A criação de novos Estados é uma manobra para alojar políticos e correligionários e lotear cargos públicos, isso é bom sempre repetir.
O Senado aprovou no começo desta semana um referendo para permitir ou não a divisão do Pará em dois estados, concentrando a riqueza apenas na parte (pequena) do Estado que manterá o nome. Criarão dois Estados pobres e violentos: Tapajós, onde mataram a irmã Dorothy Stang em 2005, e Carajás, onde um casal de castanheiros foi assassinado. Este último, se fosse considerado um país, seria pior do que o Afeganistão, o Iraque ou a Somália, em termos de mortes violentas.
Não se pode dar respaldo a esse tipo de verdadeiro ROUBO ao NOSSO DINHEIRO! É dinheiro público que está em jogo. Alegam não ter verbas para a segurança, a saúde, a educação, a fiscalização de fronteiras, mas para criar novos Estados, têm?!
Aposto que os paraenses não escolheriam o caminho fácil da criação desses novos monstros, digo, Estados, se contassem com assistência médica digna, boas escolas, fiscalização das matas e dos parques nacionais, saneamento básico, combate efetivo à grilagem de terras, repressão aos pistoleiros e aos mandantes destes.
Há uma maneira de deter a criação do referendo: pressionar a Câmara para não aprová-lo. Mas infelizmente a mobilização política da sociedade é muito reduzida, e quando foi feita, por exemplo durante o processo de impeachment de Fernando Collor, novamente deixamos o tal voltar ao cenário político e agora elle é senador.
A mesma sociedade vai ter de se preparar para pagar mais impostos e financiar Estados violentos e ineficazes, verdadeiros feudos políticos, se eles forem criados.
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