quarta-feira, 27 de novembro de 2019

Da série '(Des)industrialização no Brasil atual', parte 12 - Indústrias metalúrgica e siderúrgica

Até agora este blog não havia exposto a indústria de base, importantíssima na História do Brasil desde o governo de Getúlio Vargas. 

Foi durante essa época ditatorial e nacionalista que surgiu a primeira grande siderúrgica brasileira, a CSN (Companhia Siderúrgica Nacional). Esta empresa foi a pioneira na fabricação do aço brasileiro, e até agora, já privatizada e atualmente nas mãos de Benjamin Steinbruch, é a responsável pela maior parte das ligas ferrosas no país. Teve uma história acidentada, principalmente quando era estatal: foi palco da morte de três trabalhadores por forças do Exército em 1988, episódio explorado politicamente e que levou à vitória da oposição em boa parte das grandes cidades nas eleições municipais.

A partir de 1946, a Gerdau, empresa tradicional fundada no século XIX por Johann Heinrich Kaspar Gerdau, imigrante alemão, passou também a se destacar no ramo, não se limitando mais à fabricação de pregos. O Grupo Gerdau é um dos maiores impérios privados da América Latina e um dos maiores recicladores de sucata do mundo.

Não se pode esquecer outras grandes siderúrgicas, como a Usiminas e a COSIPA (Companhia Siderúrgica Paulista), fundadas na década de 1950. A Usiminas se tornou a primeira estatal a ser privatizada na Nova República, em 1991, e melhorou ainda mais seu desempenho. É a líder na fabricação de aços planos na América Latina. Em 1993, a COSIPA foi adquirida pela Usiminas ao ser privatizada, e agora é uma subsidiária da gigante mineira. 

Recentemente, em 2008, a Votorantim passou a produzir aço, com capacidade para 2,7 milhões de toneladas por ano. 

Pode-se dizer que o Brasil ainda está muito bem neste ramo, apesar da forte concorrência de multinacionais como a Arcelor-Mittal e a ARMCO. 

A siderurgia é, no entanto, apenas um ramo da metalurgia, a arte de fabricar metais cultivada desde a Pré-História, inicialmente para fabricar armas brancas de ferro, cobre e bronze (liga de cobre e estanho). Depois, foram produzidos utensílios de outros metais, como ouro, prata, chumbo e mercúrio. Os metais "nobres" foram e ainda são muito empregados em joalheria. A metalurgia conheceu grande avanço na Revolução Industrial, quando houve uma grande demanda por matérias primas para diversas máquinas e ferramentas. Depois, os metais foram empregados nos veículos, utensílios domésticos, fios e cabos elétricos, computadores e diversos equipamentos com graus variados de sofisticação. Metais antes pouco explorados como o alumínio e o titânio tornaram-se fundamentais para a humanidade.

No Brasil, a metalurgia em geral ficou nas mãos de várias empresas, muitas delas de pequeno porte e boa parte delas sofrendo com as incertezas da economia, como a maior parte do setor industrial. A exceção é a Votorantim, já citada, referência na produção de alumínio com a sua subsidiária, a CBA (Companhia Brasileira de Alumínio). Ela tem concorrência forte das multinacionais Rio Tinto Alcan, Alcoa e Rusan. 

Um caso à parte é a indústria de metais sanitários, que não faz parte das indústrias de base: a Tigre e a Itaúsa (Deca, Hydra) são as referências. Outro é a indústria de utensílios de cozinha, com destaque para a Mundial e a Tramontina. O sofisticado mercado de joias está concentrado em poucas e pequenas empresas (Dryzun, A Suissa, H Stern). Já a produção de bijuterias é dividida entre outras fábricas também de porte reduzido, algumas de "fundo de quintal". Ferramentas, máquinas e autopeças foram abordadas anteriormente. Materiais elétricos terão um post mais adiante.

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