terça-feira, 30 de junho de 2020

Aviso

Este blog não postará mais sobre "relevância mundial" ou "vergonha mundial". 

Candidatos ao primeiro selo estão difíceis de serem encontrados, enquanto os postulantes ao segundo selo existem aos montes. Como o objetivo, ultimamente, era contrabalançar um com o outro, não há sentido em continuar com esta "premiação". 

Os selos de "orgulho nacional" e "vergonha nacional" continuam, e os "felizardos" serão revelados amanhã. 

segunda-feira, 29 de junho de 2020

Devemos nos preocupar?

A China alertou recentemente para o perigo de uma nova variante da gripe "suína", batizada de G4 e derivada da outrora temida H1N1, causadora de uma pandemia de gripe em 2009. 

Esta nova gripe não é passível de imunização pelas vacinas existentes e seus sintomas são considerados perigosos, apesar de não haver registro de óbitos humanos, sendo conhecidos apenas dois casos. 

Estamos sob ameaça do coronavírus (e também dos vírus da dengue, zika, chikungunya, AIDS, etc.). Outro agente infeccioso vindo de porcos se junta para se refestelar às nossas custas (Photo-Pixabay/MGN Online)


Apesar do perigo, teoricamente as medidas de distanciamento social fazem diminuir drasticamente a incidência desta gripe e todas as doenças cujo contágio se dá pelas vias respiratórias ou por contato direto.

Infelizmente, estamos tempo demais à mercê do coronavírus, que é um parasita bem diferente de qualquer causador de gripe e cuja taxa de letalidade é bem mais alta. Cresce a insatisfação com as restrições na liberdade de ir e vir dos cidadãos brasileiros, que estão se expondo mais ao ataque do inimigo invisível. As políticas erráticas (e/ou a corrupção) de agentes públicos, eleitos para nos representarem (pelo menos nominalmente) nos governos, nas câmaras e no Senado, pioram tudo. 


N. do A.: Estão dando menos atenção a qualquer doença, inclusive a COVID-19, e mais à política, com os questionamentos do currículo Lattes de Carlos Alberto Decotelli da Silva, nomeado ministro da Educação pelo presidente Jair Bolsonaro. Nem mesmo o antigo ministro, Abraham Weintraub, sofreu tantas contestações curriculares. A posse de Decotelli, marcada para amanhã, dia 30, está suspensa.

sexta-feira, 26 de junho de 2020

Da série 'Tirinhas', parte 10

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quinta-feira, 25 de junho de 2020

Decotelli é o novo ministro da Educação

Carlos Alberto Decotelli da Silva tem a árdua missão de comandar a pasta responsável pelo futuro do Brasil: o da Educação. 

O novo ministro da Educação, Carlos Alberto Decotelli (Ag. Brasil)

Ex-presidente do Fundo Nacional pelo Desenvolvimento da Educação entre fevereiro de agosto do ano passado, formado em Ciências Econômicas pela UERJ (Universidade Estadual do Rio de Janeiro), com mestrado na Fundação Getúlio Vargas (FGV), doutorado na Universidade Nacional de Rosário, Argentina, e pós-doutorado na Universidade de Wuppertal, na Alemanha. Criou o curso de MBA em Finanças no Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (IBMEC), juntamente com o titular da Economia, Paulo Guedes. Também é oficial reformado da Marinha, mas faltam informações sobre a patente com a qual passou para a reserva. 

Tornou-se o terceiro ministro da Educação do governo Jair Bolsonaro, depois de Ricardo Vélez Rodriguez e Abraham Weintraub. Promete ser bem sucedido na pasta onde os antecessores fracassaram, em meio a brigas ideológicas. Decotelli, com perfil mais técnico, tem também bom trânsito na política. 

Boa parte da imprensa, porém, lembra que ele autorizou uma licitação de R$ 3 bilhões para equipar computadores e outros equipamentos para escolas públicas, sustada pela CGU, devido ao órgão ter encontrado irregularidades, como a relativamente baixa quantidade de computadores (30 mil) por um valor tão alto. Nem levaram em consideração o fato de Decotelli ser afrodescendente, primeiro negro no ministério de Bolsonaro e segundo na história da pasta, sendo o primeiro José Henrique Paim, do qual pouca gente se lembra, nomeado por Dilma Rousseff em 2014, no final do primeiro mandato. 

Para o Brasil conhecer progressos numa área tão negligenciada, o novo ministro deve realmente ser lembrado para a posteridade, devido aos seus feitos administrativos e pela responsabilidade na gestão dos recursos, e não pelas polêmicas e escândalos.  

quarta-feira, 24 de junho de 2020

Mais uma com a tag "Diarreia mental"


Mais tem gente que faiz umas quadria pur aí, mermo com esse tar de vírus a sorta, né cumpadi Drárzio? Principarmente lá nus guverno pra assartá u dinhero dos imposto que nóis paga...

terça-feira, 23 de junho de 2020

Da série 'Mondo Cane', parte 66

Este blog não costuma fazer alarmismo, mas também não perde a capacidade de estranhar certas coisas, ainda mais durante uma pandemia que matou 1.364 pessoas em um só dia no Brasil, e 434 só no Estado de São Paulo, com mais de 21 mil novos casos e... vamos falar de outra coisa. 

1. Praga de gafanhotos está ameaçando o Rio Grande do Sul, vindo da província de Corrientes, na Argentina; a mesma nuvem devastou colheitas no Paraguai, de onde teria surgido. 

2. Terremoto de 7,4 graus na escala Richter atinge a província de Oaxaca, no extremo sul do México, causando cinco mortes e gerando temor de um tsunami no Pacífico. 

3. China e Índia estão em conflito por suposta invasão de tropas indianas na região do Ladakh, disputada entre os dois países e parte da Caxemira (região do Himalaia de maioria muçulmana); 20 soldados indianos morreram (a ditadura chinesa não informa o número de baixas entre suas forças). 

4. Egito pode entrar em guerra contra o país vizinho, a Líbia, tomada por uma guerra civil entre o governo, apoiado principalmente pela Turquia, e as forças rebeldes apoiadas pelo Egito, Rússia e França. 

5. Também no continente africano, a República Democrática do Congo, também sob guerra civil, volta a ter um surto mortal de Ebola, uma doença ainda sem controle que mata milhares de pessoas a cada ano. 

Sem falar no recrudescimento de casos de COVID-19 em países aparentemente bem sucedidos no combate à doença, como a Alemanha, que teve um surto na cidade de Gütersloh, na Renânia. 

segunda-feira, 22 de junho de 2020

O estranho caso do Shopping Iguatemi de Sorocaba

Um shopping center localizado no interior paulista, entre Sorocaba e Votorantim está funcionando de forma mais peculiar do que os outros lugares. 

Parte do estabelecimento está em Sorocaba, onde a prefeitura ordenou o fechamento do comércio não essencial, mas a outra parte está em Votorantim, onde as regras para a quarentena estão mais flexíveis, e os estabelecimentos podem abrir de 15h a 19h. 

O Shopping Iguatemi Esplanada tem lojas em Sorocaba e em Votorantim; as duas cidades adotaram procedimentos diferentes para lidar com a pandemia (Reprodução/Diário da Região)

Não é um caso tão bizarro, considerando que, na Europa, existem casas divididas até entre dois países diferentes; isso ocorre em Baarle-Nassau, na fronteira dos Países Baixos (Holanda) com a Bélgica; esta cidade formalmente neerlandesa (holandesa) possui um enclave belga chamado Baarle-Hertog, cujas fronteiras passam até em algumas casas do lugarejo, ou seja, uma casa ter um quarto num país e a sala em outro (hehehe!). 

sexta-feira, 19 de junho de 2020

"Memórias Póstumas" vira sucesso nos Estados Unidos

Os Estados Unidos andam valorizando mais a genialidade do brasileiro Machado de Assis (1839-1908)

Machado de Assis está a se tornar o primeiro brasileiro a ganhar popularidade entre os leitores norte-americanos. Antes, entre os sul-americanos, poucos se tornaram apreciados, como o colombiano Gabriel Garcia Marquez, o argentino Júlio Cortazar, o mexicano Carlos Fuentes e o peruano Mario Vargas Llosa. 

Na Amazon e na livraria Barnes & Noble, a edição do romance Memórias Póstumas de Brás Cubas lançada pela editora Penguin Classics e traduzida para o inglês por Flora Thompson-DeVeaux esgotou-se em apenas um dia, para espanto da tradutora e da editora. Flora atribuiu o sucesso não apenas à valorização de autores afro-descendentes, estimulada pelo movimento BLM (Black Lives Matter), mas principalmente pela complexidade da escrita machadiana, onde a ironia e as sutilezas psicológicas devem ser bem absorvidas para quem se dispõe a ler ou a traduzir para outros idiomas. 

Machado de Assis é comumente descrito como tendo uma alma inglesa, por sua elegância de estilo e adaptar o estilo de Laurence Sterne, escritor inglês do século XVIII, apesar de sua origem pobre e nascer como filho de uma lavadeira e um pintor de paredes. Seu livro Memórias Póstumas foi o primeiro onde se pode notar o estilo maduro do escritor, inovando por trazer como um narrador-personagem um defunto, que dedicou seu livro "ao primeiro verme que roeu as frias carnes do meu cadáver". 

Há dois anos atrás, começou a ganhar popularidade quando 76 de seus contos foram publicados, ganhando destaque nas páginas do The New York Times com uma resenha elogiosa, lembrando que alguns escritores como Allan Ginsberg e Philip Roth entraram em contato com as obras do "bruxo do Cosme Velho" e se admiraram, comparando com outros gênios da literatura universal, como Franz Kafka e Samuel Beckett. 


N. do A.: Enquanto isso, o Brasil se reduziu a um "Covidistão", com mais de um milhão de casos (dos quais 520 mil se curaram, graças aos esforços dos profissionais de saúde, mas outros 48 mil pereceram), enquanto o presidente se preocupa muito mais com o filho acusado de corrupção e o ex-assessor deste, e os governadores mais os prefeitos atestam o fracasso de suas políticas contra o novo coronavírus. O que Machado de Assis escreveria, se vivesse na nossa época, na qual a literatura é vista apenas como assunto de intelectuais?

quinta-feira, 18 de junho de 2020

Queiroz e Weintraub (ou, um dia daqueles para Bolsonaro)

Este blog ia tratar de algo diferente da política, mas aconteceram dois eventos relacionados a isso. 

Um deles foi até esperado, pois Abraham Weintraub estava em processo de "fritura", desde a divulgação do vídeo ministerial, no qual ele manifestou sua indignação com os "vagabundos" do STF. Tudo ficou pior depois de sua participação em um ato bolsonarista no domingo passado. Isso motivou sua queda, e não a sua gestão pouco consistente e movida a brigas ideológicas contra reitores, professores e estudantes. O processo de melhoria no setor, tão necessário ao desenvolvimento do país, sofreu um forte revés na gestão de Weintraub e seu antecessor, Vélez Rodriguez, piorando ainda mais com a atual pandemia de COVID-19. 

Abraham Weintraub (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Por outro lado, a Polícia Federal prendeu Fabrício Queiroz, o ex-assessor de Flávio Bolsonaro, dentro de uma das propriedades de Frederick Wassel, advogado do presidente e dos filhos, em Atibaia. O caso ganhou ampla repercussão da imprensa. Queiroz é acusado de supostamente fazer parte do esquema de "rachadinhas" na Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), para alimentar os bolsos dos envolvidos. A prisão do ex-assessor compromete não só Bolsonaro e seu filho mais velho, mas o PSL em geral. 

A Rede Globo, considerada uma arqui-inimiga do governo, fez ampla cobertura da prisão de Fabrício Queiroz, levado da residência do advogado dos Bolsonaro em Atibaia para o Rio de Janeiro (imagem da TV Globo)

Não faltam acusações de "perseguição" feitas pelo senador e seu pai, a autoridade máxima da República, insinuando que a trama só ganhou destaque após as eleições de 2018, mas a PF, para trabalhar direito, deve continuar a agir como fez nos governos anteriores, principalmente nas investigações da Lava Jato, com independência, ou perde a razão de existir. 


N. do A.: Enquanto isso, a PF continua a fazer a Lava Jato funcionar, investigando as operações de trading da Petrobras, envolvendo compras e vendas de petróleo e derivados. Foram feitos 12 mandados de busca e apreensão na Operação Sem Limites II, um desdobramento dos trabalhos feitos em dezembro de 2018, para descobrir como um montante de R$ 17 milhões acabou parando no caixa de empresas offshore e nos bolsos de corruptos, durante os governos Dilma e Temer. Paralelamente, ainda há investigações em curso para as irregularidades encontradas nas licitações de insumos para o combate à COVID-19. 

quarta-feira, 17 de junho de 2020

Tia Jemima e Krespinha

Dois produtos antigos que remetem a um passado racista foram questionados recentemente. 

A tradicional marca Aunt Jemima (tia Jemima) vai desaparecer do catálogo da Quaker Oats, empresa do grupo PepsiCo e conhecida aqui só pela marca de aveia (o "velho da Quaker"). A personagem remete ao tempo da escravidão, representando uma criada negra. Com o tempo ela perdeu o lenço na cabeça e se tornou mais palatável para o "politicamente correto", mas a recente intensificação dos conflitos raciais com o "Black Lives Matter" fez muita gente questionar essa marca. 

A marca Aunt Jemima é acusada há décadas de racismo nos Estados Unidos; recentemente, a figura deixou de ter um lenço e passou a ter uma aparência menos servil

No Brasil, os produtos da tia Jemima chegaram a ser vendidos, há muito tempo atrás. No Youtube cheguei a encontrar um vídeo datado do início da década de 1970, mostrando um comercial de farinha para panquecas. 

Eram outros tempos, mostrando leões em um circo e o "american way of life" escancarado (Tia Jemima e Quaker são marcas registradas)

Por outro lado, havia uma esponja de aço para limpeza pesada, chamada Krespinha, com direito a um comercial mostrando uma menina negra, dos anos 1950, quando o racismo ainda era visto com mais naturalidade. Era fabricada pela S.A. Barros Loureiro Indústria e Comércio, atualmente extinta. Depois, descobriram que a Bombril vendia esse produto, e a empresa foi bombardeada sem dó, sendo chamada de racista por gente que lembra a associação do "cabelo Bombril" com as características da negritude. Hoje, a tradicional fábrica de palhas de aço disse que vai retirá-la do seu portfólio. 

Atualmente esse tipo de comercial não seria aceito por ninguém

terça-feira, 16 de junho de 2020

Para combater os vírus e outros patógenos dentro de casa

Devido à pandemia, muitos se preocupam mais com o ambiente dentro de casa, onde muitos se abrigam para evitar o contágio. 

A maneira mais barata de manter o ambiente limpo é mesmo usar a vassoura ou o esfregão e não economizar nos desinfetantes e sabões para a faxina. 

Além disso, há os aparelhos que prometem purificar o ar e matar os micro-organismos. Foram projetados especialmente para combater fungos e ácaros, mas os fabricantes também prometem o controle de bactérias e também de vírus. Presume-se que o coronavírus esteja entre eles. 

Há duas categorias de purificadores: os ionizadores, os térmicos e os filtrantes. 

Os purificadores filtrantes forçam o ar a entrar para um recipiente com material filtrante, como carvão ativado, retendo boa parte do material particulado, potencialmente nocivo ao ambiente. Requer manutenção periódica para a troca dos filtros. Um exemplo é o Honeywell 16200. 

Os ionizadores, mais comuns dos purificadores, transformam os gases do ar, principalmente o oxigênio, em íons negativos e positivos. As reações químicas podem ou não ser induzidas para a produção de ozônio, ou seja, quebrar uma molécula de oxigênio (formada por dois átomos iguais) e um dos átomos ser incorporado a uma molécula intacta. O ozônio, porém, é um gás perigoso para o organismo a partir de certas concentrações, embora os fabricantes garantam a segurança de seus produtos. Um exemplo é o Samsung Virus Doctor. 

Os esterilizadores térmicos possuem resistências internas para aquecerem o ar em seu interior, matando os micro-organismos pela alta temperatura, até 270 graus Celsius, como é o caso do mais famoso deles, o Sterilair. 

Não há garantia que eles sejam uma arma contra o coronavírus, mesmo porque há poucos testes e eles avaliam a eficácia contra fungos e bactérias, organismos visíveis aos microscópios comuns. Os vírus requerem microscopia eletrônica para serem observados. 


N. do A.: O "vírus" do autoritarismo é uma praga difícil de combater e nem os mais caros e potentes esterilizadores de ar são eficientes contra ele. Parece que o ministro da Justiça André Mendonça está "infectado" ao ordenar um inquérito contra o chargista Renato Aroeira, que fez uma caricatura do presidente Jair Bolsonaro pintando a cruz representando um hospital como se fosse uma suástica, dizendo: "Bora invadir outro?". 

segunda-feira, 15 de junho de 2020

Sara conseguiu o que queria

Com o ato tresloucado do grupo chamado "300 pelo Brasil", atacando o STF com fogos de artifício e invadindo o Congresso, a sua líder, Sara Fernanda Geromini, conhecida como Sara Winter, não podia ter um destino diferente. 

Sara Winter é apoiada pelos bolsonaristas e olavistas (Dida Sampaio/Estadão)


A ex-FEMEN foi detida pela Polícia Federal, junto com mais cinco companheiros de "luta". E com ampla cobertura da imprensa, como ela queria. 

Caso Sara não for exemplarmente punida por estes atos extremistas, ela certamente vai ganhar mais apoio da ala mais radical do bolsonarismo, e talvez até se candidate a deputada pelo partido "Aliança pelo Brasil", que ainda não existe. De qualquer forma, ela vai continuar a tentar a "ucranização" do Brasil, com grupos armados impondo a sua vontade em nome dos valores tradicionais (leia-se, em nome de uma ditadura de "salvação nacional"). 


N. do A.: As manifestações de ontem colocaram o governo Bolsonaro em dificuldade, pois o ministro  da Educação Abraham Weintraub participou, repetindo o que disse na famigerada reunião de 22 de abril, sobre os "vagabundos". Já se fala em demissão, principalmente em setores da mídia, que nunca gostaram do ministro e seus esforços para "desideologizar" o ensino no país, nada conseguindo além de conquistar a reprovação de professores, diretores, reitores e outros profissionais do ramo. Reuniu-se em aglomeração sem máscara, e vai pagar multa de R$ 2.000,00. 



sexta-feira, 12 de junho de 2020

Dia dos Namorados



Ela é um mulherão, e nenhum presidente resiste! Recebeu um ministério novinho (ou velhinho, que o amante, como verdadeiro Messias até no nome, fez ressuscitar...), e a pobre da Michelle... ganhou ao menos alguma coisa como recordação?

quinta-feira, 11 de junho de 2020

Se a moda pega...

Vândalos infiltrados entre os grupos antirracistas e os "antifas" estão depredando estátuas de pessoas que consideram como símbolos da escravidão e da exploração dos povos. Nos Estados Unidos, uma estátua de Cristóvão Colombo é decapitada em Boston, enquanto outra é atirada num lago, em Richmond, estado da Virgínia. Em Londres, a capital britânica, uma estátua de Winston Churchill, o primeiro-ministro que tomou à frente dos combates contra o fascismo durante a II Guerra Mundial, foi pichada, com os dizeres Was a racist (Era um racista). No continente europeu, Bruxelas, a capital da Bélgica, foi danificada a estátua do outrora impiedoso rei belga Leopoldo II, conhecido por tornar o Congo, atual país na África central, sua propriedade particular. 

Cristóvão Colombo, o navegador genovês acusado ser o responsável pela destruição dos povos indígenas pelos europeus, simplesmente por descobrir a América para os espanhóis, no século XV; vândalos o "executaram" (Tim Bradbury/AFP)

Em todo o mundo destroem e depredam, à maneira do Daesh, o "Estado Islâmico", sob o pretexto de combater símbolos da depravação, como se isso corrigisse os males do racismo, do autoritarismo e da opressão. Daqui a pouco vão querer invadir os museus à procura de estátuas de Hitler, Mussolini, Salazar ou Francisco Franco, líderes comprovadamente fascistas, ou qualquer outro representante "maldito" da "extrema direita", aproveitando para destruir qualquer outra obra no caminho, vítima inocente da "boa causa". 

No Brasil, ainda não se chegou a esse ponto, mas muitas estátuas podem vir a se tornar alvos de pretensos defensores dos oprimidos. É o caso da figura de Borba Gato, o bandeirante, antigo explorador do Brasil colonial visto como perseguidor de indígenas, já bastante citada neste blog, um dos marcos da Avenida Santo Amaro. Borba Gato encabeça a lista de alvos e há quem queira realmente derrubá-lo ou removê-lo, de acordo com alguns abaixo-assinados.

Temos estátuas de Anhanguera na Avenida Paulista, e de Fernâo Dias em Ibituruna (Minas Gerais), ambos também bandeirantes. O Monumento às Bandeiras no Parque Ibirapuera e a estátua do bandeirante em Santana de Parnaíba. Estátuas de figuras da chamada "extrema direita", como o marechal Floriano Peixoto no Rio de Janeiro ou os presidentes do regime militar. Pode sobrar para D. Pedro I, o proclamador da Independência (e monarca autoritário) ou Pedro Álvares Cabral, o descobridor do Brasil. 

Os defensores da preservação histórica devem se posicionar de forma clara e contundente contra esse vandalismo, que agride a memória dos povos, além de ser a pior maneira de defender uma ideia. Laurentino Gomes, conhecido historiador e autor dos livros 1808, 1822 e 1889, já se manifestou nas redes sociais, mas muitos ainda não fizeram isso, pelo bem do país e da civilização. 

quarta-feira, 10 de junho de 2020

Uma mulher pioneira duas vezes

Kathryn Sullivan, atualmente com 68 anos, já havia sido a primeira mulher a caminhar no espaço, em órbita na Terra, durante uma missão na nave Challenger em 1984, e também a astronauta que mais realizou viagens espaciais: além da missão na Challenger, ela participou da equipe que instalou o telescópio espacial Hubble  a bordo da nave Discovery, em 1990, e três anos mais tarde liderou a missão Atlantis.

Kathy Sullivan em órbita, outubro de 1984 (Nasa)


Depois de 36 anos, a pioneira resolveu embarcar num submarino construído pela empresa Triton, fazendo parte de um projeto liderado pelo investidor e explorador Victor Vescovo. Ele já havia visitado a Challenger Chasm, o ponto mais profundo da Terra, na Fossa das Marianas (Oceano Pacifico), a 11 km do nível do mar, no ano passado. Outras seis pessoas já fizeram antes essa viagem insólita, onde a pressão é cerca de 1.100 vezes maior do que na superfície e aspectos naturais dessa depressão ainda são muito pouco conhecidos. 

Há poucos dias, ele retornou a este ponto com Sullivan. A viagem de quase dez horas representa um risco para uma mulher já idosa, mas ela enfrentou a nova situação, mergulhando por quatro horas, estudando a geologia do abismo, sempre dentro do submarino, cujas paredes têm 9 cm de espessura para suportarem a pressão local, e depois levando mais quatro horas para voltar.

A ex-astronauta junto com o organizador da expedição, Victor Vescovo (Enrique Alvarez/EVOS Expeditions)

Ela contou que a experiência foi tranquila, se comparada às missões espaciais.

Estudar a fossa das Marianas, local quase tão desconhecido quanto o espaço, pode levar a descobertas espantosas. Foi numa dessas missões nas profundezas, por exemplo, que se descobriram seres unicelulares medindo alguns centímetros em 2011, por oceanógrafos da Universidade da Califórnia. 

terça-feira, 9 de junho de 2020

Será que agora vai?


Os parlamentares ainda não cortaram os próprios salários, mesmo com os cortes na iniciativa privada e no funcionalismo em alguns poucos Estados, por culpa dessa pandemia que está matando mais de 1.000 por dia. Será que, após a fala do presidente, irão ao menos pensar no assunto? 

ESSE ATO IGNÓBIL PRECISA SER PUNIDO EXEMPLARMENTE! ATÉ QUE PONTO CHEGAMOS?

O pequeno Enzo, de 4 anos, foi enterrado hoje, após ser morto por um sociopata na Baixada Fluminense (Divulgação)

Chegamos a achar normal uma ignomínia dessas? Matar um menino de apenas quatro anos em plena festa de aniversário?

O sujeito chamado Pedro Pevidor precisa sofrer o rigor da lei por esse ato monstruoso e insensato!

E ainda reclamam do pai da vítima por ele ter reagido de forma corajosa, desarmado e imobilizado o criminoso!

A tragédia aconteceu no último domingo em Magé, na Baixada Fluminense, região assolada pela violência. Curiosamente, houve um caso semelhante, onde um bandido matou outro menino de 4 anos, também chamado Enzo, em outra cidade, Guarapari, no Espírito Santo. No entanto, o alvo, naquele caso, eram os país do garoto. 

O Brasil está farto de casos assim! Não há respeito pela vida humana, nem de inocentes crianças! 


Quanto mais conheço as pessoas, mais gosto do meu cão! (Blaise Pascal, matemático do século XVII)

segunda-feira, 8 de junho de 2020

Manifestações indicam acirramento da polarização (ou os dois lados da necropolítica)

O Brasil já tem alguns apelidos, uns históricos e bem mais benfazejos, como a "Pindorama" dada pelos tupis e a "Terra de Santa Cruz", com a qual os portugueses denominaram este imenso lugar durante as descobertas. Outros, ao longo do tempo, falaram em "país do carnaval" ou "país do futebol", aludindo a aspectos pitorescos da cultura. Existem, porém, termos pejorativos, como "Botocúndia", "Banânia", "Bananistão". Devido à falta de controle sobre a pandemia de coronavírus e ao desprezo dado neste país aos cuidados com a doença, este lugar "abençoado por Deus" vai acabar recebendo outro apelido, o de "Covidistão". 

Militantes políticos aproveitam o vácuo de poder deixado pelas autoridades, que demonstram todas as suas limitações por não conseguirem resolver nem a crise econômica e nem a sanitária, e resolvem tomar as ruas, aglomerando-se e correndo o risco de pegar a COVID-19 em nome de suas convicções.

De um lado, temos forças políticas que "pegaram carona" nas revoltas ocorridas nos Estados Unidos. O pretexto para os chamados "democratas" vestidos de vermelho e preto irem às ruas é o assassinato de George Floyd em maio, um homem negro que pereceu sob os joelhos de um policial branco violento. Em nome do combate ao racismo e à democracia, eles querem o presidente Jair Bolsonaro fora do poder. A maioria deles é simpatizante do governo petista entre 2003 e 2016 ou defensora do socialismo e do marxismo, sempre vistos como solução para resolver a gritante desigualdade social e a pobreza existente na nossa nação. O governo petista, de forma menos utópica, usou essa ideologia "de esquerda" para abusar do poder, favorecendo a gigantesca roubalheira contra o NOSSO DINHEIRO feita por corruptos e oportunistas.

Manifestantes se reúnem no Largo da Batata contra o governo Bolsonaro (Eduardo Knapp/Folhapress)

De outro, os simpatizantes mais radicais do presidente, defendendo um governo sem tantos obstáculos impostos pela chamada "velha política". Parte deles quer o autoritarismo puro e simples, com o fechamento do STF e até do Congresso, e uma "intervenção militar" para combater o comunismo e a quarentena causada pelo "vírus chinês", acusada de destruir a economia e gerar desemprego, enquanto priva a liberdade, principalmente de ir e vir e de se aglomerar para, segundo eles, defenderem a pátria. 

Na Avenida Paulista, houve protesto pacífico, mas esvaziado, a favor de Bolsonaro (Kaio Lacaio/VEJA)

Em São Paulo, os vestidos de verde e amarelo eram poucos e se concentraram na Avenida Paulista, enquanto os vermelhos e pretos enchiam o Largo da Batata e alguns deles apanharam da polícia ao tentarem marchar para a Paulista, onde estão os "inimigos". Em Brasília, ambos se reuniram e não houve violência, mas se juntaram e nem ligaram para as máscaras. 

Quem vestiu vermelho ou preto protestou contra o racismo e o governo Bolsonaro, visto como contrário à democracia (Ricardo Stuckert)
O presidente recomendou que os apoiadores não fizessem manifestações próximas às dos opositores, mas alguns não atenderam ao pedido (Evaristo Sá/AFP)
Mesmo assim, a maioria dos que saíram às ruas no domingo era anti-Bolsonaro; no Recife, incluíram protestos por causa da morte do menino Miguel, negro, filho de empregada doméstica, morto pela negligência da patroa dela (Guilherme Gandolfi)

A pandemia e a maior crise econômica em décadas, causada pelo coronavírus, geraram um ambiente propício para o Brasil ser um imenso lugar mefítico. Assoladas pela necessidade de se sustentarem, ou simplesmente porque não aguentam ficar em casa, milhões de pessoas desobedecem às normas do Ministério da Saúde, que ainda valem, apesar do presidente também ignorá-las totalmente.

Bolsonaristas insistem ainda em subestimar o "vírus chinês", visto como pretexto para a roubalheira (o "covidão") e a subserviência à China, enquanto muitos adversários políticos colocaram, acima da necessidade de proteger a saúde, a vontade de pressionar por um impeachment ou até uma cassação da chapa Bolsonaro-Mourão, acusando-a de ter fraudado as eleições com as fake news (usadas galhardamente em 2018 não só por eleitores do ex-capitão, mas por quem votou em Fernando Haddad, também, na esperança de colocar o ex-presidente Lula de novo no poder).

Além disso, planejamento dos governadores e dos prefeitos se revelou um fracasso, pois agiram tarde, depois do Carnaval, quando a pandemia começou a explodir no mundo. Para não agravarem o colapso econômico eles estão flexibilizando as quarentenas, mesmo quando não se atingiu ainda o pico da pandemia, a partir do qual os casos e as mortes pela COVID-19 param de crescer. Pagaram o preço de adotarem algo diferente de países que estão controlando o vírus, como Coréia do Sul, Taiwan, Vietnã e Islândia, que adotaram medidas rigorosas já no começo da epidemia enquanto faziam testes e monitoramentos em massa, e o Japão, cujos habitantes levaram realmente o uso das máscaras a sério.

Se os chefes dos Estados e municípios falharam e ainda permitiram desvios milionários de dinheiro em licitações mal feitas, irregulares ou ausentes, o que fez o governo federal? Está dificultando a divulgação das mortes e dos novos casos, seguindo o exemplo de países como Venezuela, Coréia do Norte, Belarus, Turcomenistão e outras nações párias.

Como resultado dessa necropolítica generalizada, o Brasil virou o epicentro do inimigo invisível, e sabe-se lá quando nos livraremos dele, mesmo usando recursos como a hidroxicloroquina. Pois a vacina ainda vai demorar para chegar, apesar dos esforços para testar algumas das possíveis candidatas à imunização mundo afora. 

sexta-feira, 5 de junho de 2020

Breves da semana que termina

1. Em meio à pandemia que está matando mais de mil brasileiros por dia, o presidente Jair Bolsonaro está ameaçando retirar o Brasil da OMS, imitando Donald Trump... 

2. ... que apontou o país sul-americano como mau exemplo no combate à pandemia. Trump sabe que os Estados Unidos ainda são o país mais assolado pela COVID-19, mas ele prefere apontar os erros alheios, ou seja, condenar alguns dos cinquenta governadores dos Estados, ou líderes europeus, ou o governo brasileiro, ou a China, ou a OMS...

3. ... que voltou a colocar a hidroxicloroquina como matéria de estudo; aos poucos, está se desfazendo a confusão entre este medicamento, já amplamente usado junto com a azitromicina para tratar a COVID-19, e a cloroquina, comprovadamente tóxica. 

4. Isso lembra a confusão entre os movimentos democráticos, que estão agindo de forma mais cautelosa por causa da pandemia, e os "antifas", com suas bandeiras vermelhas e pretas (as cores do comunismo e do anarquismo), que se aglomeram e causam temor não só aos fascistas; os "antifas" continuam a se manifestar nos Estados Unidos, e desta vez não promoveram vandalismo, organizando marchas pacíficas. 

5. Enquanto isso, outra luta, contra a corrupção na política, deve continuar, e há notícias de interesse para os que querem um país com menos roubalheira, com as apurações sobre o "covidão", ou seja, o desvio de dinheiro destinado à saúde pública contra o coronavírus, e a denúncia da PGR contra Arthur Lira, presidente do PP, acusado de cobrar propina em negociatas entre a Petrobras e a construtora Queiroz Galvão. 

6. No mundo futebolístico, por enquanto paralisado devido ao COVID-19, alguns personagens se destacam, como o atacante Fred, que fez uma pedalada beneficente para arrecadar 4.000 cestas básicas, entre Belo Horizonte e o Rio, para voltar ao Fluminense, onde é ídolo; o jogador, conhecido por sua participação na "Copa da Vergonha", usou uma bicicleta elétrica para diminuir o desgaste. 

quinta-feira, 4 de junho de 2020

Esquiva Falcão e sua luta fora dos ringues

Recentemente, o pugilista Esquiva Falcão, um dos destaques dos Jogos Olímpicos de 2012, em Londres, revelou sua luta para arrecadar dinheiro fora dos ringues, pois está impedido de praticar seu esporte por causa da pandemia de COVID-19.

Esquiva Falcão se tornou boxeador profissional após disputar a Olimpíada de 2012, em Londres, mas seus problemas financeiros o obrigam a ser um lutador em período integral (Scott Heavey/Getty Images)
Vendendo mini-pizzas para entrega em seu Estado (Espírito Santo), o esportista não quis saber de receber auxílio nenhum do governo, como são obrigados a fazer muitos brasileiros. Porém, seu carro, um Nissan Tiida, foi danificado num acidente, e para pagar as despesas cogitou vender a sua medalha de prata, ganha em Londres. 

Felizmente, ele desistiu de levar isso adiante e teve outra ideia: fazer uma rifa para vender as suas luvas que usou na Olimpíada. 170 pessoas colaboraram, entre elas o jogador de Counter Strike: Global Offensive (MIBR) Epitácio "TACO". A solidariedade animou o boxeador, que poderá adquirir um automóvel novo para conseguir trabalhar até voltar a trocar socos com os adversários. 

Espera-se que ele consiga vencer mais esta luta. O boxe e outros esportes não têm nem de longe a mesma repercussão e valorização no Brasil, se comparados ao futebol. 

quarta-feira, 3 de junho de 2020

Da série 'Noventolatria', parte 23 - Xica da Silva

O Brasil ainda é um país injusto socialmente, e um dos problemas mais sérios é mesmo o racismo, uma violência sem respaldo do bom senso e da ciência, que já provou a inexistência de "raças" na espécie humana. 

Por aqui, não há os confrontos enfrentados nos Estados Unidos, onde os negros são minoria, e na África do Sul, onde a maioria negra era oprimida pelo apartheid, o regime de segregação racial imposto pela minoria descendente dos europeus. Mas, como é sabido desde antes dos movimentos abolicionistas que forçaram o país a abolir a escravidão após todas as demais nações, o racismo se fez de forma insidiosa e agregou-se à cultura. 

Por isso, ainda aceitamos como normais a falta de pessoas de pele escura em cargos executivos, nos meios acadêmicos e nos comerciais e anúncios, por exemplo. Na televisão, os protagonistas são, na maior parte das vezes, de pele clara. 

Uma das exceções foi Xica da Silva, novela da Rede Manchete escrita por Walcyr Carrasco (pseudônimo Adamo Angel) em 1996. Taís Araújo não foi a primeira protagonista negra da história da televisão, título dado a Ruth de Souza (1921-2019) na novela da Tupi A Cabana do Pai Tomás, mas foi a primeira a dar título à obra. 

Xica da Silva mostrou de forma bem fantasiosa, "novelesca" mesmo, o problema da escravidão, e como uma jovem escrava se impôs naquele ambiente, conseguindo ser a esposa de um fidalgo, o contratador João Fernandes, e enfrentar seus inimigos, principalmente Violante, a ex-noiva do contratador. 

Como era praxe nas novelas da Manchete, havia muito sexo e sensualidade, e houve problemas com os telespectadores mais tradicionais e a legislação, pois Taís Araújo, naquela época, ainda não havia completado 18 anos, e Walter Avancini, diretor da trama, a utilizou para várias cenas eróticas. 

A novela deu grande fama à atriz carioca, e pouco mais tarde ela foi contratada pela Rede Globo, protagonizando as novelas Da Cor do Pecado (2004) e Viver a Vida (2009), e o seriado Mister Brau com o marido, Lázaro Ramos. 

Abertura da novela Xica da Silva, entre 1996 e 1997 (canal Maggie Schneider, do Youtube)

N. do A.: Esta postagem mais leve lembra dos vários "noventólatras" do país, saudosos dos "anos 90", e da importância de se deplorar o racismo. Afinal, vidas negras importam, como todas as outras. Isso não respalda a violência de certos grupos, os supremacistas e aqueles que usam o pretexto do antirracismo e do antifascismo (é hábito de simpatizantes do marxismo taxar de fascista qualquer conservador que se posicionar de forma mais contundente, mesmo que repudie o militarismo, o nacionalismo e o populismo dos verdadeiros fascistas) para depredar e colocar em perigo a vida e os direitos de terceiros. 

terça-feira, 2 de junho de 2020

Mundo mais próximo da distopia

Chegamos a ter mais de 1.200 mortos por dia, pelo menos oficialmente, na pandemia de COVID-19. Isto deveria chocar, mas menos gente está se escandalizando para as mortes, preferindo falar de outra coisa, como o Anonymous Brasil, as fake news e a Sara Winter. 

Muitos não se chocam com esses números pois está notando um número inflado de mortos, 1.262, por causa da subnotificação entre domingo e segunda. Isso sempre ocorre, mas não deixa de ser alarmante. E de nada adianta comentar isso aos parentes das vítimas, pois a estatística não vale nada diante da dor de perder um pai, uma mãe, um avô, um tio ou mesmo um filho. 

O Anonymous voltou das sombras para acirrar as diatribes políticas no Brasil e nos Estados Unidos, em meio à maior pandemia da História (Reprodução/Twitter)

30.000 mortes causadas pelo vírus não impactam tanto quanto o vazamento de dados do presidente, dos filhos Flávio, Carlos e Eduardo, dos ministros Abraham Weintraub e Damares Alves, de aliados como o deputado do PSL paulista Douglas Garcia, pelo Anonymous Brasil. Isso mostra o perigo dos hackers e a importância de proteger os nossos dados pessoais. O "cyberterrorismo" não pode ser visto como uma luta política legítima. O Anonymous já atuou contra a ex-presidente cassada Dilma Rousseff durante as grandes manifestações de 2013, e agora tenta vitimar Bolsonaro. Donald Trump também é alvo dos "anarquistas virtuais", que se dizem apoiadores do movimento "Black Lives Matter", que protestou contra a morte brutal e abjeta de George Floyd por um policial branco que, ao menos, está na prisão. 

Atuações de hackers e as fake news precisam ser combatidas com uma legislação eficiente. O projeto proposto por Tábata Amaral (PDT-SP), Alessandro Vieira (Cidadania-SE) e Felipe Rigoni (PSB-ES) ainda deixa bastante a desejar, apesar de ter perdido os arroubos autoritários que significavam a censura nas redes sociais e a possibilidade de fechamento do Whatsapp, do Twitter e do Facebook no país. Eles não retiraram o trecho que autoriza o uso da Polícia Federal contra acusados de divulgar notícias mentirosas sem mandato judicial, e poucas garantias de proteção de dados pessoais, como RG e CPF, que passam a ser obrigatórios para os usuários das redes sociais. 

Acusada de, entre outras coisas, fazer mau uso dessas redes, a extremista Sara Winter continua a fazer barulho, após protagonizar o espetáculo grotesco do último domingo, quando o seu grupo, o "300 pelo Brasil", ameaçou o STF portanto tochas, como um arremedo dos grupos supremacistas norte-americanos. Ela foi expulsa do DEM, e fez pouco caso, dizendo ser membro do Aliança pelo Brasil, um partido ainda sem registro no TSE, e portanto uma agremiação, por enquanto, fantasmagórica, apesar do empenho demonstrado pelo presidente Jair Bolsonaro, seus filhos e asseclas. 

Mais do que fantasmagórica, é aterrorizante mesmo a sanha militarista da China e da Rússia, como resposta à crescente deterioração das relações com os Estados Unidos. 

O parlamento, tomado pelo Partido Comunista Chinês, aprovou ainda em maio uma lei de segurança nacional que ameaça a autonomia de Hong Kong, e militares já falaram grosso contra Taiwan, apesar de não haver grandes manifestações de hostilidade contra Pequim. A "província rebelde" onde há um regime democrático não reconhecido formalmente pela maioria dos países. assistiu ao começo do segundo mandato do presidente Tsai Ing-Wen, no último dia 20. Além de tudo, cresce o movimento de navios militares chineses e norte-americanos no Mar da China Meridional, onde há a disputa de territórios de pesca, reivindicados pelo gigante asiático em detrimento dos outros países, como Vietnã e Filipinas. 

Jà a Rússia está para testar um drone submarino difícil de ser detectado e capaz de carregar armas nucleares suficientemente poderosas para causarem tsunamis de dezenas de metros de altura e destruir enormes áreas continentais. 

Há, portanto, motivos para acreditar que o COVID-19 será um problema menor diante de outras ameaças. Caminharemos para um futuro distópico?

segunda-feira, 1 de junho de 2020

Orgulho e vergonha de maio

Estamos já no meio de um ano praticamente arruinado pela pandemia do novo coronavírus e, mais recentemente, pelo agravamento do radicalismo político. Nos Estados Unidos e no Brasil, a violência pode ajudar o vírus a mandar mais gente para o cemitério e causar chagas na estrutura social e na economia. 

No mês passado, ficou muito fácil achar candidatos à "Vergonha Nacional", por suas contribuições para tentar transformar o Brasil numa aberração do Sistema Solar. Por outro lado, está difícil achar quem merece o selo de "Orgulho Nacional", para ajudar o país a ser realmente grande. 

O prêmio de "Orgulho Nacional" ficou para o Dr. Carlos Gil Ferreira, oncologista e autor de 150 artigos científicos sobre câncer, principalmente o de pulmão. Pelo conjunto do trabalho, recebeu o prêmio Partners in Progress, da American Society of Clinical Oncology (ASCO). Foi o primeiro médico não nascido nos Estados Unidos a ganhar o prêmio.

O Dr. Carlos Gil Ferreira foi o primeiro médico de fora dos EUA a ganhar um prêmio da American Society of Clinical Oncology

Por outro lado, foram vários os candidatos ao outro selo. Entre outros maus elementos, destacam-se duas figuras: Sara Winters, a líder dos "300 pelo Brasil", grupo antidemocrático, e Regina Duarte, a atriz que fez o pior papel de sua carreira ao se tornar Secretária de Cultura, não conseguir fazer nada relevante e ser fritada em pouco tempo, combatida tanto por antigos colegas quanto por membros do governo. Essas duas, no entanto, "só" arruinaram a sua reputação. Por exemplo, Winters, a ex-FEMEN, nada conseguiu além de fazer barulho (por enquanto). E a atriz foi a Porcina de novo: foi sem nunca ter sido, uma integrante do governo Jair Bolsonaro.

Mas nada prejudicou tanta gente quanto o prefeito de São Paulo, Bruno Covas, ao instituir um rodízio desastroso, tentando retirar 50% da frota de carros. Só conseguiu agravar a superlotação no transporte público, expondo ainda mais os cidadãos paulistanos ao perigo do coronavírus. Por isso, ele vai receber o selo. João Dória Jr., governador e cúmplice desta ideia "brilhante", já recebeu o seu quando abandonou a prefeitura e deixou o neto do Mário Covas em seu lugar.

Para piorar, os dois bolaram um "super-feriadão" entre os dias 20 e 25 do mês passado, para forçar as pessoas a ficarem a casa. Anteciparam Corpus Christi (oficialmente, 11 de junho), Consciência Negra (20 de novembro) e a Revolução Constitucionalista (9 de julho). A iniciativa fracassou, e só fez a dupla virar motivo de piada, além de escancarar o fracasso em deter a expansão da pandemia.

Bruno Covas cometeu um ato que pode sepultar sua candidatura à reeleição para a prefeitura, além de agravar a crise sanitária com seu rodízio desastroso na capital paulista; ele se arrependeu, mas criou um super-feriadão inútil

SpaceX conseguiu lançar foguete tripulado para a Estação Espacial Internacional...

... mas pouca gente deu a devida importância! Era o primeiro lançamento de um foguete tripulado desde 2011, e também o primeiro de uma empresa privada, a SpaceX, de Elon Musk! 

O foguete Falcon 9, da SpaceX, levou dois astronautas da Nasa para a ISS, no último sábado (S. Martinez/Getty Images)

Preferiram cobrir as manifestações violentas contra a morte de George Floyd, um homem negro que morreu asfixiado por um policial branco em Minneapolis, no estado de Minnesota, o ato extremista do grupo "300 pelo Brasil" perto do STF, com aquelas tochas imitando a Ku-Klux-Klan, e as brigas entre bolsonaristas e membros de torcidas organizadas. 

Ativistas foram às ruas protestar contra a violência policial contra negros nos Estados Unidos, enfrentando a repressão e o risco de contrair o coronavírus (Loren Elliott/Tampa Bay Times)

Enquanto isso, a COVID-19 já também não desperta a devida importância, apesar de matar cerca de mil pessoas por dia só no Brasil! As aglomerações formadas por esses grupos não só causaram violência e abalaram a normalidade institucional, mas foram potenciais fontes de contaminação nos dois países mais contaminados do mundo. O resultado desses movimentos para a resolução de problemas graves como o racismo e os atos contra a democracia não compensa as consequências negativas.