segunda-feira, 4 de novembro de 2019

(Quase) tudo em ordem no Enem

Depois de uma história de polêmicas e fraudes, a primeira parte do Enem aconteceu ontem, com questões de Língua Portuguesa, Inglês/Espanhol e Ciências Humanas (Geografia, História, Filosofia).  

Logotipo oficial do Enem (Divulgação)


Ao contrário do que muita gente temia, não houve tentativa de defender o regime militar nas questões, nem algo parecido. Os textos foram sóbrios, e a prova foi considerada adequada, segundo professores que analisaram seu conteúdo. 

O tema da redação foi até surpreendente: "Democratização do acesso ao cinema no Brasil". Esta é uma pauta típica dos chamados "progressistas", e a UNE não perdeu tempo em apontar a ironia: segundo a entidade estudantil, sempre acusada de "esquerdismo" e "parasitismo", o governo é o maior responsável por atrapalhar um ambiente democrático para o setor, ao entrar em atrito com artistas e produtores. 

Houve divulgação de uma foto da prova, vazada. Nada comparado com as fraudes sistemáticas do Enem em 2009 e 2010. Também não houve complacência por parte do ministro da Educação: no seu habitual estilo, ele ameaçou fazer o responsável pelo vazamento "se arrepender amargamente de um dia ter vindo ao mundo". Nada comparado ao procedimento do ministro da época das fraudes, Fernando Haddad.

Não houve tumultos nem incidentes graves envolvendo estudantes, e o índice de abstenção pode ser considerado baixo: 23%. 

Ainda é cedo para fazer um balanço da prova, porque no dia 10 ainda haverá a segunda parte, com questões relativas às Ciências da Natureza (Física, Biologia, Química) e Matemática. É possível, porém, constatar o erro crasso daqueles que previram o caos, com base nos problemas ocorridos após a falência da antiga gráfica, a RR Donnelley, em abril deste ano, e dos vários eventos provocados pela desordem administrativa no MEC e no Inep. 

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