sábado, 7 de novembro de 2009

Começaram. Quando terminam?

As obras iniciadas na Marginal Tietê e suas pontes são uma aberração sem perdão e sem desculpa.

Antes, era difícil suportar os congestionamentos nesta via. Agora está praticamente impossivel e vai ficar assim até fevereiro.

O governo municipal fez tudo de maneira açodada, praticamente impondo essas obras, sem ao menos fazer uma consulta à população.

Já tratei desse assunto e vou repetir: estas obras não vão adiantar nos congestionamentos. Se querem mais obras viárias para melhorar a fluidez no trânsito, deveriam:

1. Substituir os semáforos pelos "inteligentes", gradativamente. Por meio de sensores de movimento, eles dão prioridade, numa esquina, à via mais cheia de veículos, para desafogá-la. É exatamente o contrário que acontece por aqui, com uma epidemia de semáforos "idiotas", pretensamente controlados por quem quer atravessar a rua (isso é mentira: o pedestre aciona o botão e ainda tem de esperar um tempão para poder atravessar a rua). Tem mais: as avenidas mais movimentadas deveriam ter mais passarelas e outros meios para os pedestres poderem atravessar com segurança.

2. Ampliar as vias já existentes. Na Zona Norte já tem projetos para ampliar as avenidas Brás Leme e Cruzeiro do Sul. Eles ainda nem começaram as obras, alegando que isso iria custar milhões em desapropriações. Contudo, já existe forte desvalorização nas residências da rua Darzan, a continuação da Av. Brás Leme. Na Zona Sul, existe o projeto de ampliação da Av. Carlos Caldeira Filho, até o Jardim Ângela, mas onde estão as obras neste sentido? Já se falou também na ampliação da Av. Giovanni Gronchi, mas por enquanto é especulação. Na Zona Leste, existe uma avenida, a continuação da Av. Gov. Carvalho Pinto, que acabou não tendo fim (era para estendê-la até a Radial Leste). Existe outra, a Av. Aguiar da Beira, que facilitaria os moradores do Jardim Vila Formosa, de Sapopemba e da Vila Ema e ligaria esses bairros à Av. Aricanduva, e continua a ser uma obra inacabada. E a Zona Oeste simplesmente não tem nenhum projeto, enquanto os bairros principais, Pinheiros e Lapa, vivem entupidos de carros.

3. Os órgãos públicos bem que podiam fazer coro à mídia para fazer a população cuidar melhor dos seus carros, e aplicar a lei contra os motoristas que deixam o carro quebrar em via pública ou parar por "pane seca".

4. A prefeitura não pode ter medo de colocar guardas nas ruas. Eles precisam mesmo orientar e disciplinar o trânsito, não importa o quanto certas pessoas os achem antipáticos e serviçais da "indústria de multas". Precisam multar, sim! E multar quem realmente merece! Os "pardais" devem sim existir, e poderiam não só pegar os veículos com excesso de velocidade mas os "lerdos" que não atingem metade da velocidade máxima (sim, existem motoristas mais vagarosos do que o Rubinho dirigindo carro com câmbio quebrado, acreditem!).

5. A sinalização é uma esfinge em muitos lugares, como nos bairros nobres, ou simplesmente não existe, nos bairros mais periféricos. Em certos lugares, se alguém entrar acidentalmente nesses bairros, só consegue sair no dia seguinte.

E estou a falar somente de obras para beneficiar os carros (não adianta pensar que eles um dia serão banidos de São Paulo, porque isso nunca acontecerá, ao contrário do que pensam alguns utopistas mais radicais).

Não chegam a trazer tantos benefícios quanto uma rede de metrô decente, mas as obras aqui citadas são mais úteis do que uma ampliação tosca e mal-planejada da principal avenida paulistana.

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