quarta-feira, 17 de junho de 2020

Tia Jemima e Krespinha

Dois produtos antigos que remetem a um passado racista foram questionados recentemente. 

A tradicional marca Aunt Jemima (tia Jemima) vai desaparecer do catálogo da Quaker Oats, empresa do grupo PepsiCo e conhecida aqui só pela marca de aveia (o "velho da Quaker"). A personagem remete ao tempo da escravidão, representando uma criada negra. Com o tempo ela perdeu o lenço na cabeça e se tornou mais palatável para o "politicamente correto", mas a recente intensificação dos conflitos raciais com o "Black Lives Matter" fez muita gente questionar essa marca. 

A marca Aunt Jemima é acusada há décadas de racismo nos Estados Unidos; recentemente, a figura deixou de ter um lenço e passou a ter uma aparência menos servil

No Brasil, os produtos da tia Jemima chegaram a ser vendidos, há muito tempo atrás. No Youtube cheguei a encontrar um vídeo datado do início da década de 1970, mostrando um comercial de farinha para panquecas. 

Eram outros tempos, mostrando leões em um circo e o "american way of life" escancarado (Tia Jemima e Quaker são marcas registradas)

Por outro lado, havia uma esponja de aço para limpeza pesada, chamada Krespinha, com direito a um comercial mostrando uma menina negra, dos anos 1950, quando o racismo ainda era visto com mais naturalidade. Era fabricada pela S.A. Barros Loureiro Indústria e Comércio, atualmente extinta. Depois, descobriram que a Bombril vendia esse produto, e a empresa foi bombardeada sem dó, sendo chamada de racista por gente que lembra a associação do "cabelo Bombril" com as características da negritude. Hoje, a tradicional fábrica de palhas de aço disse que vai retirá-la do seu portfólio. 

Atualmente esse tipo de comercial não seria aceito por ninguém

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