sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

Agora é oficial

Fiz uma lista de fatos impossíveis de ocorrer em 2015 e eis que um deles acabou acontecendo mesmo: a inflação ficou em dois dígitos, mesmo com o PIB encolhendo (isso eu também menosprezei mas ocorreu também).

Naquela época houve alusão ao índice de 10,2%. A realidade foi ainda mais incrível: 10,67%, em números oficiais.


A inflação ficou fora de controle e ameaça o Brasil (charge de J. Lima)

Isso é realmente difícil de ocorrer: inflação altíssima com forte queda do produto interno bruto. Nosso país está errando em mais de um fundamento económico. Especialistas apontam:

1. O descontrole nos gastos públicos pelo governo.

2. A indexação da economia motivada por fins políticos e não técnicos. 

3. O represamento das tarifas públicas, feito em 2013 e 2014, que acabaram explodindo em 2015.

4. A disputa entre governo e partidários de Eduardo Cunha, particularmente nas chamadas pautas-bombas, mecanismos capazes de destruir os esforços de ajuste fiscal, como a vinculação de salários da Advocacia Geral da União aos do Judiciário e o fim do fator previdenciário. Era um embate entre dois grupos descompromissados com a austeridade, interessados em adotar medidas populistas.

5. A sangria financeira causada pela corrupção na Petrobras e, possivelmente, em outros setores como os fundos de pensão, a Caixa e o BNDES.

6. Continuidade das secas e da irregularidade pluviométrica, provocando novas quebras de safras agrícolas, desabastecimento de água e, principalmente, forte encarecimento da energia eletrica, dependente das usinas hidrelétricas e termoeletricas, estas últimas com custo de produção significativamente maiores.

Nenhum desses fatores é externo, como defendeu o governo, que dificilmente conseguirá trazer a inflação de 2016 para valores dentro da meta de 4,5% com desvio-padrão de 2% sem um planejamento claro de como ele irá combater as causas desse problema que tanto prejudica o nosso povo.

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