segunda-feira, 25 de novembro de 2019

Fim de semana rubro-negro

Nunca na história recente do futebol um clube conseguiu ganhar as taças da Libertadores e do Brasileirão em menos de 24 horas, até o último fim de semana.

O Flamengo, dono da maior torcida do Brasil, conseguiu ser campeão do torneio mais prestigiado das Américas mesmo sendo dominado pelo River Plate, o adversário mais temível dos últimos anos e dono das taças de 2015 e 2018 graças a Marcelo Gallardo e seu elenco. Até os 43 minutos do segundo tempo, parecia tudo perdido para os rubro-negros, mesmo com as substituições feitas por Jorge Jesus para dar mais agilidade e confiança ao time. Os argentinos fizeram o primeiro gol com o colombiano Borré, ainda no primeiro tempo, e o Flamengo virou presa fácil. Porém, o time argentino, cansado de tanto sufocar os cariocas e de perder gols, cometeu um erro crucial, quando Lucas Pratto, o mesmo que jogou no São Paulo e foi um dos destaques da campanha de 2018, foi desarmado por Diego, e Gabigol foi acionado, para empatar o jogo. Três minutos depois, nos acréscimos, Gabigol aproveitou nova chance e virou o jogo.

Apesar de ter sido expulso por tirar a camisa no primeiro gol e provocar a torcida do River Plate com gestos obscenos após o gol do título, o marrento "cunhado do Neymar" foi considerado o herói da partida. Um anti-herói, diga-se.

Após 38 anos, repetiram o feito de Zico e companhia, mas com um adversário bem mais perigoso. Em 1981, o chileno Cobreloa, dono de uma campanha notável, foi derrotado por 2 a 0. Agora, o poderoso River, que esteve por um triz de ganhar seu quinto troféu e chegar perto do número de Libertadores ganhas pelo seu arquirrival, o Boca Juniors, por sinal sua última vítima antes do jogo em Lima. O Boca ganhou pela última vez em 2007, mas se tornou vice duas vezes, após perder para outro brasileiro com torcida gigante - o Corinthians - em 2012, e para o próprio River, no ano passado.

Gabigol, Bruno Henrique, Diego, Diego Alves, Everton Ribeiro, Filipe Luís, Rafinha, Reinier, Rodrigo Caio e outros foram receber as medalhas e a famosa taça. Depois, eles e o técnico Jorge Jesus, nova referência de qualidade técnica, voltaram para o Rio de Janeiro para festejarem junto com milhares de pessoas. Infelizmente, houve confusão e a polícia tratou de reprimir as brigas, sendo também alvo da violência de alguns vândalos.

Flamengo foi campeão da Libertadores no sábado... (Torcedores.com)
 
No dia seguinte, o Palmeiras brigava para adiar o título do rubro-negro, mas fracassou diante do Grêmio. A tarefa era ingrata, pois o time de Renato Gaúcho queria a vitória para brigar por uma vaga direta na próxima Libertadores. Conseguiu, com Everton Cebolinha e Pepê. Bruno Henrique (homônimo do atacante flamenguista) marcou o gol para os alviverdes, mas o desastre aconteceu. Sem ter jogado, o Flamengo se tornou campeão brasileiro. Novamente o time gaúcho foi fundamental para a campanha dos cariocas, após o 5 a 0 humilhante no Maracanã, pelas semifinais da Libertadores.

... e do Brasileiro no domingo (Alexandre Vidal)


A conquista da América e do Brasileirão foi o assunto do fim de semana, superando a trágica morte de Gugu, na sexta-feira.


N. do A.: Por falar em tragédia, o Flamengo começou muito mal o ano, após a morte de 10 garotos da base durante o incêndio no Ninho do Urubu. Reinier, por sorte, não foi uma das vítimas, e agora está visado na Europa. Alguns críticos maldosamente comparam o incêndio aos antigos "sacrifícios humanos". De qualquer forma, a diretoria do Flamengo fez questão de homenagear novamente os jovens mortos naquela madrugada de 8 de fevereiro.

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