A Justiça do Distrito Federal decidiu a favor do clã Sarney ao manter a censura ao jornal "O Estado de S. Paulo", que em 2009 divulgou a operação Factor, anteriormente chamada de Boi Barrica, aludindo a um grupo de bumba-meu-boi no Maranhão. Havia um esquema de corrupção envolvendo Fernando Sarney, filho do senador e ex-presidente do Senado José Sarney, investigado pela Polícia Federal, mas depois anulado, por envolver grampos sem autorização.
O jornal, na época comandado pelo recém-falecido Ruy Mesquita, tentou publicar o conteúdo da investigação e foi impedido pelo desembargador Dácio Vieira a pedido dos Sarney. Houve recursos, mas o STF negou, alegando que o julgamento da Operação Faktor estava sob "segredo de Justiça".
A operação da PF podia ser irregular, mas quem sofreu as consequências da ação da Justiça foi o jornal, um meio de divulgação da notícia. Privaram os leitores da informação sobre o esquema, como se o Estadão fosse acusado de "inventá-la", contra os interesses da família Sarney, o que não é o caso.
Proibir um jornal de exercer o seu dever, que é informar seu público, não é típico de uma democracia, e sim de outros períodos da nossa História, marcada pelo arbítrio e pela aversão às liberdades públicas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário