sexta-feira, 29 de janeiro de 2016

Da série 'Mondo Cane', parte 40 - Os parasitas humanos

Em tempos de dengue, zika e chikungunya, é muito fácil satanizar o mosquito da dengue por transmitir tantos males. São três espécies de vírus, parasitas difíceis de ver mesmo ao microscópio óptico, capazes de derrubar uma pessoa por vários dias e, no caso da dengue hemorrágica, por um tempo muito maior, até o corpo da pessoa se decompor a sete palmos debaixo da terra. 

O ser humano está sujeito a hospedar muito mais parasitas, de todas as formas e tamanhos, desde os quase invisíveis vírus a criaturas impressionantes. Todos eles considerados asquerosos e de péssima aparência, capaz de fazer muitos vomitarem só de pensar. 

Aparência provável do vírus da dengue, parecendo uma bola de excrementos. Existem ilustrações onde ele aparece todo colorido, mas é só para fins didáticos

 Imagem do vírus zika, colorida artificialmente. 

Formato do vírus da febre chikungunya

  
Um parasita tão comum quanto o da dengue é o verme conhecido como "lombriga". Aqui, se vê um monte deles dentro de um intestino humano seccionado por cirurgia. Normalmente, o número é de "apenas" 10-50 por indivíduo parasitado

 
Tão comum quanto a lombriga é o seu aparentado, o Enterobius vermicularis, cuja erradicação é difícil. Felizmente, o pequeno verme não faz muito mal - consegue apenas provocar coceira intensa no ânus

  
Este minúsculo monstrinho (ver a escala ao lado) é outro verme, o Schistosoma mansoni, causador da esquistossomose ou "barriga d'água", que pode matar. 

  
O maior dos vermes intestinais é a tênia, que pode atingir até 8 metros. Um monstro desses vivendo no intestino humano não é uma visão muito agradável, mas ele é "quase" inofensivo, só comendo a mesma comida que a gente come. 

Existem os vermes anelídeos, e o representante mais conhecido é a minhoca. Mas existe um parente "maligno" dela, a sanguessuga, muito comum no Brasil. Esse ser pegajoso tem duas ventosas, uma grande para se fixar e outra menor para sugar nosso sangue

  
Outra classe de parasitas são os protozoários, como o Plasmodium vivax, causador mais comum da malária, também transmitida por mosquitos. É possível ver alguns, os seres pintados, no meio de hemácias, os glóbulos vermelhos do sangue

 
 O Leishmania, protozoário que se desloca por flagelos ("flagelado"), causador da leichmaniose. A menos perigosa é a "úlcera de Bauru", mas ela pode se desenvolver no aparelho digestivo. 

Mais um flagelado, que é um verdadeiro flagelo, é o Trypanosoma cruzi, causador da doença de Chagas, aquela que faz o coração crescer até parar de funcionar, de uma hora para outra

Insetos parasitas são um problema aqui no Brasil. Além dos mosquitos e dos barbeiros transmissores do causador da doença de Chagas, temos os piolhos e as pulgas como o "bicho de pé"

Dentre os insetos parasitas, os mais repulsivos parecem ser as larvas de moscas, como o berne, capaz de se alojar em qualquer parte exposta do corpo de uma pessoa

 Todas as criaturas acima são comuns no Brasil, mas existem outras, como a "loa loa", uma verminose que pode atacar o interior dos olhos e não se encontra por aqui (ainda bem!), mas na África subsaariana.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

"Conselhão" tenta aconselhar Dilma

Hoje a presidente se reuniu com o Conselho de Desenvolvimento Econômico, apelidado de "Conselhão", formado por 92 representantes da sociedade civil, para decidir sobre os próximos passos de seu governo. 

O "Conselhão" é formado por banqueiros como Luís Trabuco do Bradesco e Roberto Setúbal do Itaú, empresários como Luísa Trajano do Magazine Luiza e Jorge Gerdau Johannpeter, sindicalistas da CUT (Vagner Freitas) e da Força Sindical (Miguel Torres), ministros de Estado como Jacques Wagner (Casa Civil), e até gente de outras áreas, como Creuza Oliveira, presidente da Federação Nacional de Empregadas Domésticas (Fenatrad), a esportista Ana Moser (ex-integrante da Seleção de Vòlei) e o ator Wagner Moura (intérprete do Capitão Nascimento e do traficante Pablo Escobar). 

Este "Conselhão" não tem, a princípio, o poder de substituir o Congresso, mesmo porque isso iria afetar seriamente o equilíbrio entre os Três Poderes, e serve como auxílio para fazer Dilma exercer seu governo, para o qual foi (re)eleita pela maioria (51%) dos votos válidos da população nas eleições de 2014, e recuperar a sua popularidade, cujo índice é menor do que a inflação do ano passado.

Na primeira reunião, Dilma decidiu liberar R$ 83 bilhões, a maioria em recursos do FGTS, para financiar programas de habitação, agricultura e indústria. Esta medida visa reverter o quadro recessivo e estimular a economia brasileira, combalida pelo encolhimento do PIB combinado com o aumento de preços. 

Esta medida terá de passar pela Câmara e pelo Senado, como qualquer decisão vinda do Executivo. Em caso de aprovação pelas duas casas do Congresso, o que será bastante difícil, a presidente terá mais forças para concluir seu mandato e apelo para ganhar ao menos um pouco de popularidade.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2016

terça-feira, 26 de janeiro de 2016

O "Movimento Passe Livre" não merece apoio

Já se nota que o MPL, "Movimento Passe Livre", não defende o passe livre pensando nos mais pobres, que gastam boa parte de seus ganhos em um transporte público ineficiente, desconfortável e lento. 

Eles defendem a baderna, para desviar a atenção dos verdadeiros problemas: desemprego galopante, paralisação da atividade econômica, corrupção nos governos, inflação, falta de planejamento administrativo, impostos mal gastos para cobrir os juros da dívida pública e os gastos desnecessários com cargos comissionados e excesso de funcionários públicos. Principalmente, querem fazer o povo se esquecer da Operação Lava Jato e dos escândalos que acabam por tornar difícil a permanência de Dilma Roussef na Presidência. 

Querem adotar a estratégia dos ocupantes das escolas que iriam fechar com a tentativa do governo paulista de reformular as escolas e cortar custos. Invadir o máximo de terminais possível, segundo a principal ideia do movimento, o que até agora não conseguiram. Fazer São Paulo parar, em nome do povo. Mas quem disse a eles que a população quer isso?

As pessoas querem se deslocar com o máximo de rapidez possível para o trabalho, estudo ou para procurar emprego. Não querem ficar paradas, enquanto a cidade está tolhida por um grupo que diz, falsamente, representá-las. Precisam de transporte público que funcione, de mais obras para o metrô, corredores de ônibus. Não querem ver os ônibus e o metrô atrapalhados por supostos idealistas que pregam viagem de graça para alguns grupos sem poder aquisitivo suficiente (na visão deles), como estudantes e desempregados, e o cancelamento do aumento na passagem de R$ 3,50 para R$ 3,80.

Infelizmente, essa ideia não passa pela cabeça nem do governador Geraldo Alckmin e nem do prefeito Fernando Haddad, que ao menos sabem ser inviável dar passagem de graça a alguns enquanto os outros desfrutam de tarifas congeladas, quando o custeio do transporte sabidamente aumentou. Neste caso, o mais fácil para os governantes é aumentar ainda mais os impostos para pagar os subsídios. 

Ou seja, o Movimento Passe Livre é um grupelho que só prejudica os paulistanos, defendendo medidas que nunca serão adotadas, atrapalhando o direito de ir e vir e expondo a integridade física de terceiros quando se confrontam com a polícia. O MPL não merece nosso apoio.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Hopi Hari ameaçado


Em 2012. o Playcenter se foi, deixando saudades em muita gente. Seu grande concorrente nas décadas de 1990 e 2000, o Hopi Hari, está indo pelo mesmo caminho. 

A falta de clientes e problemas de gestão vitimaram o antigo parque em São Paulo e é também o motivo para a atual situação do parque em Vinhedo, no interior paulista. A gota d'água foi um empresário, Cesar Federmann, dono das Terras de São José, local próximo ao parque, ameaçar com um pedido de falência por receber calote de um empréstimo feito em 2014, no valor de R$ 4,3 milhões. Com a correção prevista no contrato, esse valor pulou para quase R$ 6 bilhões, neste ano. 

Caso o Hopi Hari perder a ação judicial, terá de fechar as portas. Seria um triste fim para um parque temático, e São Paulo ficaria sem opções à altura. 

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Brasil pode demorar a sair da crise

Não é profecia, e sim uma constatação, feita por milhares de analistas políticos. O Brasil está levando uma surra econômica, como se dizia antigamente, "de criar bicho", e a recuperação não só poderá ser lenta como muito provavelmente nem vai começar neste ano. 

Erros na condução da política econômica, gastança excessiva do NOSSO DINHEIRO pago por meio de impostos aviltantes, e avidez sem freios e nem repressão de muitos membros do governo, integrantes do chamado "Petrolão", chegaram a uma situação econômica pervertida. 

A dívida pública não para de subir, e a inflação continua fora de controle. Demissões estão em curso, e quem está procurando emprego simplesmente não consegue. Lojas tentam vender, mas os preços dos produtos estão mais caros do que em dezembro, devido ao fim dos subsídios aos eletrônicos mais baratos e à alta do dólar, e ninguém está disposto a comprar porque precisa guardar dinheiro para o IPVA, IPTU, imposto de renda, além das tradicionais contas a serem pagas todo mês - isso quando não está atolado em dívidas.

Ontem, a taxa de juros básica permaneceu a 14,25%, um índice altíssimo, mas atualmente incapaz de conter a inflação porque neste momento não é o consumo excessivo que alimenta o dragão, e sim os desajustes nos gastos públicos. O mercado esperava um aumento em meio por cento, que só iria trazer mais sofrimento, além de aumentar ainda mais a dívida pública. A manutenção do índice foi interpretada como uma rendição do Banco Central às diretrizes do governo, disposto a tentar a retomada do crescimento mesmo sem tentar conter a má gestão do NOSSO DINHEIRO nem fazer uma reforma tributária digna desse nome. Por isso, os valores do dólar e do euro sofreram uma espécie de frenesi e atingiram os maiores valores nominais desde o início do Plano Real. Um dólar vale R$ 4,16, bem próximo do valor de uma ação da Petrobras, cujo valor aumentou um pouco em relação a ontem, após ameaçar nova queda: R$ 4,50 contra R$ 4,43.

Diante deste cenário escuro como petróleo, não dá para alguém alardear que o Brasil vai se recuperar logo sem ser visto como um paciente psiquiátrico que não tomou seus remédios. Nosso país vai sofrer muito antes de começar a dar sinais de melhora, e até lá nós, brasileiros, teremos de continuar nossa cota de sacrifício, mas rejeitar qualquer ônus adicional sem uma contrapartida do governo, que é o maior culpado por este descalabro.

Este blog provou não ser de futurologia e não tentará estabelecer números da inflação ou do PIB no final do ano quando o clima de réveillon nem se dissipou direito, mas procurará transmitir e interpretar, com o rigor possível, as informações dos mercados, economistas e governo. 

quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Da série 'Coisas estranhas do cotidiano', parte 2

Essa cena parece inocente, mas não é!

É costume de muita gente empinar pipa, um passatempo aparentemente inofensivo, mas que pode representar uma séria ameaça para os outros e para eles próprios. 

Essa atividade requer um bom espaço livre e, de preferência, longe das ruas e dos fios elétricos, mas tem gente que insiste em escolher mal os locais, por falta de opção ou de orientação. Muitas vezes procurar uma área livre é realmente difícil, principalmente nas grandes cidades, onde as velhas brincadeiras de infância estão perdendo espaço para a tecnologia e para a insegurança nas ruas. 

Muito se fala no risco de empinar pipa na rua, devido aos riscos de atropelamento e dos fios se enroscarem em pessoas e veículos. O risco é maior para os motociclistas, que utilizam um veículo aberto e veloz. Como se costuma utilizar o cerol, substância cortante usada para 'roubar' as pipas adversárias nos 'confrontos', quando as linhas dos competidores se enroscam, há o risco de acidentes por vezes fatais. Alguns deles foram divulgados pela mídia, mas não adianta. O pessoal ainda se arrisca colocando os quadrados no ar.

Pior ainda é ficar por perto dos fios elétricos. As linhas, como já é sabido, se enroscam neles, causando curto-circuitos e interrompendo a energia elétrica, lesando moradores de ruas ou até de bairros inteiros. Mais grave do que isso é alguém tentar resgatar as pipas presas nos fios, correndo o risco de sofrer um choque elétrico fatal.

Esta brincadeira ficou mais perigosa nos últimos anos com o uso da linha chilena, um produto mais profissional - e mais cortante - que a equivalente coberta com cerol. É feito com pó de alumínio, enquanto que o cerol é vidro moído com cola, e seu poder de corte é até quatro vezes maior. Também é muito mais arriscado se enroscar nos fios elétricos, por conduzir melhor a corrente elétrica. Uma linha dessas é uma arma perigosa, proibida por lei, mas vendida livremente por aí. O cerol também é proibido e também nunca foi devidamente reprimido.

Empinar pipa em locais inadequados é uma atividade que devia causar estranheza, tanto quanto soltar balões, outro divertimento bizarro e perigoso, tema para a próxima postagem da série.



N. do A.: O autor deste blog não deixa de lamentar a falta de áreas livres nas grandes cidades para as pessoas poderem se divertir e praticar com segurança atividades ao ar livre, inclusive os tradicionais divertimentos como as pipas. 

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Reprimindo a vontade

Tenho de reprimir a vontade de fazer novas profecias, para adivinhar o que irá acontecer neste ano. 

Acabei publicando uma série de previsões "impossíveis" no início do ano passado, e eis que algumas das mais escabrosas, como a inflação com dois dígitos e a queda feia no PIB, acabaram se concretizando. Pior, foram ainda mais pessimistas!

O valor das ações da Petrobras já ficou abaixo de R$ 5,00 cada, e pode ficar ainda mais barato, talvez até valendo menos de um dólar. A Bovespa está com 38.000 pontos, quando em seu auge havia chegado a mais de 70.000, e ainda pode encolher mais. Temos ainda a velha conhecida inflação, em companhia da recessão, para flagelar o povo. E os governos ainda fazem parte do problema e não da solução, pois são vistos pelos seus governados como ineptos e ladrões, uma versão piorada do lema ademarista-malufista do "rouba mas faz". Agora, na visão de muitos brasileiros, simplista mas não de todo equivocada, o lema dos políticos é "rouba mas não faz".

O que dizer de outro assunto do momento, o mosquito Aedes? E outras questões importantes demais para serem responsabilidades apenas das "Vossas Excelências" (pois se depender delas...) como a violência, as drogas, o analfabetismo funcional, e um show de horrores chamado "saúde pública"? Infelizmente para estes temas qualquer profeta iria dizer: não vai mudar NADA!

Não é no Brasil apenas. O mundo está com um horizonte desolador, com a ameaça do terrorismo cada vez maior, ao lado de outras questões como a superpopulação, as terríveis desigualdades sociais, as tiranias que governam nações, as persistências da miséria extrema em vários locais do mundo, principalmente na África. A resposta dos "Nostradamus" para 2016 é a mesma do parágrafo anterior. Só tentariam indicar onde vai ser o próximo atentado, ou onde crianças vão morrer de fome.

Por falar em morte, eu confesso que não iria prever o falecimento algo precoce do David Bowie. Aliás, só neste mal iniciado ano já morreram Shaolin, Pierre Boulez, Alan Rickman (o eterno Severo Snape dos filmes de Harry Potter), Gilberto Mendes. Em 2015 fiz alusão a uma suposta morte de Fidel Castro naquelas profecias furadas, e não me atrevo a fazer o mesmo agora, apesar de agora ser mais provável de ocorrer. Tenho muitos outros nomes em mente, mas é melhor não revelar desta vez.

Fugir dessas questões para abordar o esporte? Temos a CBF, a Fifa e, agora, escândalos de manipulação de resultados no tênis. Para amenizar, aí vem as Olimpíadas no Rio, um prato cheio para os profetas de ocasião que adoram dizem quem vai ganhar o ouro olímpico e quem vai decepcionar.

Ainda temos outros temas, como as eleições presidenciais nos Estados Unidos, as campanhas para as prefeituras, a nova Jornada Mundial da Juventude na Polônia, os premiados com o Oscar e outros prêmios do cinema (Leão de Ouro, Palma de Ouro), os futuros ganhadores do Nobel, etc.

Querem saber? É melhor não antecipar nada disso e aguardar os assuntos quando eles acontecerem. Deixemos as profecias para quem ganha a vida fazendo isso.

domingo, 17 de janeiro de 2016

Fim de semana agridoce

2016 já está repleto de notícias, a maior parte muito ruim, mas algumas se destacam: 

a) O acordo nuclear entre as potências ocidentais e o Irã, feito em Viena, resultou no fim das sanções econômicas contra o país islâmico, acusado por Israel de querer fazer a bomba atômica. Os efeitos desta decisão são ambíguos: o regime dos aiatolás perde seu pretexto para não melhorar as condições de vida da população, mas cria um novo desafio para os produtores de petróleo, já que o Irã voltará a exportar o produto, aumentando ainda mais a oferta e contribuindo para derrubar ainda mais os preços - e, por aqui, devido ao estado quase de bancarrota da Petrobras, não significa a queda do preço da gasolina e do diesel. As sanções econômicas contra o governo iraniano foram extintas, mas continuam aquelas destinadas aos membros do governo e empresas acusadas de tentar aumentar o poderio bélico do país asiático. Além disso, a vigilância ao programa nuclear iraniano continuará atuando, conforme prometeu Barack Obama e a Agência Internacional de Energia Atômica.
b) Rodrigo Janot, acusado de leniência com o governo Dilma, está novamente preocupando-o com novas denúncias envolvendo Lula, Collor, Delcídio Amaral (senador do PT preso por envolvimento no Petrolão) e o PP (ex-Arena, PDS e PPB). Por outro lado, as denúncias recentes de Nestor Cerveró envolvem tanto os governos petistas quanto o de FHC, apontando o que muitos já sabem: houve desvio na Petrobras há muito tempo. As repercussões destes fatos e também as investigações da Operação Lava Jato podem ser decisivas para selar o destino do governo Dilma, que pode ser interrompido com o impeachment ou se arrastar, com falta de apoio político e impopularidade, até 2018.

c) O mosquito Aedes aegyptii, vetor da dengue, zika e chikungunya, continua a fazer novas vítimas, assim como os bagres no litoral sul paulista, que possuem ferrão e causam feridas dolorosas quando são pisados; neste caso, os acidentes ocorrem perto da praia, quando os peixes, provavelmente mortos ou moribundos, são trazidos pelas ondas após descartados por barcos de pesca - os bagres não têm valor comercial. 

d) O sistema Cantareira está próximo de ficar a 10% da capacidade real, ou seja, descontando o volume morto, devido às chuvas. É um número acima do esperado, mas ainda muito aquém do necessário para garantir alívio à população nos meses sem chuva. 

e) Um assunto muito presente nos noticiários e nos portais da Internet é o futebol, apesar da decadência do esporte no país: na CBF, o coronel Nunes começa a exercer o mandato, pelo menos temporariamente, sem que se saiba quais são as suas medidas para evitar novos vexames da Seleção e dos clubes brasileiros após o famigerado 8/7; por outro lado, a Florida Cup, amistoso de luxo que reune Atlético-MG, Corinthians, Internacional e Fluminense, mais o Schalke 04, Bayer Leverkusen, Shakhtar Donetsk, Santa Fé da Colômbia e o Fort Lauderdale Strikes (time local), já tem um novo campeão: é o Galo, que venceu o Schalke por 3 a 0 e agora derrotou o Corinthians por 1 a 0; com seis pontos, não pode ser mais alcançado, pois nenhum outro time conseguiu aproveitar 100% das partidas.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

Nosso país é uma ameaça ao meio ambiente

Onde já se viu um país que, em menos de três meses, foi palco de dois desastres ambientais inadmissíveis em outros lugares com maior respeito ao meio ambiente?

Em novembro do ano passado, foi o desastre em Mariana, um dos crimes ambientais mais graves do mundo neste século, cometido pela Samarco. 

Agora, em Vicente de Carvalho (distrito do Guarujá), foi a vez de um incêndio em vários contêineres da empresa Localfrio, contendo dicloroisocianurato de sódio (nome comercial, não reconhecido pela IUPAC), composto instável quimicamente usado em limpeza e desinfecção. O pior não foi o incêndio em si, mas o produto deste: uma nuvem tóxica e corrosiva à base de cloro que atingiu quatro cidades da região - Guarujá, Santos, São Vicente e Praia Grande. 

A nuvem de gás tóxico provocada pelo incêndio em Vicente de Carvalho (foto do Corpo de Bombeiros)

Ao contrário do primeiro desastre, o segundo não chegou a matar e a área atingida foi bem menor. Porém, ambos foram causados pela negligência, falta de um plano de emergência em caso de acidentes e fiscalização inoperante do poder público. Em Mariana, colocaram resíduos de mineração em quantidades acima das capacidades projetadas pelas barragem. No Guarujá, foi a colocação de um produto tão instável em recipientes sem a adequada proteção contra a umidade, pois há fortes indícios de infiltração por água da chuva, capaz de reagir violentamente com o produto. 

Estes são problemas ambientais agudos. No Brasil ainda há outros, crônicos, como a falta de tratametno de esgotos, o desmatamento ilegal feito sistematicamente em nossas matas, o tráfico de animais e plantas, a caça e coleta feitas irregularmente, tudo isso com a falta de capacidade das nossas autoridades em coibir esses delitos. O resultado de tudo isso é o desaparecimento de habitats naturais, a devastação da Amazônia (ecossistema fundamental para o controle climático do planeta), a perda da biodiversidade. 

Em suma, aqui existem ameaças demais ao meio ambiente, capazes de prejudicar não só o próprio país, mas também o resto do mundo. 

quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Chuva ataca São Paulo

Depois de uma temporada de seca entre o final de 2013 e meados de 2014, o estado de São Paulo está enfrentando chuvas fortes em boa parte de seu território, sobretudo no interior. 

Cidades como Maracaí, no Oeste Paulista, e Lençóis, no centro do Estado, ficaram inundadas. Em alguns bairros paulistanos da Zona Leste, como Aricanduva, houve pontos intransitáveis. 

Algumas estradas foram seriamente danificadas, e o pior caso é a vicinal que liga as cidades vizinhas de Borá (a cidade de menor população no Brasil) e Quintana, no oeste, praticamente destruída. Outras foram interditas por causa da chuva, como a SP-250, região de Itapetininga, no sul. 

Enquanto isso, as represas que abastecem as maiores cidades consumidoras de água continuam longe da normalidade. O Cantareira, por exemplo, está a 4% de seu nível normal, desconsiderando o volume morto, enquanto o Alto Tietê, outro sistema em estado crítico, recebeu mais chuvas, mas tem apenas 27%, considerando parte do volume morto. 


N. do A.: este não é um problema somente de São Paulo, mas também do Paraná, principalmente na região de Londrina. 

segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

David Bowie ofusca outros assuntos

Esta postagem poderia estar tratando do Globo de Ouro, onde houve poucas surpresas nas premiações dos filmes (O Regresso e Perdido em Marte confirmaram seus favoritismos como melhores obras do cinema em 2015) e muitas nas premiações dos seriados (e a escolha de Jon Hamm em detrimento de Wagner Moura como melhor ator de série dramática com toda a certeza não foi uma delas, mas a premiação de séries recém-estreadas, como Transparent e The Affair em detrimento daquelas já consagradas), 

Um outro assunto passível de abordagem é a premiação de Messi como melhor do mundo, ganhando 41,33% dos votos, contra apenas 27,76% dados a Cristiano Ronaldo e míseros 7,86% para Neymar. Esperava-se que o argentino ganhasse, mas não tivesse vantagem tão folgada. E o brasileiro, de certa forma, decepcionou mas vale lembrar que ele vai fazer 24 anos em 2016 e, portanto, ainda tem muito o que mostrar. Outro brasileiro se deu muito melhor: Wendel Lira, que fez um gol incrível pelo Goianésia, pequeno time de Goiás, e ganhou o prêmio Puskas. 

Porém, a morte de David Bowie chamou mais a atenção da imprensa. Não é só uma perda muito sentida no mundo do showbiz, mas era totalmente inesperada. O astro inglês tinha apenas 69 anos e muita gente não sabia que ele sofria de câncer, doença que o levou deste mundo. 

O cantor David Bowie (1947-2016) - Patrick Rivière/Getty Images

Ele era um dos monstros sagrados do pop mundial, com seu carisma, excentricidade e aspecto andrógino, principalmente na década de 1970. Com Starman, de 1972, ele se tornou algo parecido com um ser de outro planeta, e esse aspecto se manteve nos anos seguintes, embora ele assumisse várias outras formas, justificando seu apelido: "Camaleão do Rock". 

Sua influência se estendeu desde os psicodélicos anos 1960 e 1970 até hoje, movida a polêmicas causadas pela sua bissexualidade, intensos relacionamentos com mulheres (e, com bem menos frequência, homens), e consumo intensivo de drogas, Flertou com quase todas as vertentes do rock, desde o clássico até o metal, e tinha a capacidade de modular a voz como poucos, além de tocar vários instrumentos e ainda arriscar-se como ator. 

Bowie já estava acostumado a roubar cenas nos shows, e agora, com sua morte repentina, nos noticiários. 

sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Agora é oficial

Fiz uma lista de fatos impossíveis de ocorrer em 2015 e eis que um deles acabou acontecendo mesmo: a inflação ficou em dois dígitos, mesmo com o PIB encolhendo (isso eu também menosprezei mas ocorreu também).

Naquela época houve alusão ao índice de 10,2%. A realidade foi ainda mais incrível: 10,67%, em números oficiais.


A inflação ficou fora de controle e ameaça o Brasil (charge de J. Lima)

Isso é realmente difícil de ocorrer: inflação altíssima com forte queda do produto interno bruto. Nosso país está errando em mais de um fundamento económico. Especialistas apontam:

1. O descontrole nos gastos públicos pelo governo.

2. A indexação da economia motivada por fins políticos e não técnicos. 

3. O represamento das tarifas públicas, feito em 2013 e 2014, que acabaram explodindo em 2015.

4. A disputa entre governo e partidários de Eduardo Cunha, particularmente nas chamadas pautas-bombas, mecanismos capazes de destruir os esforços de ajuste fiscal, como a vinculação de salários da Advocacia Geral da União aos do Judiciário e o fim do fator previdenciário. Era um embate entre dois grupos descompromissados com a austeridade, interessados em adotar medidas populistas.

5. A sangria financeira causada pela corrupção na Petrobras e, possivelmente, em outros setores como os fundos de pensão, a Caixa e o BNDES.

6. Continuidade das secas e da irregularidade pluviométrica, provocando novas quebras de safras agrícolas, desabastecimento de água e, principalmente, forte encarecimento da energia eletrica, dependente das usinas hidrelétricas e termoeletricas, estas últimas com custo de produção significativamente maiores.

Nenhum desses fatores é externo, como defendeu o governo, que dificilmente conseguirá trazer a inflação de 2016 para valores dentro da meta de 4,5% com desvio-padrão de 2% sem um planejamento claro de como ele irá combater as causas desse problema que tanto prejudica o nosso povo.

Primeiro post digitado em um tablet

Tablets parecem não ser as melhores ferramentas para blogueiros devido à ausência de um teclado físico. Contudo, devido à decadência no mercado de notebooks, será esta a tendência. 

Não é fácil acostumar-se com este recurso. Os teclados 'touchscreen' são muito limitados, exibindo apenas letras ou números ou sinais. Mesmo assim, a limitação de espaço no tablet cria teclas pequenas e juntas,  tornando inevitáveis os erros de digitação. E coitado do infeliz que acredita na infalibilidade do corretor ortográfico e não revisa o texto. Vai escrever sem querer um amontoado de disparates.

É uma pena só dispor no momento de um recurso tão limitado quando existem assuntos relevantes como a queda da Bovespa a míseros 40 mil pontos em decorrência das más noticias vindas da China, o aumento do dolar pelo mesmo motivo, o desmantelamento do elenco corintiano, o primeiro aniversário do massacre do Charlie Hebdo, entre outros.

Para escrever este texto aparentemente tão primário, levei quase uma hora. Arre!

quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Afinal, o tiranete de Pyongyang tem ou não tem?

Esta é uma questão difícil de responder até para os especialistas militares. 

King Jong-un tem a bomba H? Se tem, como ele conseguiu desenvolvê-la? (AP)

Caso King Jong-un tenha feito um teste com uma bomba atômica convencional, e não com a bomba H, cujo potencial de destruição é consideravelmente maior, já representa mais do que uma ameaça à Coréia do Sul e ao Japão. Mostra transtorno de personalidade e vontade de provocar as potências ocidentais, escarnecendo de sua falta de ação.

Por outro lado, se a bomba supostamente testada em Pungyye-ri, área tradicionalmente usada para as experiências do sr. King, for mesmo uma bomba H, a situação é muito pior. Eles estão dominando uma tecnologia bem mais sofisticada para armas nucleares, pois a bomba H, cuja base é a fusão nuclear, é muito mais difícil de se obter do que a bomba atômica de fissão (aquela utilizada para os bombardeios de Hiroshima e Nagasaki). Além disso, alguma nação aliada da Coréia do Norte forneceu a tecnologia, e também pode representar uma ameaça à paz. A China, maior aliada de Pyongyang, oficialmente não domina esta técnica. Oficialmente, o Irã, outro aliado, também não. Resta ainda a Rússia, mas ela também condenou energicamente a iniciativa do tiranete norte-coreano. 

Esta é uma questão a ser desvendada pelos serviços de inteligência das potenciais ocidentais (principalmente o NSA e a CIA) e do Japão. Enquanto isso, usa-se o expediente de aumentar o embargo econômico e militar contra o governo norte-coreano, dando a ele mais um pretexto para culpar as potências pela miséria e opressão de seu povo.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

2016 tem de ser bom para nós

Mas devemos ser fortes, perseverantes e ter estômago para estes tipos de notícias que abrem o ano:


1. Já houve a primeira chacina do ano, com quatro pessoas mortas em Guarulhos. 

2. Dia 9 os preços das tarifas de ônibus sobem em São Paulo, para R$ 3,80. Houve cidades onde o aumento já está em vigor. 

3. Executaram em massa 47 condenados de uma vez na Arábia Saudita, motivando reações no país inimigo, o Irã, onde a embaixada saudita sofreu tentativas de invasão e foi alvo de tiros e bombas, antes da polícia local intervir; como resposta, a Arábia e seus aliados sunitas Bahrein e Sudão (governados também por ditadores) anunciaram rompimento de relações diplomáticas com o Irã, a pátria dos xiitas. 

4. O dólar já começou 2016 em fortíssima alta. A moeda americana fechou o ano passado em R$ 3,94, e no momento da publicação desta postagem estava em R$ 4,04, por decorrência dos maus dados sobre a economia chinesa, cuja atividade industrial decaiu pelo décimo mês seguido, provocando queda expressiva na bolsa de Xangai (mais de 7%). Por aqui, a Bovespa caiu 1,65% até agora. 

5. Previsões dos economistas são terríveis, estragando o clima de réveillon do brasileiro: 2016 vai ser outro ano de recessão e inflação combinadas.