segunda-feira, 23 de dezembro de 2019

Ítalo Ferreira e o Flamengo: os assuntos esportivos do momento

Na grande final do Mundial de Surfe, em Pipeline, Hawaíi, só havia dois postulantes ao título: os brasileiros Gabriel Medina e Ítalo Ferreira, situação insólita na história do esporte aquático. Qualquer um deles seria considerado um orgulho nacional, pelo menos para os torcedores. 

Ítalo Ferreira superou Gabriel Medina e faturou o Pipe Masters - e o título do Mundial (Kelly Cestari)

Medina é o bicampeão, e Ítalo nunca ganhou antes, mas fez grandes manobras, inclusive defensivas contra as investidas do rival, e contou inclusive com a sorte (somada à habilidade), pois enfrentou ondas mais desafiadoras que as do bicampeão de Maresias. 

Os dois ganharam a vaga para as Olimpíadas de Tóquio, no ano que vem.  

No futebol, o sonho do Flamengo em conquistar o Mundial de Clubes contra o poderoso Liverpool acabou, graças ao gol de Roberto Firmino, após um jogo disputado e parelho. Os sul-americanos costumam sucumbir à superioridade dos europeus, e só em três oportunidades eles venceram: em 2005 (São Paulo x Liverpool), 2006 (Internacional x Barcelona) e 2012 (Corinthians x Chelsea). 

O nacionalmente badalado Jorge Jesus substituiu Everton Ribeiro e Arrascaeta por Vitinho e Diego. Ninguém entendeu as intenções do português, e aparentemente nem o próprio time. Isso facilitou o trabalho do rival, o internacionalmente badalado Jürgen Klopp, que pressionou muito e quase venceu no tempo normal, mas o VAR prejudicou o time inglês por não marcar a falta de Rafinha em Lallana. O juíz havia marcado pênalti, incorretamente. Tudo se decidiu apenas na prorrogação, com o gol de Firmino. A partir daí, o rubro-negro tentou se recompor, mas não deu para esboçar uma reação mais forte.

Não deu para o rubro-negro, comandado por Jorge Jesus. Alegaram cansaço e desgaste depois de uma temporada disputada, com a Libertadores, Brasileirão e Copa do Brasil, além do Campeonato Carioca. O Liverpool, campeão pela primeira vez, está no meio da temporada 2019-2020, pensando mais na Premier League e na Champions. 

Deu a lógica no esporte onde ela aparentemente não manda: o Liverpool, melhor time deste ano, venceu e, com o magro 1 a 0, impediu a repetição de 1981, quando o Flamengo conquistou o então Torneio Intercontinental (Matthew Ashton/Getty Images)

Após a vitória e a premiação, o técnico alemão disse que o mérito da conquista foi, acertadamente, do alagoano sorridente que também é um dos titulares da Seleção Brasileira. A Fifa não pensou assim, e premiou o egípcio Mohamed Salah (que assustou a defesa carioca mas não a ponto de marcar um gol), por questões de mercado da bola, pois Salah é um dos jogadores mais valiosos do mundo. Bruno Henrique ficou com a prata, e o bronze foi para Carlos Eduardo, do Al-Hilal, quarto colocado na disputa (perdeu para o Monterrey na disputa do terceiro lugar, nos pênaltis). 

Um destaque positivo ficou para a torcida, que aplaudiu o time flamenguista, algo poucas vezes visto. A regra é hostilizar o time quando ele perde. 

Ítalo Ferreira e a equipe do Flamengo podem ser considerados, desde já, candidatos a receber o selo de "Orgulho Nacional". Confiram no dia 30 de dezembro. 


N. do A.: Roberto Firmino poderia até ser considerado, mas ele joga por um time inglês multimilionário, e precisa dividir os méritos. Não é considerado "orgulho nacional" nem pelos rivais do Flamengo, que torceram pelo Liverpool.

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