terça-feira, 12 de agosto de 2025

O perigo de achar que estamos na maior cafua do mundo

 Um dos maiores varejistas do Brasil, Sidney Oliveira, o famoso dono da Ultrafarma, foi preso na Operação Ícaro da Polícia Federal, acusado de pagamento de propina e fraude fiscal, juntamente com outros nomes, como Mário Otávio Gomes, diretor da Fast Shop. 

Dinheiro em espécie apreendido pela Polícia Federal durante a Operação Ícaro, na casa de Sidney Oliveira (Divulgação, pelo portal CNN)

Lojas do varejo, como a Oxxo, a Kalunga e outros grandes nomes também estão na mira da Polícia Federal, acusados de também estarem envolvidos no escândalo. Eles teriam envolvido auditores fiscais da Secretaria de Fazenda de São Paulo para liberação de créditos de forma irregular. Há muitos indícios de irregularidades, possivelmente envolvendo até o programa Nota Fiscal Paulista, que sorteia prêmios com base nas notas fiscais - mas nada oficialmente se fala sobre esse programa, ainda. 

Este é mais um caso de um dos males do Brasil, a corrupção institucionalizada. Ela é favorecida pela postura dos nossos ilustres representantes, por envolver figuras poderosas e influentes, e pela legislação, além de permissiva, observada de forma errática pela nossa Justiça. Um ambiente propício para os Mensalões, Petrolões, fraudes na Previdência, e agora a fraude descoberta pela Operação Ícaro. 

Isto está ligado à aparente deterioração do senso de ética? Na verdade, a apuração de tantos crimes ocorridos no Brasil assusta, dando a impressão segundo a qual o nosso país é a maior cafua do mundo. Não é só a corrupção. mas a pedofilia, favorecida por vários esquemas de exploração de menores, um deles denunciado pelo influenciador digital Felipe Bressanin, o Felca, que liberou um vídeo sobre a adultização de crianças. Sem falar em outros crimes causadores de asco e repulsa no cidadão comum. 

Embora o Brasil seja conhecido por vários crimes causadores de bilhões, talvez trilhões de prejuízos à população, com um número incontáveis de vidas arruinadas e/ou ceifadas, ainda estamos longe de sermos como os países africanos ou certos países vizinhos, como a Venezuela. E, como um país gigante com uma população numerosa e um imenso potencial de desenvolvimento, há a obrigação de ajudar para a melhoria, e não para a piora. Isso necessariamente inclui a obediência às leis. Também é preciso haver menor tolerância às práticas causadoras de prejuízo a terceiros, não só aos familiares e amigos. Vigilância para se manter atento aos perigos e cobrança ao poder público são também fundamentais. 

Antes, vivíamos em regimes autoritários, onde a censura impedia a divulgação de certos temas e inibia as denúncias contra pessoas influentes, principalmente se elas estavam ligadas aos governos. Agora, há maior acesso à informação e à Justiça. Muito longe de um nível decente, considerando que não existe lugar neste mundo onde a Justiça é perfeita. Ainda temos um bom caminho pela frente, mas ele não poderá passar pelo autoritarismo, pela censura, pelo amordaçamento das liberdades, inclusive as de expressão. 

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