Falar de coronavirus, a nova epidemia mundial? Ou das confusões envolvendo o Sisu e as notas do Enem? Ou da crise de abastecimento no Rio de Janeiro? É melhor abordar algo mais leve.
Nos últimos meses, os SSD, ou dispositivos de estado sólido (do inglês Solid State Drive), estão conquistando o mercado no Brasil. No mundo desenvolvido, já são bem mais comuns. São constituídas de:
- uma memória flash, que armazena os dados;
- uma memória DDR, volátil, para armazenar temporariamente os dados para serem alocados na memória flash;
- um microprocessador de controle de dados.
A memória flash é geralmente do tipo NAND, baseada em portas lógicas que geram uma saída zero na presença de duas entradas "não zero" (ou entradas 1), e geram saída 1 caso contrário. É dividida em células, que podem comportar um bit (dispositivos do tipo SLC), dois (MLC), três (TLC) ou quatro (QLC). Quanto maior a quantidade de bits por célula, maior o potencial para comportar grandes quantidades de dados e menor o custo de fabricação. Porém, menor quantidade de bits significa também maior velocidade na gravação de dados. Assim, o SLC é o mais caro e o de menor capacidade, mas também é o mais veloz, indicado para uso em servidores.
Porém, os tipos mais populares são os SSD do tipo TLC. Já podem ser encontrados com preços competitivos: com pesquisa, é possível adquirir um de 480 Gb (gigabytes, ou 1024 x 1024 x 1024, pouco mais de um bilhão, de bytes) por menos de R$ 300,00, pouco mais caro que um HD com o dobro da capacidade. Entretanto, é mais fácil encontrar unidades com menos capacidade. Um de 120 Gb é apenas suficiente para instalar o Windows 10 ou outro sistema operacional, e alguns programas, mas já pode substituir um HD desgastado dentro de um notebook ou PC antigo, e fazê-lo ficar bem mais rápido. Portanto, o SSD virou uma salvação para muitas máquinas velhas.
A velocidade de gravação de um HD mal passa dos 100 Mb/s. Um SSD com o mesmo formato (SATA) atinge mais de 500 Mb/s. Porém, os mais indicados são os do tipo M.2, plugados a saídas PCI Express. Fisicamente menores, atingem velocidades bem maiores e não são muito mais caros.
Os SSDs tornaram-se dispositivos viáveis para serem usados em computadores (do site hardware.com.br) |
Um problema com o qual muitos se preocupam é com a durabilidade das memórias flash, cujas células vão se desgastando à medida que se submetem a ciclos de gravação de dados. As atuais tecnologias TLC permitem a gravação de algumas dezenas a algumas centenas de TB (terabits, ou 1024 GB). Para usuários domésticos, isso não é um grande problema, pois alguém que grava cerca de 50 GB por mês levaria anos para desgastar um SSD a ponto dele só se prestar para a leitura dos dados. Em servidores, os TLC são inviáveis. Alguns consumidores que precisem gravar grandes quantidades de dados, como jogos e filmes, já precisariam recorrer aos MLC, mais caros e confiáveis, mas ao mesmo tempo difíceis de serem encontrados com grandes capacidades.
Por outro lado, já é possível encontrar mais computadores (principalmente notebooks) já equipados de fábrica com SSD, desde os humildes portáteis da marca Positivo até as possantes e caríssimas máquinas gamer.
N. do A.: No caso destes últimos, o SSD é indispensável para fornecer o desempenho necessário aos jogos, ao lado das placas de vídeo, memórias e processadores possantes como o i9 da Intel. Mas este blog vai abordar melhor esses tipos de notebooks em outra postagem.
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