quarta-feira, 6 de agosto de 2025

Mapa de 1513 já mostrava a Antártida

Já foi citado o nome de Piri Reis (1470?-1553), um cartógrafo turco do século XVI, autor de um mapa de 1513 usado pelos navegantes de seu país. O termo "Reis" não se refere a nenhum sobrenome, mas a uma designação para comandantes de navios ou de esquadras, para o império turco. Hajji Ahmed Muhiddin Piri, seu nome real, foi um comandante militar de grande respeito, mas caiu em desgraça devido aos fracassos nos seus últimos confrontos com os europeus, e foi decapitado sem piedade, por ordem do sultão Solimão, o Magnífico. O velho comandante teria mais de 80 anos. 

O mapa continua informações sobre o recém descoberto continente americano, e foi elaborado com base em informações de outros cartógrafos, conhecimentos antigos e mesmo lendas. Um fato curioso é ser talvez o primeiro a mostrar um continente ao sul, somente descoberto no século XIX por navegantes russos e britânicos. Esta viria a ser conhecida como Terra Australis Incognita pelos europeus, e depois por Antártida ou Antártica. 

Existe ainda muita especulação sobre os detalhes deste continente misterioso, mas já citado por Ptolomeu, o geógrafo grego do século II. Restou apenas um fragmento, exposto no museu Topkapi, em Istambul. 

Fragmento preservado do mapa de Piri Reis mostrando a América, a África, o Oceano Atlântico e um grande território ao sul (Reprodução)

Piri Reis poderia ser considerado um mártir do conhecimento do século XVI, assim como Giordano Bruno, o teólogo que defendia não só o heliocentrismo, mas a presença de outros sistemas como o nosso, com planetas habitáveis orbitando em torno de estrelas, portanto, defendendo a presença de seres extraterrestres. Isso lhe valeu perseguições e a execução na fogueira à vista de todos na Praça Campo de Fiori, em Roma. Mas isso ficaria para uma outra postagem. 

terça-feira, 5 de agosto de 2025

Apoiadores de Bolsonaro se amotinam contra Moraes

O Brasil está bem próximo de um ponto de ruptura institucional, com o acirramento dos ânimos e a radicalização das posições. 

Muitos apoiadores do atual governo se dizem contra posturas "salvacionistas" do ex-presidente Jair Bolsonaro ou de partidários dele. Ironicamente, quem está agindo dessa forma, como um salvador da pátria, é o ministro do STF Alexandre de Moraes, apontado até por moderados como juiz, juri e executor. Além disso, ele também faz o papel de vítima, de promotor e de advogado de acusação contra o chamado "bolsonarismo", comparado muitas vezes ao nazismo e ao fascismo por parte da opinião pública, mesmo por quem não apoia o governo. E, para muitos governistas, liberais e conservadores são ditos "fascistoides". Não são fascistas, mas, segundo eles, parecem. 

Os governistas não consideram Moraes como salvacionista, e sim os membros da oposição que ocuparam a Câmara e o Senado em sinal de protesto, exigindo a votação da anistia aos manifestantes presos após o 8/1 em uma série de inquéritos irregulares. E também o impeachment de Moraes, tarefa dos senadores. A gota d'água foi o ministro do Supremo ter colocado o ex-presidente em prisão domiciliar, ameaçando com a cadeia se o STF alegar reincidência nos contatos de Bolsonaro com seus correligionários e simpatizantes, pelas redes sociais ou não. 

Davi Alcolumbre, presidente do Senado (esq.) e Hugo Motta, presidente da Câmara, foram obrigados a fechar os trabalhos como resposta à "rebelião" dos opositores (Saulo Cruz/Ag. Senado)



Muitos petistas querem parte da oposição, a mais insatisfeita com o status quo, na cadeia, rotulada de "extrema direita" "contra o Estado Democrático de Direito". Mas não querem saber das causas de tanta insatisfação: a economia do Brasil está ameaçada pelo "tarifaço" e pela má gestão, e o Executivo muitas vezes se escora no Judiciário e parte do Legislativo (inclusive os volúveis parlamentares pertencentes aos partidos do "Centrão"). E os ecos das vozes ainda tratadas como mero jus sperniandi (ainda não caladas pela força, como se faz em Cuba, Venezuela, Rússia, China e outros países apoiados pelo governo brasileiro) estão mais e mais audíveis e desagradáveis. 


N. do A.: Espera-se que esta postagem seja a última da semana a tratar diretamente da política, pois outra vez este espaço se ocupa de poucos assuntos, determinado pela "força maior" dos acontecimentos no Brasil. 

segunda-feira, 4 de agosto de 2025

O povo ainda mostra sua insatisfação

As repercussões do tarifaço ainda não parecem ter influenciado muito as atitudes do governo e, principalmente, dos ministros do STF, estes últimos ainda se comportando como os éforos da antiga Esparta, mas em uma escala ainda mais autocrática por não conseguirem os mandatos pelo voto (aberto, naquela época, e ainda mais manipulável que as urnas eletrônicas de agora) e nem terem seus cargos limitados em um ano, como naquele regime oligárquico. 

Pelo menos, alimentaram a indignação de muitos, principalmente os já insatisfeitos com a administração petista praticamente sustentada pelo Judiciário, e com ainda tênue limitação pelo Legislativo, com pouca força para lembar aos outros dois Poderes sobre a harmonia e a independência apregoadas pela Constituição. 

Os manifestantes tentaram novamente mostrar a sua indignação. Na Paulista, reuniram-se dezenas de milhares de pessoas. A USP contabilizou "apenas" 37 mil, mas já é praticamente o triplo de pessoas presentes no movimento anterior. Segundo o site Poder360, criticado por ser "isentão" pelos críticos, o numero foi bem maior: 57 mil. E isso sem a presença física do clã Bolsonaro. Novamente, Silas Malafaia foi o líder e organizador, com a presença de políticos como o presidente do PL Valdemar Costa Neto e o prefeito Ricardo Nunes, mais o deputado Nikolas Ferreira, entre outros. 

Imagem aérea mostra a Paulista tomada por apoiadores de Jair Bolsonaro e/ou críticos do atual governo (Divulgação)

Em outras cidades, como Brasília, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Curitiba, Porto Alegre e Belém, também houve protestos, em números suficientes para um governo sério começar a tomar medidas, dentro das regras democráticas. 

Mais do que dar apoio ao ex-presidente e aos atos de Eduardo Bolsonaro, considerado ainda um agente valioso da luta contra a extrapolação de poderes de Alexandre de Moraes, mostra a voz dos descontentes. E eles não são poucos. Não será tão fácil para o governo nas eleições de 2026, mesmo se Bolsonaro for impedido de concorrer. Por ora, está impedido até de sair de casa, por conta da decisão de Moraes impondo-lhe prisão domiciliar por ter se reunido com apoiadores via redes sociais. Se depender da vontade dos manifestantes, e também do parecer da Justiça, o ex-capitão e os presos pelos acontecimentos do 8/1 serão anistiados, possibilitando um embate muito esperado nas urnas. Com direito a novos questionamentos sobre os resultados delas, caso o modelo de votação continuar sendo as tais "caixas da discórdia". 

sexta-feira, 1 de agosto de 2025

Um nome

Estão debatendo dobre o nome de Eduardo Bolsonaro, o filho do ex-presidente nos Estadod Unidos. Por causa de sua atuação decisiva para as sanções contra o ministro Alexandre de Moraes, mas também para a megataxação sobre produtos brasileiros, as opiniões ficaram divididas. Muitos o consideram um "traidor da pátria", prejudicando todo o Brasil, inclusive seu próprio pai, cuja situação política acabou ficando pior, obrigado a usar uma tornozeleira eletrônica e tendo seus direitos sociais e políticos ainda mais cerceados. 

A associação de Eduardo Bolsonaro com Judas Iscariotas, sinônimo de traição, se escaixa dentro da tradição cultural religiosa do Brasil. Contudo, Judas traiu Jesus Cristo em particular, não a sua pátria. 

Outro nome citado foi Joaquim Silvério dos Reis, o traidor dos inconfidentes mineiros. Considerado um nome sinônimo de perfídia no Brasil, Silvério não foi o único, mas foi o mais destacado entre os denunciadores do movimento de libertação de Minas Gerais. Neste caso, há a tentação de comparar Trump à rainha de Portugal, Maria I, sendo ambos considerados mentalmente perturbados. Mas o governo brasileiro está bem longe de ser formado por gente oprimida por tiranias sedentas de impostos, sendo comparado a uma delas. 

Também se fala em Domingos Fernandes Calabar, um proprietário de terras de origem mestiça ("mameluco"), considerado outro traidor do Brasil. No caso, da colônia portuguesa, pois viveu no século XVII, entre 1609 e 1635. Ele se aliou aos invasores holandeses e ajudou-os nas pilhagens e nas batalhas contra os lusitanos, visando satisfazer seus interesses pessoais, mas foi emboscado, capturado e estrangulado, sendo sua memória amaldiçoada até hoje. Mas Calabar não visava beneficiar outras pessoas, como Eduardo Bolsonaro faz, e nem era sua intenção prejudicar o Brasil, ainda muito longe de ser um verdadeiro país naquela época. 

Outro nome citado, desta vez pelo ex-ministro do STF Celso de Mello, foi (Vidkun) Quisling, um ex-governante da Noruega, que teria entregado seu país aos nazistas. Virou um adjetivo para gente pérfida, inimiga da democracia. Mas esse termo seria mais adequado para alguém amante do totalitarismo e da tirania, coisa que o governo americano não é, apesar de Trump adotar às vezes medidas autoritárias. Para os opositores de Lula e do STF, quem se parece mais com o nazismo é o governo brasileiro, por sua perseguição tenaz a quem tenta erguer a voz contra ele. 

Eduardo Bolsonaro ainda será um nome muito falado, mas nem sempre será como traidor, ou como um defensor dos conservadores contra uma tirania "esquerdista". Para muitos, ele não se encaixa nesses papeis, e sim como alguém capaz de causar grandes estragos sem conseguir benefício pessoal, pois o risco de perder o mandato ou ser preso não pode ser desprezado. 


quinta-feira, 31 de julho de 2025

Termina mais um mês

Julho terminou, e vai começar agosto, o famigerado "mês do desgosto". Houve acontecimentos dramáticos e desagradáveis, como o megaterremoto de 8,7 graus Richter no leste da Rússia que gerou um tsunami e cujos efeitos foram sentidos no Japão e até na América do Sul. Sem falar na implantação do tarifaço americano para os produtos brasileiros, em vigor a partir já de agora. Se isso ocorreu em julho, o que virá em agosto?

Nota-se que este blog ficou infestado de charges animadas para lá de desanimadas. Mais precisamente, tragicômicas, com personagens desidratando de tanto chorar. Por enquanto são brasileiros, mas os próximos podem ser personalidades ou autoridades estrangeiras. Quem vai ser retratado aqui nesta situação ao mesmo tempo patética e grotesca?

a) O Zelensky, após o acordo de cessar fogo que fatalmente vai consolidar a anexação de parte do território ucraniano à Rússia. 

b) O Netanyahu, caso a guerra leve Israel a ser pária internacional e na hipótese dos reféns em poder do Hamas estarem mortos. 

c) A Úrsula von der Leyen, presidente da Comissão Européia, com mais sanções do Trump, ou, por outro lado, com o Putin retaliando a Europa pela ajuda dada à Ucrânia. 

d) Todo o mundo, porque o Armageddon virá!

e) O autor deste blog, fazendo mais uma enquete disfarçada de postagem séria. Ainda por cima falando sobre essas animações toscas. Que m***@!

quarta-feira, 30 de julho de 2025

Consummatum est

E não adianta chorar. 

Donald Trump mais uma vez mostrou não estar de brincadeira quando ameaçou o Brasil com o tarifaço de 50%. No próximo dia 1°, as tarifas não pouparão quase nada, a não ser importantes exceções, como a laranja, os aviões da Embraer, metais preciosos e celulose. Café, carnes e açúcar de cana, este último recomendado por Robert Kennedy Jr., o secretário da Saúde, para adoçar a Coca-Cola local, não escaparam. 

Trump e Marco Rubio mostram que não estão blefando ao sancionar o Brasil e o ministro Alexandre de Moraes (AP Photo)

Ele também cumpriu com a promessa de punir autoridades brasileiras envolvidas em alegada perseguição ao ex-presidente Jair Bolsonaro, considerando Alexandre de Moraes o "coração" do autoritarismo e da perseguição a opositores que não se ajoelham às vontades do Executivo e do Judiciário brasileiros. Marco Rubio, o poderoso secretário de Estado da Casa Branca, impõs a lei Magnitsky contra o mais destacado dos membros do STF brasileiro. O ministro agora não poderá viajar aos Estados Unidos, nem possuir negócios ou fazer compras por lá com seus cartões de crédito. Muita gente imaginaria uma cena como esta: 


Mas o ministro não é uma pessoa tão emotiva, e continuará a agir com frieza. Ele não desistirá de alcançar seus objetivos de neutralizar o bolsonarismo. Uma de sua metas é conseguir extraditar Carla Zambelli, presa nesta semana na Itália, mesmo que o processo leve anos. Aliás, muitos adversários do bolsonarismo e mesmo alguns bolsonaristas ressentidos com a conduta dela durante as eleições de 2022, queriam ver a situação. 


Carla Zambelli também vem resistindo como pode, e não se renderá tão fácil. Ela lançará mão do seu direito de defesa, assegurado pela Justiça italiana. Não ficará passiva diante da possibilidade de extradição, nem da quase certeza da perda de seu mandato como deputada federal. 

Será mais provável ver o brasileiro comum sem saber o que fazer diante dos acontecimentos recentes. 

terça-feira, 29 de julho de 2025

Preço do morango dispara

Ontem, o preço do morango estava cotado a R$ 48 por quilo, em média, no nosso Estado, um valor 77% maior em relação ao início do mês. Em outros Estados, chega-se a ter ainda mais dificuldade para encontrar este produto rico em vitamina C e antioxidantes. 

Não é culpa do Donald Trump, pois ele não anunciou mais nenhuma retaliação ao Brasil por causa da prisão de Carla Zambelli, apoiadora do ex-presidente Jair Bolsonaro e refugiada na Itália após ser condenada por invasão de sistemas digitais via contratação de um hacker

Também não é por causa de um aumento nos impostos sobre os produtos do agronegócio. Fernando Haddad (ainda) não fez isso. 

Muito menos por causa de pragas ou quebra de safra. 

A fruta está ficando cara por questão da velha lei da oferta e da procura. A demanda aumentou incrivelmente por causa da nova moda nas redes sociais: as receitas de "morango do amor", doce inspirado na maçã do amor, igualmente calórico e perigoso para os dentes por causa da crosta de caramelo duro (e irresistível). 

Geralmente a nova sobremesa para as festas de meio de ano leva também leite condensado ou massa de leite em pó, e isso também encarece o produto, pois os laticínios estão há tempos com preços assustadores. 

O doce do momento (Divulgação)

Por outro lado, os produtores da fruta, assim como as padarias e confeitarias, estão felizes, e torcem para a moda não sair tão cedo. 


segunda-feira, 28 de julho de 2025

Faltam três dias...

... parece que o tarifaço de Trump está mesmo para ser aplicado. 

Muitos empresários e parlamentares não quiseram esperar a resposta de Lula à medida do governo americano e estão agindo. Uma comitiva de parlamentares foi a Washington para conversar com colegas do Capitólio, tanto do Partido Republicano (o de Donald Trump) quanto o do Democrata. Eles querem evitar a taxação de produtos importantes nas exportações brasileiras, como o aço. 

O governo prefere agir de outra forma. Sabe-se que existem vários motivos para a taxação, além dos políticos. Uma motivação bastante forte é a exploração de recursos minerais valiosos, como as "terras raras" (metais como o neodímio, o disprósio, o gadolínio e outros, cujos compostos são usados para imãs de alta potência, motores elétricos, turbinas e outros equipamentos de alto valor agregado). O Brasil ainda possui outros minerais cobiçados, como o nióbio, muito falado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. 

Por causa disso, o discurso do governo acabou se aproximando do adotado pelo antecessor e "inimigo", mas discursos nada significam sem ações efetivas, e a exploração clandestina dos minerais continua, assim como a falta de controle e fiscalização, pois a exploração desses recursos possui alto impacto ambiental. Para piorar, não existem fábricas brasileiras para transformar essa matéria bruta, pois o processo é muito caro.

Lula (esq.) sabe que jabuticabas não bastam para aplacar a ira de Trump. Mas as ações efetivas dos brasileiros contra o tarifaço não vêm do governo (EFE/EPA/Christophe P. Tesson e Will Oliver)


Esse aparente nacionalismo de um governo até há pouco avesso a isso e sempre acusado de servir ao "globalismo" pelos opositores bolsonaristas, não vai impedir a implantação do tarifaço. E o Brasil sofrerá as consequências. Será que isso será o suficiente para Lula chorar de arrependimento por ter desafiado o seu poderoso colega? Pois os brasileiros certamente irão (e isso foi mostrado em postagem anterior). 



sexta-feira, 25 de julho de 2025

Manifestantes começam a aparecer na Praça dos Três Poderes

A insatisfação com o governo Lula e o Supremo Tribunal Federal continua, mesmo com a percepção de que Donald Trump radicalizou ao ameaçar taxar os produtos brasileiros em 50%. Aliás, fala-se em até 100%. 

Para muitos, a culpa recai sobre as decisões monocráticas e arbitrárias tomadas por Alexandre de Moraes e outros membros do STF, considerados demasiado coniventes ou mesmo cúmplices, mesmo os três não atingidos pela retaliação americana: André Mendonça, Kassio Marques e Luiz Fux. Essas decisões acabam beneficiando o governo, desejoso de se livrar da oposição mais radical, apodada de "extrema direita", um termo empregado para qualquer um não disposto a conversar com o governo, ligado ao ex-presidente Jair Bolsonaro ou não. 

Algumas centenas de manifestantes já aparecem na Praça dos Três Poderes, preparando-se para a grande manifestação do dia 3 de agosto. 

Faixas penduradas em protesto contra Lula e Moraes (Divulgação/X)


quarta-feira, 23 de julho de 2025

Os estranhos centauros

Quando se fala de centauros, costuma-se pensar a respeito de estranhos seres formados por uma parte humana e um parte equina, pertencentes à mitologia greco-romana. Mas existem outra acepção para a palavra. 

Entre as órbitas de Júpiter e Netuno, existem corpos em geral bem pequenos (em termos astronômicos), entre poucos metros e alguns quilômetros de diâmetro, com comportamento entre cometa e asteróide. Esses objetos "híbridos" foram apelidados pelos astrofísicos de "centauros". Por vezes, quando se aproximam do Sol, chegando ao periélio de suas órbitas excêntricas, eles desenvolvem uma cauda, liberando partículas com as temperaturas mais altas. Mas suas aparências lembram mais os asteróides. 

Sua origem é contraversa, embora provavelmente sejam do cinturão de Kuiper, a região limítrofe do Sistema Solar além de Netuno. Podem ter sofrido a ação da gravidade dos planetas gigantes, principalmente Júpiter e Saturno, passando a se tornar corpos espalhados ao longo do Sistema Solar. É muito pouco provável que alguns deles venham a se aproximar da Terra, pois a ação de Júpiter impede a aproximação. 

Um desses centauros está muito citado ultimamente, o 2060 Quíron. Este objeto tem 206 km (estimados) de diâmetro e foi descoberto em 1977. Segundo a mitologia, Quíron era um centauro diferente dos demais por sua cultura e erudição, com uma ascendência divina: era filho de Cronos, e meio-irmão de Zeus. 

A órbita de 2060 Quíron (Chiron). no Sistema Solar (JPL Small-Body Database)

Espiritualistas afirmam ser Quíron a estadia de almas em processo de recuperação após a morte. Popularmente, seria um "planeta prisão", para espíritos causadores de sofrimento alheio necessitados de correção até terem condições de trilharem lugares melhores ou reencarnarem em planetas ditos de "provas e expiações". Para os kardecistas, a Terra está deixando de ser um planeta dessa categoria, onde o sofrimento e a injustiça reinam, para ser um lugar em processo de regeneração, com seres mais conscientes e dispostos a atitudes mais positivas, como a caridade e a busca pela sabedoria. 

terça-feira, 22 de julho de 2025

Mais perdas

Nesta semana, o Brasil ficou chocado pela morte de Preta Gil, após uma luta sofrida contra um câncer no intestino. Muita gente tinha a esperança de èxito no combate a esta doença, certa de sua capacidade de lutar e enfrentar muitas coisas, mas ela foi derrotada. A filha de Gilberto Gil se foi cedo, com apenas 50 anos. 

Ainda temos a perda, também chocante para os amantes do heavy metal, que ainda são muitos: Ozzy Osbourne, o eterno líder do Black Sabbath, "Príncipe das Trevas" e com a fama infame de comer morcegos, desde o episódio de 1982, quando ele teria mordido a cabeça de um deles durante um show. Não adiantou alegar que o animal estava morto quando ele foi jogado por um fã e foi parar na boca deste inglês que conquistou seu espaço na história do metal. Isso acabou se tornando uma lenda moderna. 

Ozzy Osborune (1948-2025) e a sua fama de "comedor de morcegos" foi além das fronteiras do rock'n roll

Ozzy não morreu de hidrofobia (doença causada por morcegos e outros mamíferos como os cães), mas sim das consequências do mal de Parkinson. Mesmo assim, ele teve forças para se apresentar uma última apresentação com a sua ex-banda, a Black Sabbath, semanas antes da morte. 

segunda-feira, 21 de julho de 2025

Antes que encerrem a conta do blog

 Por conta das decisões de Donald Trump para tentar castigar o governo brasileiro, muitas sanções ainda poderão ocorrer. O que será de Bolsonaro, Lula, Moraes e do resto do Brasil?

a) O governo Lula vai dobrar esse imperialista fanfarrão, companheiro! E vai ganhar o apoio da China, da Rússia e dos outros membros do Brics para fazer o laranjão recuar.

b) Outra enquete, é? (Ai, ai! Respondendo pergunta com outra...) Pois o Trump vai colocar essa esquerdalha no seu devido lugar, que é na cadeia! Tá OK?

c) Por falar em cadeia, quem vai acabar nela é...


d) Nada disso! Quem vai chorar por culpa desse governo irresponsável é quem sempre tem motivo para chorar! E vai ser pra valer!


e) O que será deste blog? (Respondendo pergunta com outra pergunta de novo...) Está tendo muita charge (des)animada com choradeira ultimamente. Depois quem vai acabar chorando é o autor desta espelunca virtual!

sexta-feira, 18 de julho de 2025

E agora?

O governo brasileiro e o Supremo resolveram endurecer na perseguição ao ex-presidente Jair Bolsonaro, suspeito de liderar um alegado golpe. Sem muito resistir, além de tentar se defender das acusações, consideradas para ele absurdas, visando unicamente tirá-lo das eleições para o ano que vem, o ex-presidente foi obrigado a usar a tornozeleira eletrônica. 

Bolsonaro negou a sua intenção de fugir do país ou se abrigar em alguma embaixada. O pretexto para tais medidas de restrição à liberdade foi uma operação da Polícia Federal, culminando com a apreensão de US$ 14 mil em dinheiro vivo. Ele também foi proibido de entrar em contato com o filho, Eduardo, atualmente atuando para o governo americano sancionar membros do Executivo e do Judiciário. 

Agora, as medidas de Washington caminham neste sentido. Após a adoção das medidas anti-Bolsonaro, quase todos os membros do STF, com exceção de Luiz Fux e dos dois ministros nomeados pelo ex-presidente durante seu mandato (André Mendonça e Kassio Marques), estão proibidos de entrar nos Estados Unidos. Isso também vale para o procurador-geral da República, Paulo Gonet, considerado subserviente a Alexandre de Moraes. 

Agradecendo a Trump e Marco Rubio, o filho "03" do capitão reformado postou no X dizendo que "tem muito mais por vir". Vendo nas medidas do governo americano uma ingerência nos assuntos internos do Brasil, Lula e sua equipe estudam retaliar. Uma das medidas é limitar a remessa de dividendos de empresas multinacionais, algo considerado próprio de regimes ditos "bolivarianos" como o venezuelano e o cubano. Enquanto isso, nada se faz de concreto em Brasília para evitar a megataxação, um verdadeiro veneno para a economia brasileira, já combalida pelo baixo crescimento econômico, aumento de impostos, inflação alta e insatisfação do povo. Apenas alguns poucos estão se esforçando para minimizar o estrago, como o governador paulista Tarcísio de Freitas, que se reuniu com empresários e exportadores. Mas isso não é o bastante para deter este ato atrabiliário de Donald Trump. 

Eduardo Bolsonaro comemora medidas contra Alexandre de Moraes e outros ministros do STF (Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados e Gustavo Moreno/STF)

Muitos devem se perguntar sobre as futuras medidas, que podem ser algo mais drástico. Fala-se até em rompimento de relações diplomáticas por parte do Planalto, e sanções econômicas para impor a tal "morte econômica" de Moraes, Gonet & Cia., por parte da Casa Branca. Nada parecido com um ataque nuclear, como chegou a escrever Eduardo Bolsonaro. Ninguém seria louco a este ponto, nem mesmo Trump. 

quinta-feira, 17 de julho de 2025

"Vale Tudo" continua alvo do público

Continuam as críticas à atual novela das 9 da Rede Globo, que deveria ser um sucesso por ser um remake de um de seus mais icônicos trabalhos, mas é alvo de deboche e comparações altamente depreciativas com o original de 1988. 

Ela chegou a aparecer até no site "Reclame Aqui", um local onde a emissora é muito mal cotada. Detalhe: ninguém, a princípio, paga para assistir, pois é disponível na TV aberta. Mas não faltam vozes peçonhentas para relembrar a velha fama de manipuladora da "Plim-Plim": para elas, quem assiste paga caro, com a subtração de sua inteligência, além de perder tempo. 

Uma reclamação contra Vale Tudo feita no mês passado (Reprodução/Reclame Aqui)


N. do A.: Enquanto isso, a briga de Trump e Lula continua, com o primeiro exigindo o fim imediato do processo contra o aliado Jair Bolsonaro, enquanto o segundo fala em "traidores da pátria", referindo-se ao antecessor e seu filho Eduardo. Essa novela consegue ser pior do que Vale Tudo, e no final todos poderão se dar mal no fim.


quarta-feira, 16 de julho de 2025

A USP Santos morreu de vez

Pouca gente conhece o campus da USP em Santos, inaugurado em 2012. E vai ficar sem conhecer, pois esta unidade em breve desaparecerá. 

Por algum tempo, existia apenas uma faculdade, a Engenharia de Minas e Petróleo, vinculada à Escola Politécnica. Desde 2021 ela deixou de ser oferecida e a maioria dos já escassos estudantes abandonou o curso. Uma parcela ínfima deles era da cidade litorânea. A partir daí, o curso passou a ser oferecido na própria sede da Poli, no campus do Butantã, sendo um dos melhores existentes no Brasil. 

Agora, apenas algumas atividades restaram, como um laboratório de pesquisa, o InTRA-USP, onde trabalham engenheiros, geólogos, químicos e físicos. Em 2026, talvez nem isso continue. 

Com a desativação deste campus litorâneo, o que restou do corpo de funcionários teme pelo seu futuro. Eles não querem ser transferidos para São Paulo, pois moram em Santos e nas cidades vizinhas. 

Já os antigos estudantes do campus não têm boas lembranças. O prédio, localizado entre o Centro e a Vila Belmiro, não apresentava boas condições, devido ao estado de conservação. Uma pena, pois o edifício é tombado pelo Condephaat e abrigou, anteriormente, o histórico colégio Cesário Bastos. 

O prédio ocupado pela USP possui grande valor histórico, mas há muito tempo precisa de reformas (Condephaat)


terça-feira, 15 de julho de 2025

Outra crise do tipo "O que postar"

Este blog já teve alguns momentos de indefinição sobre o que postar, mas agora a situação está mais séria. Não faltam assuntos, mas boa parte deles já é abordada por outros veículos da Internet. 


Para piorar, o autor às vezes não tem vontade de escrever nada. Compromissos profissionais na área acadêmica, com pesquisas e trabalhos de simulações de dispositivos eletrônicos para sensores e energia fotovoltaica para publicação em artigos são a prioridade. Mas isso é só parte da explicação. Muitas vezes, é pouca disposição para dar continuidade a um espaço mantido desde 2009, mas sem nenhuma intenção de ser uma fonte de renda, mesmo porque as regras do Google, o dono do Blogger, exigem um certo número de visualizações. Como resultado, na prática não se ganha um centavo. 

Mas as postagens irão continuar. Algumas inspiradas, outras nem tanto. Umas vão refletir o momento, outros são atemporais. Enquanto houver condições, o "Assuntos 1000" vai tentar abordar diferentes temas. E o próximo, pelo menos, não será algo só para preencher espaço nas bases de dados da rede. 

segunda-feira, 14 de julho de 2025

E o Super Mundial acabou!

Agora não adianta mais a torcida brasileira, e nem a francesa, lamentar um Mundial perdido por eles. O título é do Chelsea, logo um dos times europeus mais subestimados, principalmente depois da derrota para o Flamengo. 

Os comuns mortais devem se voltar para os problemas cotidianos, enquanto as autoridades precisam resolver coisas como os tarifaços aparentemente disparatados de Donald Trump. Ainda há os conflitos na Ucrânie e na Ásia Ocidental, que já se estendem demais, causando sofrimento de inocentes, e, no Brasil, p governo tenta bravatear mas não tem como vencer a guerra comercial e política com os Estados Unidos com ideologias ineficientes, velhas e requentadas, e nem aplacar a insatisfação e a frustração do povo com os impostos mal gastos ou desviados pela corrupção, os problemas de segurança, saúde, educação e infra-estrutura. 

Chelsea ganha seu segundo Mundial de Clubes, o primeiro da "super edição", às custas de um PSG deslumbrado após uma bela campanha mas não bem terminada na grande final. Nota-se o presidente americano Donald Trump na foto, à direita (Chris Brunskill/Fantasista/Getty Images)

Essas questões o futebol, ou qualquer outro esporte, não tem condições de resolver. Serviu como uma bela distração, lucrativa para a Fifa, mas não mascarou as batalhas fora dos campos. 

sexta-feira, 11 de julho de 2025

Superman não vai nos salvar

Seja um Superman clássico, politicamente incorreto e sem medo de socar alguém, ou este woke e inseguro mostrado no filme do James Gunn, ele não vai nos salvar. 

Quem vai conseguir livrar a Terra dos perigos é a própria população. Cada pessoa, ao deixar de querer ser a vítima dependente e indefesa, pode vir a ser um herói de sua própria história, caso enfrentar os seus problemas com sabedoria e persistência. E, coletivamente, a humanidade pode salvar seu legado deixando de se deixar levar por pessoas e adotar boas ideias, valorizar a harmonia e a boa convivência, evitar a estupidez e rejeitar as más práticas. 

Superman e Krypto contemplam um mundo de ficção, onde nem todos os heróis da DC conseguem resolver os problemas (Reprodução/James Gunn)

É bom que seja assim, pois nos mundos de ficção baseados nas histórias em quadrinhos, as batalhas entre heróis e vilões mais ameaçam a existência das pessoas comuns do que servem de exemplo de lutas do bem contra o mal. 

quinta-feira, 10 de julho de 2025

Comentários adicionais (ainda sobre o ato de ontem)

Ninguém deve ficar contente com o atual estado de coisas. O tarifaço imposto pelo presidente americano Donald Trump ao Brasil não pode ser visto como coisa normal em uma relação bilateral entre dois países, mesmo sendo um deles a grande potência. 

Não pode haver dúvidas sobre a falta de grandeza por parte do atual governo brasileiro, ainda preso a um antiamericanismo tosco e pueril, nem sobre os abusos cometidos pelo STF, mas usar uma tarifa de 50% para supostamente punir esses aspectos da política juristócratica brasileira é inaceitável. Ponto.

Naturalmente, os líderes europeus veem a atitude de Trump como uma agressão a outro país. Não é exatamente por pena ou por amor ao Brasil, mas primeiramente por uma postura anti-Trump. Motivação questionável, mas o conceito é essencialmente correto. 

Parece um novo ato do Febeamu, o festival de besteiras que assola o mundo, parafraseando Stanislaw Ponte Preta, o autor do termo Febeapá. Mas não pode se estender por muito tempo, ou o sofrimento do povo será enorme, sem afetar nem o governo Lula e nem o STF, que já começam a explorar isso politicamente. Quem vai parar de tomar tambor para o outro parar de dançar?

quarta-feira, 9 de julho de 2025

Carta com o poder de um míssil B-2

Alegando vários motivos, o presidente norte-americano Donald Trump lançou uma carta direcionada ao presidente Lula, um de seus mais insistentes críticos. O conteúdo da carta é devastador para o governo brasileiro, e também para o país todo, embora isso fosse esperado, de acordo com os sinais dados pelo "homem laranja", mostrando crescente incômodo com a atuação da Corte brasileira e com a alegada má vontade do Planalto em se mostrar colaborativo com a Casa Branca em assuntos comerciais e de política externa. 

Abaixo, o conteúdo da carta: 

À sua excelência,

Luiz Inácio Lula da Silva,

Presidente da República Federativa do Brasil

Brasília,

Prezado Senhor Presidente:

Conheci e lidei com o ex-presidente Jair Bolsonaro, e o respeitei muito, assim como a maioria dos outros Líderes de Países. A forma como o Brasil tem tratado o ex-presidente Bolsonaro, um líder altamente respeitado em todo o mundo durante seu mandato, inclusive pelos Estados Unidos, é uma vergonha internacional. Este julgamento não deveria estar acontecendo. É uma caça às bruxas que deve acabar IMEDIATAMENTE!

Devido em parte aos ataques insidiosos do Brasil às eleições livres e aos direitos fundamentais de liberdade de expressão dos americanos (conforme recentemente ilustrado pela Suprema Corte brasileira, que emitiu centenas de ordens de censura SECRETAS e ILEGAIS às plataformas de mídia social dos Estados Unidos, ameaçando-as com milhões de dólares em multas e suspensão do mercado de mídia social brasileiro), a partir de 1º de agosto de 2025, cobraremos do Brasil uma tarifa de 50% sobre todo e qualquer Produtos brasileiros enviados para os Estados Unidos, desvinculados de todas as Tarifas Setoriais. As mercadorias transbordadas para fugir desta tarifa de 50% estarão sujeitas a essa Tarifa mais elevada.

Além disso, tivemos anos para discutir nossa relação comercial com o Brasil e concluímos que devemos nos afastar da relação comercial de longa data e muito injusta gerada pelas políticas tarifárias e não-tarifárias e pelas barreiras comerciais do Brasil. Nosso relacionamento tem estado, infelizmente, longe de ser recíproco.

Por favor, entenda que o número de 50% é muito menor do que o necessário para termos condições de concorrência equitativas que devemos ter com o seu país. E isso é necessário para retificar as graves injustiças do atual regime. Como você sabe, não haverá tarifa se o Brasil, ou empresas de seu país, decidirem construir ou fabricar produtos dentro dos Estados Unidos e, de fato, faremos todo o possível para obter aprovações de forma rápida, profissional e rotineira - em outras palavras, em questão de semanas.

Se por algum motivo você decidir aumentar suas tarifas, então, qualquer que seja o número que você escolher para aumentá-las, será adicionado aos 50% que cobramos. Por favor, entenda que essas tarifas são necessárias para corrigir os muitos anos de políticas tarifárias e não-tarifárias e barreiras comerciais do Brasil, causando esses déficits comerciais insustentáveis ​​contra os Estados Unidos. Este déficit é uma grande ameaça à nossa economia e, de fato, à nossa segurança nacional! Além disso, devido aos contínuos ataques do Brasil às atividades de comércio digital de empresas americanas, bem como outras práticas comerciais injustas, estou instruindo o representante comercial dos Estados Unidos, Jamieson Greer, a iniciar imediatamente uma investigação da Seção 301 do Brasil.

Se você deseja abrir seus mercados comerciais até então fechados para os Estados Unidos e eliminar suas políticas e barreiras comerciais tarifárias e não-tarifárias, talvez consideraremos um ajuste nesta carta.

Estas Tarifas podem ser modificadas, para cima ou para baixo, dependendo da nossa relação com o seu País. Você nunca ficará desapontado com os Estados Unidos da América.

Obrigado por sua atenção a este assunto!

Com os melhores votos,

Sinceramente,

Donald J. Trump

Presidente dos Estados Unidos da América


Como já foi adiantado, não foi por falta de aviso. Trump soltou algo comparável com aqueles mísseis B-2 disparados no Irã para devastar o programa nuclear daquele país. Um "tarifaço" de 50% seria capaz de fazer qualquer outro governo soberano se apressar para uma negociação, a não ser que tenha um poderio equivalente ou superior ao dos Estados Unidos. Lula até agora fala em retaliação, e chegou a anunciar medidas nesse sentido, mas não pode manter essa postura por muito tempo, sob pena de levar o país a uma crise econômica e diplomática sem precedentes. 

Trump tem a convicção de ver irregularidades no processo contra seu aliado, o ex-presidente Jair Bolsonaro, e violações dos direitos de empresas americanas, particularmente as redes sociais, atuarem, inclusive no próprio solo, por decisões do ministro Alexandre de Moraes. Também demonstra sua profunda irritação com o tratamento dado pelo governo brasileiro à sua pessoa, e vê o comércio bilateral entre os dois países ameaçado pela China. Qualquer um dos motivos alegados não pode ser tratado separadamente ou fora de contexto, e todos eles forçam Lula a falar com o "homem" de forma direta pela primeira vez. 

terça-feira, 8 de julho de 2025

Nova derrota dolorosa para Thiago Silva no 8 de julho

O Fluminense vinha fazendo uma campanha admirável no Mundial de Clubes, chegando muito mais longe do que pensavam os analistas de futebol. 

Porém, veio um novo dia 8 de julho, exatos 11 anos após aquela partida contra o time alemão na "Copa da Vergonha". Thiago Silva, agora um dos grandes ídolos do Tricolor carioca, participou das duas campanhas. Naquele dia de 2014, ele não jogou, pois cumpriu suspensão por tomar um cartão amarelo no jogo anterior, e viu a surra ser feita, aniquilando com a chance da Seleção Brasileira ganhar o hexacampeonato. Hoje, ele esteve ativo, e se esforçou ao máximo, mas o Chelsea foi superior e, com dois gols de João Pedro, por sinal uma "cria" das Laranjeiras, acabou com o sonho e tirou a chance de título para um dos jogadores mais marcantes dos últimos tempos. 

João Pedro impõs a velha "lei do ex" contra o seu ex-clube, para frustração e tristeza do único time brasileiro restante no Mundial de Clubes (Paul Ellis/AFP)

O zagueiro, um dos melhores deste século, era (e continua sendo) criticado por chorar. De fato, ele não chorou com a derrota do seu time. Não publicamente. Mas muitos apostam que ele estava com vontade de abrir o berreiro. Jhon Arias, outro destaque do time carioca, não aguentou e ficou em prantos, pedindo desculpas à torcida pela derrota. 

Nelson Rodrigues falava de um "Sobrenatural de Almeida", um fantasma atuante em toda derrota traumatizante para o seu time de coração. E ele atuou para assombrar de novo. Assim como o fantasma do 7x1, onze anos atrás. 

O que aconteceria se Thiago Silva chorasse na derrota do Fluminense, exatos 11 anos depois da derrota da Seleção para a Alemanha, quando ele era o capitão do time?

N. do A.: Por ironia, o Chelsea era o time responsável por uma das grandes conquistas do "Monstro" (como os fãs apelidam o zagueiro que foi quatro vezes para jogar Copas do Mundo). Ele fez parte do time inglês durante a campanha pela conquista da UEFA Champions League e do Mundial de Clubes entre 2021 e 2022. 

segunda-feira, 7 de julho de 2025

Cheguem às suas próprias conclusões

O que acham da opinião do presidente americano Donald Trump sobre Bolsonaro?

a) Esta é uma opinião como outra qualquer, de um usuário de redes sociais. 

b) O "homem laranja" está certíssimo! Tem que descer a lenha nesse STF em conluio com o barbudo! Mito! Mito!

c) O Trump tem que parar de se meter no país dos outros! Estamos fazendo justiça contra o Biroliro! E parem de falar de Mensalão, Petrolão, fraude, companheiro! Tudo fake news!

d) Ahn... não sei! Não quero saber de política, coisa chata!

e) Mais uma enquete disfarçada? Essa não! Por isso que esse blog não vai pra frente!

sexta-feira, 4 de julho de 2025

A Justiça precisa pegar os culpados!

Ontem foi preso um dos suspeitos de ter feito o pior roubo por ciberataque da história brasileira. Por meio da C&M Software, uma das grandes prestadoras de serviços on-line para instituições financeiras, ele e outros teriam acessado o banco de dados da empresa e desviado mais de R$ 540 milhões, lesando vários bancos e fintechs, e seus clientes. Neste caso, a principal lesada foi a BMP Instituição de Pagamentos S/A.

Com uma quadrilha a agir desta forma, ações como fazer um simples Pix podem representar grandes prejuízos, arruinando a vida de muita gente. Não bastam os roubos e assaltos convencionais a mão armada. Além disso, não se pode mais confiar cegamente em nenhuma prestadora de serviços ou instituição financeira responsável pelas transações via Internet, principalmente se elas não zelam rigorosamente pelos dados de seus clientes. 

Prenderam um suspeito de ter participado do mega-assalto virtual (Reprodução/Globonews)

É mais um desafio para a polícia, ainda habituada a agir de forma off-line, precisando usar técnicas nem sempre disponíveis, para rastrear ações de hackers e reprimir crimes virtuais, ou evitá-los. Ela deve contar com a colaboração do preso, um ex-funcionário da C&M Software, chamado João Nazareno Roque, para ir até o resto da quadrilha e quem foi responsável pelo pagamento de suborno em troca de dados confidenciais, na hipótese de ele ser realmente culpado, com base nos computadores e outros equipamentos apreendidos. Isso poderá preservar a reputação desta empresa, ou arruiná-la, caso houver a constatação de mais funcionários da prestadora nesta imensa roubalheira. 

quinta-feira, 3 de julho de 2025

Da série 'Classificação dos animais', parte 3 - Répteis

Ao contrário das classes anteriores de animais, aves e mamíferos, os répteis não despertam tanto interesse. Na verdade, eles são considerados seres rastejantes, escamosos, asquerosos, horrorosos, desprezíveis, amaldiçoados, etc., etc. Por isso, existe até uma fobia específica para este tipo de criatura, a tal da herpetofobia. 

Estas "coisas" também não são complicadas de se classificar, aparentemente, quanto as aves, com quem tem um laço em comum: os dinossauros deram origem a elas, embora muitos ainda não engulam essa. 

Contudo, vamos nos ater aos répteis atuais. Os únicos aparentados com os referidos dinos são os crocodilianos, como os crocodilos sempre mostrados como comedores de gente e dotados daquela técnica especial de lidar com suas presas, chamadas de "giro da morte". Eles são da família Crocodilidae, enquanto que os jacarés, bem menos poderosos, e os aligatores, estes também capazes de incluir um humano no cardápio, são os aligatoridae. Não há muito drama nessa classificação. Drama mesmo é se encontrar com essas verdadeiras feras, que se mantiveram mais ou menos parecidas desde o fim do Cretáceo, ou seja, quando os dinossauros ainda reinavam. Apesar de parecerem mais primitivos que os dinos, por andarem de rasto enquanto os outros eram, muitas vezes, bípedes e corredores, eles conseguiram de alguma forma se esconder enquanto o asteroide dava cabo de seus "aparentados" famosos. Na verdade, não tão aparentados assim, pois eles são do grupo dos Pseudosuchia, um nome bem esquisito, ainda mais porque, traduzindo, seria "falso crocodilo", uma contradição evidente. Enquanto isso, os dinos, seus "descendentes" penosos e bicudos, e os pterossauros, formavam outro grupo, os Avemetatarsalia

Lagartos e serpentes são os Squamata, ou escamados. As serpentes, os mais odiados de todos os répteis, por causa da má reputação vinda desde a Bíblia, ocupa apenas uma das subordens de escamados, dentro do grupo Toxicofera, ou os produtores (em potencial) de veneno. Segundo os herpetólogos, ou seja, os estudiosos de seres rastejantes, quanto mais evoluída a serpente, mais ela tende a ser peçonhanta, e as mais evoluídas estariam na família Viperidae, a das víboras, cascaveis, surucucus, jararacas, urutus e outros nomes empregados para xingar alguém. Mas em geral essas serpentes não querem saber de briga, e só dão o bote para se defender. E quando fazem isso, usam seus dentes muito eficientes, a tal da dentição solenóglifa, ou de dentes com canal, para injetar a peçonha. As najas e as corais (Elapidae) não têm um sistema tão eficiente, pois suas presas são pequenas, típicas da dentição proteróglifa, mas tentam compensar isso com veneno mais forte e letal; boa parte delas têm cabeça redonda, olhos grandes e cauda comprida, para mostrar o quanto algumas das velhas cartilhas são uma furada neste ponto, pois só consideram as cobras parecidas com as víboras europeias como perigosas. Cabeça triangular e olhos pequenos são características também das cobras mais primitivas, dentro das famílias Pythonidae (pítons, cobras capazes de crescer a mais de 10 m) e Boidae (as sucuris e as jibóias), todas sem veneno e dentes usados só para morder, sendo áglifas. Outro grupo intermediário, este mais complicado de classificar, é o dos Colubridae, aquelas cobras que podem ser ou não perigosas, por terem uma glândula de líquido digestivo para injetar nas vítimas, a tal da "glândula de Duvernoy", com suas presas no fundo da boca, tendo uma dentição opistóglifa (esta é a última palavra grega terminada em -glifa no artigo). Uns falam de uma família em separado, os Dipsadidae, onde estão a cobra-cipó e a muçurana, a cobra que come cobra. O Google e a Wikipedia não se dão ao trabalho de explicar o porque disso, pois só os herpetólogos têm coragem de estudar as diferenças entre os Colubridae e os Dipsadidae

Ainda dentre os escamados, existem uns animaizinhos parecidos com minhocas, as "cobras-de-duas-cabeças", mas elas ficam no grupo dos Anfisbenidae. Esses bichos não despertam muito interesse, a não ser para quem tem problemas com saúvas, pois essas criaturas inofensivas gostam de se enfiar em locais bem escondidos e protegidos, como os sauveiros. 

O resto dos escamados são todos lagartos, mesmo aquelas coisas esquisitas sem patas, as "cobras de vidro", da família Anguidae, seres que costumam piscar (não é picar, é piscar mesmo, pois eles têm pálpebras) e soltar a cauda, como os lagartos "normais" fazem. 

E as tartarugas? Elas ficam num grupo separado, o dos Chelonia, ou quelônios (do grego Chelone, tartaruga), cujos antepassados se separaram do grupo dos arcossauros no meio do Triássico, quando nem os dinossauros existiram ainda. As cascudinhas, no entanto, só apareceram bem mais tarde, quando os dinos já reinavam sobre a Terra. A lentidão dessas criaturas calmas e já com a "casa embutida", como se diz popularmente, é mais própria dos jabutis (Testudinidae), que passaram a viver na Terra após a extinção dos dinossauros. Os outros grupos de quelônios preferem viver no mar ou nos rios (os cágados), onde são até bastante rápidas para escapar dos perigos. 

Esta serpente, a Oxybelis brevirostris, parece estar sorrindo forçado tentando achar graça deste artigo. Ela é um réptil escamado colubrídeo opistóglifo (mas considerado inofensivo)


quarta-feira, 2 de julho de 2025

Não reclame!

Agora em São Paulo faz um frio típico de inverno. Registros de 11, 12 graus Celsius deixam os paulistanos incomodados, ainda mais considerando uma longa temporada sem temperaturas baixas, pois 2024 foi um ano particularmente quente.

Uma mulher preparada para o frio na Barra Funda (Werther Santana/Estadão)



Antes reclamava-se da falta de frio, no ano passado, e agora, das temperaturas baixas. Não dá para viver num ambiente com temperaturas estáveis ou ao gosto do freguês, ainda mais quando precisa se deslocar para o trabalho ou buscar os filhos na escola. 

Esta situação vai perdurar por mais algum tempo, pois o inverno está começando agora. O jeito é não reclamar e usar bem o seu casaco. 

terça-feira, 1 de julho de 2025

BYD apresenta o primeiro carro "brasileiro" da marca

 Em meio aos vários fatores desfavoráveis para a os negócios para as fábricas estrangeiras (e também brasileiras) em geral, e problemas com a legislação trabalhista brasileira devido ao uso de mão-de-obra análoga à escravidão, a BYD conseguiu se firmar e anuncia o seu primeiro "rebento" em Camaçari, na Bahia, um pequeno Dolphin Mini, sucesso de vendas por aqui. 

Nessa fábrica serão inicialmente montados alguns modelos, em regime SKD (com partes já previamente montadas vindas da China) e, posteriormente, CKD (com todas as peças importadas vindas em separado para a montagem local). Um dos carros é o Song Pro, um SUV híbrido com motor aspirado 1.5 e um elétrico, totalizando 235 cv. O torque com o motor elétrico alcança 30,6 kgfm, comparável a de um clássico Opala seis cilindros. Também será montado o sedã BYD King, além do já citado Dolphin Mini. 

Não há muitas expectativas em uma diminuição significativa no preço final, pois as peças ainda vem do exterior. Um Dolphin Mini custa atualmente por volta dos R$ 118 mil reais, um valor salgado para a maioria dos brasileiros. 

BYD diz ter apresentado nesta segunda o primeiro Dolphin Mini brasileiro, mas na verdade ele só foi montado aqui no sistema SKD (Semi-Knocked Down) (Divulgação)


Também se espera gerar empregos locais, pois a BYD estava usando mão-de-obra vinda de seu país de origem, e empregando métodos irregulares. 

Quanto às outras empresas, elas tentaram dificultar o estabelecimento da chinesa por aqui, mas agora terão que se mexer para enfrentaram as novas condições do mercado, ou poderão perder ainda mais clientes.

segunda-feira, 30 de junho de 2025

Manifestação para inglês (e americano) ver

Novamente, milhares de pessoas foram para a Paulista, para mostrar o nível de descontentamento com o governo, acusado de ser o responsável pelos problemas econômicos pelos quais os brasileiros passam, além de favorecer os gritantes casos de roubalheira nos Correios e no INSS e, por fim, estar em conluio com o STF para calar a oposição. 

A USP fala em apenas 12 mil pessoas, mas mesmo assim é um número bem superior às manifestações promovidas a favor do governo. Não vale comparar com a parada LGBTQIA+ ocorrida no mesmo local na semana passada, avaliada em 50 mil pessoas pela mesma Universidade de S. Paulo, pois são eventos de natureza diversa. Mas vale comparar com as manifestações passadas, que reuniram bem mais gente. 

Jair Bolsonaro foi de novo o protagonista da manifestação, e novamente deu ares de campanha política visando 2026, deduzindo que o Brasil irá aguentar até lá e elegê-lo, ou eleger alguém escolhido por ele, como algum dos filhos mais atuantes (o 02 Carlos e o 03 Eduardo) ou a esposa Michelle. Bolsonaro sofre das sequelas do atentado de 2018, em Juiz de Fora, e não consegue se recuperar da facada, e isso . Ele acusou o governo de apoiar a Rússia contra a Ucrânia e os grupos terroristas contra Israel, além de destruir a economia e a liberdade, esta última em conjunto com o STF. Conclamou os participantes a garantirem 50% dos deputados e senadores no Congresso, elegendo gente ligada aos valores conservadores ou, ao menos, liberais, 

Desta vez, a ex-primeira dama não compareceu, e nem o Nikolas Ferreira, um dos mais ativos apoiadores, mas Tarcísio de Freitas, o governador, foi uma das vozes, vestindo a camisa azul da Seleção, como forma de dizer que é um "reserva" enquanto Bolsonaro é o "titular". Silas Malafaia foi o organizador do evento e mais uma vez usou a sua palavra para atacar o Supremo, e responsabilizá-lo pela morte de Cleriston Pereira da Cunha, o Clezão, preso por envolvimento no 8/1, e cujo processo judicial é marcado por irregularidades. Ele morreu na prisão antes de haver uma sentença. 

Os manifestantes gritaram palavras como "assassinos" para se referirem aos membros do Supremo no caso Clezão, e, para não variar, "mito", dirigindo-se a Bolsonaro. 

Gustavo Gayer (PL-GO), contribuiu para tentar dar mais visibilidade ao ato no exterior, por se dirigir também aos brasileiros residentes fora do país e aos congressistas aliados de Donald Trump. Mas isso tem efeito limitado no caso desses últimos, pois eles só agirão quando os cidadãos e/ou os interesses dos Estados Unidos forem atacados diretamente, de acordo com a Lei Magnitsky contra estrangeiros. Gayer fez seu protesto fluentemente em inglês não-nativo (do canal AuriVerde Brasil, prestigiado pelos apoiadores do ex-presidente): 



N. do A.: Para os apoiadores de Bolsonaro, o ato repercute mais do que a eliminação do Botafogo e do Flamengo no Mundial. Este blog se referiu à boa campanha dos dois cariocas na fase de grupos, mas as oitavas-de-final chegaram. O Glorioso perdeu para o Palmeiras por 1 a 0, e o Flamengo sucumbiu ao Bayern de Munique, apesar de ter tentado jogar à altura do gigante alemão: 4 a 2. Enquanto isso, outro carioca, o Fluminense, logo o menos cotado dos quatro brasileiros, conseguiu passar pela Internazionale, vice-campeã da UEFA Champions League, fazendo 2 a 0 e fazendo inveja aos rivais. 


sexta-feira, 27 de junho de 2025

Japão enforca "monstro"

Quando se pensa em monstros no Japão, imagina-se aquelas criaturas gigantes como Godzilla, Mothra, Rodan ou qualquer bicho infeliz que cruze o caminho dos heróis. Mas existem pessoas consideradas como tais, vistas sem a mesma admiração e temor, mas com ódio e nojo. Ou, mesmo, pena, no caso de tipos como Takahiro Shiraishi, apelidado de "maníaco do Twitter". 

Este "pobre coitado" chorando no tribunal foi responsável por mortes cruéis num dos países menos violentos do mundo (AFP)

O jovem, considerado sociopata, matou e esquartejou nove pessoas, a maioria jovens do sexo feminino, entre 15 e 26 anos. A defesa alegou que seu cliente apenas "fez as vontades das vítimas", pois elas teriam desejos suicidas. Por sua vez, a acusação, e o júri, não aceitaram a alegação, pois as vítimas tiveram seus corpos vilipendiados. Depois da prisão do "maníaco", ocorrida em outubro de 2017, a polícia teria encontrado 240 partes espalhadas ao longo da casa do criminoso, disfarçadas com areia de gato e outros meios para minimizar o odor da decomposição. 

Embora a maioria dos japoneses ainda aprove a manutenção da pena de morte, entidades de direitos humanos protestaram contra a execução de Shiraishi. Por aqui, há muita gente querendo aplicar os mesmos métodos, alguns até em praça pública como se fazem nos países islâmicos, e não poucos querem coisas como "baraço e pregão", "camisa de onze varas" e "morte natural para sempre", como era aplicado nos tempos da colônia portuguesa. 

quinta-feira, 26 de junho de 2025

A tragédia de Juliana

Nenhuma morte de um brasileiro, nem mesmo a do consagrado ator Francisco Cuoco, ocorrida nestes tempos, foi tão comentada e lamentada quanto a de Juliana Marins, morta durante uma excursão em torno do vulcão Rinjani, na ilha indonésia de Lombok, próxima a Bali. 

Ela foi mais uma vítima da trilha causadora de várias outras mortes. Não se sabe como ela morreu, mas quando o socorro chegou, atrasado por um misto de mau tempo e falhas de logística, decorreram cinco dias depois do acidente. 

Nas redes sociais, o governo da Indonésia foi alvo de críticas, Houve contra-argumentos, comparando a tragédia envolvendo uma única vítima com as inúmeras mortes de turistas no Brasil. Afinal, as favelas do Rio de Janeiro ou o centro de São Paulo são mais perigosos do que um vulcão indonésio.

Até celebridades e subcelebridades, como a Solange Gomes, a ex-musa da banheira do Gugu, entraram nas polêmicas. A artista criticou os pais por terem-na deixado fazer a trilha. Mas Juliana era uma pessoa adulta, com 26 anos, não uma menor de idade. 

A publicitária Juliana Marins encontrou a morte na Indonésia e a tragédia comoveu o país (Reprodução/Instagram)


Chegam a noticiar vaquinhas para ajudar no translado do corpo, algumas arrecadando cifras consideráveis, mas a grande maioria é uma fraude. Nenhuma delas foi organizada por familiares da vítima. 

De qualquer forma, a família de Juliana está se empenhado para trazer o corpo de volta. O presidente Lula também se oferece para ajudar, aproveitando a grande comoção para poder aumentar a sua minguada popularidade. Ele quer custear o translado, algo proibido pela lei 9199/2017, mas o problema é a verba não sair do bolso dele, caso o presidente consiga revogar a lei. Ele usaria parte do NOSSO DINHEIRO. 

Agora cabe respeitar o luto da família e torcer para o corpo seja de fato transferido para o Brasil. 




quarta-feira, 25 de junho de 2025

O espetáculo mundial continua

 Estamos presenciando novas cenas do grande circo da bola azul.  

Donald Trump, o presidente americano, parece um domador de leões, um representando o governo de Israel, e o outro, a teocracia iraniana. Para impor um cessar-fogo, vale tratar o maior aliado dos Estados Unidos no Oriente Médio de uma forma dura nunca vista antes. E, apesar de ensaiarem uma troca de mísseis, com direito a bronca e palavrão do referido "domador", os ânimos até agora estão calmos, com cada um apregoando ter vencido a contenda. 

No Brasil, onde os políticos são comparados aos palhaços e o povo é a plateia, cansada das atuações mambembes e não aguentando levar tortas na cara dia sim e outro também, desta vez a atuação não foi tão canhestra, pois eles desarmaram a bomba (verdadeira!) do IOF lançada pelo governo, que também não se cansa de fazer palhaçada. Não é exatamente para compensar a atuação anterior, quando a bomba dos custos da energia elétrica foi jogada na plateia, mas serve para fazer desfeita ao palhaço-mor que veste a faixa. 

Por falar nisso, ainda repercute muito a atuação deste na reunião do G7, onde ele divertiu os outros protagonistas do circo mundial, mais sérios, mas também vistos como ridículos pelos seus cidadãos. 

E não se pode esquecer do espetáculo em paralelo, nos Estados Unidos, onde as quatro equipes brasileiras conseguiram continuar na atração, enquanto as duas equipes argentinas foram "convidadas" a se retirar. Mss os gigantes continuam lá. 

terça-feira, 24 de junho de 2025

Bayern no caminho do Flamengo. E o Boca Juniors...

O Bayern não fez sua lição de casa, desta vez, no Mundial de Clubes, e perdeu para o Benfica por 1 a 0, fazendo o time português assumir a liderança no confuso grupo C. 

Usando time misto, o time alemão foi derrotado e agora vai ter que enfrentar o Flamengo, primeiro lugar no grupo D, Este encontro nas oitavas não é desejado por nenhum dos dois times, ainda mais porque os cariocas jogaram mal, desperdiçaram várias chances contra o LA Galaxys e só empataram em 1 a 1. 

O grupo C seria uma espécie de "grupo da morte", embora o grupo G, o do Manchester City e da Juventus, esteja com este título de acordo com a mídia, e a vítima foi o Boca Juniors, cujo empate com o Auckland por 1 a 1 foi um vexame para os xeneizes, e por isso eles acabaram merecendo perder a vaga para os mata-matas. O time neozelandês, por outro lado, escapou de ser o saco de pancadas do grupo. 

Cavani amarga mais uma eliminação vexaminosa num torneio internacional com o Boca Juniors (Peter Smith/Fifa)

E a situação do River Plate também não está perfeita, pois vai enfrentar a Internazionale, e, mesmo considerando a traumática final contra o PSG na UEFA Champions League, o time italiano merece respeito. Ainda há a chance de ver um brasileiro ser eliminado da competição, o Fluminense, caso perder do sul-africano Mamelodi Sundowns, o que não é impossível, pois esse time deu trabalho para o Borussia Dortmund e para o Ulsan. Além do Flamengo, Botafogo e Palmeiras avançaram e serão rivais nas oitavas-de-final em um jogo também indesejado para as partes envolvidas. 

segunda-feira, 23 de junho de 2025

A guerra começa para valer (ou não?)

As forças americanas, com a intenção de erradicar a tentativa do Irã de produzir armas nucleares, usou os temidos aviões B2 para invadirem o espaço aéreo do país dominado pelos aiatolás sem serem detectados, e detonarem os mísseis para destruírem seu alvo a vários metros de distância, em Isfahan, Natanz e Fordow, onde estariam bunkers com centros de enriquecimento de urânio para fins bélicos e não como combustível nuclear, como acusa o Ocidente. 

Trump saudou o aparente sucesso da operação Midnight Hammer (em tradução livre, "Martelo da meia-noite"), enquanto os aviões voltaram para a base, muito provavelmente Diego Garcia, no Índico, oficialmente em posse do Reino Unido, mas na prática usada pelos americanos para poderem atuar no Oriente Médio, principalmente na Síria e no Iraque. 

A operação "Midnight Hammer" teve o efeito maior do que a do Mjolnir (o martelo de Thor) sobre o Irã (Poder360)

Os iranianos responderam lançando mais mísseis sobre Israel e, mais tarde, atacando bases americanas dos países banhados pelo Golfo Pérsico, no Iraque e no Qatar. Neste último país, considerado até certo ponto aliado de Teerã, as autoridades se enfureceram com os ataques, por serem uma violação flagrante da soberania, onde sempre há o risco de civis serem atingidos no processo, e lançaram mísseis para impedir estragos maiores. O relativo fracasso da reação iraniana representou um alívio temporário para os mercados da cotação de petróleo. 

Todavia, logo eles tentarão fechar o Estreito de Ormuz, de acordo com a decisão do Legislativo, subordinado à teocracia xiita assim como os outros Poderes no país um dia conhecido como Pérsia. Isso provocaria outra crise do petróleo, comparável aos choques na década de 1970, quando as nações árabes atacavam Israel. Por este estreito, entre o Golfo Pérsico e o Mar de Omã, o petróleo de quase toda a região é bloqueado e  não pode ser levado pelos navios. Assim, o preço do barril irá subir novamente. 

E isso não irá terminar, até a rendição do Irã ou uma possível escalada para a maior tentativa de suicídio de uma espécie neste planeta. Sentiremos os efeitos disso quando o preço da gasolina disparar, ou houver problemas na Internet por ataques físicos às redes e satélites de transmissão ou por um ciberataque. Num cenário desses, podemos esperar muita coisa. 


N. do A.: Mais tarde, Donald Trump disse nas redes sociais que espera um cessar fogo entre Israel e Irã, e praticamente obrigou o seu grande aliado a cessar os ataques, enquanto não há garantias que o outro lado vá seguir o acordo. O anúncio deixou muitos diplomatas confusos. Ou o homem da Casa Branca está blefando, ou ele está investindo pesado na imposição de uma paz relativa, sob a mira dos mísseis e dos aviões como o B2. 

sexta-feira, 20 de junho de 2025

Flamengo e Botafogo surpreendem no Mundial

Enquanto o Botafogo, ontem, conseguiu desiludir o PSG e vencê-lo por 1 a 0 com o gol de Igor Jesus, o Flamengo conseguiu algo ainda mais difícil: vencer o Chelsea de virada, por 3 a 1, com o contestado Bruno Henrique. 

Contestado fora das quatro linhas do campo, por suas acusações graves de participar de uma máfia para manipular resultados no futebol. Mas daí a dizer que isso também fazia parte do plano dessa máfia, vai ser outra estória, pois iria envolver o Chelsea, talvez todos os outros times envolvidos e a Fifa. Mas não há evidência alguma disso, então segue o baile. 

Os dois times cariocas mostraram ao mundo que os dois grandes emergentes europeus de uniforme azul não são "bichos papões". Talvez nem um Real Madrid em crise, ou o Bayern que sofreu para vencer o Boca Juniors. Acendeu-se a esperança de um time brasileiro ganhar este Mundial de Clubes. 

Filipe Luís, técnico do Flamengo, comandou o time que venceu seu ex-clube quando ele era jogador (2014 a 2015) (Imago)



quarta-feira, 18 de junho de 2025

Confesse!

Você alguma vez teve vontade de chorar feito um doido varrido ou uma criança depois que quebraram seu videogame novo. 

Pois é esse o desejo de muita gente, quando é roubada, violentada, sacaneada pelo governo ou após ler qualquer página de portais de notícias falando de guerras, mortes, destruição, tragédias e corrupção. 

Lógico, isso não adianta. É mais útil superar estes eventos e fazer algo mais próprio de adultos, como começar novos relacionamentos, aproveitar novas oportunidades de emprego ou olhar os fatos de outra forma. Isto é para aprender e crescer, e deixar de bancar o bebê chorão. 

Também é coisa de gente crescida não se deixar desrespeitar, e lutar pelos seus direitos, sem se esquecer de seus deveres. 

Mas, às vezes, o(s) governo(s) e a injustiça reinante acabam sendo uma desculpa até certo ponto justificável para a gente se desfazer em lágrimas. Concorda?







terça-feira, 17 de junho de 2025

Preocupado com o Mundial e a guerra?

Preocupe-se também com os nossos representantes em Brasília, também!

Nossos Três Poderes são especialistas em matar os ricos de raiva e os pobres de fome. Não bastam os desmandos do Executivo e os atropelos do Judiciário, agora temos mais uma do Legislativo, querendo aprovar incentivos fiscais capengas às usinas eólicas com direito a acréscimos legais fora do contexto (os chamados "jabutis"), forçando o uso de usinas térmicas a gás, entre outras medidas para encarecer ainda mais o custo da energia, quando seria imperativo estimular fontes viáveis e mais baratas no curto prazo, e renováveis no médio e longo prazo. 

Entre essas energias renováveis estaria a geração de energia a partir do hidrogênio extraído do etanol. Essa tecnologia ainda está em fase incipiente, e poderia esperar a sua consolidação, mas um dos "jabutis" quer implantar já a inovação. Seria bom, não fossem os R$ 28 bilhões avaliados para aproveitar o hidrogênio. 

O governo vetou parte desses "jabutis", mas o Congresso os restabeleceu, para atender interesses de políticos em determinados locais. Com isso, empresas e cidadãos comuns pagarão a conta dessa brincadeira.