sexta-feira, 7 de maio de 2010

Tradição na USP

Todo ano, vocês podem apostar, tem na USP.

E não falo em simpósios ou congressos para debater temas relevantes, como as parcerias entre universidades e empresas, ou a melhoria das condições de vida de milhões de brasileiros abaixo da linha da pobreza.

Também não falo das gincanas e eventos esportivos universitários, ora para integrar os 'bixos' à universidade, ora para garantir as boas relações entre os diversos cursos existentes.

É, por acaso, o trote solidário (pois a USP baniu há anos os trotes violentos)? Não!

Tampouco as visitas de estudantes do ensino médio e de outras universidades em excursões.

Trata-se de um costume bastante arraigado dentro dos campi, particularmente na Cidade Universitária, no Butantã. É a GREVE!



Todo ano santo tem greve, pelos mais diversos motivos, principalmente salariais. Eles fazem a greve e a reitoria finge que toma providências para atender suas reivindicações ou fazer contra-propostas (quando não faz nada). Enquanto isso, milhares de alunos ficam sem aulas, ou sem serviços importantes como o transporte gratuito dentro do campus (o Circular), a emissão de documentos da USP e o conhecido "Bandejão". E isso por mais de um mês, às vezes dois ou três.

O direito de greve é assegurado pela Constituição, mas o bom senso de ambas as partes, funcionários e reitoria, deve prevalecer para não comprometer o andamento da USP, a formação de estudantes e a pesquisa de projetos acadêmicos.

Não podemos nos iludir quanto à boa vontade dos grevistas. Os primeiros estão comandados por gente ligada à partidos que idolatram Mao Tse Tung, o MST e até as Farc. A reitoria até pode atender suas reivindicações, mas por qualquer pretexto o Sintusp, o sindicato dos funcionários da USP pode manter esse costume anual de paralisar as atividades. Talvez até que haja uma verdadeira ditadura a la Fidel.

E a reitoria até agora não se manifestou a respeito dessa greve, o que é no mínimo preocupante! Dá a impressão de que eles pouco se importam com os acontecimentos, limitando-se a divulgar os números das pesquisas acadêmicas da USP e recusando-se a enxergar o outro lado da realidade.

Este é um marco na vida acadêmica da USP, do qual nossa cidade, nosso Estado, nosso país, muito pouco se orgulham.

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