte anos depois, a unidade equivalente foi para 140 g, quantidade normalmente ingerida por apenas 1 (ou 2) pessoas. Se houver mais gente, compra-se pelo menos mais um pacote.

Sem a preocupação com as gorduras trans, os biscoitos de antigamente vinham em pacotes maiores. Agora parece que vêm em porções individuais (diminuição dos antigos 200g para 140-160g), considerando o maior apetite das pessoas. Acima, o biscoito Bono da Nestlé e seu equivalente antigo, os pacotes São Luiz.

Uma curiosidade adicional: está comprovado que as pessoas comem com os olhos, e a relação entre o tamanho do prato e a porção de comida de fato importa, como se pode ver na ilustração a seguir. Detalhe: o exemplo mostra porções de comida dito "de verdade", não "fast food". 

Qual prato contém mais comida? Pense nisso antes de olhar na resposta abaixo (*) (Divulgação)

Este blog não tem a intenção de doutrinar ninguém e respeita os direitos das pessoas escolherem o que comer. Porém, pode servir de alerta para um dos fatores que contribui para o aumento da obesidade no mundo. Um aviso adicional: em certas pessoas pode surtir efeito contrário (despertar o apetite ao mostrar esses inimigos das dietas - hehehe !).



(*) Resposta: há a mesma quantidade de comida em cada prato


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