Nesta semana o FDA proibiu o uso do corante vermelho eritrosina (Vermelho 3 INS 127) para qualquer fim em solo americano, após evidências de câncer em ratos, em decorrência do consumo dessa substância, obtida a partir da reação entre outro corante vermelho, a fluorosceína, com iodo e bicarbonato de sódio. Por sua vez, a fluorosceína, empregada para fins não alimentícios (como uso em análises da saúde da córnea em clínicas oftalmológicas), é produto da reação entre o resorcinol e o anidrido ftálico, duas substâncias de origem benzênica, tendo o petróleo como fonte. No Brasil, esse pigmento é a base da fabricação de muitos doces, como aqueles pirulitos vermelhos famosos.
Outros corantes também são problemáticos, por terem origem semelhante. O vemelho 40 (allura red, INS 129), acusado de também ser cancerígeno, é também de origem benzênica e empregado em sucos e doces. Outro vermelho, o INS 123 (Amaranto), mais um derivado do petróleo, e é o responsável por dar a cor à groselha (não à fruta, mas à bebida). O amarelo tartrazina (INS 102), evitado por quem tem alergias e usado no refrigerante Fanta no Brasil, é obtido a partir do alcatrão de carvão, embora possa ser extraído em pequenas quantidades da beterraba. Do alcatrão também é possível extrair o amarelo crepúsculo (INS 110) usado nos chicletes e nos iogurtes. Formado à base de hidrocarbonetos do petróleo, o azul brilhante (Azul 1) é usado para tingir bebidas alcoólicas e doces, muitas vezes combinados a outros corantes para formar substâncias roxas e verdes. O corante caramelo IV presente nos refrigerantes tipo cola não é produzido pela queima do açúcar, como se costuma pensar, e sua origem é algo obscura, portanto digna de preocupação.
Por outro lado, existem os corantes naturais, como o amarelo cúrcuma, o vermelho urucum, as betalaínas (extraídas da beterraba), as antocianinas (popularmente conhecidas como flavonóides) e a verdíssima clorofila responsável pela fotossíntese das folhas. Ainda existe, para o asco dos veganos, o corante vermelho carmim, extraído a partir da trituração de milhões de parasitas de cacto, as cochonilhas.
A indústria emprega corantes como a eritrosina para seduzir os consumidores com alimentos e bebidas coloridas (Divulgação: Freepik) |