quarta-feira, 13 de novembro de 2019

Da série "(Des)industrialização do Brasil atual", parte 10 - Indústria de aeronaves e veículos militares

Depois de algum tempo sem postar um artigo da série "(Des) industrialização do Brasil atual", é com certa comoção que este blog chega a dois setores onde o Brasil teve uma história gloriosa: o de aviões e veículos militares.

Quando se pensa em fábrica de aviões no Brasil, logo se pensa na ex-estatal Embraer, mas parte do negócio dela, relacionado à aviação civil de jatos comerciais de médio e grande porte, está associado à Boeing, por meio da difamada joint-venture entre essas duas empresas, ainda não efetivamente consolidada devido às questões levantadas pela Europa. Quanto aos aviões militares, estes ainda estão resguardados da gigante americana, mas a demanda já foi bem maior. Felizmente, na área de jatinhos executivos, a empresa ainda fabrica os Praetor, pequenos e luxuosos aviões expostos na feira Labace, em agosto passado. 

Ainda existem pequenos fabricantes, pouco conhecidos mas dignos de nota, como a Volato (ex-fornecedora da Embraer), a Seamax, a Impaer, a Scoda Aeronáutica, a Novaer e a ACS Aviation. Esta última está para fabricar o primeiro avião elétrico tripulado do Brasil. 

Na área de helicópteros temos a Helibras, fabricante de veículos civis e militares de Itajubá, mas esta nunca foi propriamente brasileira, sendo subsidiária da francesa Aérospatiale entre 1978 e 1992, e da Airbus Helicopters, após a fusão da Aérospatiale com a DaimlerChrysler Aerospace AG, da Alemanha.

História bem menos feliz é a dos veículos militares. Sua maior representante foi a Engesa (Engenheiros Especializados S.A.), criada em 1958 durante os "anos dourados" do governo JK. Era conhecida pelos tanques de guerra, como o Urutu e o Cascavel, mas também fabricava veículos menores para trafegar em terrenos difíceis. Infelizmente, faliu em 1992, devido às incertezas econômicas da época e à queda na demanda. Há um projeto para a ressuscitação da empresa, com capital da EADS (grupo Airbus) parado desde 2009. Talvez ganhe novo impulso neste governo. 

A Avibras, empresa de material bélico, foguetes e veículos blindados, também deve ser lembrada. Fundada em 1961, teve seus anos de glória entre as décadas de 1970 e 1980, e no setor de veículos militares destacou-se em pequenos blindados como o Tupi e o AV-VBL. Será abordada no próximo post da série, sobre a indústria de armamentos.

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