terça-feira, 21 de janeiro de 2020

Glenn Greenwald na mira

Acusado de ser beneficiário dos hackers que roubaram dados de autoridades, como Sérgio Moro, Paulo Guedes e o presidente Jair Bolsonaro, o jornalista americano, dono do site The Intercept e opositor ferrenho do governo Glenn Greenwald foi denunciado pelo Ministério Público Federal. 

Não há evidências do envolvimento do jornalista com os hackers, a não ser o comentado interesse dele no material para fazer oposição ao governo e desmoralizar o trabalho de Sérgio Moro, considerado um inimigo do PT e seus partidos aliados. Companheiro de Glenn por 14 anos em união civil homossexual, David Miranda é deputado do PSOL, um dos partidos que defendem a bandeira da inocência do ex-presidente Lula e a minimização dos casos de corrupção ocorridos nos governos petistas, divulgados com frequência pela mídia, redes sociais e espaços diversos na Internet (inclusive este blog). 

Por falta de provas, o STF considerará improcedente a denúncia contra o jornalista. Por ora, ele está exercendo seus direitos profissionais, de acordo com a liberdade de imprensa e de expressão, por meio de seu site jornalístico, apesar de continuar a ser criticado pelo presidente e seus aliados, que se incomodaram com o apoio ao jornalista por políticos como o presidente da Câmara Rodrigo Maia.

Glenn Greenwald é visto como um adversário para lá de incômodo por Bolsonaro e Moro (Reuters)



N. do A.: Greenwald, recentemente, se envolveu em polêmica com seu desafeto, o ministro da Justiça, e a TV Cultura, ao denunciar a falta de um jornalista do The Intercept na bancada do Roda Viva. A direção da emissora foi ainda acusada de conivência com o entrevistado, pois todos os jornalistas da bancada foram supostamente aprovados por ele. De qualquer forma, o programa foi bastante comentado, e dividiu opiniões, sendo criticado ora pelas perguntas "capciosas" (e isso é direito dos membros da bancada), ora por não conseguir tirar o ministro da zona de conforto. O ministro procurou defender seu trabalho no combate à corrupção e ao crime organizado, e evitou polêmicas a respeito de seu superior, o presidente da República, mas foi cornetado pelos erros atrozes de português, empregando termos como "bobajarada" e "Câmera" no lugar de "Câmara" (Machado de Assis deve estar se revirando no túmulo), e pelo posicionamento sobre o episódio do ex-secretário da Cultura, limitando-se a dizer que o "episódio" era "bizarro". Também respondeu sobre o caso Marielle Franco, a vereadora assassinada em 2018 em um caso bastante explorado pela oposição, e, evidentemente, os vazamentos dos dados roubados pelos hackers, e divulgados por Greenwald. 

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