quarta-feira, 10 de junho de 2020

Uma mulher pioneira duas vezes

Kathryn Sullivan, atualmente com 68 anos, já havia sido a primeira mulher a caminhar no espaço, em órbita na Terra, durante uma missão na nave Challenger em 1984, e também a astronauta que mais realizou viagens espaciais: além da missão na Challenger, ela participou da equipe que instalou o telescópio espacial Hubble  a bordo da nave Discovery, em 1990, e três anos mais tarde liderou a missão Atlantis.

Kathy Sullivan em órbita, outubro de 1984 (Nasa)


Depois de 36 anos, a pioneira resolveu embarcar num submarino construído pela empresa Triton, fazendo parte de um projeto liderado pelo investidor e explorador Victor Vescovo. Ele já havia visitado a Challenger Chasm, o ponto mais profundo da Terra, na Fossa das Marianas (Oceano Pacifico), a 11 km do nível do mar, no ano passado. Outras seis pessoas já fizeram antes essa viagem insólita, onde a pressão é cerca de 1.100 vezes maior do que na superfície e aspectos naturais dessa depressão ainda são muito pouco conhecidos. 

Há poucos dias, ele retornou a este ponto com Sullivan. A viagem de quase dez horas representa um risco para uma mulher já idosa, mas ela enfrentou a nova situação, mergulhando por quatro horas, estudando a geologia do abismo, sempre dentro do submarino, cujas paredes têm 9 cm de espessura para suportarem a pressão local, e depois levando mais quatro horas para voltar.

A ex-astronauta junto com o organizador da expedição, Victor Vescovo (Enrique Alvarez/EVOS Expeditions)

Ela contou que a experiência foi tranquila, se comparada às missões espaciais.

Estudar a fossa das Marianas, local quase tão desconhecido quanto o espaço, pode levar a descobertas espantosas. Foi numa dessas missões nas profundezas, por exemplo, que se descobriram seres unicelulares medindo alguns centímetros em 2011, por oceanógrafos da Universidade da Califórnia. 

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