O prefeito Ricardo Nunes está disposto a substituir os trólebus por ônibus movidos a bateria, sob o pretexto de haver muitos gastos com a manutenção das linhas de transmissão destinadas a alimentar estes veículos, cujo gasto com peças e manutenção também seria elevado. Além disso, a existência de trólebus dificulta a substituição das linhas aéreas pelas subterrâneas, muito mais seguras e estéticas, embora esse processo seja caro e necessite de bastante tempo.
Isso significa acabar com um dos marcos do transporte na cidade de São Paulo, a linha 408-A (Machado de Assis/Cardoso de Almeida), opeerado pela empresa Ambiental, pertencente ao Consórcio 4, mas rodando exclusivamente na área do Centro Expandido. Esta linha é famosa por ligar bairros como Vila Mariana, Aclimação, Liberdade, Centro Histórico, Vila Buarque, Higienópolis, Pacaembu e Perdizes.
A linha 408-A é uma das mais antigas da cidade (Instagram/Brabus Collection) |
Muitos lamentarão isso, pois isso seria apagar da existência um serviço existente desde 1947, para ser colocado no esquecimento, de acordo com aqueles que acusam o Brasil de ter memória curta e desprezar as tradições.
Porém, as linhas de trólebus extintas são difíceis de esquecer, para quem já andou nelas. Havia duas cujo ponto final era na região da Avenida Cásper Líbero, no Centro Histórico, a 1301 (Parque Peruche) e a 1428 (Santa Teresinha), antigos meios de ligação entre a Zona Norte e o Centro. Havia também uma linha entre Santo Amaro e a Praça da Bandeira, e até entre a USP e o Metrô Santa Cruz. No início deste século, com a gestão da prefeita Marta Suplicy, metade das linhas de trólebus foi suprimida, para dar lugar a ligações por ônibus a diesel. Alguns anos depois, boa parte dessas linhas sumiu definitivamente.
Só restam algumas dessas relíquias rodando pela cidade, atendendo, além da linha 408-A, a 4113 (Gentil de Moura/Pça. da República), a 2290 (Term. São Mateus/Term. Pq. D. Pedro II) e a 2002 (Term. Pq. D. Pedro II/Term. Bandeira). Mereciam a extinção?
N. do A.: A introdução de novos ônibus elétricos a bateria é salutar, mas algumas antigas linhas de trólebus ainda continuam a ser operadas por ônibus a diesel. Deveriam ser prioridade para receberem os novos veículos, assim como as linhas no entorno dos grandes parques da Capital, como o Ibirapuera e o Parque do Carmo, o campus da USP e outras áreas arborizadas.
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