As repercussões do tarifaço ainda não parecem ter influenciado muito as atitudes do governo e, principalmente, dos ministros do STF, estes últimos ainda se comportando como os éforos da antiga Esparta, mas em uma escala ainda mais autocrática por não conseguirem os mandatos pelo voto (aberto, naquela época, e ainda mais manipulável que as urnas eletrônicas de agora) e nem terem seus cargos limitados em um ano, como naquele regime oligárquico.
Pelo menos, alimentaram a indignação de muitos, principalmente os já insatisfeitos com a administração petista praticamente sustentada pelo Judiciário, e com ainda tênue limitação pelo Legislativo, com pouca força para lembar aos outros dois Poderes sobre a harmonia e a independência apregoadas pela Constituição.
Os manifestantes tentaram novamente mostrar a sua indignação. Na Paulista, reuniram-se dezenas de milhares de pessoas. A USP contabilizou "apenas" 37 mil, mas já é praticamente o triplo de pessoas presentes no movimento anterior. Segundo o site Poder360, criticado por ser "isentão" pelos críticos, o numero foi bem maior: 57 mil. E isso sem a presença física do clã Bolsonaro. Novamente, Silas Malafaia foi o líder e organizador, com a presença de políticos como o presidente do PL Valdemar Costa Neto e o prefeito Ricardo Nunes, mais o deputado Nikolas Ferreira, entre outros.
Imagem aérea mostra a Paulista tomada por apoiadores de Jair Bolsonaro e/ou críticos do atual governo (Divulgação) |
Em outras cidades, como Brasília, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Salvador, Curitiba, Porto Alegre e Belém, também houve protestos, em números suficientes para um governo sério começar a tomar medidas, dentro das regras democráticas.
Mais do que dar apoio ao ex-presidente e aos atos de Eduardo Bolsonaro, considerado ainda um agente valioso da luta contra a extrapolação de poderes de Alexandre de Moraes, mostra a voz dos descontentes. E eles não são poucos. Não será tão fácil para o governo nas eleições de 2026, mesmo se Bolsonaro for impedido de concorrer. Por ora, está impedido até de sair de casa, por conta da decisão de Moraes impondo-lhe prisão domiciliar por ter se reunido com apoiadores via redes sociais. Se depender da vontade dos manifestantes, e também do parecer da Justiça, o ex-capitão e os presos pelos acontecimentos do 8/1 serão anistiados, possibilitando um embate muito esperado nas urnas. Com direito a novos questionamentos sobre os resultados delas, caso o modelo de votação continuar sendo as tais "caixas da discórdia".
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