segunda-feira, 18 de novembro de 2019

Novos protestos

A imprensa não deu a devida atenção aos protestos feitos em algumas cidades do país, principalmente São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba, a favor da prisão em segunda instância, da Lava Jato, da volta de Lula para a cadeia e, também, do impeachment dos ministros do STF, Gilmar Mendes e Dias Toffoli.

No caso de Gilmar Mendes, teoricamente é possível convencer o Senado a iniciar um processo de afastamento, mas para Toffoli é muito mais difícil porque ele é o presidente do STF. No entanto, Davi Alcolumbre, presidente do Senado, não aceitará dar seguimento a isso, mesmo porque ele está muito influenciado pelo ex-desafeto e agora aliado Renan Calheiros, um oponente da Lava Jato.

Como se pode notar nos últimos tempos, principalmente neste ano de governo Bolsonaro, é mais uma manifestação do direito de se expressar, inclusive apelando para o chamado "jus esperneandi". Ainda há muita gente que não aceita a impunidade vigente entre as pessoas públicas que cometem malfeitorias, e para elas o Supremo está mais atrapalhando do que ajudando. 

Alguns milhares de pessoas foram para a Avenida Paulista para protestar contra o STF (Fábio Vieira/Estadão)

No Rio, Gilmar Mendes é alvo do descontentamento (Bruna Rocha/Estadão)
Centenas foram às ruas em Curitiba, o maior reduto da Lava Jato (Andrea Torrente/Gazeta do Povo)

O número de participantes destes protestos ficou reduzido, dificultando maior repercussão. Mas é possível notar uma minoria entre os manifestantes, flagrada batendo continência para a estátua da Liberdade da Havan, comandado pelo folclórico Luciano Hang, apoiador ferrenho de Bolsonaro e seguidor de Olavo de Carvalho. Opositores da Lava Jato e simpatizantes de Lula tomaram essa parte pelo todo, para desqualificar o movimento. 

Em Araçatuba, alguns poucos fizeram papel ridículo ao bater continência para a estátua da Havan (Divulgação)

Enquanto isso, o pacote anti-crime elaborado pelo ministro da Justiça, que poderia satisfazer os descontentes, está minguando no Congresso, e pouco restará dele para ser efetivamente posto em vigor, caso ele não for descartado de vez.

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