Neste domingo, enquanto muita gente prestava atenção no Flamengo e bem menos gente falava mal do deplorável desempenho da Seleção principal, outros acompanharam a trajetória da Seleção sub-17 na campanha pelo tetracampeonato.
Curiosamente, a Copa do Mundo sub-17 era para ser no Peru, onde o time brasileiro não conseguiu vaga. Porém, por manobra da CBF, nosso país passou a ser a sede. A entidade chefiada por Rogério Caboclo aproveitou a desistência do país vizinho e fez questão de atender as exigências da Fifa, entre as quais a não cobrança de impostos sobre os eventos (o motivo pelo qual nuestros vecinos andinos se recusaram a sediar o torneio). Arranjaram estádios pouco conhecidos, sem muito alarde. Só fizeram barulho quando sofreram a resistência do Flamengo, que não liberou o jovem Reinier, envolvido nas disputas de gente grande - Brasileirão e Libertadores.
Por isso, foi dada a chance da Seleção de meninos mostrarem que fazem jus à camisa amarela. Trataram de jogar como não jogaram nas eliminatórias e golearam os canadenses por 4 a 1, venceram os neozelandeses por 3 a 0 (mesmo com um a menos) e não tomaram conhecimento dos angolanos por 2 a 0. Isso na fase de grupos.
Nas oitavas-de-final, suaram para vencer os chilenos por 3 a 2. Nas quartas, venceram os italianos por 2 a 0. Enfrentaram dificuldades e sofreram contra os franceses, quase estendendo a freguesia da seleção principal ao perderem de 2 a 0 - antes de reagirem e fazerem três gols, com Kaio Jorge, Gabriel Verón (considerado o destaque da Copinha) e Lázaro.
Na final, no Bezerrão (estádio do Gama), mais uma vez houve sofrimento e, após um primeiro tempo sem gols, Bryan Alonso marcou para os mexicanos e deixou os meninos da CBF atrás. O retrospecto com o time mexicano não era nada animador - foram eles que tiraram com certa facilidade o ouro olímpico em 2012 - e a ameaça de um novo revés pairou até o final do jogo, quando um pênalti duvidoso foi marcado (e validado pelo VAR), sendo cobrado por Kaio Jorge. Nos acréscimos, Lázaro salvou a pátria e fez a garotada verde-e-amarela chorar de alegria.
Foi o fim de uma campanha sofrida e acidentada, mas onde os garotos deram uma certa esperança no futuro da Seleção.
Os meninos da Sub-17 foram comparados à Seleção principal, principalmente após a conquista do tetracampeonato (Miguel Schincariol/AFP) |
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