Na História, os nazistas foram retratados muitas vezes como sádicos, dispostos a tudo para extrair o máximo de sofrimento de seus inimigos, principalmente os judeus, quando eles são capturados e enviados aos campos de concentração e de extermínio. Embora isso não corresponda, essencialmente, à realidade, pois a maioria deles era composta de pessoas apenas cumprindo ordens dos líderes sob pena de algum castigo, a imagem de depravação moral ficou, e até hoje os alemães sofrem com isso.
O mundo comemora, nesta semana, os 80 anos do fim da II Guerra Mundial. A China organizou hoje um grande desfile militar, na presença de Vladimir Putin e Kim Jong-un.
Mais tarde, os líderes nazistas foram capturados. Uns foram parar nas mãos dos soviéticos, e outros, nas dos ocidentais. No caso dos últimos, os piores elementos acabaram julgados no tribunal de Nuremberg, organizado por oficiais americanos. Após serem submetidos às regras do Direito internacional, em um processo considerado bem mais rigoroso do que o arbítrio nazista, embora não desprovido de falhas por deixarem muitos algozes do III Reich escaparem ou serem absolvidos apesar de provas concretas, doze prisioneiros foram condenados à morte. Desses, Hermann Göring (1893-1945) escapou tomando cianureto, e Martin Bormann (1900-1945), foragido, teria supostamente morrido meses antes, embora haja indícios de que ele tenha fugido da Europa rumo à Argentina.
Eram gente considerada sádica, responsável pelos piores crimes cometidos contra a Humanidade. Muitos, principalmente os defensores da pena de morte, consideram as execuções justas. A forca, e não o pelotão de fuzilamento, como queriam alguns dos sentenciados, foi o método escolhido.
 |
Os réus tiveram amplo direito de defesa, de acordo com a mídia da época; a maioria foi condenada à prisão ou foi absolvida, mas 12 foram considerados merecedores da forca (United States Holocaust Memorial Museum) |
Mas elas foram mal executadas, por um carrasco inexperiente, o sargento-mestre do Exército americano John C. Woods (1911-1950). Ele teria, de propósito, calculado mal o comprimento das cordas, de tal forma a não permitir uma morte rápida, por fratura da coluna. Segundo a documentação existente, no caso dos condenados representantes do odioso regime totalitário de Hitler (1889-1945), todos morreram estrangulados:
Joachim Von Ribbentropp (1893-1946), ministro das Relações Exteriores do regime nazista, foi enforcado e levou 19-20 minutos para morrer nas mãos de John C. Woods.
Wilhelm Keitel (1882-1946), chefe das Forças Armadas do Reich, levou nada menos que 28 minutos para morrer na forca, e ainda teve concussão na cabeça ao cair no alçapão.
Ernst Kalterbrunner (1903-1946), major-general da SS, era o mais jovem e robusto a enfrentar a forca, mas foi o que menos tempo levou para morrer sufocado pela corda: sete minutos, quando uma execução considerada bem feita levava no máximo dois.
Alfred Rosenberg (1893-1946), principal teórico do nazismo e do Holocausto, pereceu após 14 minutos pendurado na forca.
Hans Frank (1900-1946), governador fantoche da Polônia e cúmplice do Holocausto, teve a segunda morte mais rápida (ou menos lenta), com 11 minutos agonizantes na forca. Ele se converteu ao cristianismo, e se disse arrependido dos crimes.
Wilhelm Frick (1877-1946), ministro do Interior, tinha quase 70 anos e levou 12 minutos para morrer, após machucar a cabeça no alçapão e lutar pela vida no cadafalso.
Julius Streicher (1885-1946), chefe do Parlamento do Reich, também bateu a cabeça no alçapão e sua execução durou longos 15 minutos. Ele desafiou a platéia gritando “Heil Hitler”.
Fritz Sauckel (1894-1946), general envolvido no extermínio de judeus, morre após 14 minutos em convulsão e com a cabeça fraturada após bater no alçapão; ele chorou alegando “inocência” antes disso.
Alfred Jodl (1890-1946), um dos mais altos oficiais de Hitler, morreu após 18 minutos de agonia, debatendo-se freneticamente.
Alfred Seyss-Inquart (1892-1946), chanceler fantoche da Áustria, levou 14 minutos para morrer caindo do alto do patíbulo.
N. do A.: A maioria dos apoiadores do governo diz ser contra a pena de morte, mas iria adorar ver o ex-presidente e capitão reformado Jair Bolsonaro nas mãos do sargento "desastrado" que executou gente com a qual os apoiadores que gritam "Mito" são às vezes comparados.