Semana passada, a Contran, órgão regulador do trânsito no Brasil aprovou as novas mudanças nas regras de obtenção da CNH.
Como de costume, as mudanças foram feitas sem uma discussão mais aprofundada envolvendo a sociedade civil, atendendo mais a interesses políticos e partidários, em prejuízo dos aspectos técnicos. Além disso, essa discussão deveria ser feita muito antes.
O atual sistema atende à formação de novos motoristas? Muito longe disso. As autoescolas não conseguem preparar os alunos de forma adequada, e a burocracia torna tudo caro e difícil.
Atacaram o aspecto financeiro, prevendo cursos virtuais sobre as regras de trânsito, obrigatórios mas gratuitos. As aulas práticas podem ser feitas com instrutores autônomos e não pelas autoescolas. A prova final continua obrigatória.
No entanto, não há garantias de melhoria efetiva na formação dos motoristas, além de deixar brechas para a corrupção, como a já "tradicional" compra de CNH e as aprovações indevidas após o teste final além de cobranças por novas tentativas.
Além disso, é real o risco de fechamento em massa de autoescolas, gerando desemprego. Este será o pretexto perfeito para os donos desses estabelecimentos pressionarem pela invalidação das mudanças no Congresso.
| Formar novos motoristas pode ficar mais barato, mas não necessariamente mais seguro para diminuir a selvageria no trânsito das cidades e estradas brasileiras (Lucas Lacaz Ruiz/Quatro Rodas/Abril) |
Enquanto isso, continuam as mortes no trânsito, e os motoristas despreparados estão entre os maiores culpados, por pura imprudência ou ausência de condições psicológicas mínimas, além da velha mentalidade de "lei da selva" nas ruas e estradas, onde os mais astutos ou donos dos veículos maiores e mais caros se julgam no direito de estarem num fantasioso "topo da cadeia alimentar", "predando" pedestres, ciclistas, carreteiros (que muitas vezes atrapalham mesmo o trânsito, mas não podem ser vistos como alvos para a fúria de motoristas).
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